Capítulo 2

Tá bom! Isso doeu muito em mim, mas não deixei transparecer. O Luke pegou em um ponto fraco, que é minha aparência. Já sofri muito com isso e essa fala infeliz acabou com minha semana.

Zach: Cara, é melhor você ir e ter cuidado com o que fala dos outros. Eu não me importaria nunca de ter alguém como a Aika ao meu lado. Ela é incrível, mas nos damos bem como melhores amigos e, não te interessa nada sobre nós.

Minha única vontade era sair correndo e chorar bastante, já que uma simples fala ativou vários gatilhos.

Luke: Eu só tô brincando, cara. Não precisa se exaltar. Bem, vou indo.

Zach olha para mim e me abraça.

Zach: Não liga pra ele, Aiki. Ele é vazio e mimado. Você é uma mulher linda e todos deveriam querer ter você por perto.

Eu só abracei o Zach mais forte em forma de agradecimento e fiquei assim até os pais dele chegarem e ele ter que ir embora.

Zach: Até amanhã, Aiki.

— Até, Zach.

Fiquei sozinha por uns quinze minutos até minha irmã chegar. Entrei no carro sem cerimônia e fomos embora.

Já em casa, falei um pouco com minha mãe e fui até meu quarto e desabei. Todo o percurso até a minha casa, as palavras do Luke martelavam na minha mente.

Eu não sei o real motivo dele ser um filho da puta com todo mundo, mas ele sempre faz isso.

Não acho que eu seja tão desprezível a ponto de ninguém me querer, mas tenho problema com minha autoestima desde mais nova.

Não gosto muito dos meus olhos. Os traços orientais que herdei dos meus pais são bem evidentes. Já meu corpo não é tão padrão nem curvilíneo. Posso dizer que tenho vantagens em algumas partes, mas nada que me dê algum destaque.

Nunca me relacionei com ninguém, nem mesmo uma paquera boba. Parece que sou um repelente de rapazes.

Fiquei absorta em meus pensamentos por horas até que percebi que não jantei, e por essas horas todos já deveriam estar dormindo.

Desci e confirmei minha suspeita: todos dormiram. Acredito que minha mãe pensou que eu dormi mais cedo, já que eu sempre faço questão de descer para jantarmos juntos.

Não quero ir à escola amanhã. A ideia de ver o Luke durante o dia inteiro fez meu estômago revirar. Então, eu invento uma bela desculpa para minha mãe e aviso a galera por mensagem

Eu amo a escola, mas para mim passar das sete da manhã até quatro da tarde no mesmo ambiente que Luke me deixou tensa. Então, prefiro ficar na minha até passar esses pensamentos.

Fiz minha rotina noturna de cuidados e fui dormir.

Luke##

A noite está bem agitada. Acabei de chegar do ensaio da banda e meu pai quer que eu participe de um jantar "importante" com ele. Não dou a mínima para essas coisas, mas como ele sustenta minha banda, sou obrigado a fazer suas vontades.

Tomei banho e já arrumado, fui para a sala de jantar e dei de cara com um monte de gente, provavelmente fornecedores de algum negócio do meu pai. Cumprimentei todos e assisti meu pai fechar negócios e mais negócios por horas. O bom é que isso me favorece financeiramente; de resto, não ligo para nada.

Essa reunião foi um saco total, não é minha praia esse lance de empresas. Meu negócio mesmo é o rock. Dado nove horas, finalmente a reunião acabou e eu posso enfim curtir o resto da minha noite tocando minha nova música, que pretendo apresentar logo.

Assim que todos saem, meu pai vem conversar comigo, as mesmas asneiras de sempre

Sr. Baker: "Filho, você estava bem desinteressado hoje, né?"

Eu: "Estava sim, pai. Estou com pressa para treinar minha música."

Sr. Baker: "Você sabe, filho, que minha vontade é que você tome conta das minhas empresas junto com seus irmãos."

Eu: "Mas, pai, o senhor sabe do que realmente gosto e vejo um grande futuro na música."

Sr. Baker: "Eu sei, meu filho, mas quero algo que lhe dê estabilidade até o fim de sua vida."

Eu: "Não se preocupe, pai, eu não vou morrer de fome. Hahaha."

Sr. Baker: "Você leva tudo na brincadeira, Luke. Você precisa aprender a ter responsabilidade com a vida."

Nesse momento, percebi meu pai sério e frio. Entendo que o coroa não quer que eu tenha uma vida horrível, mas não precisa ser tão insistente.

Eu: "Pai, se caso a música não der certo, eu garanto que vou ficar na empresa."

Sr. Baker: "Você acha que eu tenho tempo para isso, Luke? Quero algo sério para o seu futuro."

Eu: "Me dê essa chance, pai. Posso fazer algo na empresa durante o tempo que estou fora da escola e das responsabilidades da banda."

Sr. Baker: "Não sei, Luke. Irei pensar. Agora deixa eu ir subindo, sua mãe está me aguardando para dormir."

Eu: "Tá bom, pai. Boa noite."

Sr. Baker: "Boa noite, meu filho. Juízo, viu? Juízo."

Meu pai subiu para o quarto e eu fui para o porão tocar um pouco. Essa conversa com ele me deixou um pouco irritado. Eu não deveria estar no meio disso, já que meus irmãos ajudam ele o tempo todo, mas ele insiste em mim. Por mais irritante que seja, eu entendo o lado protetor dele.

Acredito que fiquei tocando até certas horas da madrugada, sem perceber o tempo passar. Quando subi, já estava claro e perto do horário de ir à escola, então me agilizei para não me atrasar.

Consegui pegar a estrada a tempo de não me atrasar, então fiquei tranquilo. Não posso me dar o luxo de atrasar, já que não tenho uma fama de bom aluno.

No caminho, lembro do trabalho do Frederico e da apresentação que tenho que fazer com meu grupo. Não precisei me preocupar com esse

trabalho, já que a garota que estou pegando no momento cuidou de tudo para mim. Uma vantagem de ter uma leve fama é que as garotas se jogam aos meus pés, exceto a Aika Young. Não sei o que diabos aquela menina tem, mas acredito que seja de outro mundo. Não tem explicação para a explosão de sentimentos que ela me causa.

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