Leon O dia de ir ao Brasil finalmente chegou, Ofélia arrumou nossas malas. Dois dias antes, pedi que arrumassem a minha casa no Rio e deixassem tudo pronto para nos receberem. Carla quase nos fez perder o voo pela demora em arrumar suas coisas. — Finalmente Lana. — Guardei a moeda na mala e a caixa com o anel de noivado. Fomos para o aeroporto, eu me sentia como um criminoso que acabara de receber sua liberdade depois de muitos anos. Não me sinto um monstro quando as pessoas me olham, fiz questão de pegarmos um voo comercial. Horas depois, chegamos ao aeroporto Santos Dumont… pegamos as bagagens, o motorista que contratei já nos esperava na frente do carro e pegou as malas acomodando-as. — Seja bem-vindo, senhor Leon. — Obrigado! Fomos direto para minha mansão, sequer teremos tempo de descansar, pois cheguei horas antes da festa da empresa. — Já estou de volta Alberto! — Não sabe como fico feliz em saber que tudo está bem e você se recuperou. — Tem certeza de que Osvaldo não
Kamila procurava por Lana, que havia desaparecido na festa. Ela não estava disposta a ser convencida a não procurar por sua amiga, apesar da confiança de Henrique. — Com licença! — Kamila passou pelo homem belo Leon e por Carla, indo em direção à parte de fora da festa. Lá, encontrou o doutor Alberto, o que foi uma grande surpresa. — Oi, doutor. Na verdade, eu tinha vindo com uma amiga que trabalha para a empresa. Mas ela foi embora de repente e me deixou aqui… sozinha. — Você não está mais sozinha, Kamila, sua amiga deve ter ido apenas dar uma volta. Se quiser, podemos procurar por ela. — Não quero estragar a festa do senhor. Ele sorriu e a levou para a parte externa da festa. — Sua amiga não disse se tinha alguma intenção de sair da festa antes? — Perguntou ele. Kamila suspirou e respondeu: — Na verdade, ela ficou muito assustada quando viu aquele tal Leon Versalles, irmão do dono daqui. A expressão do doutor Alberto mudou ao ouvir o nome. — E como se chama sua amiga? — L
Osvaldo trouxe Carla de volta para a casa de Leon, ela tinha que se manter perto dele o tempo todo.— Já sabe o que tem que fazer, vá para a cama com ele e engravide. Acima de tudo, o convença a voltar para a Itália ou Portugal!— Farei tudo o que eu puder! — Carla passou a mão na coxa dele, Osvaldo sorriu e ela tentou dar um beijo em sua boca, mas foi afastada de seu rosto por um puxão de cabelo.— Mantenha o foco, quem sabe um dia você tenha essa honra.Osvaldo a soltou, Carla saiu daquele carro furiosa. Entrou na casa, havia algumas coisas jogadas pelo chão, ela pensou que Leon havia tido um ataque de fúria, por causa do encontro com Lana. Passou pelo quarto dele, a porta estava entreaberta... Leon estava deitado na cama e ao seu lado havia uma garrafa de whisky vazia e outra pela metade. Carla retirou seus sapatos, camisa e a calça, passou a mão pelo peito dele e observava como a cicatriz no braço e na mão estava bem menos repulsiva para ela do que antes. Tirou toda sua roupa e se
Alberto havia descoberto o endereço de Lana e, ao chegar à mansão de Leon, percebeu que ele estava ainda mais furioso do que antes.— Leon, acho que você e Lana precisam conversar. — Alberto sugeriu.— Se veio aqui para falar dela, está perdendo o seu tempo. Nós não temos nada além de uma relação de trabalho, sim, porque eu estarei na empresa na segunda-feira para reaver o meu lugar como presidente! — respondeu Leon com determinação.— Osvaldo não vai entregar a vaga assim tão facilmente, vai precisar de paciência para conquistar a confiança dos acionistas. Lembre-se de que ser herdeiro não te garante a presidência da Golden se você não tiver a maioria dos votos.— Isso eu irei conseguir, mas quero poder cuidar pessoalmente dos meus negócios e disso eu sei que tenho direito.— Claro que tem, Leon, só não quero acreditar que isso só esteja acontecendo porque você quer estar perto de Lana.— Ela é uma pessoa irrelevante, tanto que… decidi assumir um compromisso com Carla.— Sua prima? —
