MarcoEu resmungo de aborrecimento enquanto estaciono em frente à casa de Lisa. A única razão pela qual eu sabia que Kaya estava aqui é porque quando Lisa dá uma festa, ninguém mais da escola se preocupou em dar a sua própria.Passo uma mão irritada pelo rosto, querendo ligar meu carro de novo e ir embora. Eu sabia que ela não era meu problema, mas eu não era um cara mau.Eu não podia simplesmente deixá-la perto de caras que iriam se arriscar para tirar vantagem de uma garota bêbada.Depois de dizer a mim mesmo que seria rápido buscá-la e deixá-la em casa, saio do carro e caminho em direção à porta da frente, que estava bloqueada por um grupo de pessoas bebendo cerveja.Não sei como ela deu essas festas, sabendo o quão nojentas as pessoas são, especialmente os estudantes bêbados do ensino médio.Eu já tinha visto uma pilha de vômito no chão enquanto eu estava andando para dentro para encontrar Kaya. Era do tipo grosso também, não melhorou a visão.– Cara, faz tempo que não te vejo! –
JULIEEu estava bem acordada.Meu corpo estava acostumado a acordar mais cedo para a escola, mas obviamente o de Augusto não estava. Seu braço estava firmemente enrolado em volta da minha cintura, colando minhas costas contra seu peito.Ele estava dormindo profundamente, e não ia me soltar tão cedo. Tento dar uma cotovelada nele, mas ele só resmunga algo que não consigo entender.Eu não podia negar, o fato de que eu dormi muito melhor perto de Augusto. Talvez fosse a sensação do braço dele em volta de mim, ou a maneira como ele me fazia sentir segura.Talvez fosse só ele.Eu estava de costas para ele, então tive que ser extremamente cautelosa com meus movimentos para escapar.– Vou me atrasar para a escola. – Resmungo, congelando quando ele de repente move o rosto para descansar entre meu pescoço e minha clavícula.– Eu também. – Ele responde baixo, fazendo com que seus lábios roçassem levemente minha pele enquanto ele fala. Eu tento o meu melhor para ignorar o quão quente meu corpo f
JULIESó quando Kaya sai da enorme mansão é que começo a ficar nervosa sobre ir à festa. Eu nunca tinha ido a uma, e o vestidinho preto que ela tinha me dado não estava ajudando muito meus nervos.Claro, eu me sentia bonita. Só acho que não combinava com nada disso.– Você está bem? Podemos voltar se quiser. – Kaya pergunta, preocupação genuína em seu rosto enquanto se vira para mim. Eu mastigo meu lábio antes de balançar minha cabeça firmemente em negação.– Não, eu quero ir. – Eu digo, olhando para ela com determinação. Eu precisava sair da minha zona de conforto, toda a minha vida eu só me senti presa.– Ok, mas se precisar de alguma coisa, venha até mim imediatamente. Não aceite bebidas de estranhos, e se alguém tentar tocar em você, me avise e eu vou dar um soco na cara deles.– Kaya lista enquanto caminhamos na noite fria em direção à casa barulhenta.– Sim, senhora. – Brinco com uma voz severa e nós rimos enquanto quase morremos de frio.O lugar estava lotado de adolescentes, e
JULIEAcordei esta manhã com dor de cabeça e sem vontade de ir à escola.Não tenho certeza do que deu em mim ontem à noite, tudo o que eu sabia era que não me arrependia de nada. Acho que o que mais doeu foi saber que Augusto foi quem se arrependeu de tudo.Eu não conseguia tirar da cabeça o jeito que ele olhou para mim antes de sair do meu quarto, e o fato de que eu teria que vê-lo na escola hoje não estava melhorando meus nervos.Minhas pernas pareciam estar tentando me forçar a andar de volta para a cama enquanto eu me arrastava até o banheiro e acendia a luz.Esfreguei meus olhos cansados e, quando os abri, estremeci levemente com a claridade, mas pude sentir meus olhos se arregalando em choque com a visão diante de mim.Minha mão rapidamente se move para o chupão escuro no meu pescoço. Eu podia sentir meu rosto queimando vermelho enquanto eu olhava para meu reflexo mais de perto.Meus pensamentos voltam para a noite passada enquanto traço o chupão.Parecia que Augusto conhecia
