Marcelly Bennet
Seu rosto estava mais másculo, sua pele bronzeada, seu queixo mais anguloso, seus lábios estavam rosados como antes, e pareciam mais hidratados, me fazendo concentrar um pouco mais minha atenção naquela parte, seus braços estavam mais musculosos sob a camisa polo preta, deixando seus ombros largos a mostra, junto de sua calça social na mesma cor e sapatos Gucci, em seu pescoço, brilhava um cordão prateado, que me fez soltar um suspiro.
Ah, merda!
A verdade é que ele estava parecendo um modelo de capa de revista e algo se rebelou dentro de mim, de uma forma que foi difícil ignorar, mas tentando voltar ao foco, engoli em seco quando o ouvi perguntar.
— Como você está? Soube que Heitan está preso, você… está com ele?
Nesse momento, senti um calafrio percorrer minha espinha ao lembrar daquele homem asqueroso, depois que Heitan foi preso, dei depoimentos de tudo o que eu vi e descobri sobre suas tramoias, e por isso ele está preso até hoje, ele fez muita merda, e estava envolvido com vários delitos e crimes pesados.
— Eu… na verdade, não.
Os olhos de Anthony brilharam por algum motivo desconhecido, e eu enfiei a mão no bolso do meu Jeans nervosa por estar de frente com Anthony depois de tanto tempo e ele então continuou a falar, me chamando total atenção.
— Vou ficar esse mês em New York poderíamos tomar um café ou sair para jantar um dia desses.
Ele levantou a mão e disse, sorrindo.
— Sem forçar a barra, queria saber o que aconteceu depois da minha quase partida.
Eu sorri com sua brincadeira.
Ao lembrar que uma semana depois que Yven disse que ele iria para Itália, fui ao hospital vê-lo e me informaram que ele já havia sido liberado a 2 dias, presumi que ele já havia ido para Itália e depois daquilo, nunca mais procurei saber dele.
— Podemos marcar sim, me dê seu telefone.
Estendi a mão para ele me entregar seu aparelho, Anthony semicerrou os olhos em minha direção e sorriu, entregando seu aparelho e enquanto digitava o número, murmurei numa provocação.
— Não se preocupe, não vou xeretar seus contatinhos.
Gargalhando, Anthony respondeu tranquilamente, enfiando sua mão no bolso de uma forma bem casual, mas que me fez apreciá-lo mais do que deveria, meus sinais de alerta estavam todos apontando Anthony como um perigo deliciosamente desconhecido.
— Fique à vontade, vai encontrar somente coisas sobre trabalho.
Eu arqueei uma sobrancelha em sua direção, e murmurei.
— Nossa, que ocupado!
Comecei a rir, quando salvei meu contato e Anthony me deu um sorriso de lado e respondeu.
— Você se surpreenderia.
Engolindo um sorrisinho bobo que ameaçava surgir em meus lábios, devolvi o celular e murmurei.
— Só me ligar.
Olhando-o nos olhos, vi que Anthony também estava me analisando demais e vi que ainda tínhamos aquela mesma conexão, mesmo depois de muito tempo e sorrindo, ele confirmou com uma mordida nos lábios e disse.
— Obrigado, agora… Ele olhou para a estrada, abaixou a cabeça e parou alguns segundos como se estivesse pensando em algo, mas depois me encarou e disse: — Preciso ir, até mais.
Ele saiu andando, me deixando com o coração acelerado de uma forma que nunca aconteceu, na verdade, só ele me deixa num estado diferente, não sei explicar.
Enquanto vejo ele se afastar, me vejo perdida em minhas próprias conclusões, ele realmente parece diferente, mais saudável, mais maduro, mais bonito.
Deus, o que é isso?
Porque eu tenho que ter quedas por homens bandidos. Por quê?
Saí andando para o lado oposto de Anthony, sentindo meu peito apertar, sabendo que todo tipo de atração que existe por um homem que vive de um jeito errado, acaba em problemas.
Essas coisas me atraem de um jeito fora do normal, literalmente o proibido parece ser mais gostoso.
E me repreendendo, tento afastar todos os pensamentos que envolvem Anthony, pois não posso viver o que minha mãe viveu, com certeza, me relacionar com alguém como ele, é como pedir para relembrar o passado, e não posso sofrer o que ela sofreu.
