Christian Assim que cheguei ao corredor do meu quarto, encontrei com Harry que retornava com uma expressão cabisbaixa, estancando no lugar ao me ver. — Hey cara — eu o cumprimentei após alguns segundos desconfortáveis. Aquele pequeno gesto de boa vontade fez com que meu colega de quarto abaixasse um pouco a guarda. Eu fui até a porta do nosso quarto, a destrancando e ele me seguiu. — Hey… — Como você está depois de toda a merda de ontem? — eu decidi dar a ele um pouco de atenção. Como eu falei para Rose, ele é meu colega de quarto e é meu amigo, eu não posso fingir que ele não existe. — Você se refere ao fato da Rose quase ter quebrado meu nariz? Ou o Van Derr Waal ter me deixado com uma série de hematomas? Devo admitir, eu esperava toda a força da Rose, mas não aquela reação do Van Derr Waal — ele forçou um pequeno sorriso. — Você mexeu com a pessoa errada. A única pessoa capaz de fazer o Liam não se importar de amassar suas roupas brigando — eu peguei o notebook com o ca
ChristianMinha mente parecia andar em círculos remoendo o que Harry tinha me falado enquanto eu retornava para o quarto de Rose. Ele tem razão? Decidi deixar aquilo de lado ao chegar na porta do seu quarto, me surpreendendo ao ver que Rose tinha tirado o colchão das duas camas os juntando no chão, espalhando travesseiros, suas cobertas ali. Ela não estava mais com seu pijama, ela usava uma calça de moletom e uma camiseta comprida e larga.— O que é isso? — Assim fica mais confortável pra gente assistir, não acha? — Ela sorriu.O seu sorriso não era o sorriso provocativo ou sarcástico que ela costumava dar. Rose parecia apenas feliz com a minha companhia, e eu também estava mais do que satisfeito de passar um dia tranquilo ao seu lado.Depois de ajustar o notebook em um lugar confortável pra gente assistir, eu me sentei no colchão e ela se deitou no meu colo, sorrindo quando comecei a acariciar seu couro cabeludo, sentindo a maciez de seus fios de cabelo.— Sua temperatura baixou —
ROSE CAMPBELL — Você tem certeza que sabe o que está fazendo? — eu perguntei enquanto Christian lixava minhas unhas. Depois da nossa conversa no almoço ele decidiu me ajudar, já que eu não poderia ir à manicure, então ele mesmo tirou o esmalte e estava ocupado em diminuir o tamanho ao máximo sem estragá-las.— Rose, se eu ajudo o Peterson a lixar as peças das maquetes dele com perfeição, eu posso lidar com as suas unhas — Ele garantiu, se concentrando em sua tarefa.— Você gosta mesmo delas — eu comentei com um pequeno sorriso.— Eu já disse, sua mão fica muito bonita com essas unhas — ele ergueu o olhar para mim, dando uma piscadela antes de voltar a se concentrar na unha do dedinho.Eu não podia negar que estava gostando muito de ser mimada daquela maneira. Eu não imaginava que ele se esforçaria tanto para cuidar de mim diante de um simples resfriado. A cada dia que passava fazia com que alguns sentimentos surgissem em meu interior. Eu sentia falta dele sempre que não estávamos j
CHRISTIAN DAVIS Ajeitei os óculos de proteção no rosto enquanto me preparava para mais um experimento, ao meu lado, a bancada que antes era ocupada por Harry estava com todos os pertences de Cam, já que meu colega de quarto tinha tirado uma semana de licença para lidar com seus recentes problemas pessoais, e eu fiz questão de tirar a garota do canto onde ela sempre se escondia.Após separar toda a vidraria que seria utilizada no experimento, eu peguei o caderno de Cam, anotando o peso de cada reagente necessário para as soluções, achando graça quando a garota se sobressaltou ao meu lado, se assustando com minha presença. — Fica tranquila Cam, eu só preciso anotar isso — eu a tranquilizei — Então, eu não te vi no fim de semana, o que você fez? — Eu estava estudando, não saí do quarto — ela murmurou — E você? O que fez? — Eu também não saí do quarto da Rose — eu devolvi despreocupado. Camille arregalou os olhos diante daquela resposta antes do seu rosto atingir um tom de vermelho q
