MELISSAO rosto do homem empalidece. Suas mãos se movem para cima em derrota, virando-se rapidamente para ir embora.Nem me incomodo em me virar, pois estou prestes a continuar andando para frente. Eu falho quando a mão de Richard envolve minha cintura, me puxando de volta para seu peito.— Por que você continua me evitando? — Ele pergunta, com a voz baixa.Eu já podia sentir os olhos assassinos de todas as mulheres em mim. Preciso tentar evitá-lo.— O que você quer? — Faço uma careta, ignorando sua pergunta enquanto tento sair de seus braços.— Você poderia me ouvir por um segundo? — Ele me encara, me virando para que eu pudesse ficar de frente para ele.— Por quê? Para que você possa apontar todas as mulheres aqui com quem você dormiu? — Eu digo, olhando para o rosto dele. Parecia que eu não o via há muito tempo, mesmo que tenha sido apenas um dia.— Você sabe que eu não faço mais isso, Mel. Desde que te conheci, não toquei ou olhei para nenhuma outra mulher do jeito que olho para v
MELISSA— Então, o que você e Carlo estavam fazendo a noite toda ontem? — pergunto curiosamente a Madison enquanto estou deitada na cama, mordendo uma maçã.— Não queria falar disso. — suspira, sentando-se ao meu lado. Franzo as sobrancelhas.— Por quê? Não foi bem? — pergunto.— Bem, nós dois concordamos que não queríamos um relacionamento. — Ela diz e eu olho para ela chocada. Eu realmente pensei que eles entrariam em um relacionamento com a maneira como eles estavam se olhando.— Mas nós fizemos sexo. — Ela diz, e eu paro a grande mordida que eu ia dar na minha maçã.— Vocês entraram escondidos na casa então? — eu digo, ainda tentando processar isso. Era estranho pensar nisso, principalmente porque eu via Carlo como um irmão irritante.— Não, fizemos no banco de trás do carro dele. — Ela ri nervosamente, seu rosto ficando vermelho.— Não é de se espantar que vocês tenham desaparecido em um momento. — Eu digo a mim mesma, juntando as peças agora. Eles estavam se pegando em algum mom
MELISSAQuando Richard chegou em casa ontem à noite, eu já estava em sono profundo e, quando acordei de manhã, ele não estava mais lá, provavelmente no trabalho.Suspiro, já sentindo falta da presença dele. Eu entendia que o trabalho era importante, mas sentia falta de sair com ele.Tudo estava tão estranho ultimamente, tudo que eu pensava era no que ele estava fazendo, onde ele estava, se ele tinha comido, se o trabalho estava sendo muito difícil para ele.Todos os meus pensamentos giravam em torno dele, e meu coração doía a cada minuto que eu não podia estar com ele. Só a companhia dele me fazia feliz.Eu me arrumo para o dia, tomo café da manhã e vou para a biblioteca como de costume. Foi difícil focar no meu livro, considerando que Carlo estava ouvindo música alta. Ele e alguns outros homens, eu presumi, estavam treinando, mas a música ainda podia ser ouvida claramente.Eu gemo de irritação quando a música fica ainda mais alta, fechando meu livro com força enquanto vou para a sala
MELISSAOlho para minhas roupas. Eu estava usando jeans e um suéter grosso.— Você mudou de ideia? — Ele ri.— Não, eu... eu só preciso me preparar. — Eu digo.Olho para o moletom preto dele, que era muito mais claro que meu suéter quente, e o pego, sentindo seus olhos queimando minha pele.— Eu já volto. — Digo, indo até o banheiro para me trocar.Tiro meu jeans e suéter, vestindo o longo moletom com capuz que ia até meu joelho. Era longo o suficiente para que eu não mostrasse nada a ninguém, e cheirava a colônia dele.Prendo meu cabelo em um rabo de cavalo alto antes de sair com minhas roupas nas mãos, colocando-as em uma cadeira.— Cazzo. — Ele murmura. Sua voz estava rouca, enviando arrepios pelo meu corpo enquanto ele se aproximava de mim.Movo minha mão em seu peito nu quando ele está prestes a se inclinar para um beijo. — Estamos aqui para aprender, não para beijar. — Eu rio, observando seu rosto ficar desapontado.— Que pena. — Ele diz enquanto eu caminho até o tatame, indo a