Me nego a reviver tudo aquilo novamente.
Anthony Beckham Depois que recebi uma segunda chance de viver, eu apenas agradeci a Deus, e na verdade agradeço até hoje, sabe aquela pessoa que fica muito tempo sem beber água?! Eu fiquei nesse estado quando saí do hospital. Eufórico para viver de verdade, após me recuperar 100%. Pela primeira vez na vida, senti vontade de fazer uma academia, de praticar esportes, de experimentar culinárias diferentes, de viajar, de trabalhar, de estudar e finalmente fazer tudo diferente do que eu fazia antes, isso inclui os serviços comunitários que irei prestar por tempo indeterminado, para pagar pelos atos de cumplicidade com Heitan e Laura. Tudo isso, estava sendo uma novidade para mim, e posso dizer que para minha família também, apesar de não falar com eles desde que vim para cá, sei que às vezes meu tio mantém contato com eles. Apesar de não tocar no assunto, meu tio disse que eles perguntam se estou fazendo coisas novas e cumprindo o que foi decretado, e ele concorda, mas nunca em detalh
Anthony Beckham Hoje, sou um homem bem caseiro, acho normal a vida que estou levando, estou me sustentando, sustentando minha casa e vivo muito bem sem o dinheiro dos meus pais. Em pensar nos meus pais, me dei conta da falta que sinto deles, vai fazer um ano que vim para a Itália, onde me desliguei de tudo e de todos, isso funcionou como uma limpeza mental, mostrando de verdade quem era importante, quem realmente se preocupava comigo. Quando cumprir um ano de trabalho comunitário, o juiz decidirá se mereço ser liberado ou se devo prosseguir, e apesar de adiar alguns compromissos, não iria achar ruim se tivesse que continuar cuidando das crianças, mas a decisão não cabe a mim, por isso, fico apenas aguardando o advogado entrar em contato comigo. Pretendo retornar a New York para resolver algumas coisas pendentes, depois tenho que voltar para cá para continuar estudando e esse período perto da minha família irá me fazer bem, na medida do possível, depois que recebi a notícia que est
Anthony Beckham Seus olhos me encontram e novamente as lembranças do que eu fiz me atingiram em cheio e meus olhos lacrimejaram, não tenho como fugir, eu tenho que pedir perdão ao meu irmão novamente, preciso tentar, preciso tirar essa dor insuportável que levo comigo por conta das merdas que fiz. À medida que Michael se aproximava, um medo irracional me dominou e automaticamente enrijeci o corpo temendo o que iria acontecer quando ele se colocasse à minha frente. — Anthony. Michael murmurou na porta, a alguns metros de onde eu e meu pai estávamos e eu logo fiquei de pé e o encarei atento a qualquer coisa que poderia vir em seguida, pois sua voz não denunciou nada. Não havia raiva, muito menos preocupação. — Michael. Nesse instante, ele se aproximou de mim rapidamente, internamente, me vejo com medo de sua reação, mas me pegando totalmente de surpresa, ele me abraçou, não sei explicar a sensação, mas senti um conforto tão grande em ser abraçado por ele, que eu o apertei em meu
Marcelly Benett Já se passou uma semana desde que vi Anthony pela última vez, não consegui conversar com a Yven porque estou me preparando para minha missão, estou treinando pesado para isso e o resultado é chegar em casa, comer e dormir, depois de um longo banho relaxante.Eu já sabia que meus dias antes da missão seriam desse jeito, por isso assisti toda a série da Netflix, isso é sagrado para mim, preciso relaxar um pouco antes de iniciar qualquer missão.O dia foi puxado, estou exausta e já estou deitada ansiando por uma noite de sono, fechando meus olhos, coloquei um travesseiro macio entre minhas pernas e relaxei até cair no sono.Acordei assustada no meio da noite.Ouço alguns ruídos na sala de visitas e calçando minhas pantufas de unicórnio, decidi investigar a procedência dos barulhos, meus cabelos estão presos em uma trança longa que desce pelas costas e por isso não me atrapalho para vestir meu casaco rosa, assim que abri a porta, encontrei a escadaria e desci degrau por d
