Irina PetrovaO sol começava a aquecer o jardim da mansão, lançando raios de luz dourada sobre as flores e arbustos bem cuidados. As risadas suaves de Caleb ecoavam pelo espaço ao ar livre, um som que se tornara raro nos últimos dias. Eu o observava de uma distância segura, maravilhada com sua recuperação.Caleb, agora mais ativo e sorridente, brincava com um pequeno carrinho de madeira, suas mãos movimentando-o com entusiasmo. Seu olhar brilhava com um misto de curiosidade e felicidade, e era impossível não sentir um alívio ao vê-lo tão bem.“Viu isso, Irina?” ele exclamou, balançando o carrinho. “Olha como ele corre rápido!”Sorrindo, me aproximei dele, meu coração se aquecendo ao ver o progresso dele. “Está indo muito bem, Caleb. Estou impressionada com a sua recuperação.”Ele sorriu para mim, os olhos radiantes. “Eu estou tentando ficar cada vez melhor para poder correr e brincar mais.”Enquanto eu observava Caleb brincar, o som de passos firmes e regulares me fez virar. Os segura
Maxim Volcov.Os homens discutiam estratégias e problemas com um fervor contido, suas vozes ocasionalmente elevando-se em um misto de frustração e força. Um deles, um homem corpulento com uma cicatriz no rosto, apontava para um gráfico em uma tela projetada na parede. “Precisamos reavaliar nossas rotas de distribuição. O último carregamento foi atrasado e isso pode afetar nossa operação em larga escala.”Com um gesto impassível, eu peguei um copo d'água e o coloquei sobre a mesa, ouvindo as discussões enquanto meus pensamentos se mantinham centrados na tarefa à frente. Meus dedos tamborilavam na superfície da mesa, o som ocasional de meu toque sendo a única pista de minha concentração interna.“Precisamos garantir que o próximo carregamento esteja livre de problemas,” eu disse, minha voz grave e autoritária cortando o burburinho. “Qualquer falha pode comprometer toda a operação.”O efeito da minha declaração foi imediato; os homens ao redor da mesa trocaram olhares sérios e assentiram
Maxim Volcov.Retornei à mansão no final de uma tarde nublada, meu semblante cansado mas resoluto. Fui recebido por um ambiente familiar, mas algo estava diferente. A presença de Anastácia parecia impositiva, sua atitude casual contrastando com a seriedade que eu carregava.Ao entrar, notei Anastácia conversando animadamente com Irina no jardim. O contraste entre a animação de Anastácia e a expressão calma de Irina era notável. Anastácia claramente tentava se aproximar de mim.Irina se levantou quando me aproximei, seus olhos iluminando-se ao me ver. “Maxim, você está de volta. Como foi sua viagem?”Sorrindo levemente para ela, senti um alívio ao ver seu rosto familiar. “Foi cansativa, mas consegui resolver o que precisava.”Anastácia observou a interação com um olhar crítico, seu sorriso se estreitando. “Então, Maxim, já encontrou o que procurava?”Fiz uma expressão neutra e, sem responder diretamente, me voltei para Irina. “Eu preciso de um momento para descansar. Vamos conversar ma
Irina Petrova.Anastácia inclinou-se para frente, seu tom de voz carregado de interesse. “Mudanças? O que está acontecendo exatamente? Deve ser um período agitado para todos aqui.”Senti a necessidade de manter a conversa superficial, evitando entrar em detalhes que pudessem revelar mais do que o necessário. “Sim, as coisas estão um pouco turbulentas. Mas estamos lidando com isso.”A conversa com Anastácia parecia estar em um constante jogo de aparências. Eu me sentia como se estivesse navegando em um campo minado, tentando não revelar demais. Quando Maxim entrou na cozinha, sua presença trouxe um alívio momentâneo.“Maxim,” eu disse, voltando-me para ele com um sorriso genuíno. “Bom te ver. Como foi o seu dia?”Maxim fez um gesto de cumprimento e tomou um café. “Foi intenso. Estamos no meio de algumas negociações importantes e ainda há muito trabalho a ser feito.”Anastácia, sempre pronta para participar, interveio. “Parece que todos estão correndo contra o tempo. Eu estava apenas per
