Por um instante a jovem titubeou incerta diante da fúria que emanava do Gonzalez, mas logo se refez do espanto e ergueu a cabeça com o que lhe restava de dignidade e respeito próprio. — No altar da capela, Dalila tomou uma decisão perante Deus e os homens. Ela abandonou a promessa que te fez e escolheu casar com o Adriano — frisou na esperança de magoa-lo como estava magoada. — Sei disso — ele retrucou sem compreender o motivo de Joana trazer esse fato à tona quanto pedia explicação para o fim do noivado deles. — Se sabe, porque insiste em correr atrás dela? Não é justo que pisem os sentimentos dos demais... — Joana declarou desesperada, a beira das lágrimas e sentindo um bolor doloroso na garganta. Notando o pranto se formando nos olhos femininos, ele questionou aborrecido: — Suas lágrimas são por ele, não é? Uma raiva irracional correu pelas veias do Gonzalez frente à patética adoração de Joana pelo Orleans, pelo homem que a largou por outra. Era óbvio que ela continuava apaixo
Com Joana em seu colo, sentado na caçamba aberta do jipe, Maximiliano adiava a volta a Recanto Dourado e apreciava os últimos raios de sol coloriam o céu com tons alaranjados e a brisa leve movia as folhas das frondosas árvores. Aproveitando aquele tempo sozinhos, Maximiliano questionou sobre o noivado dela com o Orleans, algo que evitaram falar quando estavam no Diablo e que agora ele necessitava saber para entender o amor protetor dela pelo outro. — Minha madrinha cuidou da minha educação e, em gratidão, meus pais me enviavam para passar os fins de semana com ela e Adriano na fazenda. Mesmo sendo mais velho, ele sempre me tratou como igual, me elogiando e um dia me pediu em namoro. Óbvio que eu aceitei, era um dos poucos homens com quem eu podia conversar livremente, sem o olhar reprovador do meu pai e da minha madrinha — contou, soltando um sorriso desanimado ao lembrar: — Conforme os anos foram passando, em meus pensamentos e ilusões não havia ninguém além dele. E quando me pediu
Com a mão firme na nuca de Joana, Maximiliano dominava a boca tentadora com suavidade, mordiscando, sugando, provando-os em um beijo arrebatado como se sentia desde a primeira vez que a beijou. Uma mão escorregou para as costas dela, estreitando-a, enquanto a outra infiltrava por baixo do sutiã, acariciando o mamilo, degustando seus gemidos. O corpo dela tremeu de encontro ao seu, as mãos femininas vencendo os botões de sua camisa para acariciar a pele desnudada, as palmas percorrendo seu tórax. Entregues à paixão, sem pressa, retiraram as roupas um do outro, intercalando beijos e carícias por cada centímetro descoberto. — Joana, não faz ideia do efeito que causa em mim... — disse deslizando os lábios pelo pescoço macio em direção ao ombro. — Em meu corpo... Você é tão suave... — ele sussurrou as mãos fortes e calejadas, deslizando pelas costas dela, fascinadas com a maciez. — Conto os minutos para casarmos... — Sua voz saiu com dificuldade, à boca seca de vontade de prova-la um po
Necessitando aumentar suas garantias que Maximiliano guardaria segredo, Kassandra chamou Donato, Carmem e Iago a sua saleta privativa. O patriarca Savoia apareceu claramente embriagado, mas disposto a acatar o que a viúva decidisse para não ser exposto. Ouvindo o acordo feito entre Kassandra e Maximiliano, Carmem mantinha-se em silêncio, cada vez mais incomodada com os planos que faziam para avida de sua primogênita sem a presença dela. Quando Kassandra terminou seu monologo sobre do que teriam de fazer, juntou coragem para contar o que havia acontecido horas antes. A partida de Joana, com a firma decisão de ir embora de Sanmarino de novo. Seguida a saída da Maximiliano para busca-la. — Oremos que a convença a voltar — Kassandra disse irritada e com receio de ter que lidar com a ira do Gonzalez. — Maximiliano prometeu não dizer nada se apoiarmos o noivado deles. Sem Joana a opção seria dar a casa de Sanmarino, algo que preferia evitar por diversos motivos, o principal era que não q