JULIE Fica quieto por um momento, e eu tinha certeza que ele diria não. Por que ele me quereria perto dele, afinal? – Entre. – Ele diz, fazendo minha cabeça levantar surpresa. Augusto já estava no lado do motorista com o carro ligado. Eu finalmente saio do meu lugar, caminhando em direção ao lado do passageiro. Eu tento o meu melhor para ignorar seus olhos em mim enquanto eu caminho ao redor do carro. Ele fica em silêncio durante a viagem enquanto passamos pela cidade, que fica ainda mais bonita à noite, com luzes iluminando todas as ruas. Olho para Augusto, que tinha uma mão no volante e um olhar vazio enquanto dirigia pelas estradas movimentadas. Ele não acelerou nenhuma vez. Viro a cabeça para a janela, segurando o botão enquanto deixo o ar frio entrar no carro e atingir minha pele. Minha cabeça gira com pensamentos, imaginando quem era aquela mulher, o que ela fez com Augusto para deixá-lo tão bravo. Inconscientemente, deixei minha mão descansar do lado de fora da
JULIE – Julie, depois que você terminar os banheiros, preciso que você limpe os quartos. – A Sra. Carmen grita do lado de fora do banheiro que eu estava limpando. – Ok! – Respondo, terminando rapidamente o último banheiro. Solto um suspiro enquanto limpo o suor da testa com o braço. Eram apenas 21h, então o trabalho ainda não tinha acabado, principalmente porque eu tinha os quartos para limpar agora. Normalmente, eu sempre começo pelo quarto do Sr. e da Sra. Salvatore, então eu arrumo todos os meus materiais de limpeza e sigo para a caminhada terrível escada acima. A maioria das empregadas terminava seus turnos mais cedo do que eu, já que trabalhavam o dia todo, e eu começava depois da escola, então a casa sempre ficava quieta à noite. Não ajudava que eu odiasse lugares quietos, especialmente os escuros, dos quais eu mal conhecia o caminho. Mesmo que eu estivesse aqui por alguns meses, ainda era difícil saber onde tudo ficava. Eu me perdia na maioria das noites em que trabal
JULIE – O quê? – É tudo o que Augusto diz, sua voz vazia e desprovida de qualquer emoção enquanto o Sr. Salvatore coloca a mão no ombro da esposa para acalmá-la. – Eu mandei prender sua antiga tutora até termos alguma informação sobre o porquê de você ter agido daquele jeito com ela. – Sr. Salvatore começa, com dor nos olhos enquanto olha para Augusto. Por que sua tutora foi presa? – Ela confessou tudo recentemente, eu tive que contar para sua mãe também. – Meu bebê estava sofrendo todo esse tempo, como pude ser tão estúpida? – grita a Sra. Salvatore, e vejo uma onda de compreensão tomar conta do rosto de Augusto quando ele entende o que eles estão falando. – Como você a matou? – Ele pergunta, virando-se para o pai com olhos escuros. Matá-la ? Matar? Eu senti vontade de vomitar O Sr. Salvatore olha para sua esposa, hesitando se deve responder ou não. – Talvez não na frente de sua mãe. – Ele diz, dando a Augusto um olhar de cumplicidade. Tento controlar minha respiração, ai
JULIENão consegui tirar da cabeça o que Augusto me disse ontem à noite, e isso me fez repensar meus próprios sentimentos.Ele disse que eu era tudo em que ele pensava, e só de imaginar aquelas palavras saindo da boca dele novamente, senti um frio na barriga.Eu, eu era quem ele sempre pensava...Não me incomodo em esconder o sorriso do meu rosto enquanto continuo esfregando o chão. Eram quase seis da manhã e meu turno já tinha começado há uma hora, já que a escola estava de folga hoje para o baile. Felizmente, a Sra. Carmen concordou em me deixar sair mais cedo para que eu pudesse me arrumar com Kaya mais tarde.Bocejando, termino de esfregar a última parte do grande piso antes de despejar a água suja. Ainda tenho muitas tarefas para o dia, então não perco tempo para terminá-las.Às 11h eu estava no segundo andar da casa, tirando o pó de todas as pinturas que decoravam as paredes. A casa estava bem silenciosa até eu andar mais para baixo no corredor, ouvindo vozes em um cômodo.Quand