Lady B
O dia seguinte amanheceu chuvoso.
Até mesmo o clima parecia entender que as coisas não estavam tão bem como o clã Cacciattore acreditava.
Drake passou a noite sedado, as lesões eram sérias e os riscos de sequelas ainda não tinham haviam sido descartadas. Mor me mantinha informada de cada boletim médico e eu andava de um lado para o outro esperando que esse pesadelo acabasse de uma vez.
As horas se passaram. Os dias eram infindáveis e o quadro dele não melhorava. Luíza e Mau estavam em casa comigo enquanto Mor não saia do lado dele.
— Ele vai ficar bem, querida — Luíza apertou minha mão enquanto me trazia mais um chá calmante feito por Lady Fontana.
— Já faz dias, Lú. Ele deveria ter começado a melhorar — Olhei para Mau que evitava meu olhar. — Eles não me falam nada —
Leandro Moretti (Mor)— Ela não está atendendo— olhei para Mau que estava concentrado no celular.— Deve estar se arrumando.— Eu mandei ela não largar a porra do celular— falei me irritando ainda mais.— E ela faz o que qualquer um de nós manda?— ele riu e revirei os olhos e continuei tentando.— Vá buscá-la, daqui a pouco Drake acorda novamente e vai querer saber por que ela ainda não chegou.— Estou indo— andei em direção a porta, mas ela foi aberta antes por alguns de nossos homens.—Senhor— era um dos nossos seguranças— Capturaram a Lady.— Que Lady? — falei devagar apertando o celular em minhas mãos.— Senhor, se passaram por nós. Derrubaram todos os seguranças da casa e ela simplesme
Leandro (Mor) Ouvi-la chorar foi o estopim para minha raiva que já se represava a algum tempo. Eu sentia que Drake não estava fazendo o possível por ela e esse era o motivo para eu brigar tanto com ele. Drake me escolheu como seu conselheiro, me deu a palavra para dizer tudo o que eu sentia sobre essa e qualquer relação que envolvesse a sua vida e o grupo. Ele dizia que confiava em mim, mas quando o assunto era Betina, tudo mudava. Seus traumas o cegavam para o que realmente acontecia. Ele a mantinha prisioneira, a afastando de tudo e de todos, apenas Luíza tinha a acesso direto a casa. — Nunca vou me perdoar — sussurrei me sentando no chão. — Nunca! — a porta de seu quarto continuava fechada, mas eu podia ouvir sua dor lá dentro. A nuvem de medo e insegurança tinha se apossado da casa e eu não sabia como concertar. Mesmo que eu tenha chegado a tempo, não foi tempo o suficiente para que ela não passasse por aquilo. — O que
Lady BAinda era assustador lembrar de tudo o que tinha acontecido, o que me confortava era a presença constante de Mor ao meu lado. Pelo visto ele tinha ficado tão impactado quanto eu.Estava aos poucos voltando a minha rotina, Lú estava ao meu lado e ia comigo na academia de defesa pessoal.— É algo que temos que aprender — ela me disse assim que pisamos lá. — Mor não pode me acompanhar hoje e pediu para que ela viesse comigo o que me deixava mais tranquila.— Eu gosto daqui, vejo mulheres de todos os tipo aprendendo como cuidar de suas vidas, como melhorar. Isso me dá animo — ela confirmou apertando meu ombro — As vezes só quero ficar em casa, escondida de tudo.— Não pode, ainda mais agora que Drake está para voltar. Você deveria contar para ele, querida. Tenho certeza que...— Que ele vai se culpar, e culpar os out
Lady BAlgumas semanas depoisNão vou mentir para vocês, minha relação com tudo o que aconteceu foi, ou eu me adaptava ou eu saía pela porta da frente. Não tinha outra opção.Ir na psicóloga me ajudou a aceitar o que aconteceu e que eu deveria descobrir a força que existia em mim para mudar a minha realidade de vítima.Vítima?Sim, eu via como as mulheres da máfia reagiam a tudo que acontecia. Lú mesmo era uma força inacreditável. Eu sentia que ela pertencia ali, já eu ainda estava aprendendo a me desenvolver naquele lugar.Era assustador, mas eu tinha escolhido Drake e não fugiria, não agora.— Vai sair? — Drake estava sentado na poltrona do escritório quando parei à porta.— Vou no salão. Preciso cortar o cabelo — ele concordou, abaixando o rosto de vo
Lady BComo acontecia todas as manhãs, acordei sozinha mais uma vez. Drake nunca esperava para ficar um pouco mais comigo, ou me acordava para ajudá-lo com as coisas do nosso grupo.Sim, nosso.Após os acontecimentos os integrantes do grupo começaram a me ver de forma diferente. Eu consegui me posicionar dentro da Máfia e mostrar que não era só uma florzinha inocente, por mais que meu namorado quisesse que isso fosse verdade.Mostrei a todos que merecia meu lugar, mesmo que somente a minha terapeuta soubesse o quanto aquilo era difícil e penoso para mim. Era alguém que eu não era.— Bom dia — falei assim que cheguei a sala.Drake continuava a evitar olhar para mim, minha nova aparência o incomodava e eu não sabia por que aquilo me deixava ainda mais satisfeita.— Bom dia — falou sem levantar o olhar, conce
Leandro Morreti ( Mor)Eu odiava vê-la chorar. Era como se estivesse apunhalando meu coração com uma adaga cega.— O que foi?— segurei seu rosto entre minhas mãos e reprimi a vontade que me consumia dia após dia.— Nada— tentou se afastar, mas não deixei. Não podia deixar que ela escondesse de mim seus monstros, por que eu queria conhecer todos eles e caçá-los até que parassem de perturba-la.— Eu sei que tem alguma coisa, piccolina.— ela me encarou com cuidado.— Amanha é aniversário do meu pai e eu nunca estive longe dele nessa época.— a abracei novamente e a levei para um lugar mais reservado.Não é por que Drake estava apagado que eu daria chance de alguém desconfiar de algo que nem existia. Fechei as portas do escritório e a observei ir d
DrakeBetina estava me irritando com sua insistencia em ser diferente, eu não estava mais suportando sua presença e preferia não encará-la para não ter que dizer que aquilo não estava mais dando certo.Ela tinha aberto mão de muitas coisas para estar ali, porém não conseguia mais achar o que eu senti por ela quando nos conhecemos e isso era frustrante, pois eu tinha certeza de que era ela.— Quer tomar alguma coisa?— Perguntei a Mau.— Qualquer coisa serve— ele continuou sentado vendo o circo pergar fogo em minha sala. Era engraçado como ele se mantinha neutro com relação ao meu relacionamento, eu podia ver que Mor já era o oposto, só não dizia.— Sei que não é meu conselheiro, mas o que acha que eu devo fazer?— Com relação a que?— Entregu
Lady BVi Mor entrar pelo camarote e sorri. Um sorriso de verdade, eu acho. O alcool já tomava conta do meu corpo naquela hora.— Por que deixaram que ela bebesse tanto assim?— ele retirou o copo da minha mão e continuou encarando as lâminas.— Não podemos mandar no que ela faz, ou o Capo deixa que você faça isso— Antonella sempre era a mais bocuda das duas.— Deveriam ter me ligado.— Você já sabia onde eu estava— cantarolei tentando pegar meu copo de volta, porém ele o erguei e tentei me pendurar em seu braço.— Me devolve, Mor, isso é meu— ele tentou me afastar e quando percebeu que eu não iria desistir, trouxe o copo aos lábios e sorveu todo o líquido.— Chega!— ele falou mortal e cruzei os braços.— Eu posso buscar out