JULIE
Fica quieto por um momento, e eu tinha certeza que ele diria não. Por que ele me quereria perto dele, afinal? – Entre. – Ele diz, fazendo minha cabeça levantar surpresa. Augusto já estava no lado do motorista com o carro ligado. Eu finalmente saio do meu lugar, caminhando em direção ao lado do passageiro. Eu tento o meu melhor para ignorar seus olhos em mim enquanto eu caminho ao redor do carro. Ele fica em silêncio durante a viagem enquanto passamos pela cidade, que fica ainda mais bonita à noite, com luzes iluminando todas as ruas. Olho para Augusto, que tinha uma mão no volante e um olhar vazio enquanto dirigia pelas estradas movimentadas. Ele não acelerou nenhuma vez. Viro a cabeça para a janela, segurando o botão enquanto deixo o ar frio entrar no carro e atingir minha pele. Minha cabeça gira com pensamentos, imaginando quem era aquela mulher, o que ela fez com Augusto para deixá-lo tão bravo. Inconscientemente, deixei minha mão descansar do lado de fora da janela, gostando da sensação do vento passando por minha mão. Eu ainda tinha o presente dele no bolso. Meu corpo se move no assento quando sinto seus olhos em mim de repente. Sento-me no assento, fechando a janela quando o vento começa a me fazer sentir muito frio. As luzes da cidade estavam desaparecendo lentamente, enquanto Augusto continuava a dirigir pela estrada. Olho pela janela, confusa enquanto ele dirigia em direção ao meio do nada. – Para onde estamos indo? – pergunto, quebrando o silêncio enquanto me viro para ele. Ele não me mataria, não é? Augusto não responde minha pergunta. Eu levo meu tempo para olhá-lo mais de perto dessa vez, observando como seus olhos cinzentos brilhavam através do luar, como seu cabelo escuro cobria sua cabeça desordenadamente, e sua mandíbula tensa. Seus olhos se voltam para mim enquanto eu o encaro e eu rapidamente desvio o olhar, sentindo meu rosto ficar vermelho enquanto olho de volta para a janela. Tudo o que eu conseguia ver eram grandes campos, árvores e placas de observação de veados. Franzo as sobrancelhas quando Augusto para no acostamento da estrada, ao lado de um grande milharal. – Você sabe que é aqui que geralmente as pessoas são assassinadas em filmes de terror, né? – Eu engasgo enquanto olho para o campo escuro através da janela de vidro. – Por que você me seguiu? – Augusto pergunta, seus olhos em mim. O carro estava desligado agora, e tudo o que você podia ouvir era o som dos grilos cantando lá fora. Suspiro, olhando para a minha frente. – Aquela mulher... parecia que ela te machucou muito mais do que você a machucou. Eu não podia simplesmente te deixar em paz. – Eu murmuro, seus olhos frios agora suavizados enquanto ele me observa cuidadosamente. – O que te faz pensar isso? – Ele questiona. Parecia confuso, como se ninguém tivesse notado antes. – Eu... eu vi nos seus olhos. – digo baixinho, pensando que pareci idiota. Ficamos em silêncio enquanto Augusto examina meu rosto até eu limpar a garganta e me ajustar no assento para não ficar tão perto dele. Minha mão alcança meu bolso enquanto tiro o pequeno presente. Eu o seguro firmemente em minha mão, hesitando se devo ou não entregá-lo a ele. – Comprei um presente para você. – murmuro, observando os olhos de Augusto descerem até meu colo, onde minha mão segurava o embrulho. – Você escolheu isso pra mim? – Ele pergunta com a voz rouca . Eu aceno com a cabeça, tentando evitar contato visual com ele. Isso falha quando Augusto move a cabeça para o lado, seguindo meus olhos, então sou forçada a olhar para ele. – Você está nervosa? – Pergunta, com um pequeno sorriso no rosto. Sinto meu rosto queimar enquanto viro minha cabeça em sua direção. – Não, não estou. – Eu minto, estendendo a pulseira de lã trançada para Augusto. Era de uma cor amarela, do tipo que lembra o sol. Augusto olha para a pulseira, pegando-a na mão antes de olhar para mim com o mesmo olhar que fazia meu coração disparar todas as vezes. – Pare de me olhar assim... – Eu murmuro baixinho – Para quê isso? – Engulo o nó na garganta antes de pegar a pulseira da mão dele e desamarrá-la para poder enrolá-la em seu pulso. – É uma pulseira de boa sorte. – murmuro, ignorando sua pergunta