ALGUNS DIAS DEPOIS:FernandaAndrey me contava que o Felipe liga todos os dias para a dona Vanda para saber como o Gabi está, inclusive por chamada de vídeo para vê-lo, isso me deixa feliz, mas me incomoda saber que ele ainda está na VK, ele realmente é como uma drog@ e eu a usuária que estava limpa há três anos e tive uma recaída provando novamente e agora estou sentindo falta, muita falta.Hoje é sábado e vai rolar aquela esticada após o turno da loja, iremos eu e as três meninas que trabalham comigo, já marcamos de encontrar alguns amigos lá, eu fiz alguns na pista. Eu quase não saio, mas sempre que possível marcamos algo e dessa vez vamos num bar estilo danceteria que inaugurou no centro do Rio, lá iremos encontrar alguns amigos em comum.Gabriel vai ficar com Andrey e a mãe dele, ele é um dos padrinhos do meu filho e me ajuda muito, principalmente se for para eu sair e me divertir, Andrey é o meu maior incentivador.***A noite foi ótima, rimos, bebemos, dançamos, tivemos convers
CariocaFernanda bufou e entrou, eu senti cheiro de bebida nela e aquilo me deixou com raiva, assim que ela entra, vai tirando os sapatos e vai para o quarto, vou atrás dela que tá me ignorando e isso tá me deixando com mais raiva ainda.— Você tava onde Fernanda?— Não que isso seja da sua conta, mas eu saí com uns amigos.— Você tá largando nosso filho pra ir pra farra, é isso mesmo?— Que porcaria você usou hoje que tá maluco assim?— Fernanda, cadê a postura? Você é a mãe do meu filho, tem que ter postura car@lho!— E você pode, por favor, me dizer qual é o problema em eu sair e me divertir?— Tá largando o moleque por aí pra ir pra farra! Tá perdendo a noção do perigo? — agora eu gritava e apontava o dedo pra cabeça dela e ela deu risada sem estar achando graça.— Ah, faça-me rir, Felipe! O Gabriel está muito bem cuidado com o Andrey e a dona Vanda! — ela gritava agora também.— Baixa tua bolinha, tá maluca? — segurei os braços dela com força.— Que que é, hein Felipe? Onde estão
CariocaEsse cara tá querendo morrer, só pode. Entornei toda a cerveja do meu copo e a Fernanda tava sentando na mesa com a mulher do Japah e o Gabriel correu pro colo dela, que encheu ele de beijos enquanto nós nos olhamos e ela virou a cara. Assim que minha mãe entra em casa, vou atrás dela que tava na cozinha pegando uns pratos.— Por que você fez isso, mãe?— Isso o quê, Felipe?— Não se faz de desentendida, não ! Pra quê trazer a Fernanda aqui? A gente já tinha conversado sobre isso!— É o primeiro dia do Gabriel aqui, ele precisa se familiarizar com o local e ter a mãe com ele ajuda muito e você para de agir feito moleque!— Pra completar, só falta você ter chamado a Jéssica também e daqui a pouco ela aparecer aqui!— Claro que não! Você disse para não chamar e eu não chamei, e de mais a mais, ela tá bem diferente nos últimos dias.— Não era pra Fernanda estar aqui e você foi buscar ela, não vai me surpreender se daqui a pouco aquela outra aparecer também, se der alguma merda aq
Fernanda— Ah sim, o Mateus! — respondi.— Isso o Mateus! Não lembrava mais o nome, era conturbado o namoro de vocês? Porque vocês terminaram, amiga? — Dani perguntou.— Sabe que eu não sei, Dani? A gente se dava bem, mas depois ele começou a andar com más companhias e começou a ir por um caminho errado e então do nada, ele quis terminar.— Vocês eram muito novinhos, por onde ele anda agora?— Não faço ideia, logo depois da gente terminar, eu soube que ele foi embora pra cidade que o irmão dele que é policial mora, em são Paulo se não me engano.Dani assentiu e começamos outro assunto, enquanto Gabriel dormia tranquilamente e pouco depois, ela decidiu voltar para fora.— Amiga, vamos lá tomar uma cervejinha? — ela disse.— Vai indo amiga que eu já vou! Tenho que preparar a mamadeira do Gabi, logo ele acorda cheio de fome.Dani concordou e saiu, e eu fui até a cozinha preparar o leite.Quando estou na pia quase finalizando, me viro para levar o restante do leite para a geladeira, tom
