Samara, olha seu copo e deixa de lado, ela serve um pouco de água e bebe.“Eu vou escutar.” Diz encostando na cadeira.“Quando foi levada para o orfanato, você era apenas uma garotinha assustada. Lembro de seus olhos grandes cheio de medo. Eu já estava crescido, por algum motivo desconhecido, eu acabei cuidando um pouco das crianças que chegavam. Eu sabia o que faziam. Mas só me incomodou, quando chegou, eu não me senti confortável em saber qual seria seu destino. Com o tempo, foi se aproximando e perdendo o medo. Você era muito inteligente desde criança, Seu desenvolvimento era ligeiro. Um dia, eu estava sem sono e ouvi uma conversa sobre levarem você, de alguma forma, eles também descobriram sobre sua capacidade.” Fala respirando fundo.“Você, morava no orfanato? Eu não me lembro.” Ela fala interessada.Lobo sorri e encosta, olhando para ela.“Tem muita coisa que não lembra. Vamos por parte, nessa noite, eu te chamei para um passeio. Inocente, me acompanhou, foi quando fugimos de lá
Ela, fica desnorteada ao saber, Denis nunca demonstrou que não gostava de mulheres. Lobo acompanha suas expressões. “Por que, ele aceitou fácil sua condição para ensiná-lo? Para ele, foi um presente. Assim pode manter as garotas afastadas, foi ele quem falou que estava contigo.” “Não acredito. Isso é algo absurdo, Daniel saberia sobre o irmão.” “Não se engane, não é do seu feitio, camuflar as evidências. Você era a pessoa perfeita para ele, não queria se envolver, não pedia nada e nem cobrava. Enfim, tenho provas de tudo que contei. Esse é meu presente de despedida. Estou saindo para outro país, vou viver uma nova vida. Tente fazer o mesmo.” Lobo fala se levantando e deixando um envelope sobre a mesa. Samara, olha receio de pegar. “Agi errado contigo, mas só me arrependo de não ter contado antes. Sua ajuda salvou várias garotas de um destino incerto. Estamos perto da cidade, aqui está a chave do carro. Meu motorista está me esperando. Boa sorte garota, agora não precisa mais
Daniel, levanta e anda pela sala. Ele pensa antes de falar, Plínia fica tensa entre os dois. “Eu gostaria de ouvir a história de você. Sei que sua vida não foi fácil para chegar, onde chegou. Não estou falando sobre o que foi fazer, mas o que aconteceu há quase oito anos.” “Daniel, não é simples assim, eu também estou processando tudo que fiquei sabendo. É complicado descobrir coisas, que foram ruins, mas tiveram um lado bom, sei lá, acho que é isso. Eu estou confusa.” Fala se olhar para ele. “Samara, não está sozinha e nem com pessoas que vão te julgar. Não sei se falou algo antes, mas ouvi dizer a Plínia, que Denis, não gostava de mulheres, que tinha te traído e feito o mesmo com todos. Quem é esse todos? Eu? Quem mais está envolvido nisso?” Daniel é direto. Samara olha confusa para ele, e depois olha para Plínia. “É verdade, disse isso antes de dormir sabre a mesa.” Samara levanta. “Onde está o carro que me deixaram? E as coisas que estavam na mesa?” “Eu peguei, acho que d
Samara liga para Daniel, mas ele não atende. Ela deixa uma mensagem para ele. Depois, vai até a praia, que fica perto. Ela senta e fica olhando o mar. Seu telefone toca e ela vê o nome de Daniel. “Oi, Por que viajou repentinamente?” Ela pergunta a ele. “Eu preciso pensar, vim no apartamento de Denis.” Fala com a voz cansada; “Não se culpe pelo que Denis se tornou.” Ela fala sem graça. “Eu preciso saber mais, ele poderia ter me contado, era seu irmão.” “Nem sempre conseguimos falar o que desejamos. Para Denis deve ter sido assim, ele queria ser alguém, ter algo que você ainda não tinha.” Ela fala suavemente. “Entendo o que disse, mas, não tem lógica tudo que li, algo não está certo. Denis não era essa pessoa.” Ele fala friamente. “Ok, desculpe incomodar.” Samara fala desligando o telefone. Daniel, fica sem palavras, ele olha o aparelho desligado e depois senta com a cabeça, entre as mãos. Um barulho na porta, o faz levantar rapidamente, um rapaz entra com uma sacola na mão, ao
