Assim que terminaram o almoço, eles decidiram fazer um breve passeio antes de retornarem à clínica. Ao se despedirem, Zaine dirigiu uma pergunta à filha.— Rachel, você não tem carro? — indagou, lançando um olhar ao redor.Ela fitou Philip e coçou a cabeça antes de responder.— Eu tinha, mas recentemente, quando fui até Ames, me envolvi em um acidente, e acho que preciso comprar outro. Se não fosse pelo Philip, acredito que o Victor teria me matado.Abby e Zaine trocaram olhares ao ouvir o relato da filha. Optaram por não perguntar mais naquele momento, decidindo deixar para uma oportunidade futura, uma vez que àquela manhã havia sido tão agradável.— Já que vai precisar de outro carro, que tal marcarmos para escolher um, juntos? Este será nosso presente para você.Ao ouvir aquilo, Rachel ficou surpresa e um pouco constrangida, e tentou recusar o gesto generoso.— Não precisa, isso já é demais. — Ela fazia movimentos com a mão, recusando a oferta.Abby se aproximou dela, segurando sua
Uriel solicitou que alguém buscasse Philip e agiu conforme prometido, enviando um Lycan para o endereço fornecido. Enquanto isso, Rachel e seus pais estavam a caminho da concessionária quando, ao passarem por uma rua menos movimentada, enfrentaram um contratempo. Um carro entrou na contramão e colidiu com o veículo em que estavam. Como não estavam em alta velocidade, a colisão não foi tão intensa, e aparentemente, eles não sofreram ferimentos graves. — Rachel, você está bem? — perguntou Abby, olhando para o banco traseiro. — Estou bem, não me machuquei. E vocês? Não se machucaram? — Não se preocupe, querida. Não nos machucamos facilmente — respondeu com um sorriso tranquilizador. Zaine desceu do carro para avaliar o estrago e garantir que o motorista do outro veículo estivesse bem. Rachel permaneceu perto do carro, enquanto Abby e Zaine se aproximaram do automóvel acidentado. No interior, um homem mostrava sinais de ferimentos na cabeça e parecia um tanto atordoado com a situação
Uriel seguiu com Philip em direção à região onde se localizava o clã dos vampiros, pois desejava falar com Eliote, o líder daquele grupo. Como era incomum a presença de um Lycan naquela área, e ainda mais incomum quando se tratava de Uriel, o líder vampiro decidiu recebê-los. Tanto Uriel quanto Philip adentraram o local, mantendo suas guardas elevadas, pois a desconfiança mútua entre Lycans e vampiros era evidente. — A que devo a honra da visita, Uriel? — perguntou Eliote, segurando uma taça de sangue em sua mão. — Estou em busca do Victor; acredito que ele faça parte de seu clã. Uriel percebeu uma mudança na expressão de Eliote ao ouvir o nome de Victor, confirmando suas suspeitas de que ele pertencia àquele clã. — Por que vocês estão atrás dele? — indagou Eliote, expressando sua curiosidade. — Ele sequestrou a companheira de um dos meus homens, aquele que está diante de você. — Uriel apontou para Philip. — Você compreende o significado das companheiras para os lobisomens
Na cidade, Philip percebeu imediatamente que algo estava errado novamente com Rachel e apressou Uriel. — Rápido, Uriel! Senti que Rachel está com medo. Alguma coisa está errada. Aquele desgraçado deve estar tentando fazer algo com ela. Philip pediu, sua voz carregada de aflição, enquanto Uriel tentava avançar o mais rápido possível, enfrentando o trânsito tumultuado. ******** Victor instintivamente se afastou quando percebeu uma presença estranha emanando de Rachel. Ele não compreendia o que estava acontecendo. Rachel se ergueu do colchão e permaneceu de pé, encarando Victor. — Por que estou sentindo uma energia de lobisomem vindo de você? Você é humana. — Victor afirmou, ainda um pouco intrigado. Após proferir essas palavras, ele ponderou sobre o casal que a acompanhava, percebendo que eram lobisomens, os quais Rachel se referira como família. — A não ser que… Victor interrompeu-se ao perceber que ela lhe dirigia um leve sorriso. — É isso mesmo que você está pensando, Victo
