- Ah, então quer dizer que conheceu a gostosa Manoban? - Liv disse e eu revirei os olhos por conta de sua boca suja.
- Para, não fala assim!..Mas, sério, quantos anos ela tem? Quando ela chegou aqui eu pensei que fosse irmã da Melanie! - Falei e Liv gargalhou, eu já não esperava uma reação diferente dessa, eu era uma estabanada nata. A última coisa que eu com toda a certeza diria para a Sr. Manoban era a resposta certa ao vê-la.- Meu deus Jennie! - Liv disse ainda em meio aos gargalhou que dava.- Eu juro! Eu não tinha como saber, como eu ia imaginar que ela era mãe da Melanie? Eu sei que a Melanie tem só quatro aninhos, mas era impossível a mãe dela ser tão nova - Falei ainda em um leve choque e Liv fez um sinal com a mão livre que não estava segurando seu garfo, para que eu parasse de falar.- Calma, calma. Acho que eu esqueci de te explixar isso, calma. Olha, pelo o que eu ouvi, a Sr. Manoban se casou quando tinha só dezenove anos e teve a Melanie quando estava com vinte anos, ela e o marido se divorciaram por conta de de algumas traições dele e etc - Liv me contou e em seguida abocanhou sua salada como se aquelas informações não tivessem nada demais, já eu, estava novamente em choque com os olhos completamente arregalados.- Onde ouviu isso, Liv!? - Perguntei.- Na revista de fofocas - Liv respondeu e eu revirei os olhos - Mas pode confiar, essa revista não mente! - Eu a ouvi e somente balancei a cabeça e resolvi encerrar o assunto por alí e ir comer. Estava morrendo de fome mesmo.Depois do intervalo eu fui para a sala dos professores pegar algumas das minhas coisas, incluindo a minha bolsa pra sair da escola. Meu expediente de trabalho já havia acabado porque minhas duas outras turmas haviam ido a um passeio no dia e as duas outras turmas que eu tinha já haviam tido a minha aula, por muita sorte eu pude sair cedo hoje, coisa que não acontece com frequência. Depois de pegar minhas coisas me despedi de todos os professores que estavam na sala e fui em direção ao ponto de ônibus que ficava próximo a escola. Cheguei em casa quando o relógio marcou 15;30 em ponto e soltei um longo e frustrado suspiro quando me permiti estar em casa.Eis algo interessante sobre minha pessoa; Eu nunca fui a pessoa mais rica, mais amada, ou mais feliz. Ser um doce, não significa sentir que sua vida está um doce. Larguei minha bolsa em cima da mesa e peguei meu celular, abri a tela de bloqueio e logo vi a foto onde eu estava abraçada com meu cachorro, Kuma. Que nesse exato momento larecia estar dormindo no meu quarto, pois simplesmente não me deu o ar da graça de vir correndo e latindo até mim. Vi uma mensagem do meu pai e bufei. Droga._______________________________________[ Marcos. ]M - Olá Jennie, bom diaM - Como está indo seu trabalho, filha?M - Seu pai está com saudades._______________________________________Nem me dei ao trabalho de responder. Eu não queria responder. Eu não sentia que precisava, por que deveria? Ele era um traidor, não haviam motivos para que ainda me chamasse de filha, droga, droga, droga!. Me peguei em desespero e em agonia ligando pra minha mãe, era claro que eu estaria ligando pra ela, eu sempre estava ligando pra ela nesses momentos, ela era a única que poderia ter passado meu novo número pra ele, por que passar meu número logo pra ele?.- Ruby, querida, que bom que você está me ligando, filha, eu tinha que te...- Minha mãe parecia feliz, parecia estar nas nuvens, eu seria uma péssima filha se estragasse tudo e gritasse com ela, por que ela tinha que me dar motivos pra sentir vontade de gritar com ela?!.- Mãe, por favor. Marcos me mandou mensagem dizendo que está com saudades e me perguntando como anda meu trabalho, pela milésima vez para de passar meu número pra ele! - Tentei falar o mais calma possível, mas eu sabia que não havia conseguido, era nitida que eu havia soado um pouco ríspida.- Jennie é claro que eu passei seu número pra ele, ele é seu...- Antes mesmo que minha mãe terminasse eu a interrompi.