CariocaEla não responde e fica me olhando, e eu aguardando.— A gente pode conversar sobre isso? Se você não quiser aqui, podemos ir em algum lugar PÚBLICO. — já elevei a voz na palavra público, caso se sentisse mais segura assim. Ela então abriu a porta.— Entra Felipe! Conversamos aqui, não posso sair, o Gabi está dormindo.Assim que ela virou de costas entrando, eu sorri passando a mão no rosto, era isso mesmo? Eu estava poucos metros do garoto que é meu filho?Quando entrei, ela fechou a porta atrás de mim e eu pude ver o quanto a casa dela está diferente desde a última vez que eu estive aqui, ela vive com conforto, aliás, eles vivem, e isso é notável.— Posso ver ele? — pergunto e ela arregala o olho.— Você quer conhecer ele?— Claro pô! Vim aqui pra conhecer ele ou você vai me negar isso? Mas também vim conversar com você, é claro.— Ele está dormindo agora, você espera ele acordar? — ela sinalizou para o sofá e eu fui até lá e sentei, logo ela veio também, mas sinto que ela t
CariocaEra meu filho que havia acordado e estava chamando pela mãe e eu abri o maior sorriso que minha boca pudesse dar, olho pra Fernanda que sorri também saindo da cozinha fazendo sinal com a cabeça para que eu a acompanhasse. Cheguei a sentir um frio na barriga, agora com ele acordado é que realmente eu iria conhecê-lo e ele a mim. Quem diria que eu, um b@ndido criminoso que já matou tanta gente, estaria com medo de “um mini homem”?Assim que ela entra no quarto, eles trocam algumas palavras e eu fico do lado de fora com a porta entreaberta onde não era possível ver ele, a Fernanda faz um sinal com a mão para que eu entrasse e assim eu fiz.Ele está no colo dela, de costas pra mim, apontando o pequeno dedo para alguns brinquedos na prateleira dizendo alguma coisa no dialeto dos bebês que eu não conseguia entender, mas que eu iria aprender, eu queria saber tudo sobre ele e ser um pai fod@, assim como o meu foi pro Japah e pra mim.Eu sorrio e vou me aproximando, ele sente a presenç
Fernanda— É sério, pô! — ele falou porque eu literalmente me afoguei com o que ele disse.— Felipe, você está maluco? Eu tenho minha casa, minha vida e você também.— Fernanda, o meu trabalho é fudid* pra caramba, fico o dia todo resolvendo pic@, principalmente agora que voltei. Quero chegar em casa e poder ficar com meu filho, aproveitar o tempo que perdi, lá em casa vou poder fazer isso todo dia.— Isso é loucura, Felipe!— Você não pode me negar isso! — ele diz.— Não estou negando a você sobre ficar com seu filho, mas morar na mesma casa que você, eu posso e vou negar, não tem cabimento um negócio desse.Ele começou a ficar irritado, levantou do sofá, tirou o boné, bateu na perna e colocou novamente na cabeça.— Olha só, eu sei que minha presença te incomoda, mas faz um esforço, aquela casa é enorme, a gente nem precisa se ver se você não quiser, é só a gente se organizar, lá vai ser maneiro pra ele e mais seguro.— E a sua mulher, como fica nessa história? — perguntei e ele me o
Carioca— Jéssica, você lembra que antes de ir pro privado, eu tava com uma pessoa? Que era um lance sério?Eu precisava contar mas indo com calma, sei que ela pode não entender no começo.— O que você tá querendo me dizer? — ela me olha ao perguntar e eu já percebo raiva no olhar dela.— A minha cabeça tá fervendo, uma parada muito louca aconteceu, quando avisaram que você chegou no morro, eu tava na casa dela e...Ela não me deixou terminar de falar.— O que você está me dizendo? Você estava lá na casa dela? Estava comendo aquela sonsa? Aquela vagabund@ que te encheu de chifres, que até seus comandados sabem? É isso? — ela se exaltou.— Não é nada disso car@lho, escuta pô! Agora que eu voltei eu fiquei sabendo de coisas que eu não fazia ideia, coisas que jamais fiquei sabendo.Mais uma vez ela me interrompe.— Sempre essa desgraçada no meu caminho, o que é agora? Essa mulher não cansa, não? É por causa da criança? É isso? Se você quer um filho eu te dou, eu nunca quis ser mãe, mas s
