Onde eu estava? O que estava acontecendo? Eu havia desmaiado?Acordei em um sofá, completamente confusa. a visão turva e embaçada, olhando para o teto sem entender o que estava acontecendo, até que me dei conta de ouvir vozes femininas. Esfreguei os olhos tentando acordar daquele sonho, mas parecia ser muito real, eu acabei me sentando quando vi duas mulheres brancas usando roupa pretae cabelos presos. Um ambiente elegante eu não podia negar, até que elas repararam que acordei.Não pareciam falar português, e eu não fui idiota de me levantar ou fazer qualquer coisa. Uma das mulheres saiu e retornou em segundos com um homem alto e negro, usando um terno preto. Ele se aproximou de mim e estendeu a mão.— Como a senhorita está a se sentir?Ele tinha um sotaque forte, era inglês?— Perdão? — O remédio que te botaram era apenas para adormecer, mas acabou dormindo horas demais. Como está a se sentir? Na verdade eu estava um pouco zonza e assustada. O que era aquilo, um sonho?— O que ta
Trêmula, sentada tomando um chá calmante de ervas enquanto olhava para a mesa. Eu pude perceber o quão a minha vida não valia nada, pelo menos para eles. E eu agora só estava viva por que Gael estava comigo. Isso significa que quando ele enjoasse de mim, eu poderia ser facilmente descartada. Onde foi que eu me enfiei?Onde me enfiaram no caso. Uma hora, eu era uma menina de classe alta, elegante e feliz. Agora eu descubro que a minha vida toda foi baseada em mentira, e só fui salva de uma morte por ter sido adotada por uma mãe que acabou de perder o filho. Entendo, agora u entendo. Se a criança do meu progenitor tivesse nascido viva, eu não estaria aqui.— Lupita, Eu sei que é uma coisa muito forte de se descobrir. Mas eu precisava te contar pois não sei se irei vê-la novamente. Minha filha, eu quero que seja feliz. e quando tudo isso acabar você será...— Eu quero ir embora.Fui curta, grossa e direta. eu só queria ir embora dali.Ele me abraçou forte, e eu retribui o abraço. Pois
Enquanto eu voltava para casa do shopping, sozinha apenas com meu celular em uma bolsa pequena, eu peguei um táxi e me senti mais segura, no trajeto eu pensava sobre minha relação com Gael, eu sabia que não havia começado da forma mais saudável, mas durante nossa evolução eu acredito que exista, sim, amor.Ao menos era no que eu queria acreditar.Eu finalmente cheguei no condomínio, passei pela porta do prédio e peguei um elevador e fiquei pensando em tudo que havia acontecido naquele dia. Havia sido raptada pelo meu pai, qual eu pensava estar morto. E, descobri que eu sou uma bastarda da máfia, E que por eles eu estaria morta. Minha amiga casou com um por contrato e eu agora precisava deitar na cama em posição fetal e assim chorar até dormir.Pensar em minha existência e tentar encontrar algum sentido. Por que estou aqui? Qual a minha missão? Gastei parte da minha juventude apenas gastando dinheiro, sendo mimada e paparicada. Com arrogância acima do meu nariz e apenas pensando em ga
Desde a descoberta que eu era uma bastarda, eu me sentia carente. Gael de alguma forma parecia enxergar essa minha carência, sempre me dando atenção e carinho. Mas nunca me colocando antes da minha... irmã. Que agora eu sei que não somos irmãs de sangue.Nada ia mudar, eu havia prometido, mas muita coisa mudou. Sou uma péssima pessoa.Ao menos era assim que eu me sentia, e as negações de Gael em minha investidas me deixavam pior. Claro, ele não negava estar comigo. Mas, negava fazer sexo e isso me deixava frustrada. Porém, certa tarde em que eu estava em meu Laptop e ele no dele, esperei ele sair para poder mexer em seu computador e ver se havia alguma coisa que me ajudasse a despertar. Uma vez vi num filme que se você quer conhecer uma pessoa, olhe seu histórico de pesquisa. Assim que ele saiu para pegar mais café, eu fui para o seu computador, pude esquecer meus afazeres de pesquisar melhores fornecedores de roupas e calçados a um preço justo e comecei a buscar seu histórico.Posso
