Plínia a olha confusa, ela não comentava sobre o relacionamento com Denis.“Como assim? Não entendi.”“Em seus olhos, sempre teve algo estranho, era como uma dor que ele não queria falar. Guardava bem escondido. Uma vez perguntei, mas ele disse que estava enganada, que era feliz, sendo ele mesmo. Ele não gostava de falar e eu parei de me preocupar. Plínia, vou te contar um segredo.” Fala levantando e fechando a porta da cozinha. Plínia fica curiosa.“Eu estava pensando ser mãe de aluguel.” Fala sussurrando.“Mentira! Está de brincadeira!” Fala desacreditando.“Acha que iria mentir? Muitas pessoas usam esse recurso para terem filhos. E Denis me contou que tinha problema de ejaculação precoce. Por isso nunca teria filhos.” Fala baixinho.“Estudamos sobre isso. Me diga uma coisa, como as garotas ficavam com ele? Elas nunca comentaram sobre isso.” Plínia fala pensativa.“Ele fez uma cirurgia, então fingia para as garotas. Aquela, que as pessoas fazem nesse caso.” Fala fazendo gesto.“Por
Nesse momento, o elevador abre a porta e Mario indica o caminho para ela. Samara anda ereta, para disfarçar o nervosismo. Ao entrar na sala, a cadeira de Daniel, está de costa para a porta. “Daniel, a doutora Samara.” Mario fala, e ele vira a cadeira. Samara arregala os olhos. Daniel é idêntico a Denis. “Samara?” Daniel fala com sua voz rouca e baixa. “Sou eu.” Fala sem se mexer. Mario sai fechando a porta devagar. “Sente-se. Eu procurei por anos, encontrar você.” “Conheço a história. Plínia me contou.” Fala ainda de pé. “Então não preciso fazer rodeio. Quero meus sobrinhos.” Fala arrogante. Samara sente o sangue esquentar, mas respira antes de responder. “Posso saber, com qual direito? Quem lhe garante que são seus sobrinhos? Tenho um trabalho, uma casa. Minha vida é estável. Qual sua alegação para querer meus filhos? Tem provas? Eu tenho, pois gerei e cuidei de meus filhos.” Pergunta com uma voz sufocada. “Você tirou os direitos de Denis e os meus. Eles são parte da famí
Daniel sorri e pergunta a Plínia. “Eles são sempre assim?” “São. Ninguém diz que só tem 7 anos. Eles não dormem em quartos separados e fazem tudo juntos.’ “Madrinha, por que está com ele?” “Querido, eu estava nervosa para dirigir, Daniel me ofereceu carona, e aceitei. Quando chegarmos ao hospital, vocês vão estudar e ver televisão até a hora de dormir, vou levar o jantar para vocês. Não vou poder ficar no dormitório. Preciso que se comportem e ajudem.” “Está bem madrinha.” Eles falam com humildade. “Plínia, posso ficar com eles um pouco. Depois, os levo para o dormitório.” Daniel fala. “Não precisa. Eles já estão acostumados.” Fala desconfiada. “Eu levo eles para jantarem, não é saudável comerem lanche no jantar” “Madrinha, deixa a gente ir, senão vamos ficar presos no quarto.” Plínia olha com o coração apertado, ela acaba concordando. “Daniel, eles têm horários que devem seguir. Na hora que terminarem de jantar, vou até o quarto para arrumar eles para dormir.” Fala em um t
Ao terminarem, eles pedem suco natural. Daniel pede o mesmo.“Você mora onde?” Gabriel começa a perguntar.“Aqui na cidade. Esse hospital, é o primeiro que construí de grande porte. Tenho outros, mas não igual a esse.”“Você também é médico?” Pergunta surpreso.“Não, sou empresário. Eu invisto em hospitais e construo. Eu não seria um bom médico.” Fala sorrindo.“Nossa mãe é a melhor médica. Ela já salvou muitas pessoas e também trabalha inventando coisas, para ajudar os outros.” Gabriel fala com orgulho.“Eu sei. Por isso convidei ela para vir trabalhar aqui.”“Já conhecia mamãe?” Isabel pergunta.“Só como a doutora Sam, acompanhei tudo que ela fez. Os prêmios que ganhou, por isso, quis que trabalhasse para mim.”Isabel, aperta a mão do irmão, eles se comunicam sem precisar falar.“Já terminamos, vamos voltar? Precisamos fazer o dever de casa.”“Vamos. Se quiserem posso ajudar.” Fala para ganhar tempo com eles.“Não precisa, é fácil. Só deixamos a madrinha, e mamãe ver se está certo.”
