Rose O olhar do meu pai para Christian continuava carrancudo, e eu não resisti a provocá-lo um pouco colocando minha mão sobre o joelho do rapaz, acariciando sua perna, mantendo o contato visual com o meu pai. Tudo bem, não estava nos nossos planos que descobrissem sobre nós dois, mas confesso que me sentia melhor assim. Desde a ação de graças eu sentia falta de poder abraçá-lo e beijá-lo sempre que tivesse vontade. Christian se inclinou um pouco em minha direção, antes de sussurrar em meu ouvido. — Você quer que seu pai me mate de uma maneira muito dolorosa apenas para não cumprir sua promessa, não é? Eu olhei para ele, não contendo um sorriso perigoso antes de respondê-lo. — Christian, eu sempre vou querer que você morra de maneira dolorosa, mas eu jamais fugiria de uma promessa. — Eu vou cobrar — ele devolveu com a voz carregada de segundas intenções, e eu não precisei olhar para ele para saber que estava sorrindo. — Eu espero que sim. — Vocês dois, podem parar de cochic
Rose — Pense pelo lado bom, as garotas vão te deixar em paz. — eu garanti enquanto a arrastava pelos lances de escada até meu quarto. — Isso eu duvido muito — ela suspirou — Da última vez que elas me viram conversando com o Christian apenas serviu para que pegassem mais no meu pé. — Isso é pura inveja, e apenas vai aumentar, afinal você e o Chris estudam juntos, ele vai estar bem próximo a você — eu garanti. Eu já tinha visto aquela garota ruiva que parecia ser a líder do grupo que estava perturbando Camille, eu me lembrava com clareza da festa onde ela estava dançando com Christian e eu consegui arrastá-lo da pista para um armário no fim do corredor. Eu não dei muita importância a ela naquela noite, apenas estava frustrada porque o cara com quem eu estava flertando parecia mais interessado em falar sobre o próximo jogo do time a me fazer qualquer elogio, então fui obrigada a recorrer a Christian para recuperar um pouco da minha alto estima, e no processo acabei jogando aquela ruiv
Rose Alguns minutos depois, nós estávamos dentro da sala de jogos, devidamente vestidos, ainda envoltos nos cobertores enquanto Addison contava sobre outras edições da nossa maratona de desempate. — É sempre assim? — Cam perguntou. — Quando está calor, ao invés de tirar a roupa, eles colocam — minha mãe explicou — Geralmente Jackson vence, hoje Rose deu sorte. — Claro que ele vencia, era um homem adulto competindo com uma menina de dez anos, o que esperava? — eu reclamei. Christian se ajoelhou na minha frente, me estendendo um copo de papelão com chá quente. — Fica quieta e bebe logo isso — ele murmurou. — Você é tão delicado, sabia? — eu ironizei enquanto ele arrumava o cobertor sobre meu ombro, garantindo que eu estava bem aquecida. — Apenas o melhor pra você — Ele piscou para mim. — Babaca — eu murmurei. — Surtada — ele devolveu com um sorriso. Liam estava espalhado no sofá, bebendo o que parecia ser sua vigésima garrafa de cerveja. — Rose, eu me ofereceria para te esqu
RoseEu notei Cam ficar tensa a cada passo que davamos em direção à entrada da casa, e de fato, muitas pessoas estavam olhando em nossa direção. Tanto pela presença dos meus pais — que ninguém imaginava que eram de fato meus pais — quanto pela presença dela, que sempre se excluía de qualquer atividade que envolvia contato humano.Como sempre, nós não tivemos dificuldade alguma em entrar na festa, fazia semanas que nós não visitamos aquela casa. Camille se encolhia a cada passo, e quando Theo encostou em seu ombro ela quase deu um pulo de susto.— Vamos nos separar, assim a encontraremos mais depressa — meu pai sugeriu.— Fique do meu lado, não precisa ter medo — ele sorriu para Cam, a deixando um pouco mais tranquila.Mas a nossa tranquilidade não durou, Chris e eu ouvimos uma discussão alterada vindo da outra sala, e logo seguimos para lá. Skyller estava no meio da sala, empurrando para longe um Harry que parecia muito assustado com tudo o que estava acontecendo. Mas o mais surpreende
