Samanta estava quieta no carro, olhando pela janela enquanto a cidade passava em flashes de luzes e sombras. Geralmente, ela falava sem parar, sua mente saltando de um assunto para outro com a energia que sempre encantava Harvey. Mas ultimamente, ela não era a mesma. Harvey percebia isso. Ele sentia falta do jeito despojado e travesso dela, das respostas irônicas que vinham com aquela provocação divertida. Agora, o silêncio parecia pesar entre os dois, e ele se preocupava.Samanta também se sentia assim, presa no tempo, no que tinha acontecido recentemente. Mary Ann, Hope com Adam, Harvey e seus segredos... a promoção que ela mal conseguiu comemorar. Ao invés disso, ela levou seu sentimento de insignificância para um momento que deveria ser feliz, deixando-se paralisada. Ela suspirou, seus pensamentos girando em círculos. Precisava mudar as coisas. Voltar a ser quem era antes, deixar de lado aquela mulher medrosa que aceitava tudo dos outros. Afinal, olhe só o que ela tinha conquistad
SamantaEra triste pensar que eu estava saindo deste lugar, depois de tudo o que passamos juntas. Hope era minha melhor amiga, alguém que eu considerava uma irmã, mas depois do que aconteceu, comecei a perceber que talvez ela sempre tivesse desejado mais privacidade, assim como eu. No início, dividir o apartamento fazia sentido. Os aluguéis em Nova York eram exorbitantes e nossos estágios mal cobriam as despesas. Além do mais, amava chegar em casa, pedir comida e compartilhar como foi o meu dia, enquanto ouvia as histórias dela. Aquilo me fazia sentir que eu tinha alguém único na minha vida. E isso não mudou, não completamente.Mas, o que trouxe de volta essa sensação de querer mais espaço foi o choque de ver Hope sentada no sofá da sala com Adam, o homem que eu mais odeio no mundo. Nunca imaginei presenciar algo assim. Claro que ela podia convidar quem quisesse para o apartamento, mas justo ele?Aquela cena tirou completamente o meu ânimo. Depois da nossa conversa, confesso que me at
Passei todo o caminho pensando no que poderia estar dentro daquela caixa preta, veluda, e isso tirou a minha paz. Ele disse que era algo para a nossa noite, e vindo de Harvey eu poderia esperar qualquer coisa.O homem adorava me surpreender e conseguia fazer isso com maestria. Até esqueci o fato de aceitar alguma coisa apenas quando pensar em retribui-lo, e não com sexo. Isso não era algo que devesse ser uma troca. Quando estamos em algum lugar, transando, faço por desejo, por ama-lo e não conseguir pensar em nada mais do que aquele belo pau dentro de mim.Ainda não sei como consegui passar tanto tempo sem saber o que era bom, ou até onde meu corpo poderia ir, em uma relação amorosa. Contudo, desde que descobri tão prazer, pelas próprias mãos de Harvey, não imagino fazer isso com outro homem.Quando seu carro parou, em um lugar no qual eu não estava prestando atenção na direção, me bateu um frio na barriga, meu coração acelerou, pois acreditava que era hora de ser revelado aquele mist
Entrei naquele lugar, praticamente sendo arrastada por ele, que adorava me ver desconcertada. Aposto que minha cabeça estava vermelha de tanta vergonha, e olha que as pessoas não faziam ideia do que estava acontecendo.Confesso que olhei para os cantos em busca de alguma câmera, que até tinha, o que me deixou constrangida.- Espero que ninguém tenha nos visto. – Murmurei, coisa que ele viu.- Estacionei em um lugar estratégico. – Contou, trazendo minhas atenções para ele, novamente. – Não abriria as pernas na minha mulher em público, ou com a possibilidade de outro cara ver, além de mim.- Obvio que planejou tudo. – Cerrei os olhos, o vendo sorrir. Aposto que ele estava se sentindo em um parque de diversões, onde eu estava na montanha russa. – Toma cuidado com o que fará, querido, ou pode ficar solteiro em breve.O babaca quase solta uma gargalhada. Sou uma piada?- Amor, você já é minha, ninguém tocaria, ou tocará no que é meu, e não tem a opção de fugir. Ainda mais sabendo que gosta