FernandaFico parada na porta sem reação alguma, aquela mulher linda, beirando seus 45/50 anos mas muito conservada, bem vestida, corpo invejável e pele bem cuidada. Saio do meu transe quando ela sorri e fala:— Não sei se você me conhece, eu sou a mãe do Felipe e do Eduardo.— Claro, conheço sim! Não pessoalmente mas por foto sim. Ai, me desculpe a falta de educação, entre, por favor dona Ângela.O que essa mulher está fazendo aqui? Era só o que eu me perguntava mentalmente.— Ah, obrigada! Mas por favor me chame só de Ângela, afinal, não sou tão velha assim. — ela riu e entrou, e eu fiquei impressionada com a elegância dela, inclusive nos movimentos.Sentamos no sofá, ela me olhou e disse:— Então Fernanda, o motivo de estar aqui hoje é meu neto!Ela é direta assim como o Felipe e é claro que o assunto seria esse.— Ele contou pra senh.. para você? — me corrigi.— Na verdade, o Felipe é um homem muito fechado, não fala da vida dele, quem me contou foi o Eduardo. — fiquei olhando par
03 DIAS DEPOIS...RESTAURANTE NA BARRA DA TIJUCAJéssica entra no restaurante e informa que há alguém à sua espera e após dizer seu nome, é conduzida pela moça até a mesa mais afastada e discreta com luz baixa.— Boa noite! — ela cumprimenta puxando a cadeira para sentar.— Muito boa! — MT responde olhando Jéssica de cima para baixo, analisando o corpo bem desenhado dela, enquanto toma seu whisky.— Não tô pra gracinha, hein? — ela fala soltando a bolsa de forma bruta na outra cadeira.— Quem não tá pra graça aqui, sou eu. Qual foi? Depois de tudo que você fez, eu nem deveria olhar na sua cara. Você desiste de tudo, some, te ligo toda semana pra ver se mudou de ideia e você sempre com esse papinho de amor. — ele fala bravo.— Você nunca entenderia! — ela fala mexendo no guardanapo sobre a mesa. — Realmente eu não entendo como uma mulher linda e esclarecida como você pode ter se envolvido com um monstro como aquele.— Não fala assim! — Jéssica diz.— Como não falar assim? O cara acab
ENCONTRO ENTRE ÂNGELA E JÉSSICA NO RESTAURANTE EM FRENTE AO MAR:— Olá, minha querida! Como você está? — Ângela cumprimenta Jéssica e elas trocam um abraço apertado.— Ai Ângela, eu não estou nada bem. Seu filho não me procurou, eu não tô aguentando mais, nem ligação, nem mensagem, nada.— Calma Jéssica! Faz poucos dias que tudo aconteceu, espera ele esfriar a cabeça.— Como vou ficar calma se já estou sabendo que ele tá todo dia na casa daquela mulher? — Jéssica diz.— Eles têm um filho juntos, isso é normal e será a realidade de agora em diante, se você ama meu filho e eu sei que sim, você vai passar por cima disso.— O problema não é a criança, embora eu duvide que seja dele mesmo, o perigo é a mãe dele.— Ah não, Jéssica! Eu gosto muito de você, mas não vou admitir você falar assim, meu neto é a cópia do Felipe, isso é inquestionável.— Até você Ângela já está aos pés daquela vag@bunda?— Eu não estou aos pés de ninguém, estou apenas sendo justa, o menino é filho dos dois e a conv
JapahMeu mano tá amarradão nessa parada de ser pai, nunca vi ele tão feliz como agora, ele tá de quatro pelo filho e certeza que vai ficar mais de quatro ainda pela mãe do moleque, já era antes né? Imagina agora então.Tô curtindo ver ele nessa fase, não usa mais pó, bala e outras paradas pesadas que ele usava, só usa o baseado mesmo, mas isso é de lei, né? Bagulho fraquinho, erva natural.Esse filho foi a melhor coisa que aconteceu pro Carioca, agora ele tem motivo pra focar, ele sabe que precisa proteger o moleque, só quero ver como vai ficar essa parada da Jéssica, na real acho que o Carioca deixou ela se criar demais, ela se acha a rainha da cocada preta, mas aquela ali não me engana e é difícil eu estar errado.NO QUARTO DE FERNANDAFernandaAquele beijo continua igual a última vez que nossos lábios se encontraram anos atrás, na verdade tudo continua igual, o beijo dele, o cheiro delicioso que me embriaga, a pegada dele que me enlouquece e todo aquele amor que queima dentro do