Dois anos se passaram desde que os lobisomens venceram as bruxas e o rei alpha ainda não encontrou seus inimigos. Alguns lobos acreditavam que Cassius e Alphonse haviam desistido e fugido para terras distantes, vivendo suas vidas normalmente em algum lugar, mas Kaiser conhecia aqueles lobos melhor que qualquer outro, assim como os demais anciãos.Sem jamais permitir que seus soldados fossem pegos pelas falsas ideias de paz, tanto o rei Alpha quento seu beta, intensificaram os treinamentos, destacando jovens lobos promissores, como Leon e Otto, que agora conseguia ter uma conexão com seu lobo. Ter o jovem híbrido entre os seus, fez com que Kaiser percebe o grande potencial dele, assim como os planos doentios que Cassius tinha. Os híbridos se mostravam tento alguma característica mais desenvolvida do que os lobos, como uma audição mais potente, ou, no caso de Otto, um olfato mais apurado, podendo identificar odores de uma distância maior. Essa habilidade pareceu evoluir quando o jovem
O cheiro de Margo estava diferente, mais doce e envolvente, o que deixou o olfato de Otto confuso. A híbrida se levantou e correu na direção do rapaz, mas ele a rejeitou, erguendo sua mão de maneira defensiva e dando um passo para trás. A dor refletia no olhar da jovem, recolhendo seus braços, apertando as mãos sobre o peito. Margo só conseguia pensar na sorte que teve por encontrar Otto mais uma vez. Não passou um dia em que Margo não tivesse pensado em Otto, se o jovem estava bem, ou mesmo vivo por estar vivendo entre os lobisomens. Vê-lo saudável e ainda mais bonito do que quando eles se separaram, fez o coração da jovem disparar. Margo ainda nutria sentimentos por Otto e desejava que ele ficasse ao seu lado. Como ultima medida desesperada, a jovem foi até a cidade, tentando encontrar qualquer pista sobre Otto, mas ela jamais imaginou que seu antigo amor estivesse tão bem. ― O que você está fazendo aqui, Margo? ― Otto perguntou, olhando para os lados buscando cheiros de outros hí
A sala do trono estava caótica. Kaiser continha sua fúria enquanto os anciãos gritavam suas exigências. Emília se mantinha calada, observando tudo ao lado do Rei alpha, sua mão apoiada no ombro de seu companheiro, mostrando seu apoio a ele. Ninguém naquela sala, além do beta, tinha conhecimento dos planos de Kaiser. A porta se abriu, Otto entrou seguido por Leon. Os jovens se mantiveram em silêncio em um canto mais afastado, para não chamarem atenção. ― Kaiser. ― A voz de Emília chama a atenção do rei alpha, que se vira imediatamente para dar toda a sua atenção a sua companheira. ― Encontramos algo estranho na última caçada. Rastros humanos junto a de lobos. A sala caiu em silêncio. Todos estavam tensos com a movimentação recente dos inimigos depois de tanto tempo. Kaiser manteve a expressão neutra, assim como Emília. Olhando para os lobos diante de seu trono, o rei alpha expandiu seu poder, fazendo aqueles mais fracos caírem de imediato no chão. ― Antes eram as bruxas, agora os ma
Enquanto esperava Kaiser terminar suas reuniões, Emília decidiu escrever mais uma carta para Ava, porém, ao segurar a folha em branco em suas mãos, a loba sente um grande vazio em seu peito. Emília enviou várias cartas para Ava, mas nunca recebeu nenhuma resposta dela ou das matriarcas que estavam com sua filha. Com tudo o que estava acontecendo, a batalha preste a começar, Emília temia que Ava pudesse ser envolvida naquilo, mesmo estando longe. A mulher solta a folha sobre a mesa e vai até a janela, onde sempre observou sua filha no campo de treinamento. ― Fique segura, minha pequena. ― Emília falou em voz alta, fechando seus olhos e pensando em Ava quando ela ainda era pequena. ― Minha Luna, sua loba está agitada. ― A voz de Kaiser era profunda e penetrante. Emília se vira, sentindo sua loba se animar pela presença de seu companheiro. ― Estava pensando em Ava. Não tive nenhuma resposta das cartas que enviei para ela. ― Kaiser se aproxima, aninhando o rosto de Emília em suas mãos.
