POV AbigailQueria perguntar para Felix o motivo de suas palavras, mas ele voltou a me arrastar para fora do quarto, então para o quarto onde trocaríamos de roupa para a recepção do casamento. O meu vestido, que também foi escolhido por Felix, era de um cinza-escuro com decote em coração que mostrava os ombros. Meus cabelos foram deixados soltos, prendendo apenas as laterais.Sai da sala, caminhando pelo corredor silencioso e encontrei Felix, apenas com a camisa branca, com os botões de cima abertos, o colete e a calça da mesma cor do meu vestido. Felix me olhou, satisfeito com o que via. Peguei as pontas do vestido e me curvei de forma dramática.― Meu alfa. ― Felix riu alto. Seus dedos seguraram meu queixo, erguendo meu rosto.― Está pronta para o show, minha lua? ― Sorri e abracei o braço do meu marido.― É para isso que estou aqui. As portas se abriram e fomos aplaudidos por todos. Felix me guiou até a pista de dança, a luz diminuiu e uma música lenta começou. Felix tomou minha m
POV FelixNão deveria ter deixado Abi sozinha por tanto tempo, aquele filho da puta se sentiu confortável para se aproximar dela. De onde eu estava conseguia sentir o cheiro do medo dela. Rogers era inofensivo, covarde demais para ter alguma atitude na frente de tantos membros da aliança, mas o moleque da Umbra já não pensava da mesma maneira. Aquele bastardo estava disposto a arrumar uma guerra por puro capricho.Assim que toquei na cintura de Abi, senti as batidas de seu coração diminuírem, mas ela ainda estava muito pálida. O alfa da Umbra, o filho da puta que fez da vida da Abigail prior do que um inferno, estava sorrindo sedutoramente para ela, sem nem saber que é era a mesma loba que ele tentou destruir há meses atrás. ― Alfa Nightshade. ― O Angenna curvou a cabeça de leve, enquanto Rogers foi mais formal, se curvando e mostrando seu respeito a mim. ― Não tive a satisfação de encontrará-lo para lhe dar os parabéns. Dei aquele merdinha o mesmo sorriso sedutor, entretanto, o meu
POV AbigailA mão gelada de Evangeline agarrando meu pulso com força me paralisou instantaneamente. Não deveria estar surpresa em vê-la na cerimônia, afinal ela estava se preparando para ser a Luna do Rafael, era obvio que, se ele estava lá, ela também estaria. Seus olhos passavam pelo meu corpo com desdém enquanto ela continuava a soltar suas farpas contra mim. Por um momento, a loba fraca e submissa de meses atrás voltou, encolhida em um canto, implorando para que não fosse ferida novamente. ― O que pensa que está fazendo, loba estúpida? ― A voz afiada e furiosa de Felix me fez despertar. Ele olhava para Evangeline com uma fúria assassina. Não parecia estar encenando como mais cedo, ele realmente estava furioso.Desrespeitar a Luna era o mesmo que desrespeitar o alfa, uma ofensa gravíssima que aprendi enquanto me preparava. Assim que Evangeline soltou meu braço, eu o puxei para o meu peito, me afastando o máximo que podia dela sem parecer que eu estava assustada. Assim que a visão
POV AbigailOs dedos de Felix trabalharam rápido, abrindo o colete e a camisa, expondo seu corpo. A pele estava tomada de cicatrizes claras, marcas antigas de sua vida de lutas. Seu cheiro era uma mistura de suor, colônia e algo apimentado, como baunilha e canela. As roupas de Felix caíram no chão e ele se manteve de pé diante da cama, me observando com atenção. Seu peito subia e descia com a respiração intensa. Me sentia segura com ele, pois confiava que cumpriria a promessa de não me tocar durante o nosso casamento. Felix se inclinou, apoiando as mãos na cama e aproximando o rosto do meu. Seus olhos âmbar queimando sobre a minha pele.― Apreciando a vista, loba? ― O sorriso de lado de Felix e o divertimento em sua voz me deixaram desnorteada por um momento. Virei meu rosto, já quente de vergonha por ser pega olhando demais.― Não entenda errado, só fui pega de surpresa. Por que está tirando a roupa afinal? ― Senti a respiração de Felix na base da minha orelha, arrepiando minha pele.
