Christian Eu coloquei uma mão no bolso do jaleco, enquanto checava no caderno de laboratório os cálculos do experimento que faríamos. Eu olhei ao redor, avistando Camille sozinha em uma bancada no canto mais afastado do laboratório, fazendo com que eu desejasse me juntar a ela. Não que eu me sentisse atraído por ela de alguma maneira, mas me incomodava ver como ela estava sempre sozinha e parecia sempre se tornar alvo de piadas das outras garotas.— Você está animado para o feriado? — a voz de Harry me tirou de minha contemplação, pegando meu caderno para conferir se os próprios cálculos estavam corretos.Já era terça-feira da semana da ação de graças, e Rose e eu viajariamos antes do anoitecer, então não podia negar que estava animado para aquilo.— Eu estou, não vejo a hora de voltar para a Flórida, consegui um voo para amanhã — Taylor comentou, me fazendo bufar internamente. — Eu vou pegar um ônibus até Pittsburgh de manhã — Harry completou.— Eu tenho um longo caminho até Missoul
Christian Demorou alguns minutos até que eu me visse livre de toda a tarefa do laboratório, retirando os óculos de proteção e o jaleco antes de ir até ela, sentindo meu humor melhorar de maneira considerável ao admirá-la ainda mais de perto. — Uau, eu nunca tinha te visto em ação, senhor cientista maluco — Rose zombou assim que me aproximei. — Eu prefiro ser chamado de gênio do mal — Eu devolvi com um pequeno sorriso, passando um braço por seu ombro, enquanto segurava o jaleco e o caderno com o outro — Você já está pronta? Apesar da baixa temperatura eu não gostava de andar com o jaleco fora do laboratório, então teria que aguentar até chegar ao meu armário para pegar a jaqueta. — Eu conversei com a senhora Clarke, expliquei que teria um longo caminho pela frente, e assim como a senhorita Morgenstern, ela me liberou da aula, mas eu terei que entregar alguns trabalhos na próxima semana para compensar, então você vai ter que arrumar um lugar na sua bolsa para o meu material. Aquela
Christian Nós esperamos alguns segundos, até que Rose calçou suas luvas, pegando um dos Alforges para me ajudar e logo seguimos para o estacionamento. — Você não usa muito essa jaqueta — Rose comentou parada em pé ao meu lado enquanto eu estava abaixado na lateral da Harley, prendendo os Alforges laterais depois de prender o maior no apoio atrás do encosto da garupa. Eu estava vestindo a jaqueta do Falcões errantes, a mesma que eu tinha usado no Halloween, ela tinha o símbolo do moto clube nas costas e na frente, do lado esquerdo estava bordado C. Davis. Rose tinha razão, eu tinha várias jaquetas, mas aquela em específico era difícil eu usar longe do moto clube. — Eu ainda não sou um membro oficial dos falcões errantes, então prefiro aguardar para quando for pra valer — eu expliquei, me levantando — Agora, eu tenho algo para você. — Algo para mim? — Ela ergueu ambas as sobrancelhas. Eu peguei o capacete feminino com algumas flores vermelhas desenhadas que eu tinha comprado no
Christian Ela estava encostada no batente da porta, com seus cabelos soltos emoldurando seu rosto, onde um sorriso convencido dançava em seus lábios. — Desculpe querido, eu não ouvi. O que você disse? — minha mãe me lembrou de sua presença. Rose se desencostou, passando a se aproximar em passos lentos enquanto eu não desviava o olhar dela. — Eu apenas me despedi mãe, avisei que te ligo amanhã — eu menti, fechando os meus olhos na tentativa de manter o foco quando Rose enfim me alcançou. Um arrepio percorreu meu corpo ao sentir o toque de sua mão em meu abdômen, começando a subir o tecido da camiseta que eu vestia, fazendo minha respiração acelerar. Droga, Rose, eu estou falando com a minha mãe! — Claro, nos avise antes de sair — minha mãe pediu. Eu não esperei nem um segundo para encerrar a chamada e guardar o celular no bolso da calça, levando minha mão até sua nuca, enredando meus dedos em seus cabelos, inclinando sua cabeça para trás antes de levar meus lábios aos dela. Sua
