A tentação do chefe
A tentação do chefe
Por: Meiry Oliveira
Prólogo

CLAIRE

Com minhas mãos firmemente plantadas na cintura, olhei para a agitação acontecendo abaixo de mim. O interior de Florença foi projetado de tal forma que era possível supervisionar cada ação dos trabalhadores ficando em pé em uma plataforma elevada com trilhos plantados nas bordas para evitar que alguém caísse e abraçasse a morte.

— Aproveitando a vista? — A voz profunda de Evan falou atrás de mim e eu me virei bruscamente para ele, meu olhar caiu sobre seus olhos, hipnotizantes como sempre, seu terno perfeitamente ajustado e sua gravata azul turquesa perfeitamente atada.

— Sim, estou. A beleza de Florença é inigualável. — Lutei para manter a conversa formal.

Ele estudou meu rosto por um tempo antes de concordar, como se tivesse descoberto algo mais escondido em meu rosto.

— Sim, a beleza de Florença é incomparável.

Deu a entender pelo modo como seus olhos se fixaram em mim que ele não estava realmente se referindo à estrutura que eu estava encarando, mas a mim. Eu me abstive de comentar sobre "a beleza inigualável de Florença".

— Acho que tudo isso será demais para eu lidar... Não acho...

— Claire, não tem problema ter suas inibições, mas um empresário de sucesso não tem medo do que está por vir, ele apenas enfrenta com determinação, mesmo que a situação pareça insustentável no início. — Evan cruzou os braços, inclinando-se levemente contra o corrimão, sua postura relaxada contrastava com a seriedade de suas palavras.

Eu respirei fundo, tentando absorver sua confiança como se fosse um elixir.

— Você faz parecer tão simples. Mas acredite, não é. Há muito em jogo, e eu… Eu não sei se estou pronta.

Evan arqueou uma sobrancelha, uma expressão de ceticismo misturada com encorajamento aparecendo em seu rosto.

— Claire, ninguém nasce pronto para fazer grandes coisas. A diferença está em quem decide dar o primeiro passo.

Houve um momento de silêncio entre nós. O som no andar abaixo continuou, mas de onde estávamos, parecia que o mundo havia parado, esperando minha decisão.

— E se eu falhar? — Minha voz saiu mais baixa do que eu pretendia, quase um sussurro.

Ele se moveu um pouco mais, com sua presença preenchendo o espaço ao meu redor.

— Então, você aprende e tenta novamente. O verdadeiro fracasso é nunca tentar.

Seus olhos capturaram os meus, e por um instante, senti como se ele pudesse ver além de mim.

— Sabe, Claire… — Evan inclinou a cabeça na minha direção, um pequeno sorriso surgindo em seus lábios. — Florença não precisa de perfeição. Precisa de visão. E você tem isso.

Minhas mãos instintivamente apertaram o corrimão ao meu lado. Suas palavras eram um bálsamo, mas também uma pressão sutil para assumir o que parecia ser um fardo insuportável.

— Talvez você tenha razão. — Minha voz é tão hesitante, mas firme o suficiente para indicar que eu estava começando a acreditar.

Ele deu um passo para trás, permitindo que eu recuperasse meu espaço.

—Talvez? Não, Claire. Eu sempre tenho razão.

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