enquanto me aproximo para poder amarrar a pulseira em seu pulso. Sinto seus olhos escuros em mim o tempo todo enquanto ajusto a pulseira enquanto tento controlar meu coração acelerado. – Pronto, agora você terá boa sorte para sempre. – Sorrio enquanto termino de amarrar o barbante. Meu corpo fica tenso quando de repente sinto a mão de Augusto se mover lentamente para o lado do meu rosto, seu polegar afastando uma mecha do meu cabelo. Olho lentamente para cima através dos meus cílios, sentindo como se meu corpo tivesse se rendido quando Augusto olhava para mim. Meu coração dispara terrivelmente quando seu rosto se aproxima do meu, seu nariz toca o meu enquanto sinto seu hálito mentolado a poucos centímetros dos meus lábios. – O que você está fazendo comigo, anjo? Ele murmura baixinho. A tensão provavelmente podia ser sentida a quilômetros de distância enquanto seus lábios pairavam sobre os meus. Sinto um arrepio percorrer meu corpo quando seus lábios encontram os meus, diminuindo a distância enquanto ele me beija suavemente. Um enxame de borboletas voa em meu estômago com o toque repentino, meus lábios se movendo por conta própria enquanto eu o beijo de volta. Parecia que eu estava sob efeito de alguma droga, só que era o efeito do toque de Augusto sobre mim. Um som quase escapou da minha boca quando a mão de Augusto desce do lado do meu rosto para envolver meu pescoço, me puxando para mais perto. O beijo fica mais profundo quando sinto sua língua forçando caminho para dentro da minha boca, brigando com a minha. Minha respiração está pesada quando ele se afasta dos meus lábios, olhando para mim com um sorriso irônico. Eu sabia que provavelmente estava vermelha como um tomate agora. – Vo... você... - Eu suspiro quando seus lábios de repente se movem para o meu pescoço, descendo pelo meu pescoço. Um arrepio percorre meu corpo quando ele puxa meu cabelo para trás para que meu pescoço fique mais exposto para ele. Sinto sua língua se mover para o ponto sensível entre meu pescoço e clavícula, um suspiro ofegante saindo da minha boca com a sensação repentina. – Continue fazendo isso... – Eu expiro, olhando confusa para Augusto quando ele para. – Fazendo o quê? – Ele provoca de propósito, olhando para mim. – Me tocando. – Eu digo sem sentir vergonha alguma, observando enquanto seus olhos cinzentos escurecem sob o luar que ilumina o carro. Um suspiro sai da minha boca quando Augusto me puxa sem esforço para o lado do motorista, então fico sentada em seu colo. Seus lábios estão de repente de volta aos meus, dessa vez ainda mais duros. Sinto minhas mãos fechando em torno de sua camisa social enquanto me puxo para mais perto de seu corpo. – Porra. – Ele geme quando eu acidentalmente me empurro contra a protuberância em suas calças. Estranhamente, foi gostoso. Augusto pareceu gostar também. Eu estava fazendo a coisa certa? Ele gruda seus lábios de volta nos meus enquanto sinto suas mãos descendo pelo meu corpo. Um suspiro sai da minha boca quando suas mãos ásperas estão de repente na minha bunda, me empurrando contra sua protuberância novamente. Eu queria ele mais perto também... Seus lábios deixam rastros de beijos quentes pelo meu pescoço enquanto movo minhas mãos em seus cabelos escuros, sem realmente saber o que era essa sensação estranha. A mão de Augusto desliza por baixo da minha blusa, subindo pela minha pele nua até parar bem embaixo do meu sutiã. Seus lábios encontram os meus novamente enquanto movo meu corpo para mais perto do dele, fazendo com que um gemido saia de sua boca. O som de um telefone tocando de repente chega aos meus ouvidos. Augusto ignora a ligação, até que a pessoa ligue novamente. Ele se afasta de mim, com um olhar irritado no rosto enquanto procura seu telefone. Olho para o bolso da calça dele segurando o telefone e movo minha mão para baixo para pegá-lo. Sinto os olhos escuros de Augusto em mim enquanto ele me observa tirar o telefone do bolso da frente, seu corpo tenso sob mim. Minha respiração falha com a grande protuberância aparecendo através de suas calças, bem ao lado de onde eu estava tirando seu telefone. Sinto o constrangimento só agora chegar à minha cabeça enquanto meu rosto fica