CariocaAssim que minha mãe foi embora, subi pro meu quarto pra tomar banho e antes passei no quarto que a Fernanda e o Gabriel estão. Entro em silêncio, cuidando pra não fazer nenhum barulho e sento na poltrona que fica próxima a janela e de frente pra cama enorme que os dois dormem profundamente.Car@lho, olhando os dois assim, eu penso o quanto mesmo tendo uma vida fudida e fazendo tanta coisa errada, eu sou um fudid* de muita sorte, pena que eu não sei aproveitar essa sorte que a vida me deu.Fico viajando nesse momento, pego meu celular e tiro algumas fotos deles e percebo que o Gabriel tá começando a se mexer, então logo ele vai acordar e se a Fernanda me ver aqui, ela vai ficar put@ssa, então saio dali e vou pro meu quarto, pego uma bermuda de tactel da Nike e vou pro banho.Depois de um tempo relaxante debaixo do chuveiro, vou pra sacada fumar um baseado, mas só de saber que a Fernanda e o Gabriel estavam na minha casa, no quarto próximo ao meu, já me deixava tranquilão, que
ÂNGELA LEMBRANDOMais um dia pegando o ônibus para ir à escola, uma escola pública, óbvio, afinal, meus pais não podem pagar uma particular.Não passamos nenhum tipo de necessidade, mas também não temos acesso a certos luxos, meu pai é taxista e minha mãe é camareira em um hotel.A escola não é tão ruim, mas o uniforme é horroroso, uma calça e uma camiseta que em nada valoriza o meu corpo, mas também que corpo? Tenho apenas 15 anos...Tenho algumas amigas na escola, mas Marta é a melhor de todas, estamos sempre grudadas, sabemos tudo uma da outra, dividimos roupas, batons e confidências. Marta é mais avançadinha que eu, já teve suas primeiras relações sexuais, enquanto eu, apenas troco beijos comportados com o Juninho, garoto da outra turma. Mas ainda mais avançada do que a Marta, é a Luciana, ela tem um relacionamento com um bandidinho repetente do último ano do colegial, ele já deve ter seus 19 ou 20 anos, ele é filho de um traficante do morro do Jacarezinho e as mas línguas dizem
JéssicaSe o Carioca está pensando que vai me descartar como se eu fosse uma roupa velha que não serve mais, ele está muito enganado, não fiquei três anos da minha vida entrando em presídio, passando por humilhações em revista e sendo chacota das agentes penitenciárias para agora ele estar livre e meter o pé em mim. Sem contar os anos antes da cadeia que eu passei por cima de tudo e ele não estava nem aí para mim.Já deixei claro que ele pode ter os lanchinhos que quiser, essas piranhas não me preocupam, mas aquela sonsa que se faz de coitadinha, aquela lá eu vou varrer do meu caminho, não adiantou avisar, então se ela quer ir pelo caminho mais difícil, então assim será.O que ela tem que eu não tenho? Eu sou linda, elegante, gostosa, qualquer homem daria tudo para me ter, mas homem é assim, pode ter filé mignon que sempre vai querer comer carne de segunda. Mas eu não desisto fácil, não cheguei até aqui para ser jogada de escanteio, tenho a minha sogra que me adora e logo ela também v
Fernanda— Ele não vai fazer isso com o pai dele! —Felipe falou e se aproximou, sentando ao meu lado e virou ficando lateralmente de frente pra mim, mexeu em uma mecha do meu cabelo. Entendi que ele queria que eu ficasse de frente para ele e assim fiz.— O que aconteceu hoje... — não deixei ele terminar e já fui falando.— Olha Felipe, o que aconteceu hoje foi engano, eu...— Ei, escuta primeiro! Te chamei aqui pra conversar de boa. O que aconteceu hoje me fez perceber que eu não quero e não posso ver você com outro.Me calei e ele entendeu que podia continuar.— Fernanda, você não tem noção do que eu passei na cadeia, não tinha um dia que eu não pensasse em você. Aquela porr@ de quase ter te matado, tava acabando comigo. — E os seus sentimentos você demonstra se casando com outra? — Essa porr@ já acabou, o Luís meu advogado tá correndo atrás de tudo e outra coisa, mesmo se a gente tivesse junto, você acha que eu ia querer você dentro de um presídio me visitando?— Eu iria! — resp