A enfermeira colocou uma bata em Tamara e a deitou em uma maca. Minha companheira gritava muito de dor. Antes de entrar na sala com ela, a enfermeira me informou que eu tinha que higienizar minhas mãos e meus braços. Ela me deu uma bata para que eu pudesse colocar por cima da minha roupa. Fiz tudo isso em frente à sala de parto em que minha mulher estava; eu não me afastaria dela, queria que ela soubesse que eu estava ali ao seu lado. Mesmo sentindo dor, os olhos de Tamara estavam fixos na porta, me olhando pela janelinha de vidro que havia na porta. Após terminar de me higienizar, não esperei que a enfermeira permitisse minha entrada; já tinha ficado tempo demais longe de Tamara. Abri a porta e corri até a maca em que ela estava. — Cheguei, meu amor. — Beijei sua testa e peguei sua mão. — Agora que o papai chegou, vamos colocar mais força. Temos uma princesa para trazer ao mundo — disse a médica. Tamara apertou minha mão e começou a empurrar com força. Minha companheira chora
Na última reunião que tive com Jonathan e Ravenna, concordamos que deveríamos proteger Tamara, já que a vingança de Verbena era contra ela. Com muita pesquisa, descobrimos que ela queria trazer seu companheiro de volta, mas que, para isso, precisaria do filho do neto do lobo que matou seu companheiro. Fizemos uma reunião com nossos pais e pedimos que eles nos contassem tudo o que havia acontecido naqueles dias. Foi aí que descobrimos que todos tiveram uma pequena participação, mas foi o avô de Jonathan quem cortou a cabeça do vampiro que transformou a mãe de Ravenna. Eu ainda tinha dúvidas sobre os motivos pelos quais ela estaria lutando ao nosso lado. — Você pode nos contar o motivo pelo qual você está lutando contra sua mãe? — Ela me olhou ferozmente. — Eu não te devo explicações sobre meus motivos; a única pessoa a quem devo explicações é ao alfa que decidi servir, e ninguém mais. — Até a forma como ela agia era esnobe. — Como você quer que eu trabalhe com você se nem conhe
Não esperei pelo final das aulas de Tamara; achamos melhor eu ir primeiro com Ravenna e a bruxa da minha alcateia para estudarmos cada canto daquele lugar. Jonathan pediu para eu estudar o hospital da alcateia dele e, se lá não houvesse um lugar de folga, então eu teria que criar um, pois ele tinha certeza de que Ravenna esperaria o dia do parto para atacar. Ao chegar, eu tive que ir para a casa de Ravenna; não podia chamar a atenção de ninguém, pois não poderia chegar aos ouvidos de Verbena que eu estava ali. Morar com Ravenna foi o maior desafio que já tive que enfrentar em toda a minha vida. Nunca vi uma mulher tão ranzinza; parece que, quando ela não tinha um motivo para brigar comigo, ela inventava um. Até minha respiração a incomodava. Teve um dia em que ela me incomodou tanto que peguei meu celular e liguei para Jonathan, exigindo um lugar só meu, mas ele conseguiu me convencer de que não podíamos, pois isso chamaria muita atenção.— Não acredito que você ligou para o Alfa! — R
Fazia alguns meses que eu estava vivendo na alcateia da Lua Vermelha. Resolvi, em um mês, fazer a minha parte do plano; estudei todo o hospital da alcateia e todos os seus cantos. Depois de não encontrar nenhum lugar que pudesse facilitar uma fuga para Tamara, tínhamos certeza de que Verbena deixaria de atacar quando estivéssemos em um momento crítico. Ravenna deu a ideia de usarmos apenas um celular, como se fosse um bip; então, no momento certo, Jonathan só precisaria apertar o botão de emergência e chegaríamos em questão de segundos. Após não conseguir encontrar uma saída que pudéssemos usar para tirar Tamara do hospital sem chamar a atenção, fui atrás do Alfa Joel, e ele me indicou um senhor que era um médico aposentado e que poderia me informar sobre todos os pontos escondidos do hospital.Fui até ele, e o doutor aposentado me falou que o avô de Jonathan andava muito preocupado com sua família. Ele disse que o antigo alfa estava neurótico e tinha certeza de que, algum dia, sua fa