GAELAlguns dias atrás.Clínica do urologista.— O senhor tem certeza que não quer fazer um exame de DNA?Meu médico a poucos minutos havia dito que era possível, mas agora ele estava ali sentado atrás daquela mesa com os dedos cruzados um no outro, parecendo um pouco cético da minha paternidade.— Eu confio nela.— Gael, falando como amigo. Ela é jovem, até de mais para você. Pode ter se divertido e acabado engravidando. Aquilo não me irritava, eu confiava em Lupita, porém tentar falar mal dela estava sendo um absurdo: — Por favor, doutor, eu conheço a minha amada o suficiente para não dúvidar disso. Agora, eu peço que não saia falando para a família esses detalhes de minha vasectomia.— Eles vão querer saber se você reverteu. — Ele relaxa na cadeira escorando as costas — O que eu digo?— Diga que meu caso existia chance de gravidez.Não era bem uma mentira.Levantei da cadeira arrastando terminando a minha consulta, eu não tinha dúvidas sobre a paternidade, eu havia sido o primeiro
Lupita.Eu me recusava acreditar no que eu tinha ouvido, que Gael havia me traído. Em suas palavras ele jurava que nada disso havia acontecido, que ele jamais encostou em outra, mas... minha insegurança berrava outra coisa.Gael era muito perfeito, gentil comigo, carinhoso, um pai presente - — Isso que me fazia suspeitar, ele era perfeito de mais — e nunca me maltratou.Nossa relação começou, sim, de uma forma torta, isso não podemos negar. Mas, eu acreditava que nossos sentimentos eram os mais puros e verdadeiros um para o outro. Eu tento me convencer de que ele não me traiu, afinal me contava todos os dias para onde tinha ido e agora não havia sido diferente. E mesmo sem fazer declarações diárias, Gael mostrava sempre que me amava, fazendo o melhor para mim.Naquele dia eu acordei cedo, tomei minhas vitaminas após me higienizar, eu lavei bem meu rosto e de dentes escovados, fui acordá-lo com beijos. Ainda não era nem seis horas e sabia que ele estava preso em um sono bastante profun
GAELO tesão que habitava em Lupita era insaciável. Mas, era tudo reflexo de seus distúrbios hormonais. Embora fosse extremamente satisfatório, eu temia por sua saúde.As semanas iam se passando e transávamos de dia, tarde e noite. Às vezes na madrugada, tudo isso por que ela me acordava aos beijos. Mas, como uma brisa do mar, isso passou, e agora entrando quarto mês de gestação, sua libido estava diminuindo e ela se tornava emotiva e seus enjôous estavam cada vez piores. Ela vomitava toda manhã, tudo o que comia ela colocava para fora. a médica disse que isso era completamente normal, mas chegou a passar um dia sem comer e tive que a levar ao hospital.— Então doutora, está tudo bem? — Eu questionei.Eu estava aflito, queria saber o que estava havendo. Lupita segurava em minha mão com um olhar preocupante, mas a médica parecia calma. A mulher do jaleco e com uma prancheta em mãos apenas sorriu, a branquela de cabelos loiros manteve um sorriso para mim e Lupita.— Está tudo bem com e
Aquele velho maligno.Apesar de não ser um capitão ou muito menos um conselheiro, eu sabia que o dever da nossa família seria claro. Não envolver nossos filhos. E Renata era sem sombra de dúvida minha filha legítíma em um casamento bem estruturado.Agora, o que aquele maldito queria com ela?Fui de imediato, eu pensava no que ele queria falar comigo de tão urgente para ter que levar minha filha e quando se passou alguns minutos de viagem eu cheguei onde ele estava.Era um jardim, com arbustos e flores. E ele estava lá.Quando vi, minha filha estava brincando com uma pipa ao lado de um dos guardas dele. Estava tudo normal, ela nem reparou minha chegada e fui me sentando ao lado daquele velho, que estava bem acomodado em um banco branco de madeira que ficava abaixo de uma árvore, era um pé de manga.Eu me sentei ao seu lado com minhas pernas separadas e não fiz contato visual, porém ele deu início a conversa.— Sabe existem coisas que o dinheiro não pode comprar. Mas essa aqui, esse ambi