Noiva substituta

A jovem Petra estava sentada no sofá da sala, observando silenciosamente enquanto seu pai conversava com o Sr. Miller, um homem que ela nunca tinha visto antes. As palavras que seu pai falava eram difíceis de ouvir, mas Petra percebeu a expressão séria no rosto do Sr. Miller e se perguntou o que estava acontecendo.

De repente, o pai de Petra levantou o olhar e olhou para ela.

— Filha, eu tenho uma grande notícia para você — ele disse. — Você está prestes a se casar.

Petra ficou chocada e incrédula.

Seu pai explicou que Sr. Miller, era pai de Bryan Miller, noivo de Emma. Porém, devido ao acidente, Emma não queria mais se casar, Bryan precisava de uma esposa, então, ele tinha oferecido Petra para se tornar a noiva substituta da irmã, e se casar com Bryan.

Petra ficou indignada. Como seu pai podia ser tão insensível, forçando-a a se casar com um homem que ela não conhecia.

Ela protestava e tentava argumentar com o pai, porém, ele não estava aberto a negociações, ele já tinha descidido tudo.

Ela se recusou a ser "vendida" dessa forma, e começou a discutir com seu pai.

— Por que a Emma pode ter o direito de escolha e eu não? — pergunta Petra indignada.

— Por que a Emma já é adulta, agora você, você é menor de idade, eu sou responsável por você, então, eu mando em você. — diz ele falando em tom sério enquanto se aproximava de Petra. — e se eu estou falando que você vai se casar, é por que você vai. Conversa encerrada.

Assim Anton sai deixando sua filha ali, ainda processando o que tinha sido dito pelo seu pai.

Petra sobe correndo para seu quarto e se j**a na cama, a mesma começa a chorar.

— Vejo que já está sabendo sobre seu destino. — diz Emma entrando no quarto e encarando sua irmã que estava deitada de bruços enquanto soluçava.

— Vai embora. — diz Petra sem olhar para a irmã.

Emma ri e se senta na cama.

— Aceite seu destino querida irmãzinha, você ficará para sempre ao lado de um homem inválido. — diz ela rindo. — enquanto eu vou estar viajando pelo mundo, gastando dinheiro e comprando tudo o que eu quiser. Você passará o resto da sua vida empurrando seu marido inválido em uma cadeira de rodas.

Petra não aguentava mais ouvir as palavras da sua irmã, a mesma se levantou bruscamente da cama e deu um tapa no rosto dela, o impacto foi tão forte que fez Emma cair da cama, por cima do braço.

Anton apareceu no quarto e seu olhar foi diretamente para Emma, que se contorcia de dor no chão, enquanto segurava seu braço. Ele correu até sua filha e a ajudou a se levantar, Emma chorava enquanto falava que seu braço estava doendo muito.

Os dois direcionaram seus olhares de desprezo para Petra, mas não falaram nada, apenas saíram, mas Petra acabou ouvindo Emma falar que ela iria se vingar.

Petra sabia que sua irmã era capaz de tudo, então ela ficou um pouco assustada. Mas, agora ela tinha problemas maiores, o maldito casamento.

Ela tinha completado dezessete anos recentemente, e já estava de casamento marcado, se isso já não era pior, ela não conhecia seu noivo. Talvez, ele nem se quer soubesse da sua existência.

Desolada com todos esses pensamentos, Petra continuou a chorar enquanto se perguntava o que seria da sua vida.

. . .

O sol ja estava quase se pondo, Petra caminhava lentamente pelo jardim, seus pés deslizando suavemente sobre as pedras no caminho. Ela olhava ao redor, notando as flores exuberantes e a brisa fresca que soprou em seu rosto. Ela se perguntava como poderia sentir tanta tristeza em um lugar tão bonito. Por um momento, Petra parou e olhou ao redor, observando as flores vibrantes e as árvores altas e imponentes que a cercavam. Era um lugar tão bonito, pensou ela, e no entanto, ela se sentia tão presa ali.

Era difícil para Petra pensar em sua vida sem sentir uma onda de desespero. Ela era uma adolescente, mas sua vida era governada por outras pessoas. Seu pai, especialmente, parecia determinado a controlá-la em todos os aspectos.

Petra suspirou quando pensou no assunto que mais a afligia. O casamento, no qual ela foi submetida a ser uma noiva substituta.

Ela nunca viu o homem em questão, mas soube que era um homem muito rico que seu pai havia escolhido para sua irmã, porém, em decorrência dos fatos, agora seria dela. Petra não tinha muito a dizer sobre o assunto - seu pai era muito claro que ela deveria se casar com ele.

— É como se eu não tivesse escolha — murmurou Petra para si mesma enquanto olhava para o céu. — Eu me sinto tão impotente.

O pai de Petra sempre fez de tudo para fazê-la se sentir impotente, rejeitada, humilhada. A mãe dela morreu no seu parto, e desde então, seu pai a maltrata, por que segundo ele, ela é a culpada pela morte de Stella, o grande amor da vida dele. Então, desde então, Anton não suporta a filha, até por quê, Petra é muito parecida com Stella, e isso o faz ter ainda mais raiva dela.

Mas, como Petra sabia muito bem, não havia nada que ela pudesse fazer. Ela tinha apenas que aceitar seu destino, e tentar fazer daquilo pelo menos suportável, para que ela não sofresse mais do que ela já estava sofrendo.

Petra não tinha ideia do que o futuro lhe reservava, mas, por enquanto, ela se concentrou no presente. A beleza do jardim e a sensação do sol em seu rosto a ajudava a se sentir um pouco melhor.

Então, ela ficou ali por um tempo, até avistar o carro de seu pai estacionando na frente da casa. Petra suspirou cansada e começou a andar em direção à sua casa, ela sabia que o tormento iria começar, mas, enquanto ela estivesse morando ali, teria que aguentar.

Por isso, no meio de tantas coisas ruins, ela viu naquele casamento, uma chance dela escapar daquela vida medíocre que ela levava. Mas também, ela tinha muito medo, medo de sair de um lugar ruim, para outro pior.

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