- ELE NÃO É NADA MEU! Ele é só a droga do homem com quem VOCÊ decidiu viver, eu não sou obrigada a ter que lidar com ele por escolhas suas! Fala pra ele me deixar EM PAZ! - E sem esperar uma resposta eu desliguei a ligação na cara da minha mãe. Droga, droga, DROGA! PORRA!. Eu senti meus olhos pesarem, senti as lágrimas encherem meus olhos, senti minhas lágrimas escorrerem pela minha bochecha e senti a solidão, a angústia e o desespero me consumirem, mas eu não sentia que conseguiria fazer nada além de chorar, como sempre fazia.Eu me sentia uma péssima filha, uma péssima pessoa. Mas eu.. Não era culpa minha, eu não queria que fosse. Eu sabia que era culpa dele. A culpa era dele. Se ele não tivesse feito o que fez, nada disso estaria acontecendo, eu não estaria assim, minha mãe não teria fingido que eu não existo por tanto tempo, por que ele tinha que mentir? Ele estragou nossa família! Como um homem daquele poderia ter essa coragem?.Essas perguntas passavam pela minha cabeça desde que eu tinha 8 anos. Eu era nova demais, eu era ingênua demais. Quando somos pequenas, nossos pais acostumam a gente a pensar que eles são seres perfeitos, que somos a família perfeita, que temos uma estrutura de dar inveja. Eu pensava isso quando eu era pequena. Eu me sentia orgulhosa de falar que eu era filha de Marcos, mas e agora? Agora eu lembro todos os dias do que ele fez, me lembro do quanto doeu e do quanto ele estragou tudo. Eu me lembro da vontade que eu tinha de vê-lo resolver toda a merda que ele fez, mas eu também me lembro da sensação.~ Eu sempre quis ser como você..Mas, agora eu nem consigo olhar pra você..Eu estava em casa e Melanie estava em um brilho quase que Celestial por saber que estava arrumando sua mochila pra ir a casa de Rosé, sua madrinha. Rosé e Melanie tinham uma ligação tão grande que as vezes minha mãe brincava comigo e me perguntava se Melanie era mesmo filha de Richard ao invés de ser filha da Rosé. Até parecidas as duas são. Rosé tem longos cabelos escuros, bochechas gorduchas e sorriso radiante, um amor imensurável por biscoitos Cookie e uma paixão estrondosa por Steven Universo, apesar dos seus 25 anos na cara. Viu? Perfeitas para serem mãe e filha. - CADÊ MEU BOLINHO? - Rosé destrancou a porta da minha casa e gritou assim que entrou na sala onde eu estava.- AQUIIIIIIIII - Melanie gritou enquanto corria pelo corredor, até final chegar aos braços abertos de Rosé e receber um abraço tão apertado a ponto de esmagar suas bochechas.- Aí meu Deus, que saudades bolinho!! Sua mãe tá cuidando direitinho de você? Ela é irresponsável, preciso saber disso - Rosé disse e Melan
Durante as horas que se seguiram eu trabalhei um pouco mais no projeto da empresa em casa, vi alguns episódios de "Friend" e quando vi que já passava das 22:00h eu fui me arrumar pra ir a DLux. Eu coloquei uma calça jeans preta, uma blusa do Paramore que era mais curta e deixava meu abdômen aparente, e por fim uma jaqueta de couro preta. Eu claramente não estava indo pra chamar atenção com uma puta roupa sexy, estava indo muito mais pra curtir com meus funcionários e amigos do que pra chamar atenção.Depois de algum tempo eu peguei meu celular, minha carteira, minhas chaves e fui em direção a garagem da minha casa, entrei no carro e logo dei partida pra boate.Cheguei na DLux em poucos minutos e logo fui liberada pra área Vip, assim que eu me aproximei do pessoal da empresa todos eles começaram a gritar em couro e repetidas vezes.- A MAMY CHEGOU UH A MAMY CHEGOOOU - Todos os meus funcionários que estavam alí na área vip gritaram em couro assim que eu cheguei, o que me fez rir bastante
Sabe quando você acorda, mas você não sabe que acordou e ao mesmo tempo está acordada? Eu estava exatamente assim. Eu havia acordado da maneira mais lenta possível, senti a claridade vir de uma janela e quase me cegar por completo. Cocei meus olhos, senti o amargo na minha boca, talvez por culpa do álcool que eu havia ingerido na noite anterior. Me espreguicei na cama e então senti a textura do cobertor em cima de mim, pra ser mais exata, do edredom. Um edredom tão gostoso que eu até o apertei mais contra meu corpo, era quase como se uma nuvem me abraçasse. Edredom..Edredons..Edredom..Edre-..EDREDOM?! Eu levantei tão rápido quanto qualquer herói de anime quando envolve uma pessoa em perigo. Olhei atônita a tudo ao meu redor e quase entrei em surto, na verdade, eu entrei em um surto. Onde PORRAS eu estava?!..Eu olhei para o cômodo onde eu estava e fiquei mais em pânico ainda. A cama onde eu estava deitada tinha um edredom tão bom que eu quase me senti nas nuvens, o quarto tinha cores