POV AbigailUma noite tranquila, como eu não tinha há muito tempo. Estava um pouco assustada em me deitar ao lado de Felix, mas também sabia que ele não tentaria nada contra a minha vontade. Depois de um banho e trocar de roupa, voltei para o quarto e ele já estava deitado, virado de costas par ao lado da cama onde eu dormiria. Peguei alguns travesseiros e fiz uma fronteira, dividindo nossos espaços. Felix se virou e olhou curioso para o meu trabalho.― Para que exatamente você está fazendo isso? ― Ele perguntou, pegando um dos travesseiros com curiosidade. Tomei o travesseiro e o coloquei no lugar.― Você já viu o seu tamanho? Não quero ser esmagada enquanto durmo. ― Felix gargalhou, a mão cobrindo os olhos. Ele afastou a franja da testa e me olhou sorrindo, mostrando seus dentes bracos e seus longos caninos.A marca em meu ombro pareceu queimar ao ver seus dentes e me senti constrangida por um momento. Felix olhou para mim, seu olhar se demorando em meu ombro. Ele estendeu a mão, pe
POV AbigailSons de passos e sussurros ecoavam pelo quarto. A luz suave atingindo meu rosto, incomodando meus olhos ainda fechados. Me virei na cama, cobrindo a cabeça com os lençóis. Passei a noite em claro, ouvindo o ressonar de Felix, que dormia em uma posição estranha do sofá, que parecia pequeno demais para seu grande corpo. Em certo momento da noite, o cobri com uma manta, pois estava fazendo um frio fora do normal.Não fazia ideia de que horas eram, mas estava irritada por ser acordada daquela maneira. Sentei na cama, esticando meus braços para cima e bocejando. Quando olhei ao redor, vi Felix na porta com Henrique. Eles falavam tão baixo que era impossível para mim entender uma palavra que fosse.Joguei as cobertas para o lado, chamando a atenção dos machos. Os olhos de ambos se arregalaram e imediatamente, Felix bateu com a porta na cara de Henrique. Me aproximei esfregando os olhos e tentando afastar meus cabelos do rosto. Não percebi que havia mais pessoas no quarto. Lobas
POV AbigailAinda achava muito estranha toda a ideia de conceber uma criança por meio de um potinho e seringas, mas ainda era melhor do que viver aqueles tormentos novamente. Sacudi as lembranças para longe enquanto o carro percorria as ruas agitadas de Duluth. Mesmo olhando pela janela, eu não conseguia focar em cada. Minha mente vagou pela noite anterior, como respondi as suas provocações e como ele reagiu quando o marquei.Toquei meus lábios com as pontas dos dedos, olhando o fraco reflexo no vido do carro. Felix já tinha me beijado, várias vezes, e nunca tive a reação como daquela manhã. Porém, ele nunca tinha me olhado daquela forma, com tanto desejo. Seus olhos… foi aquele olhar que assustou a minha loba e a fez lembrar daquela maldita noite. O mesmo olhar que Benjamin, Marcus e Jacob lançaram sobre mim.O carro parou em frente a um grande prédio branco. Não parecia um hospital ou coisa do tipo. Casais e mulheres sozinhas entravam e saiam pela porta principal. Abri a porta e cam
POV RafaelEstava frustrado. Além de tudo o que eu havia planejado ter dado errado, fui humilhado publicamente por aquele filho da puta. Sentado em minha mesa, com relatórios e mais relatórios espalhados por toda parte, tentei pensar em uma maneira de virar o jogo ao meu favor. Felix tinha muita experiência, jamais se deixaria enganar por emboscadas tolas. Sabia que precisava de algo grande, que elevasse a minha imagem perante os outros alfas da Aliança.O telefone em minha mesa começou a tocar, me deixando cada vez mais irritado. Peguei o aparelho, colocando o fone em meu ouvido e pronto para amaldiçoar quem estava me perturbando.― Como vai, Alfa Angenna? ― A voz suave do outro lado da linha me surpreendeu por um momento.― Quem está falando? ― Questionei irritado. Benjamin entrou com uma pasta nas mãos e mandei que ele esperasse. ― Apenas pessoas muito seletas possuem acesso a esse número. ― Bom, então eu acredito estar entre essas pessoas, meu alfa. ― A voz do outro lado parecia