Lady BAcordei naquela manha de sobre salto. Senti a presença dele no quarto e acordei com seus olhos grudados em mim. Me sentei na cama esperando por toda a carga que ele iria jogar sobre mim, mas não foi isso que aconteceu. Drake só ficou ali me olhando e esperando tudo que eu pudesse falar sobre o que aconteceu a três dias. — Sei que está com raiva — acabei falando primeiro.— Raiva nem passa perto do que eu sinto agora — sua resposta foi curta e seca. Seus olhos estavam mirados em minha testa que estava roxa e tinha uma aparencia horrivel, mas já nem doia mais.— Me desculpa Drake. Eu sei que agi errado, eu deveria ter te ouvido e ouvido Mor.— Não fale o nome dele. — me calei assustada com o seu rompante. — Eu não quero ouvir nada sobre ele agora e também não quero ouvir nada de você, então fiquei calada. — concordei com a cabeça e abaixei minha cabeça olhando para minhas mãos.O tempo foi passando e ele continuava a não dizer nada apenas me olhar. Era assustador pensar no que
Lady BRespirei fundo tentando não me abalar com sua imagem. Ao mesmo tempo que ele parecia seguro em sua postura, suas mãos se abriam e fechavam me mostrando que ele estava tenso.— Por que está molhada? — foi sua primeira frase descendo os dois degraus a sua frente. — Mau estava com você e achei...— Ele tinha assuntos a resolver com Luíza, pelo que parece tudo que nos envolve acaba destruindo as pessoas a nossa volta — passei por ele sem me importar e fui direto para o quarto tirando minha roupa molhada e jogando de qualquer jeito no canto do piso do banheiro. Eu precisava que o chuveiro levasse todas os problemas que o dia de hoje havia me trazido. Queria estar tranquila para começar o dia de amanha e esquecer esses pontos em minha testa, esquecer dos problemas que a máfia de Drake tinha, esquecer tudo que as pessoas a minha volta estavam passando por minha culpa.—Vamos conversar? — a voz de Drake se infiltrou em meus pensamentos e abri os olhos para olhá-lo. Drake já estava de
Lady BO dia seguinte amanheceu chuvoso.Até mesmo o clima parecia entender que as coisas não estavam tão bem como o clã Cacciattore acreditava.Drake passou a noite sedado, as lesões eram sérias e os riscos de sequelas ainda não tinham haviam sido descartadas. Mor me mantinha informada de cada boletim médico e eu andava de um lado para o outro esperando que esse pesadelo acabasse de uma vez.As horas se passaram. Os dias eram infindáveis e o quadro dele não melhorava. Luíza e Mau estavam em casa comigo enquanto Mor não saia do lado dele.— Ele vai ficar bem, querida — Luíza apertou minha mão enquanto me trazia mais um chá calmante feito por Lady Fontana.— Já faz dias, Lú. Ele deveria ter começado a melhorar — Olhei para Mau que evitava meu olhar. — Eles não me falam nada —
Leandro Moretti (Mor)— Ela não está atendendo— olhei para Mau que estava concentrado no celular.— Deve estar se arrumando.— Eu mandei ela não largar a porra do celular— falei me irritando ainda mais.— E ela faz o que qualquer um de nós manda?— ele riu e revirei os olhos e continuei tentando.— Vá buscá-la, daqui a pouco Drake acorda novamente e vai querer saber por que ela ainda não chegou.— Estou indo— andei em direção a porta, mas ela foi aberta antes por alguns de nossos homens.—Senhor— era um dos nossos seguranças— Capturaram a Lady.— Que Lady? — falei devagar apertando o celular em minhas mãos.— Senhor, se passaram por nós. Derrubaram todos os seguranças da casa e ela simplesme
Leandro (Mor) Ouvi-la chorar foi o estopim para minha raiva que já se represava a algum tempo. Eu sentia que Drake não estava fazendo o possível por ela e esse era o motivo para eu brigar tanto com ele. Drake me escolheu como seu conselheiro, me deu a palavra para dizer tudo o que eu sentia sobre essa e qualquer relação que envolvesse a sua vida e o grupo. Ele dizia que confiava em mim, mas quando o assunto era Betina, tudo mudava. Seus traumas o cegavam para o que realmente acontecia. Ele a mantinha prisioneira, a afastando de tudo e de todos, apenas Luíza tinha a acesso direto a casa. — Nunca vou me perdoar — sussurrei me sentando no chão. — Nunca! — a porta de seu quarto continuava fechada, mas eu podia ouvir sua dor lá dentro. A nuvem de medo e insegurança tinha se apossado da casa e eu não sabia como concertar. Mesmo que eu tenha chegado a tempo, não foi tempo o suficiente para que ela não passasse por aquilo. — O que
Lady BAinda era assustador lembrar de tudo o que tinha acontecido, o que me confortava era a presença constante de Mor ao meu lado. Pelo visto ele tinha ficado tão impactado quanto eu.Estava aos poucos voltando a minha rotina, Lú estava ao meu lado e ia comigo na academia de defesa pessoal.— É algo que temos que aprender — ela me disse assim que pisamos lá. — Mor não pode me acompanhar hoje e pediu para que ela viesse comigo o que me deixava mais tranquila.— Eu gosto daqui, vejo mulheres de todos os tipo aprendendo como cuidar de suas vidas, como melhorar. Isso me dá animo — ela confirmou apertando meu ombro — As vezes só quero ficar em casa, escondida de tudo.— Não pode, ainda mais agora que Drake está para voltar. Você deveria contar para ele, querida. Tenho certeza que...— Que ele vai se culpar, e culpar os out
Lady BAlgumas semanas depoisNão vou mentir para vocês, minha relação com tudo o que aconteceu foi, ou eu me adaptava ou eu saía pela porta da frente. Não tinha outra opção.Ir na psicóloga me ajudou a aceitar o que aconteceu e que eu deveria descobrir a força que existia em mim para mudar a minha realidade de vítima.Vítima?Sim, eu via como as mulheres da máfia reagiam a tudo que acontecia. Lú mesmo era uma força inacreditável. Eu sentia que ela pertencia ali, já eu ainda estava aprendendo a me desenvolver naquele lugar.Era assustador, mas eu tinha escolhido Drake e não fugiria, não agora.— Vai sair? — Drake estava sentado na poltrona do escritório quando parei à porta.— Vou no salão. Preciso cortar o cabelo — ele concordou, abaixando o rosto de vo
Lady BComo acontecia todas as manhãs, acordei sozinha mais uma vez. Drake nunca esperava para ficar um pouco mais comigo, ou me acordava para ajudá-lo com as coisas do nosso grupo.Sim, nosso.Após os acontecimentos os integrantes do grupo começaram a me ver de forma diferente. Eu consegui me posicionar dentro da Máfia e mostrar que não era só uma florzinha inocente, por mais que meu namorado quisesse que isso fosse verdade.Mostrei a todos que merecia meu lugar, mesmo que somente a minha terapeuta soubesse o quanto aquilo era difícil e penoso para mim. Era alguém que eu não era.— Bom dia — falei assim que cheguei a sala.Drake continuava a evitar olhar para mim, minha nova aparência o incomodava e eu não sabia por que aquilo me deixava ainda mais satisfeita.— Bom dia — falou sem levantar o olhar, conce