O último dia do prazo havia chegado. E para a sua sorte ou azar, Viktor havia viajado a negócios. Caroline olhou para o teto, sentindo seus olhos secos e suspirou, não havia conseguido dormir nada naquela noite, tamanho era seu nervosismo. Rolou na cama e vislumbrou seu único conforto: a filha, que ainda dormia. Olhou pela janela, notando que o sol mal havia nascido. Ainda era cedo. - Mamãe? - Zarina perguntou num tom arrastado e confuso. Antes que ela pudesse responder, batidas soaram na porta, fazendo-a olhar naquela direção. Abriu a porta e se deparou com Meredith. - Papai? - a pequena tornou a indagar. - Não. Meu amor, é a amiga da mamãe. - Caroline explicou, agasalhando a filha. - Você ficará com ela, tudo bem? - Mamãe vai trabalhar, igual papai? - Zafina respondeu com outra pergunta, mas pareceu tentar entender. - Pode-se dizer assim. - a mãe concordou e sorriu para a menina, beijando seus cabelos loiros. Depois dessa breve conversa, seus olhos se voltaram para a anf
Jonathan a arrastou, grosseiramente, por entre as pessoas. - Sorria, como uma boa garota! - Jonathan resmungou, olhando para a frente e sorrindo para as pessoas que passavam. Olhou em volta, procurando algum lugar por onde poderia fugir com ela e um sorriso maldoso se formou em seu rosto ao ver uma porta com a discrição: “ apenas funcionários”, e logo, começou a arrastá-la naquela direção. Caroline não abriu a boca, se mantendo quieta, mesmo que a dor em suas costas a consumisse. Encarou as pessoas que passavam, silenciosamente, tentando lhes pedir socorro, mas ninguém percebeu. Chegaram ao que parecia uma sala de máquinas, com ele praticamente a rebocando, parou, olhando ao entorno e soltou um palavrão ao perceber que havia somente uma saída. Não fosse o bastante, as luzes começaram a oscilar, até que apagaram. Caroline o ouvia chiar no escuro, soltando palavrões enquanto a agarrava pelos cabelos e ainda pressionava a faca em suas costas, quando, de repente, as luzes reacenderam,
Caroline encarou o marido nos olhos, e entreabriu os lábios, procurando pelas palavras certas, mas não conseguiu encontrá-las. O estresse, os medicamentos e o processo pós-traumático estavam sendo demais para ela naquele momento, tanto que suas pernas perderam as forças e acabou desmaiando.Viktor ao vê-la naquele estado, quase esqueceu o motivo pelo pelo qual estava tão irritado. A pegou nos braços, carregou escadaria acima, colocou na cama, e então, sentou ao seu lado,fitando aquelas roupas, que a faziam parecer uma pessoa completamente diferente.Depois de um tempo ali sentado, achou melhor sair um pouco.Enquanto seguia para o escritório, pensou consigo mesmo que, naquele momento, muitas coisas faziam sentido, confirmando que não eram somente neuroses de sua cabeça. Havia realmente alguém se passando por Meredith.Foi até o escritório, sentou-se na poltrona e serviu-se alguns copos de whisky, pensando, consigo mesmo, o que deveria fazer a partir dali. No entanto, após muito quebr
“Mas que merd*” Eduardo pensou consigo mesmo. Piscou algumas vezes, quase sem conseguir acreditar no desenrolar daquela situação, mas foi tirado de seus devaneios quando viu os paramédicos se aproximando para ajudar Caroline, deu lugar para eles passarem e, percebendo que não poderia ajudá-los, optou por se juntar à busca por Jonathan. Observou o ambiente ao redor, calculando as possíveis rotas de fuga e, intuitivamente, sentiu que o fugitivo, com certeza, subiria para a entrada restrita para funcionários, em direção ao segundo nível da plataforma. Precisava ser rápido. Se Jonathan realmente conseguisse fazer isso, nunca seria pego novamente. E de fato, estava certo, seguiu seus passos e acabou dando de cara com o fugitivo, e assim que esbarraram, o socou no estômago com bastante força. Enquanto o imobilizava, sentou-se sobre suas pernas, pressionando-o de bruços contra o chão, agarrou seu braço com força e se aproximou, sussurrando próximo