CHRISTIAN DAVIS— Sabe, eu sei que motoqueiros gostam de viver perigosamente, mas fazer a rose perder uma competição de propósito é não ter amor à vida — Theo ironizou.— O quanto eu estou ferrado? — eu observei Rose marchando furiosa em direção a entrada da moradia, tirando o excesso de neve do casaco enquanto andava.— Nós vamos comer pizza em Grayfox Mills, e agora somos em seis, então você terá que ir sozinho com ela na Brigitte — Liam comentou enquanto começamos a caminhar na mesma direção que Rose.— Você pode ir com ela — Eu propus.— Você a provocou, você aguenta — ele negou— Foi você quem deu a ideia de uma corrida sabendo que ela é dominada por uma entidade maligna e competitiva — eu devolvi.— E ainda assim você fez essa entidade perder — Cam me surpreendeu com sua resposta.Eu olhei em sua direção, observando a garota que mantinha um meio sorriso no rosto. — Até você vai ficar contra mim, senhorita Martin? — eu a encarei tendo o prazer de ver suas bochechas corarem.— Ch
CHRISTIAN DAVIS — Finalmente vocês chegaram, nós pensamos em ligar, mas provavelmente atrapalhariamos alguns momentos quentes entre vocês — Liam nos provocou enquanto eu me sentava na cadeira livre ao lado de Theo. — Muito engraçado, vocês provavelmente interromperiam enquanto eu gritava para o Chris o grande babaca que ele foi comigo — Rose desdenhou, não perdendo tempo ao pegar um pedaço de pizza da caixa. — Na verdade nós demoramos porque um evento raro aconteceu, algo que beira um milagre — Eu comentei, com um sorriso convencido, apoiando meu braço no encosto de sua cadeira, recebendo um olhar atravessado em troca. — Você sobreviver à raiva dela? — Camille perguntou timidamente, me fazendo rir enquanto pegava um dos pedaços de pizza. — Ahh não, vocês vão se surpreender… — Chris, você prometeu que seria legal sobre isso — Rose forçou um sorriso. — Não, você me pediu para ser legal sobre isso, mas no fundo você sabe que eu sou um babaca — Eu pisquei um olho para ela antes de v
CHRISTIAN DAVISEle tinha razão, eu sabia disso, mas ainda assim eu não queria conversar com ela sem ter certeza de que ela estava disposta a exclusividade. Eu não queria correr o risco de estragar o que tínhamos, então minha aposta era começar aos poucos a incluir situações que não fazíamos antes e avaliar sua reação. De qualquer forma, nossa chegada ao estúdio de tatuagem, onde as garotas já nos esperavam, colocou fim aquela conversa, e nós seguimos para o interior da construção para encontrá-las, fingindo naturalidade, apesar de Liam já estar visivelmente mais pálido.— Hey, vocês demoraram — Rose se aproximou, enquanto Camille e Sky folheavam um catálogo de artes, apontando um ou outro desenho.— Estávamos tentando encontrar um jeito do Liam não desmaiar ao ver a agulha — Eu expliquei, recebendo um olhar divertido da garota da recepção.— Davis, isso era informação confidencial — Ele murmurou.— Nós ficamos sabendo que o risco é real, então se preparem — eu o ignorei, abaixando um
ROSE CAMPBELL — Eu daria tudo para ter entrado na sala com os dois, só pra ver como o Liam ia se sair — Eu comentei com um pequeno sorriso enquanto caminhava ao lado de Christian pelo corredor onde ficava o meu quarto. Já era quase duas horas da manhã e por pouco não fomos barrados na entrada da moradia que permitia a entrada dos alunos apenas até às duas em dias de semana e até três e meia nos finais de semana. Nós ficamos até tarde no estúdio, e na volta Skyller pediu para que eu convidasse Theodore e Camille para nos fazer companhia na Brigitte, já que ela queria conversar com Liam.— Eu soube que ela segurou a mão dele o tempo todo, e pela forma que os dois estavam, eu duvido que tenha sido apenas isso — Christian respondeu, caminhando ao meu lado com as duas mãos no bolso.Eu olhei para minhas mãos, me lembrando de mais cedo, quando ele segurou-as ao sair do carro. Aquele pequeno gesto íntimo pareceu tão natural e certo, que por um segundo eu não me reconheci.— Bom, foi dela a