Despertando

Petra estava sentada em um banco no jardim, olhando para as flores, as que ela tinha plantado e que estavam crescendo lindamente. Ela estava sentindo uma dor tão insuportável no coração que parecia não haver nada no mundo que pudesse aliviá-la.

Ela pensava no seu destino, ainda estava abalada com tudo o que tinha acontecido, apesar de dois meses já tivessem se passado, tudo que tinha lhe acontecido, ainda mexia com ela. 

Sua irmã fez uma ligação para ela há algumas semanas atrás, disse que estava viajando pela Turquia, vendo as maravilhas que o país tinha a oferecer, Emma sabia que aquilo afetava Petra, já que ela estava presa naquela casa sem fazer nada, nem sair na rua ela poderia.

A ligação de Emma deixou Petra pior do que já estava, ela só queria poder viver um pouco, ser livre. Petra tinha sonhos, ela queria estudar arquitetura na Itália, viajar por vários países, colecionando memórias inesquecíveis. Mas, ela não pode, ficará para sempre em uma casa onde ela não pode nem sair na rua.

— Que vida horrível essa minha. — diz ela sorrindo amargamente.

Ligando o celular para ver as horas, Petra viu que tinha uma nova mensagem. Era do hospital, informando que o seu marido tinha despertado do coma.

Ela sentiu um misto de surpresa e medo. Como seria conhecer um homem com quem havia se casado sem nem ao menos tê-lo conhecido antes, e que talvez ele nem saiba da sua existência.

É agora que sua vida iria mudar completamente?

Suspirando cansada, Petra levantasse do banco e entra na sua casa, ela precisava se arrumar para ir até o hospital.

. . .

Petra suspira enquanto olha para si mesma no espelho. Ela está vestindo um conjunto de saia e blusa que sua sogra comprou para ela. A saia é justa e curta, e a blusa é apertada nos ombros, parecendo quase uma camisa de força.

Ela estava irritada, já não bastava seu pai que durante muito tempo controlou sua vida, agora tinha sua sogra, que queria transformá-la em uma pessoa que ela não era. Lógico que as roupas e sapatos que Rebekah comprou eram bonitas, mas aquilo não fazia parte do estilo de Petra, ela era uma moça simples, não fazia parte de seu estilo usar roupas caras.

— Eu nunca vou conseguir usar esse tipo de roupa. — disse Petra se olhando no espelho. As roupas são lindas, feitas de tecidos finos e com um acabamento impecável, mas Petra não se sente confortável nelas. Ela se sente como se estivesse usando uma fantasia.

— Você parece uma princesa — diz sua sogra, Rebekah, enquanto entra no quarto. — Tenho certeza de que seu marido irá adorar quando te ver usando essas roupas.

Petra sorri sem vontade e olha para sua sogra pelo espelho. Rebekah é muito bonita, com cabelos loiros perfeitamente arrumados e unhas vermelhas impecáveis, mas ela também é autoritária e crítica.

— Eu não sei, Rebekah... Essas roupas são lindas, mas eu me sinto um pouco exagerada nelas. — Petra responde, se virando para encará-la.

— Você precisa se acostumar a usar roupas mais elegantes, Petra. Você é minha nora e eu quero que você esteja à altura da nossa família. Usar roupas simples e baratas não é aceitável.

Petra abaixa a cabeça. Ela sabe que não vai conseguir convencer Rebekah do contrário. Ela é apenas uma garota simples, apesar de ter muito dinheiro, Petra nunca foi uma garota que gostasse de esbanjar dinheiro com roupas e acessórios caros. E Rebekah quer mudar quem ela é.

— Eu só quero que você se sinta bonita e que fique a altura da nossa família, mostrar que agora você é uma Miller, casada com o grande e rico empresário Bryan Miller, quero que você haja como tal. — diz Rebekah, tocando suavemente o rosto de Petra. — E se você usar essas roupas com confiança, você irá ficar maravilhosa.

Petra tenta sorrir de novo, mas ela sabe que não vai conseguir. Ela não se sente confiante usando essas roupas, ela se sente como uma impostora. Mas ela não quer discutir com Rebekah novamente. Ela sabe que isso só vai piorar as coisas entre elas. Então ela simplesmente suspira e continua se arrumando.

Após se vestir, elas saem de casa e seguem para o hospital.

. . .

O coração de Petra estava acelerado enquanto ela caminhava pelos corredores do hospital. Ela não conseguia acreditar que ela estava prestes a conhecer seu marido pela primeira vez. Tudo parecia tão surreal.

Depois de alguns minutos ela estava parada em frente a porta do quarto que separava ela de seu marido, sua sogra estava logo atrás, a mesma fala para Petra abrir logo a porta e entrar.

Assim Petra fez exatamente o que foi mandado.

Com a mão estendida, ela abriu lentamente a porta. Os seus olhos se encontraram com os do homem, que a encarava sem saber quem ela era ou porque estava lá.

Petra pôde sentir o seu coração batendo mais rápido. Ela não sabia o que dizer, como começar uma conversa com um desconhecido que agora era o seu marido.

A mesma apenas andou em direção à cama, onde ele estava deitado olhando para ela com confusão, ele realmente não fazia ideia de quem ela era.

Petra tentou falar, mas não sabia como começar, porém, o homem falou.

— Quem é você? — perguntou, com voz fraca, devido ao tempo em coma.

Petra respondeu, de maneira simples e com um suspiro de alívio.

— Sou sua esposa. Me chamo Petra.

O coração de Petra estava acelerado, ela não fazia ideia do que falar, apenas disse o óbvio, e o homem a sua frente olhou para ela em completa confusão. Ela o olhava nos olhos, enquanto ele a encarava de volta, era como se seus olhares fossem proibidos de desviarem um do outro, ela não sentia medo agora que estava encarando aqueles lindos olhos azuis, pelo contrário, eles pareciam deixá-la confortável e segura.

Aquilo tudo era uma loucura, Petra só poderia estar ficando louca, o tempo sozinha na sua casa mexendo com as plantas deveria ter mexido com seu psicológico, ou a carência que ela tinha.

Ela estava se sentindo atraída por ele, mas como se sentir atraída por alguém que ela não conhece?

Aquilo tudo era uma loucura.

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