Capítulo 3

Michael Beckham

Não tenho como escapar da dor que senti ao me afastar do meu irmão daquele jeito, mas se não fosse pela Yven, ou pelo meu próprio casamento a alguns meses atrás, sem dúvida, eu estaria sofrendo muito até hoje.

Sempre que eu ficava sozinho, ficava pensando no que motivou meu irmão a fazer aquilo comigo, com a família que eu estava ganhando e até mesmo com os nossos pais.

Não posso dizer que não me sinto traído por ele, mas estou muito aliviado que sua recuperação tenha sido positiva apesar de quase morrer.

Foi muito difícil dizer a ele que preciso de um tempo para perdoá-lo, pois só pelo fato de vê-lo respirando, para mim já é uma grande bênção, mas com certeza aqueles dias terríveis irão passar em minhas memórias por um tempo e não sei se isso quer dizer que eu não o perdoei realmente, em minhas lembranças, tudo volta como uma neblina dolorosa.

Gregori me ligando desesperado.

Eu e a Yven tentando escapar por entre os corredores.

Yven segurando em minha camisa antes do tiro.

O meu desespero quando falei que a amava.

Entrei na Suv sentindo lágrimas em meus olhos, aquelas lembranças ainda me abalam profundamente e secando os vestígios, entrei no carro e consegui respirar fundo.

—  Falou com ele?

Levantei meu rosto e vi Gregori perguntar através do retrovisor, e confirmando, murmurei:

—  Falei, mas não foi o suficiente.

E confirmando com um gesto, Gregori responde.

—  Tudo isso vai passar, rapaz, fique tranquilo.

Eu confirmei com um aceno, enquanto olhava nosso carro se afastar do hospital, do meu irmão.

Lembro-me dos dias em que Yven esteve ao meu lado depois que nos casamos, nos momentos em que minhas lembranças me atormentavam com todas as forças, no momento em que eu lembrava exatamente quando pensei que fosse morrer nos braços da mulher que amo.

Sem dúvida, se não fosse pelo seu apoio, paciência e carinho, com certeza não estaria como estou hoje, psicologicamente. 

Logo que cheguei em casa, fui recepcionado pela minha linda esposa, com um largo sorriso em seu rosto, ela me abraçou e me deu um beijo, enquanto a envolvi em meus braços e a puxei para mim, enfiando meu rosto entre seu pescoço e cabelos. 

—  Amor.

Ela murmurou quando demorei mais tempo que o normal naquela posição.

—  Como foi?

Eu soltei um suspiro, sentindo que com ela eu poderia me abrir totalmente, sabendo que ela não me julgaria.

—  Ele pediu perdão.

Me puxando para o sofá, Yven se acomodou ao meu lado e segurou em minha mão.

—  E como foi? O que você sentiu?

Eu abaixei meu rosto para minhas mãos e respondi.

—  Não fiz o certo, mas fiz o que eu achei necessário naquele momento.

Confirmando com a cabeça, Yven se aproxima de mim, levanta meu rosto em sua direção e responde.

—  Eu não sei como é ter um irmão, mas eu sei que pelo amor que une você e sua família, com certeza tudo isso será deixado para trás, espere um tempo.

Eu confirmei com a cabeça e puxei minha esposa para meus braços e a abracei, grato por tê-la em minha vida, Yven havia se tornado tão necessária para mim, como se fosse meu ar e saber que tenho seu apoio, torna tudo mais fácil.

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