Anthony Beckham Depois de passar a tarde com meus pais, aluguei um apartamento para mim, pois preciso de privacidade, na verdade, isso se tornou muito importante para mim, foi o que fez eu repensar o meu modo de viver, fez eu perder aqueles pensamentos egocêntricos de que as pessoas me deviam atenção por eu ter sofrido na vida e todo aquele mi-mi-mi. Viver sozinho hoje em dia faz parte de mim, sofri muito para conquistar tudo o que tenho hoje, e quando me refiro a “hoje” quero resumir somente ao ano em que cai na real e passei a viver uma vida digna. Fechei meus olhos quando relaxei minha cabeça no encosto do sofá e me perdi em lembranças de 1 ano atrás, quando ainda estava em processo de recuperação, e não digo fisicamente, mas psicologicamente. Foi o momento mais difícil para mim, precisei me autoconhecer profundamente para que eu conseguisse evoluir e amadurecer como pessoa. — Tio, por que preciso fazer isso? Acabei de receber alta hospitalar. O negócio foi sério. Resmungue
Anthony Beckahm Borrifando meu perfume, passei os dedos por entre meus cabelos novamente, e assim decidi mandar uma última mensagem para Marcelly pedindo seu endereço. Não demorou muito para chegar ao local marcado, estava nervoso quando estacionei o carro no acostamento e tudo piorou quando eu a vi, em seus lábios volumosos estava um sorriso brilhante, daqueles que chegam aos olhos, ela caminhava com segurança, uma segurança que eu nunca havia notado antes e estava muito relaxada também, como se estivesse diante de alguém que ela conhecesse a muito tempo. Marcelly estava diferente daquela garota que conheci, olhando-a aqui em minha frente, vejo uma mulher empoderada e dona de si, com seu brilho próprio, em seus olhos, existe um brilho que deixa marcado toda força que ela tem, e mais uma vez eu me vejo nervoso, pois não havia notado antes todo esse poder que Marcelly tem, sem falar da beleza angelical dela, seu rosto delicado, olhos claros, com longos cílios, nariz pequeno e um
Anthony Beckham Ela confirmou com a cabeça e continuou me olhando de forma curiosa e eu apenas olhei para ela com a sobrancelha arqueada, seus olhos faiscaram para mim, de modo que pareciam me seduzir a cada segundo e então ela murmurou. — Os dias na Itália fizeram muito bem a você. Eu apenas assenti e me recostei no assento da cadeira, após chamar o garçom com um gesto rápido e respondi a ela. — Está gostando do que vê, baby? Ela me lançou um olhar surpreso e quando fez menção de falar, ela sorriu e fechou a boca novamente e eu logo respondi a ela, demonstrando que estava brincando. Ou não. — Posso dizer que aprendi muito e ainda tenho muito caminho pela frente. Ela concordou e cruzou os dedos em cima da mesa e então eu disse chamando toda a sua atenção. — Eu lembro de quando você foi me visitar a última vez. Ela franziu a testa em confusão, e mordendo o lábio, murmurou. — Você estava desacordado todas as vezes que fui… Eu a interrompi e logo falei.
Anthony Beckahm Eu fiz um gesto com a cabeça e respondi me sentindo estranho, pois não quero que Marcelly saiba que eu já gostava dela naquela época, mas que era um covarde para me aproximar da forma certa. Sem falar que, se eu realmente tentasse uma aproximação, provavelmente Marcelly já teria me dado um pé na bunda, mas já me arrependendo antecipadamente pelo que eu iria dizer a seguir, sabendo que eu estava travando uma luta interna comigo mesmo, estava sendo influenciado pelas sensações estranhas de segundos atrás, sentindo emoções contraditórias e nas quais não estou sabendo lidar. — Foram situações passadas, Marcelly, não precisam ser relembradas. Murmurei grosseiramente, mas logo me arrependi por cada palavra saída da minha boca, e Marcelly soltou minha mão de imediato e toda aquela sensação de segundos atrás sumiu e apenas ouvi ela falando. — Se são situações que não precisam ser relembradas não sei por que estamos aqui. Ela pausou e me analisou por alguns segundo