O príncipe Darlon Sweeney
O castelo estava silencioso quando finalmente retornei, a escuridão da noite ainda pairando sobre os corredores enquanto eu caminhava pelo longo salão de pedra. O peso de minha capa parecia maior do que nunca, e não era apenas o peso do tecido, mas o peso de tudo o que estava acontecendo.
O que eu havia feito na cabana? Tinha me aproximado demais, desafiado as minhas próprias regras. Eu estava em guerra comigo mesmo.
Naquele momento em que a magia nos transportou de volta à segurança do castelo, a sensação de alívio foi acompanhada por uma angústia desconcertante. Ela estava longe agora, mas não a esquecia. No fundo, eu sabia que o jogo ainda não havia terminado. Não tinha terminado. Mas a sensação de
Renan Folder Os ventos que cortavam a floresta traziam uma mistura de aromas — a familiaridade do pinho e o ferroso cheiro de sangue. Meu corpo estava atento a tudo enquanto caço, mas é a minha mente que me trai. Ela sempre retorna a um nome: Meridian.A raiva consumiu meu peito ao lembrar do Reino de Umbra. Ao lembrar do que a tornaram. Os magos malditos não só levaram uma de nós, mas uma parte essencial de mim, mas ela nunca soube. Não houve tempo. Tudo o que me resta agora é um vazio que ecoa nas noites silenciosas.Avancei pela trilha marcada, o som das folhas secas sob minhas botas era abafado pelo murmúrio dos ventos. A caçada era apenas uma desculpa para fugir do peso da alcateia. Foi então que senti. Um cheiro único. Sutil, mas inconfundível. Algo que eu não sentia desde aquela noite. Meus instintos gritam. Meus passos se tornam mais leves, quase silenciosos, enquanto segui a trilha.Encontrei uma cabana, e então algo em mim pareceu parar. Não é ela, mas algo que pertence a e
Meridian Water O céu estava pintado com um tom roxo profundo quando o príncipe e eu finalmente alcançamos nosso destino. O castelo onde aconteceria o evento diplomático parecia mais uma fortaleza, com suas torres ameaçadoras e muros altos decorados com runas que brilhavam fracamente sob a luz da lua.“Proteja-se”, ordenei aos soldados que nos acompanham. “A energia aqui está tensa demais.”O príncipe de Umbra, caminhou à minha frente com sua habitual postura altiva. Seus passos são silenciosos, mas cada movimento é carregado de uma autoridade que parece natural, quase sobrenatural. Sua aura é um misto de elegância e perigo, algo que eu não consigo evitar notar, por mais que tente.Ao entrar no salão principal, o ambiente está carregado. Magos de toda parte sussurram entre si, e todos parecem medir cada passo do príncipe com olhares afiados. Minha mão instintivamente se moveu para a adaga em minha cintura.“Nervosa?” Ele perguntou, sua voz baixa e rouca como sempre.“É meu trabalho es
Príncipe Darlon Sweeney Quando ela sussurrou dizendo que estávamos sendo atacados e Meridian ficou na minha frente, me defendendo, não consegui ficar apenas parado, como sempre faço, eu agi. Peguei a minha espada e comecei a me mover, desferindo golpes em meus inimigos, até que os eliminei, e os soldados começaram a pegar os corpos deles. Após limpar o sangue de minha espada e coloca-lá em seu lugar, me virei para Meridian, que estava estranha, ela olhava para um homem, com o rosto meio mascarado, e quando ele me olhou ele fugiu, e eu fiquei me perguntando quem era ele, e porque Meridian não o atacou... Continuei olhando para ela, até que ela me perguntou se tinha visto aquilo. Aquele era o homem, que ela não atacou, tinha ficado parada, congelada. Eu fingi não ter entendido o que aconteceu, e ficou por aquilo. Depois que fomos para o quarto, até tudo se resolver, ela descansou um pouco, se sentou na cama e fechou os olhos. Fiquei olhando para ela, até que abriu os olhos e pareceu a