Lana Fiquei com a frase da minha mãe na mente, Kamila chegou e havíamos combinado de hidratarmos os cabelos.— Como estão as coisas no seu trabalho? — Eu perguntei passando um creme pelas mechas.— Tudo vai bem, mas ainda gostaria de saber o que te fez sair daquele jeito da festa Lana.— Eu descobri que Henrique é irmão de Leon, esse homem fez parte do meu passado recente e acho que não devo te contar nada, pelo menos não agora.— Alberto me falou que te conhece ontem, você e ele... — Kamila conhece o doutor Alberto.— O advogado que te contratou para cuidar dos filhos dele, se chama Alberto?— Sim, Lana, ele queria me trazer aqui e tenho certeza que isso era uma desculpa para saber onde você mora.— Isso não importa mais, Kamila, quem eu não queria que soubesse, já descobriu!— Você está fugindo daquele homem bonito, o tal Leon, não precisa me dizer o motivo se não quiser, mas acho que está se arriscando ao permanecer na empresa.— Minha mãe precisa seguir com o tratamento, larguei
LeonO final de semana passou muito lentamente, Carla o tempo inteiro tentando forçar situações e até mesmo me colocar contra Ofélia por coisas simples do dia a dia. A segunda-feira finalmente chegou e com ela, a certeza de que eu veria Lana mais uma vez. Tomei um café da manhã bem rapidamente.— Eu posso ir com você? — Carla perguntou limpando os lábios com o guardanapo.— O que quer fazer na empresa?— Quero ver como estão as coisas por lá Leon, ficar aqui o tempo todo me deixa entediada.Pensando bem, acho que uma visita dela pode ser oportuna, mas não hoje.— Hoje não, Osvaldo e eu iremos conversar longamente e Alberto irá analisar alguns documentos.— Por favor, não seja cruel...— Não insista Carla!LanaEu não consegui dormir, Leon disse que irá até a empresa. A possibilidade de vê-lo de novo me deixa com medo e com esperança ao mesmo tempo. Eu não toquei no bolo que minha mãe havia feito...— Não fique nervosa filha!— Vou ficar bem mãezinha.Me arrumei como sempre, desde que
Lana Fiquei um tempo procurando os arquivos que ele me pediu, por mais que eu quisesse demorar muito ali… sei que se eu fizer isso, ele será ainda mais rude comigo. Saí com as pastas nas mãos bem a tempo de ouvir os comentários de duas secretárias. — Você já viu que o bonitão irmão do senhor Osvaldo está aqui? — Sim, quem me dera ser secretária dele ou quem sabe assessora particular, como aquela safada que cuida dos assuntos do presidente. Senti vontade de matar as duas, mas isso não me ajudaria em nada naquele instante. Esperei as duas saírem e fui até a sala doze, bati na porta. — Entre! Entrei, ele se levantou e foi até a porta que eu havia deixado entreaberta. Ouvi ele virar a chave. — Por que trancou a porta? — Perguntei colocando as pastas sobre a mesa. — Para ficarmos mais à vontade. — Não confunda as coisas Leon, aqui eu sou funcionária da empresa e não sua! — Mas eu sou dono da empresa e isso me torna seu patrão. — Ele gritou. — Não estou me negando a cumprir suas o
Rafael e Ana Cláudia estavam cada dia mais próximos, e ele queria algo sério com ela. No entanto, Ana achava melhor que, pelo menos até o nascimento de seu filho e encontrar um lugar definitivo para ficar, eles mantivessem a amizade, mesmo que compartilhassem a mesma cama e muitos momentos de prazer.— Trouxe o jornal de hoje, como você está, Ana? — Perguntou Rafael, entregando o jornal a ela. Como de costume, Ana abriu na sessão de classificados. Mesmo estando grávida, ela ainda buscava oportunidades de trabalho.Rafael se sentou ao lado dela, colocou os pés de Ana sobre seu colo e começou a massageá-los.— Melhor agora com suas mãos incríveis.— Me sinto ofendido quando te vejo procurar trabalho diariamente nesses anúncios.— Por favor, Rafael, nós já falamos tantas vezes sobre esse assunto, eu não sou ingrata. Devo muito a você, minha vida e a do filho que estou esperando... seus cuidados, carinho e amor. Mas eu preciso trabalhar e conseguir um lugar para morar.— Você não está aqu