Daniel segue Pepe até o quarto.“Tragam soro, ela desmaiou de cansaço. Seu corpo está desidratado.”“E o diretor?” Daniel pergunta ao lado da cama.“Vai ficar bem. Sam conseguiu deter a hemorragia, ele entrou em colapso e se não fosse operado, poderia morrer.” Fala ajeitando Samara e ele mesmo colocando o soro.“Eu fico com ela.” Daniel fala.“Não precisa. Coloquei algo para dormir. Ela só ira acordar a noite. Mas o senhor quem sabe. Preciso voltar e dispersar o pessoal.”Pepe sai e Plínia entra. Ela tinha levado as crianças para a escola.“Daniel, soube o que aconteceu. Não precisa ficar aqui. Eu vou cuidar das crianças e a noite volto. Dormindo, ela não precisa de nada. Precisa resolver o problema com os repórteres, eles têm que sair daqui. Estão atrapalhando o trabalho do pessoal.”Daniel percebe que Plínia está certa. Ele olha Samara dormindo e fala com Plínia.“Me mantenha informado. Vou resolver com eles. Se precisar de algo avisa.” Fala saindo e fechando a porta suavemente.Sam
No final do dia, Daniel fica impaciente. Ele ficou resolvendo problemas o dia todo e não teve notícias do hospital.“Mario, vou sair. Preciso ir ao hospital. Se precisar me liga.” Fala arrumando suas coisas.Samara acorda com as crianças chegando. Ela fica surpresa ao ver Souza. As crianças sentam na cama e abraçam ela. Depois vão até Souza.“Tio, minha mãe salvou um montão de gente.” Isabel fala abraçada ao pescoço dele.“Fiquei sabendo. Vocês se comportaram?” Ele pergunta abraçando eles.“Claro! Fizemos tudo que a madrinha falou, não é madrinha?” Gabriel fala para ele.“Verdade meu amor. Vocês foram maravilhosos. Souza, soube que chegou assim que saí. Queria ter te visto.” Plínia fala abraçando ele.“Era para chegar mais cedo. Devido ao trânsito aéreo, demorei a embarcar. É um absurdo, até nisso tem trânsito.” Fala chateado.“Deve ser devido ao que aconteceu. Foi horrível, muitos feridos, familiares chegando. Enfim, o importante é que conseguimos. Não sei muito detalhes, estava no c
As crianças sobem para dormir. Samara desce após ter certeza que não vão levantar.Ela senta no sofá ao lado de Plínia.“Mocinha! Me explica o que foi aquela cena? Daniel estava com ciúmes por eu te carregar.”“Está maluco! Antes do acidente, eu briguei com ele. Como não teve tempo de rebater, quer fazer o tipo de patrão.” Fala descontraída.“Souza, muita coisa aconteceu. Daniel alega ser o tio das crianças. Ele é o irmão de Denis. É uma longa história.” Plínia fala.“Sério? Garota, como foi isso? Você não era de outra cidade?” Souza pergunta surpreso.Samara, pede que Plínia vigie as crianças e conta tudo para ele. Souza fica perplexo ao ouvir. “Isabel e Gabriel, já sabem? Como reagiram?”“Ainda não contei. Mas vou falar logo. Daniel não é paciente. Ele pode falar, causando problema com os meninos.” Fala preocupada.“Concordo. Tire o dia de folga amanhã. Eu vou para o laboratório e depois vamos conversar. Gostei do hospital e do doutor Pepe. Se todos forem assim, não terei problemas
Gabriel explica como aconteceu. “Estava entrando muita gente machucada, a madrinha estava preocupada e ele pediu para cuidar da gente. Ela não queria, mas você precisava dela. Depois, dormiu o dia todo! Acho que ela esqueceu. Nós também não falamos sobre isso depois.” Gabriel mostra sua lógica. Samara sente um desconforto, mas, agora precisa aceitar e continuar. “Vamos pular essa parte, resolvo com sua madrinha depois. Daniel alega ser o tio de vocês. Eu não o conhecia e nem conheço para responder às dúvidas que tiverem. Ele também nem me conhecia, mas foi ele quem fez o contrato comigo e Souza. Foi algo inesperado para todos. Eu não podia mais, deixar para depois. Ele viu todos no hospital hoje.” “Mãe, a gente desconfiou, mas esperamos você falar. Ele é estranho, precisamos de tempo para saber a verdade.” “Eu entendo, também é complicado dividir vocês com ele. Juntos vamos fazer uma forcinha, ok? Vamos dar uma chance a ele.” “Tudo bem. Como vai ser isso?” Isabel pergunta curio