- A casa ainda nem saiu do papel. – Apontei.- Tem o meu apartamento. – Explicou, tomando um gole da sua bebida, mas sem tirar os olhos de mim.- Ainda muito cedo, porém, fica a ideia. – Deixei no ar.Harvey pareceu orgulhoso. Me fez relaxar.- E enquanto isso não acontece? – Resolveu puxar mais o assunto. – O que vai fazer?- Alugar um novo apartamento, não sei. – Dei de ombros.- Nada disso. – Voltou a se ofender. – Ofereço meu apartamento e opta por alugar um espaço?- Há, eu não quero atrapalhar você, seu ritmo. – Expliquei. – É uma pessoa ocupada.- Passa bastante tempo, se bem me lembro, naquele apartamento. E desde quando a minha namorada me atrapalha?- Trabalho? – Apontei. – Imagina eu te atrapalhar esse aspecto.- Como? – Quis aprofundar, cerrando os olhos.- Quando vejo você trabalhando, com aqueles óculos, penso em subir em cima de você e cometer loucuras, isso não é atrapalhar?Levantando uma das sobrancelhas, ele ficou surpreso.- Nunca disse isso antes.- Estou dizendo
Mesmo odiando o lugar onde ele escolheu para a nossa "brincadeira", pois assim eu não poderia, simplesmente, subir em cima dele e completar o trabalho, confesso que era até gostoso, apesar no medo eminente de alguém descobrir que ele havia introduzido em mim, algo que acionava um ponto bem sensível, provocando essa sensação gostosa e ameaçadora.Mal posso imaginar a minha cara, se o garçom que nós sentia, sentisse que meu corpo mole, da forma que está, é devido de uma tortura tão perversa quanto essa.O ar escapava dos meus pulmões que o via segurando aquele troço. O que mais desejava era sair desse lugar a tempo, andando, pois sentia que mais um pouco e me desmancharia bem na sua frente.Por isso me estiquei, suada e quase sem força, para pegar em sua mão e olhar em seus olhos, depois de uma rodada onde Harvey ligou no nível máximo a bolinha do prazer, era como eu a chamava agora.— Harvey, que tal sairmos daqui? — A voz maravilhosa não era um truque, eu já nem aguentava fingir mais
SamantaAo acordar, na enorme cama dele, sinto meu corpo cansado, um lembrete da noite maravilhosa que tive, e de um bom sexo, que me deixou exausta e satisfeita.Mesmo sendo a minha primeira vez em um relacionamento, onde tenho tal intimidade, e sexo, confesso que está sendo uma experiência muito gostosa, onde sempre aprendo muito com o meu belíssimo professor, que no momento não estava na cama.Talvez estivesse se exercitando, já que tem uma academia nesse enorme apartamento, ou cozinhando, coisas que eu adoraria assistir, durante o tempo que estou aqui.Me espreguicei, sentando na cama, colocando as mechas do meu cabelo para trás, tentando criar coragem para levantar.Penso se realmente farei o que ele me pediu. Morar aqui, seria muito estranho. Nossa relação estava começando, mas já havia acontecido tanta coisa que nem parece ser o que é.Era bom pensar nisso. Que eu tinha alguém que me queria tanto quanto o quero e que faria de tudo por mim, e de quebra, tem o melhor sexo que eu
SamantaEu ainda não sabia quando tinha vindo parar aqui, nesse estado tão tranquilo, confortável. Devo confessar que estou surpresa e muito feliz. Era a primeira vez que um capítulo do meu livro da vida realmente estava dando certo, mesmo que ainda faltassem algumas lacunas. No momento, eu queria colocar os pinos nos guias e dar tempo ao tempo. Não posso me afobar e ir correndo atrás daquilo que mais estou sedenta. Harvey tem razão. Eu tenho que enfrentar isso. Só que no momento certo, quando eu souber que não vou me quebrar em pedaços novamente, nem me afastar de quem sou e do que quero ser. Não quero voltar a ser aquela mulher que sente pena de si mesma, que foge. Eu quero ser forte, quero ficar com Harvey pela minha família, mesmo que haja decepções no caminho.Olha só onde vim parar. Na sala onde nunca pensei estar, um andar acima do que eu costumava trabalhar. Era incrível e fazia-me sentir especial, única. Talvez fosse porque, minha vida toda, eu nunca tive isso. Reconhecimento