DARKDepois da noite conturbada na boate com Lorenzo, concluí que estava lidando com isso de forma muito emocional. Eu não queria que isso me prejudicasse no futuro, mesmo ainda estando puta por ele ter feito algo tão... insensível comigo.A verdade era que eu nunca passei por um momento como esse, sempre era eu quem usava e descartava e levar o troco não estava sendo fácil.Por isso, iria levar tudo no profissional, de agora em diante. Nada de sedução ou olhares de desejo. Ele me dava um trabalho e eu executava, no final dessa merda, cada um ia para um lado e seguiríamos nossas vidas como se nunca tivéssemos nos conhecido.Uma semana era muito e eu já estava com o gás necessário para acabar com esses dois últimos. Além do mais, a noite passada me deu uma motivação para ir embora o quanto antes.Foi por isso que mandei uma mensagem para o idiota babaca. Queria tudo pronto para acabar com quem quer que fosse. Por isso jantaríamos em um lugar reservado. Não queria ter que vê-lo, mas com
DarkO velho novamente apareceu. Colocando na mesa mais bebida, fiquei grata, porém, incomodada por ainda estar sendo observada pelo mafioso.Você não é assim, por que está tão medrosa agora?— Ainda não sei nada sobre o seu passado. — Falou pegando seu copo. — Gostaria de saber por que você se tornou essa pessoa.Não sabia por que ele estava querendo começar uma conversa tão íntima. Era para ser simples, ele me dava a ordem, os detalhes e eu executava a pessoa. Fácil, rápido e prático. Não gostava de contar sobre a minha vida para ninguém, muito menos para esse homem.— Isso não importa a você, mas se quer mesmo saber por que sou assim, a explicação e uma só: minha vida é uma merda, tive um pai de merda e fui usada desde o momento que tomei consciência do que era o mundo. Depois que o matei, quis livrar o mundo de homens como ele, como você também, então vá direto ao ponto para que essa merda acabe logo.— Você tem razão. – Falou franzindo o cenho. — Você vive furiosa.— Mais alguma
DARKTinha vezes que meus sonhos me levavam para um mundo obscuro onde não importava quem era inocente ou não. Gostava de pensar que minha psicopatia era controlada, direcionada a quem merecia.Depois de sofrer tanto na infância, de ser tratada como um lixo e ser usada como uma boneca por um homem sem moral, criei um desejo de vingança que não parava com a sua morte. Esse fogo ainda vivia em mim e por isso eu gostava tanto de punir.Lorenzo me dava um desafio sempre que nos víamos. Tanto me pedindo para não chamar atenção, não torturar, quanto por sua sedução.Meu corpo era fraco quando desejava uma pessoa. Isso, na verdade, nunca aconteceu. Talvez fosse porque eu estava em outro estado e situação. Sempre fui como um lobo solitário. Não tinha amigos, não gostava de ficar em família e não queria me relacionar com mais ninguém além de mim mesma.Gosto da minha família, mas sempre optei por manter distância. Minha mãe se culpa até hoje pelo ocorrido. Por muitos anos eu também a culpei. M
DarkEm outro momento eu a bateria, tão forte que o faria se arrepender de ter me provocando com a sua desconfiança.As portas foram fechadas, ninguém saía ou entrava, e uma movimentação estranha se aproximava. Era ela. Amanda e seus seguranças. Afastei-me do centro para observa-la a distância, porém, meu observador não me deixava quieta. Senti-me tão frustrada que procurei um lugar para respirar e como o salão era fechado, me restava o banheiro feminino.Passei pelas pessoas chiques e bem acompanhadas, desejando não estar nesse lugar. Mesmo me recusando a ser uma das pessoas que o Mitolli controlava, era exatamente isso que estava acontecendo. Maldito Mitolli.Algumas mulheres retocavam o batom em frente ao espelho, quando entrei. Elas me olharam com surpresa e desconfiança. Se entreolharam e terminaram de se arrumar, saindo do lugar.Por que estou assim, só por tê-lo visto aqui?É loucura, só pode ser uma brincadeira de mau gosto que meu cérebro está me fazendo.Passos se aproximara
