Samara tenta entrar na sala que estão atendendo Gabriel, mas a enfermeira fala para ela.“Desculpe, doutora, mas não posso permitir. O doutor Pedro vem falar com a senhora.” Fala com pesar.“Eu só quero ver, não vou interferir.” Fala angustiada.“Samara!” Ela escuta a voz de Souza que chega apressado.“Souza! Gabriel está lá dentro, eu estou angustiada.” Fala se aproximando dele.“Calma, sempre foi controlada, não fique assim, quem está com ele?”“Pedro, mas está demorando para dar notícia.”“É que está do lado de fora, ele vai cuidar bem de seu filho.” Fala abraçando Samara. “Nunca fiquei nessa posição, sempre estive a frente no atendimento.”“Sabe que é uma ética. Olha seu estado, como vai lidar com a situação, estando nervosa? Tem que encontrar seu equilíbrio emocional. Seus filhos são saudáveis, o que acontecer, a recuperação será rápida.Pedro sai nesse momento e encontra com eles. Samara corre para perto dele.“Pedro, como está Gabriel?” “Não vou esconder falando que está tudo
Daniel, chega diretamente no hospital. Ele encontra Samara, ao lado de Gabriel.“Desculpe. Eu não estava presente quando precisou.” Fala baixinho.Samara faz um sinal para irem conversar, fora do quarto.“Daniel, não precisa se desculpar. O que aconteceu, foi um acidente. Como foi sua viagem?” Ela pergunta se sentindo estranha.“Foi um pouco assustador, eu descobri coisas que me deixaram mais surpreso ainda.” Fala com honestidade.“Depois, quando Gabriel estiver acordado e melhor, eu quero conversar com todos, Souza chegou também. Acho que teremos uma conversa com mais clareza.” Ela fala sem olhar para ele.“Ok, eu vou em casa tomar um banho. Depois, volto e você vai descansar. Eu fico com Gabriel.” Fala sério.“Não, eu preciso ficar. Ele é meu filho.” Fala o olhando.“Acha que não saberei cuidar dele? Não se esqueça de Isabel, no momento, Gabriel está aos cuidados de Pedro, me informei antes de entrar. Isabel, deve estar fragilizada agora, já que o irmão está inconsciente, eles senti
Samara, levanta de madrugada e vai para o hospital.Ao entrar no quarto, fica surpresa ao ver Daniel, segurando a mão de Gabriel e dormindo em uma cadeira, com o rosto apoiado na cama. Ela se aproxima e o observa. Daniel, tem um rosto bonito, adormecido, não parece ser uma pessoa autoritária e tão enérgico. Ela percebe que mesmo com a aparência igual a de Denis, existe algo diferente. Ela sente algo diferente em seu coração. Devagar, ela toca em seu ombro.Daniel acorda assustado e a vê diante dele.“Desculpe, acabei cochilando sem perceber.” Fala se levantando e arrumando a roupa.“Vamos para fora do quarto.” Ela fala indo em direção à porta. Daniel fecha a porta, com cuidado ao sair.“Vá descansar agora, hoje começo a trabalhar. Eu fico com ele, acompanhando o quadro.” “Samara, falei que não precisa trabalhar, cuide de Gabriel.” Ele fala sério.“Daniel, todos já me falaram isso. Eu não posso fazer nada, enquanto aguardo Gabriel acordar, eu posso trabalhar. Não se preocupe, eu esto
Gabriel, olha para seu tio com uma expressão interrogativa, puxando a cadeira, Daniel senta a seu lado. Raspando a garganta, ele começa. “Hrum, bem, eu conversava com você, não era nada importante, queria que soubesse que não estava sozinho.” Fala sem graça. “Deve pensar que ter 7 anos, eu não consigo entender o que se passa com vocês. Minha mãe também é assim.” Fala com um rosto triste. “Ei! Não é bem assim, adultos também tem problemas em lidar com algumas coisas. Por isso, é complicado. Não é fácil, falar sobre algo que incomoda.” “Mas falou, quando eu estava dormindo.” Rebate. “Contou para alguém, sobre isso?” Daniel pergunta desconfiado. “Não. Primeiro queria falar com você. Tio, gosta de minha mãe?” Pergunta surpreendendo Daniel. “Não fale isso, alguém pode ouvir.” Daniel olha preocupado pelo quarto. “Não entendo muito os adultos. Qual o problema de gostar de alguém?” Gabriel pergunta inocente. “Percebo que não vai se calar, mocinho, precisa descansar, acabou de acordar
