- Bom, dona... Não escutei o seu nome.
- É porque eu ainda não falei. Sou a Carmem.
- Bom, dona Carmem, a senhora pode ficar à vontade para estudar o arquivo. Pode ficar o tempo que achar necessário aqui. Eu já estou de saída, mas a senhora pode ficar. Quando a senhora acabar, pode deixar o arquivo aí em cima da mesa mesmo e deixar a chave da sala na recepção. Só vou pedir que a senhora tranque a sala assim que eu sair e quando a senhora sair tranque novamente, por favor. Tudo bem?
- Mas eu vou ficar aqui sozinha?
- S
Carmem se sentia frustrada e o por algumas horas o medo de ser descoberta havia passado, mas quando ela se viu em uma mesa completamente bagunçada, com vários arquivos e papéis espalhados, ela percebeu que precisaria colocar logo tudo no seu devido lugar. A assistente do diretor do hospital havia sim dito que ela poderia ficar lá o tempo que precisasse, e que a sala, inclusive, estava trancada, mas ela não tinha como ter certeza que outras pessoas não teriam uma cópia da chave e nem como saber em que momento poderia aparecer uma pessoa por lá. Ela não queria ter que se explicar e nem podia deixar que descobrissem quem ela realmente era. Até então ninguém havia pedido por uma identidade ou qualquer documento que provasse que ela era quem eles
Ela andou por alguns corredores e não é que o hospital fosse muito grande, pois não era, mas haviam muitas salas e muitas delas não era possível ver o que ou quem havia lá dentro. Lúcia poderia estar em qualquer uma daquelas salas. Carmem seguiu procurando por Lúcia, até que ela parou na frente do berçário. Lúcia estava lá dentro observando um dos bebês. Carmem parou bem em frente a ela. O berçário tinha aquele vidro enorme na frente, para que os pais ou acompanhantes pudessem ver os bebês que estavam lá dentro. Lúcia viu Carmem assim que ela chegou lá. Lúcia a viu antes mesmo de Carmem perceber que era ela quem estava lá dentro.Lúcia deu logo um sorriso meio torto, mas esta
Logo depois que Clara, a assistente do diretor saiu da frente do berçário e seguiu para a sala dela, Lúcia foi atrás de Carmem, mas não a encontrou mais.Lúcia passou o resto daquele dia mais longe do berçário. Geralmente ela ficava o dia inteiro naquela área, mas naquele dia ela resolveu ir para as alas onde haviam mulheres internadas, que haviam dado a luz ou que ainda iriam parir. Ela foi trocar os soros, verificar medicações e coisas que ela conseguia fazer sem que despertasse muita atenção de outras pessoas. Ela não quis correr o risco de Carmem ainda estar por ali e ver que ela ficava somente na área dos bebês. Ela queria mostrar serviço, mesmo que nem soubesse se Carmem estava ali ainda ou se estaria ali por
Logo depois que Clara, a assistente do diretor saiu da frente do berçário e seguiu para a sala dela, Lúcia foi atrás de Carmem, mas não a encontrou mais.Lúcia passou o resto daquele dia mais longe do berçário. Geralmente ela ficava o dia inteiro naquela área, mas naquele dia ela resolveu ir para as alas onde haviam mulheres internadas, que haviam dado a luz ou que ainda iriam parir. Ela foi trocar os soros, verificar medicações e coisas que ela conseguia fazer sem que despertasse muita atenção de outras pessoas. Ela não quis correr o risco de Carmem ainda estar por ali e ver que ela ficava somente na área dos bebês. Ela queria mostrar serviço, mesmo que nem soubesse se Carmem estava ali ainda ou se estaria ali por causa dela. Ela não gostava nem um pouco de correr riscos.Quando o horário de trabalho acabou, ela saiu olhando para todos os lados, como se estivesse sendo perseguida. Assim que teve certeza de que não havia ninguém atrás dela, ela pegou o celular e fez uma ligação.- Bic
No dia seguinte, Carmem optou por não ir ao hospital. Ela foi direto para a escola seguindo a sua rotina de todos os dias. Ela ainda não sabia o que Lúcia teria pensado quando a viu conversando com Clara, e isso estava fazendo com que ela se preocupasse e se não tivesse mais tanta certeza se voltaria a ir novamente no hospital. Havia muito para pensar porque qual seria a outra desculpa para ela voltar novamente lá...? Ela diria que estava fazendo visita a uma outra pessoa? Ela precisava pensar bem antes de voltar. Ela precisava estar preparada caso Lúcia fosse perguntar dela.Carmem foi fazer a vistoria que sempre fazia no colégio. Ela andava pelo colégio inteiro, observando se tudo estava no devido lugar e se certificando que todos os al
No final daquele mesmo dia, Carmem decidiu que tentaria ir ao hospital novamente. Ela disse para si mesma que talvez ela estivesse exagerando e que Lúcia, talvez, poderia não ter notado nada ou que não fosse nada tão grave quanto ela estava pensando.- Eu ainda preciso ter certeza de que Lúcia realmente não trabalha naquele lugar. Posso ter deixado passar algo. - Carmem pensou em voz alta.Carmem saiu um pouco mais tarde da escola e acabou chegando no hospital um pouco depois das 19 horas. Ela esperava que ainda pudesse encontrar Clara na sala dela, mas quando chegou lá ela encontrou a porta fechada. Mas não estava conformada e resolveu ligar para Clara, já
No mesmo instante Carmem sentiu seu corpo inteiro gelar. Foi como se ela tivesse parado até de respirar. Ela demorou alguns segundos para responder, mas sabia que precisava ser rápida.- Não, não. Vim visitar aquela minha amiga que teve bebê. A Clara não está mais aí.- Ah sim. É verdade, ela costuma sair mais cedo do hospital. Mas você conhece ela de onde mesmo? Vi vocês conversando naquele dia e até me surpreendi, porque a Clara quase não fala com ninguém.- É... Eu conheço a C
- Talvez ela tenha se atrasado, Ana. Talvez seja só isso.- Talvez, Davi. Mas isso é muito estranho. Eu estou muito preocupada com ela. O celular dela continua dando como desligado?- Vou tentar ligar mais uma vez.Davi ligou, mas o celular continuou a dar desligado.- Davi, a gente precisa saber se ela está bem. A secretária dela já chegou?- Não sei. Talvez já esteja no refeitório.
Último capítulo