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Capítulo 34: Não somos iguais
POV AbigailDiferente do que eu pensava, não fomos para a mansão, mas para a Hope Pharmacits. Felix estava em uma reunião com os acionistas, por isso fui levada para esperar por ele no escritório. Passando pela grande sala de vidro, vi Felix sentado na cabeceira da longa mesa, sua postura imponente, olhar feroz e expressão dura enquanto os homens sucumbiam a sua presença. Como se sentisse a minha presença, os olhos de Felix se voltaram na minha direção e, por um momento, um sorriso de lado surgiu, junto a um brilho de divertimento em seus olhos. Ninguém pareceu notar a mudança sutil em sua expressão. Parei de andar, acreditando que aquilo tivesse sido apenas a minha mente criando coisas.― Senhora. ― A mulher humana que trabalhava como recepcionista chamou a minha atenção. ― É por aqui. ― Ela indicou com a mão e continuei a segui-la pelos corredores.Conhecia bem aqueles corredores, afinal eu os percorria algumas vezes em minha forma lupina, acompanhando Felix, mas nunca fiquei muito
Capítulo 35: Pare de tremer!
POV AbigailNão queria levar sermão de Felix, então fiquei naquela sala por mais um tempo, pensando no rumo que daria para minha vida. Uma coisa era certa, mesmo se quisesse, não poderia voltar com a minha palavra em apoiar Felix como o alfa supremo. Cumpriria com o meu papel até o final, até que Felix decidisse o que faria após se tornar o alfa supremo.A porta se abriu e rapidamente me levantei, limpando meu rosto e arrumando minhas roupas. Já era ruim o suficiente ser humilhada por Felix, não precisava de mais pessoas como testemunhas da minha humilhação. A senhora de mais cedo surgiu, seus olhos assustados, até que ela me viu e suspirou, colocando sua mão sobre o peito.― Minha nossa. Senhora, eu a procurei por toda parte. ― Ela disse se aproximando. ― O senhor Nightshade está esperando pela senhora.Seguimos pelo corredor até o escritório do Felix. A senhora apenas abriu a porta, segurando a maçaneta para que eu entrasse e, assim que pode, fechou a porta. Olhei para Felix, que ol
Capítulo 36: Os olhos que me assombram
POV AbigailNão podia sair daquele lugar, se Marcus conseguisse me levar para qualquer lugar seria o meu fim. Puxei meu braço, o surpreendendo. Um sorriso macabro surgiu em seu rosto, transformando seu rosto em uma careta desfigurada entre lobo e humano. Os longos dentes de destacando em sua boca, um pequeno focinho no lugar do nariz enquanto pelos cresciam nas laterais de seu rosto. Uma mistura grosseira do seu lado humano e seu lobo.Sendo um caçador, Marcus tinha um controle excepcional sobre sua transformação, mas que não era usada unicamente para o benefício da alcateia. Há muito tempo, enquanto eu limpava as carcaças, ouvi de uma loba que já havia saído para as fronteiras com Marcus e os demais, que ele violentou uma humana, a deixando a beira da morte por fazer a exata mesma coisa que estava fazendo comigo naquele momento. Suas longas unhas rasgaram a carne da mulher e seus dentes dilaceraram sua carne como se não fosse nada.― Está se fazendo de difícil? Ótimo. Gosto quando mi
Capítulo 37: Preparação para o baile
POV AbigailMe apoiei nos cotovelos, observando de perto o lobo que dormia tranquilamente ao meu lado. Vendo seu rosto tão sereno o fazia parece muito mais jovem, sem contar que ele ficava mais bonito quando não estava sendo assustador ou um grande babaca. Afastei com cuidado uma mexa de cabelos brancos de sua testa, a única evidência de que Felix era um alfa no seu auge, com pouco mais de quarenta anos. Não havia nenhuma marca em seu rosto, nem mesmo uma pequena cicatriz, diferente de seu corpo. Meus olhos desceram até seu peito parcialmente exposto pela camisa desabotoada, pelos negros cobrindo uma pequena parte de sua pele. ― Uma pena… ― Pensei em voz alta estendendo minha mão e passando meu indicador suavemente pelo maxilar forte de Felix. ― Será que seria diferente se nos encontrássemos em outras circunstâncias? ― Questionei e então suspirei. ― Bem, não adianta ficar pensando nessas coisas.Levantei da cama e estiquei meus braços, sentindo meus músculos doloridos, como se eu ti