Jennie e eu tínhamos acabado de chegar a frente do prédio onde Jennie mora. Eu já ia acabado de estacionar meu carro em frente ao prédio e Jennie saiu, mas eu continuei ali. Já estava pronta pra que conseguíssemos ir a praia e Jennie parecia uma criança por tanta empolgação, eu havia achado doce da parte dela dizer que queria sair como um agradecimento pelo o que eu fiz, mesmo que na minha opinião eu tivesse feito o mínimo. Jennie e eu havíamos decidido que eu a levaria até seu apartamento pra que ela pudesse trocar de roupa e ver se estava tudo bem com seu cachorrinho. Enquanto eu esperava dentro do carro meu celular começou a tocar e quando eu o peguei vi que era Rosé e logo atendi.- Oi Rosé, tá tudo bem, aconteceu alguma coisa? A Melanie está bem? O que aconteceu?! - Eu basicamente atendi o telefonema já afogando Rosé de perguntas e eu logo a ouvi bufar do outro lado da linha.- Meu Deus, Lisandra, a Melanie tá bem! Eu liguei pra saber como você tá! - Rosé disse levemente irritad
- Mark, eu acho que você não tá é batendo bem da cabeça. Olha, caso você não saiba com quem está falando, eu vou te lembrar; Oi, você está falando com LISANDRA COLLINS MANOBAN, a vadia burra que infelizmente casou com você e felizmente teve uma filha que não faz questão alguma de te ver! Se eu chegar na minha casa e ver pelas câmeras que nesse momento você está aí, eu vou te processar por invasão de domicílio e ainda vou expôr as fotos de você comendo uma puta menor de idade! Então, caso você não queira ir pra cadeia, SAI DA MINHA CASA, AGORA! E por obséquio, esquece que a Melanie algum dia saiu desse teu saco escrotal murcho! - Jennie estava do meu lado completamente em choque, talvez pela forma como eu estava falando, talvez pelo linguajar, talvez por culpa da situação. Eu não sei, eu não estava interessada em saber de nada naquele momento. - Vai se foder sua psicótica maluca! Eu não tava trepando com nenhuma menor de idade, Lisandra! - Mark respondeu em um tom ofendido,
Jennie e Lisa foram em direção ao restaurante que ficava a alguns passos do lugar onde Lisandra havia estacionado. Jennie havia se sentido melhor desde que Lisa havia a abraçado, alí, nenhuma das duas conseguia perceber nitidamente ou até mesmo dizer que haviam realmente sentido algo nascer entre as duas, mas, havia acontecido. Alí, em meio aos braços de Lisandra, Jennie havia se sentido pela primeira vez em muito tempo segura. Jennie havia sentido, depois de muito tempo, que confiava em alguém para poder compartilhar sua dor.Jennie e Lisandra haviam caminhado juntas até o estabelecimento e quando Jennie e Lisandra entraram, Jennie sorriu por ver o lugar e o estilo da lanchonete, era algo simples, mas ainda bonito. Mas, diferente de Jennie, Lisandra não estava muito surpresa, já estava acostumada com o lugar, ela já sabia como tudo ali funcionava e isso era culpa do ser mais doce que ela havia criado, Melanie. Jennie e Lisandra sentaram-se uma de frente pra outr
- E como foi a gravidez? - Jennie perguntou com um sorriso angelical em seus lábios, fazendo com que todo o receio de Lisandra sumisse por inteiro. Lisandra havia começado a perceber isso em Jennie, a forma como Jennie sorria tão levemente a fazia se sentir mais aberta e segura para se expressar sobre sua vida pessoal, ela sentia que poderia contar o que quisesse para a doce Jennie e seria recebida de braços abertos, assim como havia recebido Jennie. - Hm, meio complicada, mas não pela minha saúde e sim pelo pai da Melanie. Lembro que quando contei pra ele sobre a gravidez ele quis que eu fosse a uma clínica abortar, mas lembro também que no dia em que eu fiz um teste e deu positivo a madrinha de Melanie foi a primeira a me apoiar - Lisandra diz, baixando seus olhos de forma triste. ( Flashback On )Lisandra havia acabado de entrar no banheiro de sua casa e conseguia nitidamente ouvir os pés de Rosé batendo no chão. Rosé estava nervosa, aparentemente tão nervosa quanto a própria Lisa
Jennie e Lisandra haviam passado um dia maravilhoso na praia. As duas haviam conversado sobre coisas tão banais, mas tão necessárias pra ambas que nem conseguiram sentir o tempo voar, era como se a doçura de Jennie chegasse Lisandra e a sociabilidade de Lisandra prendesse Jennie o suficiente para que ela não tentasse sair. Jennie e Lisandra conversaram sobre a vida, sobre como Jennie amava a primavera porque ficava mais animada para ir a floricultura, sobre como Lisandra se esforçava o máximo possível para dar tudo de si em sua empresa, sobre como Lisandra era sortuda por ter tido tudo, sobre como Jennie não deveria se culpar por sentir que não tinha nada. Jennie e Lisandra fizeram o melhor uma para a outra, algo realmente havia conseguido surgir alí e a prova disso foi Lisandra. Lisandra havia feito algo inocentemente que não fazia a muito tempo ao fim da tarde, havia sentido pela primeira vez vontade de convidar alguém para sua casa, alguém que não conhecia a muito tempo, mas