Christian DavisEu me movi na cama ao despertar na manhã seguinte, me virando, vendo Harry adormecido na cama ao lado da minha. Eu me sentei, passando ambas as mãos pelo meu rosto ao me lembrar de toda a confusão da noite passada. Eu dormi antes que ele voltasse da festa, e pelo jeito, as coisas não ficaram mais fáceis para ele.Meu colega de quarto, mesmo dormindo, tinha uma expressão abatida no rosto, e as manchas arroxeadas embaixo de seus olhos por conta do soco no nariz que Rose lhe acertou pioravam ainda mais sua aparência.— No que foi que você se meteu, cara? — eu murmurei para mim mesmo antes de me levantar, decidindo sair dali antes que ele acordasse.Harry era meu colega de quarto, e nos últimos meses ele se tornou meu amigo. O que ele fez foi uma merda das grandes, mas eu não poderia apenas ignorá-lo. Pelo menos, não sem dar a ele a chance de se explicar. Mas eu não queria ter aquela conversa naquele momento, eu tinha coisas mais importantes para resolver, como checar Skyl
Christian Cerca de quarenta minutos depois eu estava de volta, mas para minha surpresa, Theo estava mexendo no celular deitado na cama extra no quarto de Rose que ainda dormia e Skyller e Liam tinham saído. — Hey — Eu o cumprimentei. — Cara, agora eu entendo porque o Van Derr Waal dorme até tão tarde, você precisa sentir esses lençóis — ele suspirou. — Onde eles estão? — Eu ignorei seu comentário. — Skyller se lembrou de alguns detalhes de ontem, e ela queria ficar sozinha — Theo explicou — Liam ofereceu o quarto dele. Eu fiz uma careta diante daquela frase. Pobre Skyller , ela de todas as pessoas, não merecia passar por aquilo. Mas infelizmente ela teria que enfrentar a situação. — E a Rose? — eu me sentei na beira da sua cama, colocando as duas sacolas de papel e o copo de chá sobre a mesa de cabeceira. — Não se mexeu desde que eu cheguei. Não sei se isso é normal — ele se sentou. — Sim, é normal. Ela tem o costume de entrar em coma cada vez que dorme — um pequeno so
Christian Assim que cheguei ao corredor do meu quarto, encontrei com Harry que retornava com uma expressão cabisbaixa, estancando no lugar ao me ver. — Hey cara — eu o cumprimentei após alguns segundos desconfortáveis. Aquele pequeno gesto de boa vontade fez com que meu colega de quarto abaixasse um pouco a guarda. Eu fui até a porta do nosso quarto, a destrancando e ele me seguiu. — Hey… — Como você está depois de toda a merda de ontem? — eu decidi dar a ele um pouco de atenção. Como eu falei para Rose, ele é meu colega de quarto e é meu amigo, eu não posso fingir que ele não existe. — Você se refere ao fato da Rose quase ter quebrado meu nariz? Ou o Van Derr Waal ter me deixado com uma série de hematomas? Devo admitir, eu esperava toda a força da Rose, mas não aquela reação do Van Derr Waal — ele forçou um pequeno sorriso. — Você mexeu com a pessoa errada. A única pessoa capaz de fazer o Liam não se importar de amassar suas roupas brigando — eu peguei o notebook com o ca
ChristianMinha mente parecia andar em círculos remoendo o que Harry tinha me falado enquanto eu retornava para o quarto de Rose. Ele tem razão? Decidi deixar aquilo de lado ao chegar na porta do seu quarto, me surpreendendo ao ver que Rose tinha tirado o colchão das duas camas os juntando no chão, espalhando travesseiros, suas cobertas ali. Ela não estava mais com seu pijama, ela usava uma calça de moletom e uma camiseta comprida e larga.— O que é isso? — Assim fica mais confortável pra gente assistir, não acha? — Ela sorriu.O seu sorriso não era o sorriso provocativo ou sarcástico que ela costumava dar. Rose parecia apenas feliz com a minha companhia, e eu também estava mais do que satisfeito de passar um dia tranquilo ao seu lado.Depois de ajustar o notebook em um lugar confortável pra gente assistir, eu me sentei no colchão e ela se deitou no meu colo, sorrindo quando comecei a acariciar seu couro cabeludo, sentindo a maciez de seus fios de cabelo.— Sua temperatura baixou —