Rachel encontrava-se imersa em uma escuridão profunda, semelhante àquela que a envolveu durante o encontro com Misty. No entanto, sua loba não estava à vista; apenas vozes ecoavam ao seu redor, vozes familiares que pareciam desencadear uma sensação de reconhecimento. Enquanto caminhava na escuridão, uma luz começou a se aproximar, revelando imagens do passado, fragmentos da infância de Rachel. Uma cena se desdobrava diante dela: o orfanato onde passou parte de sua vida, ela estava sendo conduzida a uma sala por uma das mulheres responsáveis pelas crianças. A percepção de Rachel mudou quando ela notou que aquilo não era um mero sonho, mas sim lembranças vivas. No entanto, havia algo intrigante: ela não se recordava da presença de uma terceira pessoa naquela sala. Aquela figura misteriosa estava envolta em uma capa preta, com um capuz sombreando seu rosto. Naquele instante, Rachel fez a conexão, identificando-a como a mesma mulher que a perseguiu em seu primeiro sonho com Misty. A mu
Philip e Uriel vasculharam cada centímetro dos arredores da propriedade em busca de Rachel, mas não encontraram nada além de pegadas e o inconfundível cheiro de outros lobos. Diante das evidências, um pensamento único dominou a mente de Philip. — Victor teve auxílio de lobisomens para capturar Rachel. Só consigo pensar em uma pessoa com o dedo nisso: Quinton. Uriel assentiu, compreendendo a gravidade da situação. — Checarei com meu informante. Se suas suspeitas estiverem corretas, precisaremos agir rapidamente. Não quis mencionar antes, quando recebeu a notícia do desaparecimento de Rachel, mas acredito que Sara também pode estar em perigo. Philip franziu a testa ao ouvir aquilo, sua expressão denotando irritação. — Por que está dizendo isso? — indagou ele. Uriel, sério e preocupado, respondeu: — Senti como se Sara estivesse assustada e apreensiva. Não sei o que ela pode estar enfrentando. Eu sei que você busca retomar seu posto e se vingar do Quinton, mas se ele fez mal a Sara
Quinton recebeu a informação de que Rachel havia acordado e dirigiu-se imediatamente à prisão onde ela estava detida. Ele desejava conversar com ela e levou consigo roupas para que Rachel pudesse se vestir. Ao perceber que estavam se aproximando, Taylor fez um gesto de silêncio para Rachel e se deitou no chão, simulando estar dormindo ou desacordado devido ao veneno. Ao se aproximar da cela, Rachel o encarou e segurou ainda mais firme aquela manta. Quinton dirigiu seu olhar na direção em que Taylor estava e, em seguida, adentrou a cela dela. — Que bom que acordou. Ouvi falar sobre a briga que teve com um vampiro antes de desmaiar. Além disso, descobri que você é uma loba branca. Não pode imaginar o quanto isso me surpreendeu. Rachel se questionou sobre o que tornava sua loba branca interior tão especial, mas decidiu adiar essa pergunta para alguém em quem pudesse confiar, certamente não para o homem à sua frente. — O que você quer comigo? Por que instruiu seus homens a me trazere
Sara tentou de todas as formas chegar à prisão onde Taylor e Rachel estavam, mas, todas às vezes que tentava escapar, um dos vigias de Quinton aparecia. Em uma dessas ocasiões, foi a vez de Quinton surgir e impedir que ela prosseguisse. — Pretende ir à prisão? — Ele perguntou com um olhar desconfiado. — Não posso? Isso não foi o que combinamos? Você disse que eu poderia sair do quarto, visitar o Taylor e andar pela alcateia. Por que está mudando o combinado? — Sara questionou, como se não houvesse um motivo oculto para sua visita. — Temos uma convidada na prisão, e diante de quem ela é, não quero você lá. Posso imaginar o que vocês três iriam tramar se ficassem no mesmo ambiente. — Do que você tem medo, Quinton? Acha que podemos criar um plano mirabolante para acabar com você e, melhor ainda, ter sucesso nisso? — Sara provocou, ciente de que era exatamente isso que queria fazer. — Não vou negar que permiti que você andasse por aí, mas hoje não. Sei que vocês são capazes de criar