Maxim VolcovConsegui arrastar Anastácia para fora da mansão. Eu sentia a raiva pulsando sob minha pele, mas mantive meu rosto impassível, controlado. Anastácia, no entanto, estava longe de se acalmar. Assim que a porta se fechou atrás de nós, ela puxou o braço de minha mão com um movimento brusco, virando-se para mim com olhos ardendo de indignação.“Por causa daquela pirralha, Maxim? Você realmente vai me jogar fora assim?” As palavras saíram dela como um chicote, carregadas de ressentimento. A fúria fazia sua voz tremer, mas eu sabia que por trás da raiva havia algo mais. Algo mais profundo e doloroso. “Eu sou uma mulher de verdade, Maxim, e você está me trocando por uma criança!”Permaneci onde estava, meus olhos fixos nela, deixando que suas palavras fossem absorvidas pelo silêncio ao nosso redor. Não havia mais nada a dizer. O que tínhamos ficou enterrado no passado, uma relíquia de um tempo que eu já não desejava revisitar. Anastácia, por mais que quisesse, não podia voltar no
Maxim VolcovO silêncio que se seguiu ao diálogo com Irina parecia predominar na mansão. Mesmo as sombras nas paredes pareciam mais densas, mais pesadas. Eu estava sentado na poltrona do meu escritório, os dedos tamborilando levemente no braço de couro, enquanto minha mente girava em torno das palavras de Anastácia. Eu sabia que ela não era do tipo que aceitava a derrota facilmente. Havia uma última carta que ela estava segurando, e minha intuição me dizia que ela não tardaria em jogá-la.Irina estava no andar de cima, provavelmente tentando processar tudo o que havia acontecido ou dando atenção ao seu irmão. Mas meu instinto protetor não me permitia relaxar. Eu sabia que a tranquilidade era apenas temporária, o prelúdio de algo maior. Algo estava prestes a desmoronar, e eu precisava estar preparado.Levei uma das mãos ao cabelo, imerso em pensamentos. A sensação áspera dos fios entre meus dedos parecia me ancorar à realidade, trazendo-me de volta ao presente. Eu precisava agir, não p
Maxim Volcov.O plano começou a tomar forma em minha mente, cada detalhe se encaixando com precisão. “Vamos cercá-los. Separamos as peças antes que possam se unir. Patrick, você cuida da vigilância, não podemos perder nenhum movimento. Vou lidar diretamente com Anastácia.”Os olhos de Patrick se estreitaram. “E quanto a Irina? Você sabe que tudo isso é ciúmes, se Anastácia souber que estamos nos movendo contra ela, pode tentar usá-la como isca.”A simples menção disso fez meu sangue gelar, mas eu sabia que ele tinha razão. “Não se preocupe, eu vou protegê-la. Não importa o que seja necessário, Irina não será tocada.”Patrick acenou com a cabeça, e eu vi a confiança em seus olhos. “Vamos garantir isso, Pakran.”Eu sabia que as próximas horas seriam cruciais. Anastácia havia declarado guerra, e eu estava determinado a ser aquele que a encerraria. Mas a luta que se aproximava não era apenas por poder ou controle, era por algo muito maior. Por Irina, por nós, e pelo futuro que eu me recus
Maxim Volcov.Eu me aproximei lentamente, o piso de madeira rangendo sob meus pés. “Irina,” minha voz soou baixa, mas o suficiente para tirá-la de seus pensamentos. Ela se sobressaltou e ergueu o olhar, seus olhos brilhando com uma mistura de alívio e preocupação.“Maxim,” ela respondeu, sua voz suave, mas carregada de uma inquietação que ela tentava esconder. Fechei a distância entre nós, parando ao lado da poltrona e olhando para o fogo crepitante na lareira. A luz laranja dançava nas paredes, criando sombras que pareciam ganhar vida própria.“Precisamos conversar,” eu disse finalmente, sentindo o peso das palavras enquanto as pronunciava. “Sobre Anastácia, sobre o que está por vir.” Eu sabia que não podia mais manter Irina no escuro. Ela precisava estar ciente dos riscos, por mais que isso me matasse por dentro.Ela assentiu lentamente, fechando o livro e colocando-o de lado. “Eu sei que algo está acontecendo, Maxim. Não preciso que me diga tudo, mas… eu preciso saber como posso aj