Christian Passava das seis horas da tarde quando cruzamos a divisa entre Dakota do sul e Montana, e quase quatro horas depois, nós chegamos ao rancho que o moto clube havia alugado para a ação de graças.O rancho ficava em meio a um vale cortado por um rio entre duas montanhas em uma das inúmeras florestas de Montana, apesar de estar escuro quando chegamos, toda a área das cabanas e da casa principal era bem iluminada e dava para ter uma boa noção da beleza do local.O silêncio que tomava conta do lugar foi interrompido pelo barulho do motor da Harley conforme nos aproximávamos da casa principal, a ausência de outras motos me mostrou que provavelmente ninguém tinha chegado ainda. Mas quando enfim parei a moto na frente da casa, a porta de se abriu e uma figura de longos cabelos negros e olhos tão azuis quanto os meus saiu.— Finalmente chegamos, eu estou morta. Olha Davis, eu estou mesmo tentada a conseguir uma passagem de avião para o sábado à noite, e… Uau, quem é ela? — Rose interr
ChristianAcordei no dia seguinte virado para o lado, com um braço ao redor de Rose, que continuava na mesma posição me fazendo suspirar ao observar seu rosto de perto. Se não fosse sua respiração pesada, eu juraria que ela tinha morrido de um mal súbito durante o sono. A agitação já tinha tomado conta do lado de fora do quarto, mostrando que provavelmente todos já tinham chegado e estavam prontos para o café da manhã. Nós teríamos muito o que enfrentar naquele dia.— Chris… — a voz sonolenta de Rose chamou minhas atenção. Ela ainda estava de olhos fechados, na mesma posição.— Sim?— Você pode tirar a mão da minha bunda? — Ela murmurou antes de abrir os olhos para me encarar, me fazendo rir.— Desculpe. — Eu levei minha mão até seu rosto, tirando algumas mechas de cabelo do caminho para observá-la melhor.— Bom dia — ela sorriu.— Bom dia — eu devolvi.Rose se virou de frente para mim, parecendo estar com um humor bem melhor do que ontem.— Parece que tem bastante gente lá fora.— Se
Rose Eu coloquei algumas fatias de bacon no meu prato e peguei torradas com geleia e uma garrafa de suco, colocando na minha bandeja em seguida sob olhar atento de Christian que se servia ao meu lado. — Você vai comer bacon com torrada e geléia? — ele perguntou. — Qual o problema? Não é como se tivesse passado geleia no bacon — eu dei de ombros, pegando uma espécie de pão de tamanho considerável — o que é isso? — Pata de urso de mirtilo — ele explicou pegando um para ele também — é um pão doce recheado com… mirtilos. — Parece promissor. Aqui tem comida para um batalhão — eu brinquei, começando a me afastar. Christian pegou uma garrafinha de chá verde antes de me seguir, indo até onde seus pais tinham reservado lugar para nós dois. Ele colocou uma bandeja na mesa, se sentando na frente de seu pai, enquanto eu me acomodei na frente da sua mãe, ao lado de sua irmã. — Mãe, pai. É bom ver vocês de novo — Christian comentou antes de começar a comer. Não posso dizer que não estranh
Rose Meu pensamento foi interrompido ao sentir a mão de Christian em minha nuca, se embrenhando em meus cabelos antes de me puxar para um beijo. Eu não pensei duas vezes antes de corresponder, apesar de ter sido pega de surpresa por aquela atitude. Eu nunca o tinha beijado na frente de pessoas conhecidas antes, e devo dizer que foi uma sensação diferente. Christian se afastou com uma expressão divertida, piscando um olho para mim enquanto sua mão acariciava meu couro cabeludo. — Tudo bem, eu entendo o que você me falou ontem, Chris — Amber cantarolou ao meu lado. Aquela frase chamou minha atenção, fazendo com que eu me virasse para a mulher ao meu lado. — O que ele te falou? — Nada que você precise saber — Ele devolveu em um tom de aviso para a irmã. — Você me conta quando ele estiver longe? — Eu sussurrei para ela, recebendo um sorriso cúmplice em troca antes da mulher piscar o olho para mim. Eu me senti surpresa com a beleza daquela mulher e a forma que Christian era parec