Enquanto isso, Manuela trabalhava no escritório até tarde da noite. Seu projeto de criação de uma ONG para mulheres e crianças que sofreram abusos era o que mais ocupava seu tempo, mas era a empreitada que havia escolhido para si. Encarou a tela do computador, e sorriu, sentindo o coração satisfeito com o visual do site. - Ainda aqui? - Uma voz masculina perguntou, soando por suas costas. - Estava terminando o site. - ela explicou, virando-se para encará-lo depois de pular no lugar com susto. Era uma situação desconcertante na qual ela havia se colocado por acidente, afinal, estarem sozinhos no escritório àquela hora da noite, era um prato cheio para fofocas. E para piorar, não era segredo para ninguém que ele gostava da colega de trabalho. - Já jantou? - ele perguntou, mudando de assunto. - Posso te deixar em casa, se quiser. - Obrigada, mas não. - ela respondeu, tentando não ser grosseira. - Ainda preciso fazer algumas coisas, pode
Pela manhã, os raios solares entraram por entre as frestas da janela, e iluminaram o casal abraçado, ainda adormecido. Ela apertou os olhos, se remexendo preguiçosamente e então, acordou assustada, procurando pelo celular, preocupada em estar atrasada para o trabalho. Saltou da cama, ao ver que se aproximava das 8h00 da manhã e correu para o banheiro, pegando a primeira coisa que encontrou no chão: uma camisa masculina. Contudo, sua reação acabou desencadeando uma ainda mais nervosa nele, que correu, mesmo sem roupas, para ampará-la. – Você está bem? - perguntou preocupado, claramente temendo que ela tivesse se arrependido da noite anterior. – Estou - Manoela murmurou, sem entender a aflição dele. – Estou atrasada também. Havia tomado banho às pressas e tentava escovar os dentes enquanto falava com ele. Retornou para o quarto, se vestindo ainda naquela maratona e rapidamente correu para a cozinha, preparando um rápido café da manhã.
A operação entrou em andamento e Eliot se preparou para executar o mandado de prisão. Estacionou o carro descaracterizado diante da mansão e rapidamente entrou no local - desta vez, não estava acompanhado pela companheira. Mostrou a documentação aos seguranças e irrompeu pelas portas de madeira maciça. Subiram a escadaria no salão principal, que dava para o gigantesco primeiro andar e parou alguns segundos antes de entrar no escritório, sendo segurados pela governanta que parecia preocupada em perder o emprego por causa disso. Dentro do escritório, Caroline encarava o pai com um semblante extremamente sério. Havia acabado de chegar, sozinha, pensando consigo mesma que aquela poderia ser sua última chance de confrontá-lo antes que Viktor decidisse se iria continuar o casamento, ou não. – Quando o senhor descobriu a verdade sobre os negócios dessa família? - perguntou, ignorando a clara irritação no rosto dele. – Mas de que merd* você está fal
Depois de interrogar o “suspeito” por algumas poucas horas, Eliot não perdeu tempo, logo se encontrando ao esquadrão de choque. Era a hora de prender Tiranus. Enquanto vestia seu colete e colocava as proteções, ouvia as últimas informações sobre a invasão, concordando com tudo. A ação seria rápida e precisa, de forma que nenhum erro poderia ser cometido. – Esse cara deve estar armado até os dentes – um dos policiais disse de dentro de um carro blindado. – Também estaremos! – Eliot afirmou sério, instigando coragem nos outros. Então, pegou seu fuzil, passou a bandoleira em volta do pescoço e acenou positivamente para o motorista. Chegaram ao esconderijo de Tiranus com a noite, aproveitando a chuva forte e os trovões para esconder o barulho dos carros. Foi relativamente fácil se livrarem dos primeiros olheiros, e quase não trocaram tiros. O grupo principal seguiu galpão adentro, em meio ao escuro, ouvindo sons que