A estadia na pousada foi relativamente calma, Dorian não falou com Lilian mais do que o necessário, ele saiu logo após o beta trazer as ervas, uma serva apareceu na porta uns dez minutos depois, informado a que o rei havia pedido água quente para Lilian poder tomar banho antes do jantar Lilian não conseguiu segurar um sorriso ao pensar que de alguma forma ele se importava e cuidava dela, mesmo sem eles entender a estranha ligação que os unia.Após o banho, Lilian já preparou uma grande e fumegante caneca de chá com as ervas que o beta trouxe para ela, enquanto estava sentada em frente a lareira desfrutando do seu chá, o jantar chegou, e ela percebeu que comeria sozinha, mas também o que ela esperava? Que o rei viesse jantar com ela, Lilian riu de sua própria burrice e jantou em silencio, desfrutando de uma comida simples, mas deliciosa.DorianComo posso ter dormido o dia inteiro, nenhum barulho me perturbou, nada me acordou, não sei o que essa garota tem que me faz relaxar na presenç
O céu aqui nas colinas é lindo, a brisa calma e refrescante me faz relaxar, Leonor e eu sempre fugimos para as colinas para aproveitarmos o sol da primavera e contemplarmos o céu, mas hoje não, hoje eu vim sozinha, Leonor ficou para ajudar o papai com os preparativos para a chegada do rei, como eu não tenho dons de cura sou uma inútil (como diz meu pai), para ajuda-lo nos afazeres da chegada do Rei. Não que isso impeça de alguém me mandar fazer tarefas que eles mesmos não querem fazer, como limpar e lavar, e claro que em minha posição eu não precisaria fazer nada disso, mas como meu pai me abandonou a minha própria sorte após descobrir que eu não tenho dons de cura, todos me humilham e se aproveitam da minha falta de sorte para se imporem sobre mim, não que eu permita, nunca abaixei a cabeça para nenhum deles, nem mesmo quando me batem, só Eleonor fica do meu lado, ela sempre me defende e briga com todos aqueles que me maltratam, mas infelizmente ela não está por perto sempre, então
eu não deveria estar aqui, aqui nas colinas do lado norte do castelo é de uso pessoal do alfa, para quando ele quer caçar ou ficar sozinho, eu acho um desperdício um lugar tão grande e lindo para uma pessoa só, e por sorte o alfa não se importa com esse lugar, então nem ele e nem ninguém vem aqui, somente eu e minha irmã.Daqui da pra ver todo o povoado, o castelo, a torre sul que é onde eu moro, o rio que circunda todo o lado norte do castelo, eu poderia amar esse lugar, se pudesse chamá-lo de lar, mas desde que não consegui me curar quando tinha seis anos, logo após sofrer um pequeno acidente, meu pai virou as costas e foi embora, ele não aguentou o desgosto de ter uma filha que descende dos maiores curandeiros da história, mas não tem o dom da cura, desde então ele me trata com indiferença, as vezes ele finge que eu não existo, se não fosse pelo fato de que ele seria humilhado, acho que ele diária a todos que não sou sua filha, acho que para ele a humilhação da hipótese de ter sido
No centro da sala, em cima da mesa de procedimento estava o corpo sem vida e inerte de Leonor, nesse momento o mundo parou para Lilian, tudo o que ela tinha era sua irmã mais velha, a única pessoa que a amou e cuidou foi sua irmã, e agora ela não tinha mais nada, o grito ficou preso em sua garganta, na sua face estava a imagem do horror, o corpo de Eleonor estava coberto de sangue, Lilian não sentia as próprias pernas, ela ficou ali na porta, presa ao chão, seu coração batia tão rápido e estava ensurdecedor que ela não conseguia distinguir o que as pessoas ao redor falavam, ela era pura dor e desespero, então quando ela sentiu uma tapa violento em seu rosto ela não podia fazer mais nada a não ser cair.seu pai estava gritando com ela, mas ela não conseguiu entender nada do que ele falava, a sua face não doía nada comparado com a dor de ter seu coração partido em milhares de pedaços ao ver Leonor naquela mesa, ela se forçou a ouvir seu pai, mesmo sabendo que tudo oque ele falava só pior