Iago foi o primeiro a sair das acomodações da viúva, dizendo para Carmem que sairia para espairecer longe da fazenda. Sabendo o que significava e sem poder se opor, a matriarca Savoia o viu se afastar com apatia. Aproveitou que ficaram somente ela e Donato no corredor para aborda-lo sobre algo que a incomodava. — Donato, seja honesto comigo, Maximiliano será bom para minha filha? — Carmem perguntou ao juntar coragem. Havia algo em Maximiliano que lhe causava medo. Em grande parte, por culpa de tudo que ouviu sobre ele e a família ao longo dos anos. Não entendia o que Dalila viu nele e temia pela segurança de Joana. — Maximiliano possui muitos defeitos — Donato confessou —, mas é incapaz de maltratar uma mulher. Por isso disse que se Joana desistir do casamento, ele não a obrigará. O que pode causar problemas ao plano definido por Kassandra. — Ele contará sobre... — Tensa, olhou insegura ao redor, optando por se aproximar do advogado ao terminar em voz baixa: — Contará sobre o que t
Caminhando abraçado a Maximiliano em direção à entrada da mansão, Joana ergueu o olhar para a construção centenária de pedra, a frieza do seu exterior impactando-a e fazendo-a parar de andar. Queimava seu espirito e felicidade saber que dentro da residência havia pessoas que queriam acabar com seu noivado, uma em especial queria roubar seu noivo apesar de ser casada. — O que foi? — Preferia que tivéssemos partido direto para Sanmarino — confessou erguendo o olhar inseguro para ele. Maximiliano a estreitou em um abraço, embalando-a e depositando um beijo no topo de sua cabeça. — Também, mas meus amigos estão presos nessa fazenda. Tendo repensado sua vingança, em parte por ter encontrado seus amigos e necessitar o auxílio de Adriano para libertá-los, e o da viúva para garantir Joana ao seu lado, a tranquilizou: — Donato conseguirá a liberdade do Cristiano e do Gilberto, então partiremos para seguir nossa vida longe deles — prometeu depositando um beijo nos lábios tensos. Joana ap
Ao entrar em seu escritório acompanhado por Donato e os amigos de Maximiliano, Adriano estranhou encontrar sua mãe ali. A estranheza aumentou quando a viúva guardou rapidamente os documentos que lia, fechando-os em uma pasta velha com o logotipo do cartório da cidade. — Mãe, o que faz aqui? — Estava revisando alguns documentos — a viúva erguendo-se com a pasta exprimida contra o peito, observando com interesse o advogado e os outros dois homens. — Donato, está aqui para falar daquele assunto que definimos mais cedo? Abaixando a pasta, para ocultá-la dos olhos do advogado, decidiu aproveitar aquele encontro acidental para acabar logo com a questão envolvendo Maximiliano. — Não. Vim resolver a situação desses dois, que estão aqui ilegalmente. — Mesmo? Bem, resolvemos isso e depois conversamos sobre o outro assunto. — Que assunto?! — Adriano perguntou estranhando o sorriso de sua mãe para o Herrera. — Filho, vamos resolver logo o problema com os trabalhadores — a viúva falou lançan
Levando Joana consigo até o quarto que ocupavam na mansão, Maximiliano impressionou-se mais uma vez pela leveza dela, que se preocupou em verificar se Margô estava bem apesar da jovem recepciona-la com olhar furioso. Não tendo como ajudar uma pessoa que não a queria, Joana sentou ao lado dele no pequeno sofá do quarto, enquanto Beto e Lucas, sentados nas cadeiras em volta de uma mesinha contavam o que havia ocorrido enquanto estavam fora. Corou levemente quando ele a puxou para seu colo, mas não recuou, apenas jogou o braço em volta dele, os dedos se emaranhando nos fios ondulados e macios em sua nuca. Lucas informou que Donato estava naquele momento conversando com Adriano para liberar os amigos, agora que tinha provas que nunca houve uma condenação ou abrandamento da pena por trabalhos na fazenda. Beto, também na expectativa da volta de todos, se divertia com a situação sofrida pelo capitão do Diablo horas antes. — Quando Lucas me disse que você foi atrás da Joana, sabia que só v