Ian pegou Tamara em seus braços, colei meus lábios aos dela e, em silêncio, pedi à Deusa Selene que os protegesse. Deixei nas mãos de Ian minhas duas razões para viver e, sem elas, minha vida não teria nenhum sentido. Mesmo contra sua vontade, Ian desceu as escadas. No momento em que eu disse que iríamos fazer uma mudança no plano e que, em vez de mim, ele iria descer e ficar com Tamara e minha filha, Ian pareceu não gostar nem um pouco da mudança. Seu rosto virou-se em direção à porta, como se ele esperasse alguém passar por ela. Não sei o que estava acontecendo entre Ravenna e Ian, mas eu tinha certeza de que ele estava sentindo algo por ela, um sentimento mais forte do que ele queria demonstrar. Pelo pouco que convivi com Ian, pude entender um pouquinho dele, e Ian não era um cara ruim; ele apenas precisava de alguém para estar ao seu lado e fazê-lo feliz. Após fechar a porta que dava para o esconderijo e puxar a cama para o lugar certo, a porta se abriu e, por ela, passou Ravenna,
Fui atender à ligação fora do quarto, mas minha atenção estava toda dentro daquele quarto. Não podia deixar passar nada; tinha que me manter alerta e também não podia deixar que Ravenna se sacrificasse, como ela me disse. Atendi à ligação de Túlio, e ele perguntou se tudo estava ocorrendo da forma que planejamos. — Sim, tudo está acontecendo conforme planejamos — respondi. — Tamara e minha sobrinha já estão em um lugar seguro? — Sim, Túlio, agora preciso que você faça o que combinamos. — Eu tinha pedido a ele que, quando eu ordenasse, ele pedisse aos guardas para cercar o hospital e que eles se mantivessem alertas; não podíamos deixar Verbena escapar. — Você, seu pai e meu pai, venham para a frente do quarto e não deixem ninguém passar pela porta. — Certo. Já estamos indo para a frente do quarto. Tome cuidado, não se machuque; quando Tamara acordar, ela irá querer ver você bem. — Enquanto Túlio falava, a porta do quarto foi fechada bruscamente, como se alguém tivesse jogado
Estava com tudo sob controle; todos os planos estavam ocorrendo do jeito que eu havia planejado. Sinceramente, pensei que não havia como eles darem errado. Eu sabia que Jonathan e seus amigos iriam tentar me impedir, mas, para isso, eu estava preparada. Já esperava seu ataque e tinha certeza de que sairia daquele hospital com a filha dele em meus braços. Foi o que pensei até o momento em que peguei aquela criança em meus braços. Dentro de mim, uma esperança brilhou: a esperança de que faltava pouco para eu ter Dante de volta à minha vida, de que eu poderia provar dos seus lábios novamente e que voltaria a rir, coisa que há muito tempo não fazia.Eu estava dentro da alcateia de Jonathan há um tempo, quando o guardinha que trabalhava para ele me avisou que Tamara já estava nos seus últimos dias de gestação. Pedi a ele que me aceitasse em sua casa, e como o ordinário estava louco para dar um fim à vida de Tamara, ele aceitou. Ele também arrumou duas pessoas de confiança que me ajudariam
Nos olhos de Ravenna havia uma dor que eu conhecia bem: a dor de ter que partir e deixar a pessoa que ama para trás, abandonando os sonhos e os desejos. Eu conhecia aquela dor como ninguém, pois era dessa forma que me sentia quando vi seus olhos, dizendo que estava decepcionada comigo por tudo que eu tramara contra seu pai e pelo que ela disse contra metade da aldeia. Por minha ganância de viver uma vida melhor, coloquei a vida de muitos em perigo. Não sei como nunca me questionei sobre tal ato de Dante, já que, por onde ele passava, deixava um rastro de destruição. Acho que nunca conseguiria esquecer os olhos da minha filha; ela me odiava e eu era a culpada por aquele ódio. Eu o plantei em seu coração, eu o cultivei e não era justo com ela reclamar do quanto seu ódio por mim era grande, pois eu era a culpada.— Alfa Jonathan, cuide bem de todos. E, por favor, diga a ele que eu sinto muito que tudo tenha terminado assim. — E diga a ele que, mesmo que nossa história tenha acontecido da