Plínia e Souza, lhe pegam a mão.“Sabemos que é difícil começar a colocar o que nos machuca para fora. Leve o tempo que precisar. Somos seus amigos.” Souza a conforta. Com um semblante, um pouco preocupado, ela solta o ar que estava preso em seu pulmão e olha para eles.“Esse trabalho que fui fazer, era para a agência do Lobo, o mesmo que me usou para ganhar dinheiro. Bem, surgiu um vírus que poderia se espalhar, prejudicando a todos. Foi chamada para ajudar.”“Mas é o correto, afinal é médica e cuida das pessoas.” Souza fala sem entender.“Souza, não tem nada com minha profissão, eu fui chamada para invadir sistemas, computadores, meu trabalho foi de hacker, eu era a agente principal, meu nome era Asi. Como podem ver, não sou uma pessoa certinha, também tenho meus erros. É isso me deixa preocupada com as crianças, Gabriel tem a mesma natureza minha. Também invade computador. Esse é o motivo de eu estar travando o desenvolvimento deles. Fiz muita coisa errada antes de ir para a facul
Samara, levanta agitada da mesa.“Nada a ver, Denis e Daniel nem tinham contato. Eu também já tenho a confirmação, que Denis é o pai dos meninos. Então esse assunto acabou.” Fala colocando o copo na pia após tomar um suco.“Samara! Daniel está procurando a verdade, desde que viajou ele tem buscado resposta. Os dois podem se unir e agilizar isso.” Plínia conta sem perceber.Samara fica agitada.“Como assim?” Ela pergunta a Plínia.“Eu não sei o que aconteceu entre vocês no dia que partiu, mas Daniel estava estranho e fez algumas perguntas, depois, ele decidiu saber a verdade sobre Denis, e o que aconteceu com você.” Plínia responde honestamente.“Deveria ter me contado, ele saber sobre o irmão, tudo bem, mas sobre minha vida! Isso é outra coisa.”“Não, senhora, vocês estão ligados, afinal existem as crianças. Ele só está fazendo o que todos querem saber, e você deveria ter procurado na época.” Souza, defende Daniel.“Eu acabei de contar o que aconteceu! Ele aproveitou o dia do meu exam
Souza explica toda a situação, sendo claro e objetivo. Deixando saberem que podem ter problemas. “Isso é um assunto grave!.” O diretor fala com o rosto fechado. “Com certeza, Samara deveria ter exposto à situação, assim que descobriu.” Pedro fala se levantando. “Não é tão simples como pensa. Ela teve seus motivos para não falar. Mas nos trouxe todos os materiais e como cuidar caso apareça os sintomas. Também precisamos avisar outros hospitais e as pessoas ligadas a saúde.” Plínia lembra a eles. “Eu concordo com Plínia. Souza, tem como ficar responsável pela parte de descontaminação?” Daniel pensa rápido. “Claro. É um método simples, um pouco dolorido, pois terão que passar por uma capsula de vaporização quente. Eu preparo para se precisarmos.” “Pedro, pegue os dados e prepare uma sala de exames rápidos, não podemos deixar isso se expandir.” “Farei isso.” “Eu vou falar com Mario, vamos reunir os diretores dos hospitais e os agentes de saúde. Vou marcar uma reunião e Souza pass
Daniel a olha com pesar. “Daniel, eu não posso mudar o que pensam. Mas na minha opinião, estão errados, como vão cuidar de duas crianças, se não conseguem resolver a situação de vocês? Até quando, vai permitir que Denis interfira em sua vida? Os erros já aconteceram e não foi você quem cometeu.” “Plínia, por que fala com tanto rancor de Denis? Ele fez algo para você?” Daniel pergunta encarando ela. Plínia, se ajeita na cadeira e após pensar, é honesta com Daniel. “Minha família, por um tempo, foi normal. Meu pai, trabalhava na empresa dos meus avós. Um dia, conheceu minha mãe e acabaram se casando. Enfim, fez uma escala de funcionário para patrão. Até aí, tudo bem, mas minha mãe faleceu jovem, e ele assumiu tudo. Eu já estava entrando na faculdade. Ao ficar viúvo, ele começou a mostrar outra face que não conhecia. Ele ficava com garotas novas. No início, eu fiquei chateada, mas depois me acostumei. Tudo mudou, quando ele ficou com uma colega de minha classe, a garota era menos de