A caçada corria normalmente. Emília liderava as lobas mais habilidosas, buscando presas para alimentar a alcateia e guardar recursos para quando a guerra estourasse. Um grande cervo surgiu diante do grupo, o cheiro da floresta envolvendo as lobas enquanto elas se aproximavam, mantendo o vento a seu favor para não alertar a presa. Emília ia à frente, sentindo o cheiro fresco do animal distraído, suas patas tocando suavemente o chão frio da floresta.Algo, de repente, mudou a atmosfera daquele lugar. O cervo ergueu sua cabeça, movendo as orelhas enquanto o cheiro de medo crescia. Sons de batidas no chão, algo se aproximava em velocidade do local onde o grupo estava. As lobas assumiram uma postura defensiva enquanto o cervo corria para longe, tentando se escapar.O cheiro dos lobos aumentava, os sons de suas batas batendo contra o chão da floresta aumentando enquanto o grupo de caça de Emília era cercado. As lobas rosnavam, protegendo a Luna em um círculo, mas Emília se colocou ao lado d
Durante todo o frenesi do ataque de Cassius contra o grupo de caça, Otto sentiu o cheiro de Margo, não muito longe da sede do governo. Com medo de que outros lobos a detectasse, o jovem corre em seu encontro na parte sul da floresta. A jovem estava nervosa, andando de um lado para o outro esfregando suas mãos, atenta para qualquer som ao seu redor. Seu coração apertado com a expectativa de rever Otto e poder lhe contar que o momento havia finalmente chegado. Os sons de passos deixaram Margo em alerta, mas o perfume familiar de Otto acalmou seu coração. Correndo até o jovem, Margo esqueceu completamente da razão pela qual havia sido enviada até lá, arriscando ser descoberta pelos inimigos. Olhando para os lados preocupado, Otto afasta a jovem fêmea de seu corpo. Para a sorte de ambos, todos estavam ocupados com alguma coisa, principalmente com o bem-estar da Luna, que havia sido ferida durante o embate com Cassius e seu grupo de errantes.― Mas que merda Margo! ―Otto gritou, apertando
Os olhos treinados de Cassius analisavam o jovem diante dele com cuidado. Não havia motivos para confiar de imediato em Otto, especialmente por ele passar tanto tempo junto aos lobos de Kaiser sem nunca ter saído para buscar os seus. Aquela missão não se resumia apenas a uma simples vingança, mas constatar se o híbrido desgarrado havia se tornado fiel ao rei alpha ou não. O momento era delicado para ambos, uma batalha silenciosa, onde em um simples piscar de olhos, Otto poderia ter sua cabeça arrancada pelo lobo traidor. Seria arriscado fazer qualquer movimento naquele momento, a confiança que Cassius um dia teve nele já não existia e precisava ser reconquistada, para que o plano de Kaiser fosse bem-sucedido. Se inclinando para frente, o copo já vazio em suas mãos, Cassius sorriu de maneira amistosa, mas não obteve a mesma resposta de Otto, que manteve sua expressão neutra.― Isso vai ser muito fácil para você, já que esteve vivendo com aquele cachorro usurpador por mais de dois ano
Percebendo a movimentação frenética, Emília se uniu aos demais em frente ao grande prédio. Kaiser, sentindo a presença de sua Luna, se virou e foi até ela, que ainda ostentava os curativos do ataque que havia sofrido, mas os arrancava rapidamente enquanto descia os degraus e se juntava as outras lobas, mas Kaiser a deteve em seu caminho, parando diante dela.― Onde pensa que vai? ― Emília revirou seus olhos, arrancando o último curativo de seu rosto, revelando uma pequena cicatriz que fez Kaiser rosnas de raiva. ― Você fica.― Nem ferrando. Eu vou com as lobas.― Emília cruzou seus braços, desafiadora, enquanto Kaiser tentava se conter e não a carregar até o quarto e a trancar lá. ― Eu me recuso a ficar escondida enquanto todos estão lutando.― Você está ferida, mulher estúpida! ― Kaiser rugiu, fazendo todos que estavam próximos darem um passo para trás, menos Emília, que o olhava diretamente nos olhos.― Eu já estou recuperada, lobo idiota! ― A loba gritou de volta. ― Sou a sua Luna,