JULIESó quando Kaya sai da enorme mansão é que começo a ficar nervosa sobre ir à festa. Eu nunca tinha ido a uma, e o vestidinho preto que ela tinha me dado não estava ajudando muito meus nervos.Claro, eu me sentia bonita. Só acho que não combinava com nada disso.– Você está bem? Podemos voltar se quiser. – Kaya pergunta, preocupação genuína em seu rosto enquanto se vira para mim. Eu mastigo meu lábio antes de balançar minha cabeça firmemente em negação.– Não, eu quero ir. – Eu digo, olhando para ela com determinação. Eu precisava sair da minha zona de conforto, toda a minha vida eu só me senti presa.– Ok, mas se precisar de alguma coisa, venha até mim imediatamente. Não aceite bebidas de estranhos, e se alguém tentar tocar em você, me avise e eu vou dar um soco na cara deles.– Kaya lista enquanto caminhamos na noite fria em direção à casa barulhenta.– Sim, senhora. – Brinco com uma voz severa e nós rimos enquanto quase morremos de frio.O lugar estava lotado de adolescentes, e
JULIEAcordei esta manhã com dor de cabeça e sem vontade de ir à escola.Não tenho certeza do que deu em mim ontem à noite, tudo o que eu sabia era que não me arrependia de nada. Acho que o que mais doeu foi saber que Augusto foi quem se arrependeu de tudo.Eu não conseguia tirar da cabeça o jeito que ele olhou para mim antes de sair do meu quarto, e o fato de que eu teria que vê-lo na escola hoje não estava melhorando meus nervos.Minhas pernas pareciam estar tentando me forçar a andar de volta para a cama enquanto eu me arrastava até o banheiro e acendia a luz.Esfreguei meus olhos cansados e, quando os abri, estremeci levemente com a claridade, mas pude sentir meus olhos se arregalando em choque com a visão diante de mim.Minha mão rapidamente se move para o chupão escuro no meu pescoço. Eu podia sentir meu rosto queimando vermelho enquanto eu olhava para meu reflexo mais de perto.Meus pensamentos voltam para a noite passada enquanto traço o chupão.Parecia que Augusto conhecia
JULIE Fica quieto por um momento, e eu tinha certeza que ele diria não. Por que ele me quereria perto dele, afinal? – Entre. – Ele diz, fazendo minha cabeça levantar surpresa. Augusto já estava no lado do motorista com o carro ligado. Eu finalmente saio do meu lugar, caminhando em direção ao lado do passageiro. Eu tento o meu melhor para ignorar seus olhos em mim enquanto eu caminho ao redor do carro. Ele fica em silêncio durante a viagem enquanto passamos pela cidade, que fica ainda mais bonita à noite, com luzes iluminando todas as ruas. Olho para Augusto, que tinha uma mão no volante e um olhar vazio enquanto dirigia pelas estradas movimentadas. Ele não acelerou nenhuma vez. Viro a cabeça para a janela, segurando o botão enquanto deixo o ar frio entrar no carro e atingir minha pele. Minha cabeça gira com pensamentos, imaginando quem era aquela mulher, o que ela fez com Augusto para deixá-lo tão bravo. Inconscientemente, deixei minha mão descansar do lado de fora da
JULIE – Julie, depois que você terminar os banheiros, preciso que você limpe os quartos. – A Sra. Carmen grita do lado de fora do banheiro que eu estava limpando. – Ok! – Respondo, terminando rapidamente o último banheiro. Solto um suspiro enquanto limpo o suor da testa com o braço. Eram apenas 21h, então o trabalho ainda não tinha acabado, principalmente porque eu tinha os quartos para limpar agora. Normalmente, eu sempre começo pelo quarto do Sr. e da Sra. Salvatore, então eu arrumo todos os meus materiais de limpeza e sigo para a caminhada terrível escada acima. A maioria das empregadas terminava seus turnos mais cedo do que eu, já que trabalhavam o dia todo, e eu começava depois da escola, então a casa sempre ficava quieta à noite. Não ajudava que eu odiasse lugares quietos, especialmente os escuros, dos quais eu mal conhecia o caminho. Mesmo que eu estivesse aqui por alguns meses, ainda era difícil saber onde tudo ficava. Eu me perdia na maioria das noites em que trabal