Samara tenta entrar na sala que estão atendendo Gabriel, mas a enfermeira fala para ela.“Desculpe, doutora, mas não posso permitir. O doutor Pedro vem falar com a senhora.” Fala com pesar.“Eu só quero ver, não vou interferir.” Fala angustiada.“Samara!” Ela escuta a voz de Souza que chega apressado.“Souza! Gabriel está lá dentro, eu estou angustiada.” Fala se aproximando dele.“Calma, sempre foi controlada, não fique assim, quem está com ele?”“Pedro, mas está demorando para dar notícia.”“É que está do lado de fora, ele vai cuidar bem de seu filho.” Fala abraçando Samara. “Nunca fiquei nessa posição, sempre estive a frente no atendimento.”“Sabe que é uma ética. Olha seu estado, como vai lidar com a situação, estando nervosa? Tem que encontrar seu equilíbrio emocional. Seus filhos são saudáveis, o que acontecer, a recuperação será rápida.Pedro sai nesse momento e encontra com eles. Samara corre para perto dele.“Pedro, como está Gabriel?” “Não vou esconder falando que está tudo
Daniel, chega diretamente no hospital. Ele encontra Samara, ao lado de Gabriel.“Desculpe. Eu não estava presente quando precisou.” Fala baixinho.Samara faz um sinal para irem conversar, fora do quarto.“Daniel, não precisa se desculpar. O que aconteceu, foi um acidente. Como foi sua viagem?” Ela pergunta se sentindo estranha.“Foi um pouco assustador, eu descobri coisas que me deixaram mais surpreso ainda.” Fala com honestidade.“Depois, quando Gabriel estiver acordado e melhor, eu quero conversar com todos, Souza chegou também. Acho que teremos uma conversa com mais clareza.” Ela fala sem olhar para ele.“Ok, eu vou em casa tomar um banho. Depois, volto e você vai descansar. Eu fico com Gabriel.” Fala sério.“Não, eu preciso ficar. Ele é meu filho.” Fala o olhando.“Acha que não saberei cuidar dele? Não se esqueça de Isabel, no momento, Gabriel está aos cuidados de Pedro, me informei antes de entrar. Isabel, deve estar fragilizada agora, já que o irmão está inconsciente, eles senti
Samara, levanta de madrugada e vai para o hospital.Ao entrar no quarto, fica surpresa ao ver Daniel, segurando a mão de Gabriel e dormindo em uma cadeira, com o rosto apoiado na cama. Ela se aproxima e o observa. Daniel, tem um rosto bonito, adormecido, não parece ser uma pessoa autoritária e tão enérgico. Ela percebe que mesmo com a aparência igual a de Denis, existe algo diferente. Ela sente algo diferente em seu coração. Devagar, ela toca em seu ombro.Daniel acorda assustado e a vê diante dele.“Desculpe, acabei cochilando sem perceber.” Fala se levantando e arrumando a roupa.“Vamos para fora do quarto.” Ela fala indo em direção à porta. Daniel fecha a porta, com cuidado ao sair.“Vá descansar agora, hoje começo a trabalhar. Eu fico com ele, acompanhando o quadro.” “Samara, falei que não precisa trabalhar, cuide de Gabriel.” Ele fala sério.“Daniel, todos já me falaram isso. Eu não posso fazer nada, enquanto aguardo Gabriel acordar, eu posso trabalhar. Não se preocupe, eu esto
Gabriel, olha para seu tio com uma expressão interrogativa, puxando a cadeira, Daniel senta a seu lado. Raspando a garganta, ele começa. “Hrum, bem, eu conversava com você, não era nada importante, queria que soubesse que não estava sozinho.” Fala sem graça. “Deve pensar que ter 7 anos, eu não consigo entender o que se passa com vocês. Minha mãe também é assim.” Fala com um rosto triste. “Ei! Não é bem assim, adultos também tem problemas em lidar com algumas coisas. Por isso, é complicado. Não é fácil, falar sobre algo que incomoda.” “Mas falou, quando eu estava dormindo.” Rebate. “Contou para alguém, sobre isso?” Daniel pergunta desconfiado. “Não. Primeiro queria falar com você. Tio, gosta de minha mãe?” Pergunta surpreendendo Daniel. “Não fale isso, alguém pode ouvir.” Daniel olha preocupado pelo quarto. “Não entendo muito os adultos. Qual o problema de gostar de alguém?” Gabriel pergunta inocente. “Percebo que não vai se calar, mocinho, precisa descansar, acabou de acordar