Lilian ficou no quarto por duas semanas, todos acharam que ela morreria também, os empregados levavam comida duas vezes ao dia, deixavam no mesa e saiam, mal davam uma segunda olhada nela, seu pai não veio uma vez se quer para vê-la, ela ficava na cama, pensando em como a vida era injusta, afinal de tantas pessoas no mundo, por que justo sua irmã tinha que morrer, os fatos em torno da morte de Eleonor eram muito estranhos, Eleonor caiu do alto da torre leste, onde estava limpando os aposentos para o rei que chegou logo no dia seguinte a sua morte, pelo o que disseram não tinha mais ninguém lá em cima com ela, ela subiu na janela para limpar e caiu ou se jogou, um argumento que alguns estavam discutindo, se foi acidente ou suicídio.Lilian tinha certeza que Eleonor nunca se mataria, ela sabia que a irmã estava diferente nos últimos dias, mas não era tristeza, Lilian achava que eleonor estava apaixonada e como a irmã não disse nada ela resolveu esperar para que ela pudesse contar no seu
Ao olhar na direção que Ariane estava olhando, Lilian vê que a grã anciã estava se aproximando, não tendo mais como fugir e sabendo que a anciã já a tinha visto, Lilian aguardou ela se aproximar mais, as duas moças fizeram uma pequena reverência a anciã e a cumprimentaram em uníssono "grã anciã, boa noite" os olhos da velha correram pelas vestimentas de Lilian e ela falou "você pretende ir a cerimônia vestida assim?", Lilian corou um pouco mas já respondeu, "perdoe-me grã anciã, mas não estou me sentindo bem, sai somente para tomar um ar fresco, e já estou retornando a meus aposentos" a os olhos da velha saltaram para a torre leste atrás das meninas e ela disparou "ambiente estranho para se tomar um ar fresco, logo onde eu tenho certeza que você não iria querer estar", o rosto de Lilian pegou fogo nesse momento, mas ela não vacilou "quando dei por mim estava aqui, mas não pretendo retornar", a anciã não se deixou enganar e disse "já que veio até aqui, acompanhe-me até o salão, pelo me
O cheiro de musgo faz minha besta correr mais, ela adora o cheiro de musgo, mas a besta quer outra coisa, temos fome, a viagem já dura um dia e ainda não paramos para comer, eu preferia voltar a minha forma humana para comer, mas minha besta quer caçar, então estamos procurando algo aqui, um cheiro que ele goste, geralmente a minha besta gosta de ursos, mas não sei se tem muitos aqui nas montanhas de pico nevado, já estamos na metade do caminho para o castelo do alfa do Norte, essa viagem para lá é necessária, mas minha besta não se importa, não nesse momento, agora ela só quer comer, um rastro a faz perder o foco, um cheiro doce de flores e algo mais, não conseguimos indentificar o que seria o outro componente, o cheiro veio com o vento que vem do norte, minha besta começa a correr em direção, ela quer esse cheiro, ela precisa, com minha audição percebo que todos os soldados estão tentando me acompanhar, Casth meu beta real tenta me conectar pelo elo mental, mas minha besta não quer
Marius veio me ver no dia seguinte, ele tinha um semblante triste, mas nada que pudesse dizer que ele havia acabado de perder a filha, após uma breve discussão com Casth, decidimos não contar sobre nossa descoberta no assassinato da filha dele, até por que não sabemos até que ponto Alex está infiltrado aqui no norte, e nem o por que ele matou a jovem, após um levantamento do Casth e alguns soldados descobrimos que todos achavam que a jovem tinha caído ao se inclinar para limpar a janela ou se jogado, então achamos melhor deixar assim, por enquanto. mostrei a Marius minha ferida, que começa no tórax onde fui atingido e se alastra pelos membros inferiores e superiores do lado esquerdo, a curandeira que me atendeu no campo de batalha disse se tratar de uma maldição, mas até agora ninguém achou a cura, se não fosse pelo meu sangue real eu já teria morrido a muito tempo, estou ficando sem tempo, então Marius e meu último recurso, se ele não conseguir descobrir do que se trata essa maldiçã