Eduardo ouviu as palavras desesperadas da mulher, ainda tentou acalmá-la, mas não teve sucesso, e para piorar a ligação acabou caindo. Pensou consigo mesmo, e achou melhor não retornar a chamada, ao invés disso, aproveitou para ler as mensagens que ela havia enviado.
Não era um número pré-pago, então poderia descobrir a localização.“Ora, você não é tão inteligente, senhor stalker…” Pensou consigo mesmo, notando que o criminoso não teve tal cuidado, o que geralmente acontecia em casos assim.Soltou um suspiro, e então, seus olhos se voltaram à irmã que cortava alguns legumes para o jantar. Apesar de tanto tentar mantê-la longe de seus problemas, depois do que aconteceu, havia percebido que tê-la por perto era a melhor forma de protegê-la.E, felizmente, para ela, ajudar nos afazeres da casa e cuidar da sobrinha, estava sendo uma forma de se recuperar dos traumas daquela noite horrível.Contudo, foi tirado de seus devaneios quando ouviu oEra tarde da noite e Eduardo acelerava sua moto pela rodovia, mesmo que sua visão estivesse um tanto embaçada por conta da chuva forte, que mais parecia um vendaval. Enquanto ‘costurava’ por entre os carros, seu corpo se enchia de adrenalina, fazendo-o aumentar ainda mais a velocidade. Contudo, qual foi seu susto quando, de repente, um vulto surgiu à sua frente, obrigando-o a frear bruscamente, o que quase o fez perder o controle da moto. Quando conseguiu estacionar, desceu do veículo, retirou o capacete e, furioso, começou a desferir todo tipo de xingamentos contra a pessoa que quase causou um acidente.– Mas que porr* você ‘tá’ fazendo no meio da pista? Gritou a pergunta enquanto caminhava na direção do vulto.E teria continuado seu monólogo, se não tivesse percebido que, na verdade, era uma mulher, agora parada na chuva. A observou sob a pouca iluminação dos postes noturnos e pode ver que seus cabelos eram ruivos, tinha a pele alva, vestia um vestido c
Depois de desmaiar nos braços de Viktor por conta da pressão baixa, Caroline foi levada para a mansão, onde logo foi atendida pelo médico de confiança dele. Enquanto ainda estava semi-consciente, ouvia os homens conversando, mas não conseguia entender do que falavam.Houve um longo silêncio, e acabou adormecendo. Quando acordou, Viktor estava ao telefone, mas encerrou a ligação assim que a viu.- Como está se sentindo? Perguntou, sua voz soando num tom de preocupação. - O que aconteceu?- Acho que sim… - Ela murmurou um tanto perdida, mas logo se deu conta de que precisava inventar uma desculpa rápido.- Um rato. - Disse, depois de um tempo.- Um rato? Viktor repetiu, claramente sem acreditar.Contudo, para a surpresa da mulher, ele apenas concordou, como se tivesse decidido não pressioná-la. Porém, suas ações deixaram claro que sabia ser uma mentira.- Descanse… - Sussurrou, inclinando-se para beijá-la. - Pod
Enquanto isso, Viktor chegava ao subsolo de um prédio comercial, onde seus homens já o aguardavam, parados em dois grupos, como soldados.Em silêncio, colocou as mãos nos bolsos da calça, caminhando na direção deles, e então, encarou o homem no centro, preso, com os braços amarrados para cima. Claramente havia tomado uma grande surra.O russo parou há alguns passos dele e acendeu um cigarro.- Vai falar, ou teremos que arrancar o resto dos seus dentes? - perguntou, observando o olho roxo do outro.- Eu já disse o que eu sei. - ele murmurou, com um semblante de alguém quebrado.- Onde Tiranus se esconde? - Viktor tornou a questionar, não se comovendo.O homem murmurou alguma coisa, meio desorientado, mas arregalou os olhos ao ver o russo retirando um revólver do coldre.- Isso é uma beretta, calibre 38, fabricada na Rússia… - enquanto dizia isso, Viktor dava alguns passos para trás, mirando um alvo no peito do homem.