vermelho. Coloco o telefone na mão de Augusto, rapidamente saindo do seu colo e voltando para o meu assento. Sento-me ali, congelada no lugar enquanto ele atende a ligação. Fiquei presa com pensamentos do que acabou de acontecer enquanto estou sentada ali, imaginando o que deu em mim. E pela primeira vez um pensamento me ocorreu. Eu estou me apaixonando pelo Augusto? Como eu poderia falar com ele normalmente novamente depois do que aconteceu?JULIE – Julie, depois que você terminar os banheiros, preciso que você limpe os quartos. – A Sra. Carmen grita do lado de fora do banheiro que eu estava limpando. – Ok! – Respondo, terminando rapidamente o último banheiro. Solto um suspiro enquanto limpo o suor da testa com o braço. Eram apenas 21h, então o trabalho ainda não tinha acabado, principalmente porque eu tinha os quartos para limpar agora. Normalmente, eu sempre começo pelo quarto do Sr. e da Sra. Salvatore, então eu arrumo todos os meus materiais de limpeza e sigo para a caminhada terrível escada acima. A maioria das empregadas terminava seus turnos mais cedo do que eu, já que trabalhavam o dia todo, e eu começava depois da escola, então a casa sempre ficava quieta à noite. Não ajudava que eu odiasse lugares quietos, especialmente os escuros, dos quais eu mal conhecia o caminho. Mesmo que eu estivesse aqui por alguns meses, ainda era difícil saber onde tudo ficava. Eu me perdia na maioria das noites em que trabal
JULIE – O quê? – É tudo o que Augusto diz, sua voz vazia e desprovida de qualquer emoção enquanto o Sr. Salvatore coloca a mão no ombro da esposa para acalmá-la. – Eu mandei prender sua antiga tutora até termos alguma informação sobre o porquê de você ter agido daquele jeito com ela. – Sr. Salvatore começa, com dor nos olhos enquanto olha para Augusto. Por que sua tutora foi presa? – Ela confessou tudo recentemente, eu tive que contar para sua mãe também. – Meu bebê estava sofrendo todo esse tempo, como pude ser tão estúpida? – grita a Sra. Salvatore, e vejo uma onda de compreensão tomar conta do rosto de Augusto quando ele entende o que eles estão falando. – Como você a matou? – Ele pergunta, virando-se para o pai com olhos escuros. Matá-la ? Matar? Eu senti vontade de vomitar O Sr. Salvatore olha para sua esposa, hesitando se deve responder ou não. – Talvez não na frente de sua mãe. – Ele diz, dando a Augusto um olhar de cumplicidade. Tento controlar minha respiração, ai
JULIENão consegui tirar da cabeça o que Augusto me disse ontem à noite, e isso me fez repensar meus próprios sentimentos.Ele disse que eu era tudo em que ele pensava, e só de imaginar aquelas palavras saindo da boca dele novamente, senti um frio na barriga.Eu, eu era quem ele sempre pensava...Não me incomodo em esconder o sorriso do meu rosto enquanto continuo esfregando o chão. Eram quase seis da manhã e meu turno já tinha começado há uma hora, já que a escola estava de folga hoje para o baile. Felizmente, a Sra. Carmen concordou em me deixar sair mais cedo para que eu pudesse me arrumar com Kaya mais tarde.Bocejando, termino de esfregar a última parte do grande piso antes de despejar a água suja. Ainda tenho muitas tarefas para o dia, então não perco tempo para terminá-las.Às 11h eu estava no segundo andar da casa, tirando o pó de todas as pinturas que decoravam as paredes. A casa estava bem silenciosa até eu andar mais para baixo no corredor, ouvindo vozes em um cômodo.Quand
JULIE– Agora, deixe-me tirar fotos de vocês dois juntos. – Ela grita, colocando a câmera do telefone para cima. Eu sorrio quando noto a capa de telefone combinando que ela tinha com o marido.Estou prestes a ficar ao lado de marco para tirar as fotos, antes de congelar com o que a Sra. Salvatore diz em seguida.– Richard, traga Augusto aqui para que ele possa tirar fotos com Julie. Que tipo de par ele é? – A Sra. Salvatore suspira, e todos se viram para ela, confusos.– Julie vai comigo, mãe. – Marco diz, franzindo as sobrancelhas. Ela me viu acordar no quarto de Augusto, e agora eu estava indo para o baile com seu outro filho...Isso estava errado, de tantas maneiras diferentes. Eu queria esclarecer a situação, mas não havia como voltar atrás quando a Sra. Salvatore olhou para mim em choque antes de olhar de volta para Marco.Eu me viro para Kaya, que estava com a mão na boca, como se não acreditasse no que estava ouvindo.– Ah , devo ter confundido tudo, estou ficando velha. – Ela