JULIE – O quê? – É tudo o que Augusto diz, sua voz vazia e desprovida de qualquer emoção enquanto o Sr. Salvatore coloca a mão no ombro da esposa para acalmá-la. – Eu mandei prender sua antiga tutora até termos alguma informação sobre o porquê de você ter agido daquele jeito com ela. – Sr. Salvatore começa, com dor nos olhos enquanto olha para Augusto. Por que sua tutora foi presa? – Ela confessou tudo recentemente, eu tive que contar para sua mãe também. – Meu bebê estava sofrendo todo esse tempo, como pude ser tão estúpida? – grita a Sra. Salvatore, e vejo uma onda de compreensão tomar conta do rosto de Augusto quando ele entende o que eles estão falando. – Como você a matou? – Ele pergunta, virando-se para o pai com olhos escuros. Matá-la ? Matar? Eu senti vontade de vomitar O Sr. Salvatore olha para sua esposa, hesitando se deve responder ou não. – Talvez não na frente de sua mãe. – Ele diz, dando a Augusto um olhar de cumplicidade. Tento controlar minha respiração, ai
JULIENão consegui tirar da cabeça o que Augusto me disse ontem à noite, e isso me fez repensar meus próprios sentimentos.Ele disse que eu era tudo em que ele pensava, e só de imaginar aquelas palavras saindo da boca dele novamente, senti um frio na barriga.Eu, eu era quem ele sempre pensava...Não me incomodo em esconder o sorriso do meu rosto enquanto continuo esfregando o chão. Eram quase seis da manhã e meu turno já tinha começado há uma hora, já que a escola estava de folga hoje para o baile. Felizmente, a Sra. Carmen concordou em me deixar sair mais cedo para que eu pudesse me arrumar com Kaya mais tarde.Bocejando, termino de esfregar a última parte do grande piso antes de despejar a água suja. Ainda tenho muitas tarefas para o dia, então não perco tempo para terminá-las.Às 11h eu estava no segundo andar da casa, tirando o pó de todas as pinturas que decoravam as paredes. A casa estava bem silenciosa até eu andar mais para baixo no corredor, ouvindo vozes em um cômodo.Quand
JULIE– Agora, deixe-me tirar fotos de vocês dois juntos. – Ela grita, colocando a câmera do telefone para cima. Eu sorrio quando noto a capa de telefone combinando que ela tinha com o marido.Estou prestes a ficar ao lado de marco para tirar as fotos, antes de congelar com o que a Sra. Salvatore diz em seguida.– Richard, traga Augusto aqui para que ele possa tirar fotos com Julie. Que tipo de par ele é? – A Sra. Salvatore suspira, e todos se viram para ela, confusos.– Julie vai comigo, mãe. – Marco diz, franzindo as sobrancelhas. Ela me viu acordar no quarto de Augusto, e agora eu estava indo para o baile com seu outro filho...Isso estava errado, de tantas maneiras diferentes. Eu queria esclarecer a situação, mas não havia como voltar atrás quando a Sra. Salvatore olhou para mim em choque antes de olhar de volta para Marco.Eu me viro para Kaya, que estava com a mão na boca, como se não acreditasse no que estava ouvindo.– Ah , devo ter confundido tudo, estou ficando velha. – Ela
JULIE – Essa foi a pior meia hora da minha vida. – Kaya suspira enquanto caminha até nós na fila. Eu me viro para Marco, que a observava, como se quisesse saber o que aconteceu para tornar a viagem tão ruim. – O que aconteceu? – pergunto preocupada, me afastando de Marco enquanto olho para Kaya. Eu esperava que ele não tivesse corrido com ela no carro. Não consigo deixar de me distrair quando Augusto caminha em direção à área dos funcionários e nenhum deles se dá ao trabalho de dizer nada enquanto ele passa, cortando a fila e entrando no local. Ele provavelmente não tinha ingresso, não é como se eles fossem pedir um a ele de qualquer maneira se a família dele era dona da escola. – Bem, eu estava tentando puxar assunto com ele para que o carro não ficasse tão silencioso. – Ela começa, soltando um suspiro. – E então, assim que comecei a falar, ele ligou o rádio no volume máximo. – Ela diz, revirando os olhos, irritada. O bufo de Marco faz com que nós dois viremos a cabeça