Capítulo 38: O papel de uma fêmea
POV AbigailNão fazia ideia do que Felix estava pensando me levando para aquele lugar. Quando estava sozinha, me mantive longe da área dos bordéis por razões obvias e agora o meu companheiro estava me levando até aquele lugar. Felix não se moveu, esperando que eu saísse do carro e pedindo que eu confiasse nele. ― Meu alfa, eu não posso entrar nesse lugar. ― Felix se ajoelhou ao lado do carro, seu olhar sereno e sorriso leve.― Confie em mim e nada acontecerá com você. ― Ele repetiu e segurou minha mão com gentileza. ― Você ficará bem, minha Lua. ― Seus lábios tocaram meus dedos, mas seus olhos não deixaram os meus.Engoli em seco e desci do carro. Felix segurando minha mão com firmeza até a porta principal, quando ele simplesmente me soltou e empurrou para dentro do grande salão. Olhei para trás apenas para ver as portas se fecharem lentamente. Corri até elas socando com toda a minha força a mareira escura com entalhes e detalhes em vermelho, rosnei alto, frustrada e furiosa.― Se ac
Capítulo 39: Olhe apenas para mim
POV AbigailO silêncio era esmagador, apenas a voz do homem no palco era ouvida por todo o salão escuro, as luzes sobre mim me impedia de ver corretamente a escuridão a minha frente. Placas subiam, uma após a outra, os números chegando a valores absurdos. Um objeto, era isso o que eu era. Uma bela boneca para ser usada por quem pagasse mais, era isso o que todas as lobas eram naquele mundo. Ergui meu queixo, mantendo meu orgulho intacto, mesmo naquela situação. Não seria mais aquela loba que rastejou e implorou, a loba fraca e tola que acreditava em sonho infantis. Sussurros cresceram na plateia. O locutor gaguejou por um momento com um largo sorriso em seu rosto e olhar vidrado em uma placa dourada no meio dos convidados.― Está certo disso, senhor? ― O locutor perguntou. Olhei com mais atenção e percebi, bem no centro da plateia, uma máscara de um lobo negro.Sentado em uma poltrona, destacado bem no centro do salão com as pernas cruzadas. O lobo sorria por debaixo da máscara, apro
Capítulo 40: Uma promessa inocente
POV AbigailSeu toque, mesmo suave, parecia me pressionar, tentando sobrepor a sua vontade a minha. Segurei sua mão, a mantendo sobre meu rosto e fechei meus olhos, permitindo que o calor de sua pele penetrasse meu ser, que se tornasse algo familiar para o meu corpo. Eu ainda sentia medo do toque dele, me sentia ansiosa de que tudo se repetisse, mas, mesmo com tudo isso, Felix era tudo o que eu tinha naquele momento. Meu único aliado, meu único apoio. Abri meus olhos e ele já não estava sorrindo, apenas me observava com atenção.― Não gosto de ser testado, loba. ― O tom sério de Feliz me fez vacilar por um momento. Minha mão tremeu, mas eu jamais me deixaria abater diante dele novamente.― Não estou te testando, meu alfa. ― Soltei sua mão e recostei no sofá. ― Quem sou eu para fazer algo assim? Só quero que minha loba se acostume com a sua presença.― Tanto faz. ― Felix jogou a caixa de primeiros socorros no meu colo e se levantou. ― Termine sozinha, vou falar com a Rosa. ― A porta ba
Capítulo 41 Afaste-se do que é meu
POV AbigailAquele seria um dos dias mais difíceis desde que me casei, pior até do que a noite anterior. Naquela manhã eu teria de encontrar com as matriarcas da alcateia, responsáveis por treinar as pretendentes a luna e ensinar a fina arte da procriação. Seria um verdadeiro pesadelo. Seguindo as orientações de Felix, eu deveria me vestir de forma que agradaria às senhoras mais importantes da alcateia Rivermoon. Eu nunca tinha visto uma luna, a companheira de Ragnar, mão do Rafael, morreu quando eu ainda era muito jovem. Diziam que ela ficou doente por muito tempo, reclusa em sua toca, até que a deusa a levou. Então decidi tomar como inspiração a personalidade gentil e amorosa da minha mãe, mas também acrescentei sua força e determinação. No final, eu estava andando pela alcateia com uma saia longa de tecido leve, uma bata branca com decote canoa que revelava os ombros e os cabelos presos no alto da minha cabeça.O salão das matriarcas era um lugar solene, apenas as mulheres mais ve