LORENZOEu não fazia ideia do que estava acontecendo comigo, só o que se passava em minha cabeça era que Dark não podia ir.Sim, da última vez fui frio e duro, ela era uma assassina, estava aqui por conta de um acordo que beneficiaria nós dois, e era uma mulher sem sentimentos, bem, era isso que eu pensava.A verdade era que desde aquele dia, eu não conseguia tirar a diaba da minha cabeça. Seu perfume, olhos de fogo e aquela pele macia e receptiva. Ela estava nos meus sonhos, nos meus pensamentos e até nos lugares onde ia. Isso era uma merda, uma verdadeira merda, pois a mulher não era qualquer uma, ela era a Dark, uma diaba assassina sem sentimentos e que poderia me matar.Agora, depois de ouvi-la falar que iria embora, a minha única atitude era deixa-la ir, mas eu não faria isso, Dark não me deixaria desse jeito, nem que eu tenha que prendê-la.— O que você quer, Dark? — Perguntei novamente me aproximando. O sentimento que queimava no meu peito era o mesmo que estava dentro dela. Ér
DARKQue merda estou fazendo?Passei a noite acordada, pensando na conversa confusa e estranha que tive com Lorenzo. Estava pronta para ir embora, deixar essa loucura para trás e sobreviver, assim como sempre fazia. Então, do nada, o homem que não confia em mim e que passa boa parte do tempo me controlando, me propõe um acordo com benefícios, benefício para ele.Bastou uma noite para que nós dois nunca mais esquecesse a rápida foda que tivemos na casa noturna. Não era para ser algo surpreendente, já tive noites de transas mais divertidas e longas, mas em nenhuma dessas foi tão... bom e duradouro depois que fomos embora, cada um para um lado.A verdade que estava notando agora era que eu não queria deixar o mafioso para trás tão cedo. Ele me irritava, me provocava e prendia, como um cachorro em uma coleira, porém, minha cabeça idiota esquecia o quanto ele era errado e perigoso quando estava a centímetros do meu corpo, exalando aquele aroma forte e poderoso que provocava um desejo desco
DarkEu não podia reclamar da sua desconfiança. Ele sabia do que eu era capaz, foi por isso que me trouxe até essa cidade. Eu não pensaria em coisas boas, segundo ele ou qualquer um que me conhecesse. Sou uma assassina, uma psicopata, eles diriam. Alguém assim só pode estar pensando em cometer mais um crime.— Não penso só em matar pessoas, Lorenzo, sou alguém horrível, mas não uma lunática assassina. — Falei encarando o vidro bonito que quase continha o meu reflexo.— Então em que fim está imaginando? — Quando me convidou para um jantar, eu não sabia que teríamos que conversar sobre algo tão pessoal. Nunca tive conversas assim com mais ninguém que não fosse o meu psiquiatra. Gregory era um bom ouvinte. Ficava em silêncio enquanto eu colocava para fora a amargura da minha vida. Eu não tinha medo de dizer nada, apenas as coisas erradas. Ele não se intrometeria demais, não insistia em saber, mas Lorenzo não era o meu psiquiatra, ele era um homem comum, querendo saber sobre mim. O proble
LORENZOIsso já estava ficando perigoso, tanto para mim quanto para ela. Dark não era o tipo de mulher com quem saio, com quem janto e com quem um dia me casaria, mas tinha que confessar que a mulher mexe comigo de diversas formas.Uma visão turva de quem era a mulher me guiava até o presente momento. Ela não tinha escrúpulos, manipulava as situações a seu favor e não tinha pena de matar uma pessoa. Eu já tinha percebido que ela tinha alvos específicos, e que isso tinha a ver com o seu passado, eu só não esperava que isso ainda perdurava em seu coração. A simples menção ao porquê ser assim e quem foi o causador, a transformava em uma mulher raivosa. Ouvi-la foi difícil. Apesar de não ser nenhum santo, eu nunca machucaria uma mulher ou criança desse modo.Penso em minha filha quando vejo coisas assim, e também sinto o ódio tomar o corpo. Vi que para Dark isso parecia uma necessidade, um desejo de diminuir a dor que sentia, e pelo menos, ela não era uma simples serial killer que sai ma