Julie Corro, Parece que é tudo o que faço desde que aprendi a andar. O som das solas dos meus sapatos batendo no pavimento molhado, a ardência nas minhas pernas a cada impulso para frente, os olhares estranhos das pessoas ao meu redor. Para mim era tudo normal. Ouço suas risadas, risadas doentias enquanto correm na minha frente, jogando minha mochila para todos os lados como se fosse um brinquedo. – Venha e pegue, Cooper! – Ele grita, a excitação está impregnada em sua voz áspera por causa de todos os cigarros que ele fuma. Esse era Scott Wayans. Ele fuma desde os seis anos de idade e encontrou prazer na minha dor. Junto com seus outros colegas, Jackson Lutter, Emmy Olsen e Mark Fromt, eles tinham apenas um objetivo. Tornar minha vida um inferno. Eu podia sentir meu coração batendo forte no meu peito Não sei há quanto tempo estou correndo, mas não podia deixar que levassem minha mochila, a única coisa que eu mais prezava. Foi a última parte do meu pai que me restava
Julie Gosto de pensar que sou forte. Em tudo, em cada momento difícil da minha vida, eu encontrava uma fuga através do trabalho e da escola. Sempre que eu não estava trabalhando ou sendo perseguida por Scott e sua gangue, eu estava estudando, a única coisa em que eu era realmente boa. Eu tinha o maior nota da escola, o que nunca pensei que significasse muita coisa, já que morávamos na parte mais pobre da cidade, onde nenhum aluno se importava e só tinha tempo para drogas e álcool. Embora, quando Scott Wayans descobriu minhas conquistas, passou a me obrigar a fazer todos os seus trabalhos escolares, incluindo os de Mark, Jackson e Emmy. – Bom trabalho, Cooper, meus pais realmente acham que eu posso ir para Harvard com essa merda. – Jacksom ri histericamente, me empurrando com força pelas costas enquanto empurra o papel que eu tinha escrito na frente do meu rosto. – Que tal jogarmos um joguinho depois da escola hoje? Hein? – Scott diz enquanto eles me seguem pelos corredores va
JULIE Sinto meu coração pular uma batida, meu corpo completamente congelado em choque enquanto as sombras de Mark, Emmy, Scott e Jackson cercam meu corpo agachado. Meu corpo treme de medo enquanto me encosto na parede de tijolos o máximo que posso, balançando a cabeça em sinal de não. Scott se ajoelha, sua mão agarra agressivamente meu queixo, forçando meus olhos a olharem nos dele. – Você não deveria ter feito isso. – Ele diz baixinho, inspecionando meu rosto. Por alguma razão, tenho um pouco de esperança de que ele me deixe ir dessa vez, mas tudo se vai quando ele move o punho direto em direção ao meu rosto, pousando no meu lábio. Eu grito de dor, minha mão tremendo enquanto toco minha boca agora ensanguentada. O gosto do meu próprio sangue só estava gravado na minha cabeça agora depois dos anos de dor que Scott me infligiu. – Você tem sorte que eu esteja com vontade de outra coisa hoje. – Ele ri, e eu balanço a cabeça continuamente em negação quando ele começa a tirar o cin
JULIE DOR. Tudo simplesmente doía. Era como se um incêndio tivesse começado no fundo do meu estômago, espalhando-se rapidamente por cada centímetro do meu corpo. Embora as feridas que Scott me causou já estivessem quase todas secas, a dor física não era nada comparada à sensação constante que me sufocava. Quando o sinal da minha escola tocou, pulei da minha cadeira e agarrei a mochila, que já estava pronta. Eu sempre me preparo minutos antes do final da aula, com os dedos firmemente enrolados na alça da mochila. Conhecia cada detalhe dos horários dali, sabia exatamente quanto tempo as alunas demoravam para sair, o tempo das conversas no corredor, até as pausas para o banheiro. Mas, às vezes, o timing falhava e esses erros nunca terminavam bem. Com passos rápidos, segui em direção à liberdade representada pelas grandes portas duplas. Pegaria o ônibus para Rupert City, de onde andaria até Mints. O ônibus não passava por lá, e eu não tinha dinheiro para um táxi, então andar era minha