JULIE – Essa foi a pior meia hora da minha vida. – Kaya suspira enquanto caminha até nós na fila. Eu me viro para Marco, que a observava, como se quisesse saber o que aconteceu para tornar a viagem tão ruim. – O que aconteceu? – pergunto preocupada, me afastando de Marco enquanto olho para Kaya. Eu esperava que ele não tivesse corrido com ela no carro. Não consigo deixar de me distrair quando Augusto caminha em direção à área dos funcionários e nenhum deles se dá ao trabalho de dizer nada enquanto ele passa, cortando a fila e entrando no local. Ele provavelmente não tinha ingresso, não é como se eles fossem pedir um a ele de qualquer maneira se a família dele era dona da escola. – Bem, eu estava tentando puxar assunto com ele para que o carro não ficasse tão silencioso. – Ela começa, soltando um suspiro. – E então, assim que comecei a falar, ele ligou o rádio no volume máximo. – Ela diz, revirando os olhos, irritada. O bufo de Marco faz com que nós dois viremos a cabeça
MARCO Fiquei com a atitude horrível de Kaya depois que Julie saiu para atender uma ligação. Achei que conseguiria lidar com isso, mas ela nunca conseguia parar de falar, principalmente quando era para me insultar. – Não sei por que você está tão bravo por eu estar aqui, não é como se ela não pudesse sair com a amiga também. – Kaya olha feio para mim enquanto estou de pé com uma mão no bolso e a outra no meu telefone. Eu não queria falar com ela naquele momento, só queria esperar Julie voltar, então ignorei suas palavras. Se ela não tivesse nada de bom para dizer, eu não ia me incomodar em falar com ela. Ela para de falar, e eu finalmente posso me concentrar em ouvir a música e não a voz dela. – Você poderia me dizer por que me odeia tanto? – Ela deixa escapar, empurrando meu telefone para o meu lado. Eu suspiro antes de puxar minha mão de volta para o seu lugar original. – Por que você quer tanto minha atenção? Você não acha que já foi longe demais com aquele beijo? – Eu franzo a
JULIEEu mastigo nervosamente o interior dos meus lábios enquanto olho para a mensagem que enviei para Kaya, perguntando onde ela estava. Eles já saíram do local?Depois de mais um tempo procurando e falhando, desisto. O local estava quase vazio a essa altura e as pessoas estavam sendo expulsas para limpeza.Fico em silêncio durante todo o caminho de volta para a propriedade, o olhar escuro de Augusto fixo na estrada à sua frente. Meus olhos, no entanto, estão grudados no meu telefone, esperando Kaya atender.Quase pulo da cadeira quando Kaya finalmente atende o telefone, mas isso só faz meu coração quase parar.Ka: Saímos há pouco, Marco viu você e Augusto no corredor. O que está acontecendo?Meus dedos pairam sobre meu telefone aceso, chocados demais para sequer pensar em uma resposta. Tento o meu melhor para afastar meu choque, sabendo que tudo isso foi minha culpa.Não sei como explicaria isso ao Marco, mas eu tinha que fazer isso. Eu nunca disse a ele que gostava dele daquele jei
JULIE– Anjo... – O som da voz baixa de Augusto me acorda do nosso curto cochilo enquanto viro minha cabeça em sua direção, erguendo os olhos para ver que ele está me observando.– Sim? – pergunto, esfregando os olhos. Foi apenas um cochilo de 20 minutos, mas foi melhor do que a maioria dos meus sonos.Quando meus olhos se abrem completamente, eles se arregalam, olhando para o colar de ouro pendurado em sua mão com letras personalizadas que dizem, anjo.Os olhos de Augusto estão em mim o tempo todo, observando meu olhar chocado. Sento-me, ajustando-me para que eu esteja montada em seu colo, enquanto sorrio, pegando o lindo colar em minhas mãos.– Quando você comprou isso? – pergunto, chocada com as belas letras do colar.– Há um tempo. – Ele diz, pegando o colar em sua mão enquanto abre o fecho, movendo-o lentamente para trás do meu cabelo enquanto aproxima sua cabeça da minha antes de fechá-lo novamente.Minha respiração fica presa, sabendo que se eu virasse meu rosto para o lado só