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- Ah, claro. pode me acompanhar até a sala dos professores? Os pais de Camillo chegaram a poucos minutos para conversar sobre o que aconteceu - Jennie pediu e eu assenti. - Liv pode ficar de olho na minha sala, por favor? Eu preciso ir até a sala dos professores com a Sr. Manoban - Jennie pediu para uma mulher de cabelos castanhos e estatura média que estava caminhando pelo corredor. A mulher somente assentiu e caminhou para dentro da sala de aula onde Jennie estava anteriormente.

Ela me levou até uma sala que tinha um tamanho médio, algumas mesas redondas e cadeiras para se sentar, havia um casal sentado em uma das mesas e eu me sentei em frente a eles, nenhum dos dois estava com uma cara muito boa, mas eu basicamente me obriguei a dar um sorriso gentil como uma saudação. Jennie continuou em pé entre nós e então eu esperei que algo sobre o problema fosse dito.

- Então, Sr e Sra Morgan, essa é a Sr. Manoban, mãe de Melanie Collins Manoban, ela veio até aqui para que pudéssemos todos conversar sobre o ocorrido da aula anterior e para decidirmos o que seria melhor de ser decidido para evitar esses tipos de comportamento da parte de Camillo - Jennie disse e a mulher, cujo sobrenome era Morgan, arqueou uma sombrancelha como se demonstrasse sua insatisfação por ter o nome de seu filho tocado alí.

- Olha Sr. Kim, sinto muito, mas meu filho Camillo não faria nada desse tipo sem algo antes. Com toda a certeza do mundo foi tudo culpa dessa tal Melanie Manoban - A mulher disse olhando somente para Jennie, como se eu nem ao menos estivesse alí e automaticamente eu senti meu sangue ferver. Tive que quase me colar na cadeira pra não voar naquela vadia.

- Olha aqui, Sra Morgan. Eu não sei quem você pensa que é pra falar dessa maneira da minha filha, mas caso você não queira parar em uma UTI eu recomendo que você mude neste momento seu linguajar! - Falei em um tom claro e ríspido e a mulher abriu sua boca em choque, e seu marido bufou.

- Você manere a forma como fala de minha esposa, senhora! - O homem disse em uma tentativa falha de parecer ameaçador e eu revirei os olhos.

- Olha aqui, pelo o que eu saiba o SEU filho roubou o lanche da amiguinha de Classe e isso foi visto pela própria professora e por seus outros coleguinhas de sala, então, se tem alguém aqui que deve mudar as ações de seu filho, são vocês! - Falei já em um tom levemente alterado por conta da raiva e Jennie fez um sinal com as mãos em pedido para que pudéssemos nos acalmar.

- Senhores, por favor, peço que fiquem calmos. Nós estamos em um ambiente escolar, não em uma luta de ringue! - Jennie disse ríspida, o que me causou uma leve surpresa e me fez baixar um pouco o tom. - Se os senhores querem mesmo saber o que ocorreu, eu irei chamar duas meninas e dois meninos que não tem ligação nenhuma com Camillo, Melanie e Clarisse na sala de outra turma e estavam no momento. Vocês podem perguntar o que quiserem para eles e eles com toda a certeza dirão a verdade sem dar benefícios a nenhum dos três - Jennie disse em uma tentativa de sucesso de apaziguar a situação e todos na sala, incluindo eu, concordaram com aquilo. Logo Jennie saiu em busca das crianças e em pouco tempo voltou para a sala onde estávamos, sala essa que mantinha um silêncio tão denso que podia ser cortado com uma tesoura.

Jennie voltou a sala com dois meninos e duas meninas que pareciam ter entre 07-9 anos.

- Esses aqui são Robert e Daniel - Jennie disse apontando para os dois meninos. - E essas são Maddy e Lexi - Jennie disse apontando para as meninas ao seu lado. - Crianças, vocês viram a Melanie da minha turma causar algum problema com Camillo que o fizesse roubar o lanchinho da Clarisse? - Jennie perguntou de forma doce e as crianças negaram com a cabeça.

- Não tia Jennie, a Melanie só defendeu a amiguinha dela, achei muito mal o que o Camillo fez, por isso fui correndo te chamar - A criança cujo nome era Lexy disse tais palavras e eu olhei para os pais de Camillo com o maior ego e superioridade possível. Eu sabia que minha filha nunca causaria algo desse tipo.

- Ah verdade, inclusive até eu já sofri com o Camillo, tia Jennie. Ele roubou meu suquinho de laranja hoje quando a gente tava sentado jogando cartinhas e comendo - Daniel disse e os pais de Camillo arregalaram os olhos.

- Muito obrigado por nos contar isso, Daniel. Muito obrigado por você virem até aqui e me dizerem a verdade, meus anjinhos. Podem voltar pra sala de vocês, boa aula, amores - Jennie disse e todas as crianças deram um beijinho tímido na bochecha de Jennie e saíram conversando sobre a aula que estavam tendo. - Acredito que isso tenha sido o suficiente, certo? - Jennie perguntou com os braços cruzados enquanto olhava para os pais de Camillo e eles abaixaram a cabeça e responderam um tímido "Sim". - Ótimo. Agora, eu espero muito que vocês possam corrigir de forma educativa os comportamentos do filho de vocês, ele é um doce de menino as vezes e uma criança muito inteligente, só lhe falta um pouco de empatia e compaixão, coisa que nós aprendemos a ter com nossos pais, dentro de casa. Porque, acredito eu, que a ação; Roubar o lanche de uma coleguinha que não te fez nada, não tenha um pingo de empatia e compaixão, não é mesmo? - Jennie perguntou nos olhando e ambos balançamos a cabeça em concordância - Ótimo, por conta do que aconteceu o Camillo ficará suspenso de vir a escolinha por três dias, essa foi uma decisão tomada por mim e a diretora já está ciente e concordou comigo. Espero que vocês possam dar mais atenção ao filho de vocês agora e tentar entender melhor o que está acontecendo com ele Sr. E Sra Morgan.

- Nós iremos, Jennie - A mulher disse com um tom envergonhado.

- Que bom, agora vocês podem já se retirar, ainda preciso tratar de alguns assuntos com a Sr. Manoban, muito obrigado pela atenção - Jennie disse e os dois se levantaram, apertaram a mão de Jennie e saíram, me fazeram soltar um breve e profundo suspiro de alívio. Algo que pareceu chamar a atenção de Jennie - Relaxe Sr. Manoban, eu nunca permitiria que falassem assim da Melanie - Jennie disse com um sorriso em lábios enquanto me olhava e eu sorri em retribuição.

- Eu agradeço, mas, o que ainda precisa tratar comigo? - Perguntei levemente curiosa.

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