Na manhã seguinte, Viktor acordou sentindo o outro lado da cama frio. Olhou ao redor e encontrou a esposa de pé, andando de um lado para o outro, sem nunca tirar os olhos do celular.Seu rosto contorcido numa expressão de evidente preocupação.Não era a primeira vez que ele a via tão inquieta, porém, em momento nenhum, ela havia deixado escapar o que tanto a perturbava.Quando seus olhos se encontraram, ela pulou no lugar com o susto.- Bom dia! - Exclamou, abrindo um sorrisinho amarelo. - Bom dia! - Viktor respondeu, cumprimentando-a com sua voz sedutora.Se sentou na cama, gesticulando que ela se aproximasse e quando a teve perto o suficiente, a beijou, apertando sua cintura.- Por que essa expressão preocupada? - ele perguntou, arqueando uma sobrancelha.Caroline retribuiu o olhar dele, pensando por um tempo, até que, enfim, decidiu desabafar ao menos um pouco dos seus problemas.- Minha família ent
Depois disso, Caroline praticamente já não conseguia dormir. Passava os dias estressada e antes que se desse conta, metade do tempo já havia se esgotado.“ Não há paz.” ela pensava consigo mesma enquanto calçava um par de scarpin branco que havia escolhido.Contudo, foi tirada de seus devaneios quando ouviu o celular tocando. O pegou e percebeu que era Eduardo, chamando-a para ir a um lugar, mas sem contar para onde iriam.Já dentro do carro, ela o via dirigindo por longos minutos, comentando apenas algumas amenidades, como o estado do tempo, como se quisesse distrair a mulher. Então, enfim, chegaram à uma pequena comunidade quase rural. As casas eram poucas e espaçadas, cada uma delas com suas cerquinhas vivas, cancelas e quintais fartos.Ele estacionou o carro em frente a uma dessas, sob a frondosa sombra de uma árvore frutífera. Respirou fundo, parecendo certo de alguma decisão, e então, voltou seus olhos à mulher.- Caroline. - disse, apertando as mãos no volante. - Eu não deveri
O último dia do prazo havia chegado. E para a sua sorte ou azar, Viktor havia viajado a negócios. Caroline olhou para o teto, sentindo seus olhos secos e suspirou, não havia conseguido dormir nada naquela noite, tamanho era seu nervosismo. Rolou na cama e vislumbrou seu único conforto: a filha, que ainda dormia. Olhou pela janela, notando que o sol mal havia nascido. Ainda era cedo. - Mamãe? - Zarina perguntou num tom arrastado e confuso. Antes que ela pudesse responder, batidas soaram na porta, fazendo-a olhar naquela direção. Abriu a porta e se deparou com Meredith. - Papai? - a pequena tornou a indagar. - Não. Meu amor, é a amiga da mamãe. - Caroline explicou, agasalhando a filha. - Você ficará com ela, tudo bem? - Mamãe vai trabalhar, igual papai? - Zafina respondeu com outra pergunta, mas pareceu tentar entender. - Pode-se dizer assim. - a mãe concordou e sorriu para a menina, beijando seus cabelos loiros. Depois dessa breve conversa, seus olhos se voltaram para a anf
Jonathan a arrastou, grosseiramente, por entre as pessoas. - Sorria, como uma boa garota! - Jonathan resmungou, olhando para a frente e sorrindo para as pessoas que passavam. Olhou em volta, procurando algum lugar por onde poderia fugir com ela e um sorriso maldoso se formou em seu rosto ao ver uma porta com a discrição: “ apenas funcionários”, e logo, começou a arrastá-la naquela direção. Caroline não abriu a boca, se mantendo quieta, mesmo que a dor em suas costas a consumisse. Encarou as pessoas que passavam, silenciosamente, tentando lhes pedir socorro, mas ninguém percebeu. Chegaram ao que parecia uma sala de máquinas, com ele praticamente a rebocando, parou, olhando ao entorno e soltou um palavrão ao perceber que havia somente uma saída. Não fosse o bastante, as luzes começaram a oscilar, até que apagaram. Caroline o ouvia chiar no escuro, soltando palavrões enquanto a agarrava pelos cabelos e ainda pressionava a faca em suas costas, quando, de repente, as luzes reacenderam,
Caroline encarou o marido nos olhos, e entreabriu os lábios, procurando pelas palavras certas, mas não conseguiu encontrá-las. O estresse, os medicamentos e o processo pós-traumático estavam sendo demais para ela naquele momento, tanto que suas pernas perderam as forças e acabou desmaiando.Viktor ao vê-la naquele estado, quase esqueceu o motivo pelo pelo qual estava tão irritado. A pegou nos braços, carregou escadaria acima, colocou na cama, e então, sentou ao seu lado,fitando aquelas roupas, que a faziam parecer uma pessoa completamente diferente.Depois de um tempo ali sentado, achou melhor sair um pouco.Enquanto seguia para o escritório, pensou consigo mesmo que, naquele momento, muitas coisas faziam sentido, confirmando que não eram somente neuroses de sua cabeça. Havia realmente alguém se passando por Meredith.Foi até o escritório, sentou-se na poltrona e serviu-se alguns copos de whisky, pensando, consigo mesmo, o que deveria fazer a partir dali. No entanto, após muito quebr