Meridian Water Enquanto a carruagem seguia, meus pensamentos insistiam em me tirar do foco, os últimos acontecimentos estavam marcados e rodando constantemente em minha mente. Eu estava em estado de alerta, e duas coisas me tiravam do compasso. Estávamos sofrendo bastante atentados nos últimos tempos, por que? Mas não era isso... A primeira era o quase beijo entre eu e o príncipe, depois daquele acontecido algo tomou minha mente, seu cheiro, suas mãos em minha cintura e a sensação parecia dançar sobre mim, como as sombras ao meu redor. Mas também havia aquela lembrança estranha com o lobo, o que aquilo queria me dizer? Por que ele parecia me reconhecer? Por que ele não me atacara na floresta? Tudo parecia estar misturado para mim!“Não sei se você percebe, mas está me encarando,” o príncipe me tirou dos meus devaneios. “Não se iluda, estou bem longe de você neste exato momento.” Bufei, estava irritada com todos os acontecimentos e minha voz saiu áspera. “Está no beijo que você quer
Meridian Water Eu respirei fundo enquanto os primeiros raios do amanhecer atravessavam as cortinas do quarto. Apesar do calor constante que permeia o Reino de Umbra, um calafrio percorreu minha espinha. Pensamentos dispersos martelavam minha mente, mas os afastei. Não era hora para distrações. Alguém bateu a porta, me levantei ainda sonolenta e a abri. Era o príncipe. Sua presença me deixava ainda mais irritada, porque me lembrava do que começamos e não terminamos. “Você não parece animada.” Ele disse, sua voz rouca preenchendo todo o silêncio como uma provocação velada. Seus olhos negros se cravaram nos meus, como se estivesse tentando me decifrar. “O que você quer?” Perguntei revirando os olhos. “Não me faça perguntas difíceis, não sei se vai gostar da resposta.” Ele sorriu, um sorriso que me deixou molhada em questão de segundos. “Estou sendo convocada?” Perguntei tentando ignorar a pergunta e a excitação. “Sim.” Ele assentiu. “Temos um evento diplomático hoje.” “Agora
Príncipe Darlon Sweeney O salão de reuniões do castelo estava cheio. Os mapas estavam estendidos sob a mesa e a conversa era alta entre os conselheiros. Eu entrei a passos firmes, sentindo os olhares dos conselheiros se voltarem para mim assim que cruzei a porta. Meridian estava logo atrás, havia um silêncio tenso no ar, interrompido apenas pelo tamborilar impaciente de dedos na mesa. Olhei em volta, analisando todos os rostos presentes. Luthor estava com sua armadura e não escondia sua impaciência, enquanto Vanya mantinha uma postura ereta, mas claramente cética. Outros conselheiros pareciam divididos entre temor e respeito pela minha presença. Mas alguém naquela sala era um traidor, isso era um fato. “Vamos começar,” anunciei, minha voz cortando o silêncio como uma lâmina. Caminhei até a cabeceira da mesa e tomei meu lugar. “Relatem os desenvolvimentos recentes nas fronteiras.” Luthor foi o primeiro a falar, apontando para o mapa sobre a mesa. Os pinos vermelhos e azuis que ma
Meridian Water Quando seu olhar encontrou o meu, tudo parecia estar em chamas ao nosso redor. Mas ao invés de continuar o que eu acreditei que ele queria fazer, suas mãos saíram de minha cintura para visitar cada uma das minhas cicatrizes. Eu podia ver algo em seus olhos, admiração, talvez? Não sabia decifrar... por um instante me senti vulnerável com seu toque e minha mente me mandou recuar dali. Vista a roupa e vá embora. Não o deixe entrar. Você vai se machucar. Mas quando seus dedos tocaram minha pele e eu vi a fascinação em seu olhar, foi como se cada cicatriz daquela tivesse valido a pena, como se cada uma tivesse o único proposito de tê-lo tocando meu corpo. Eu me sentia venerada, enquanto ajoelhado ele conhecia os caminhos mais obscuros escondidos em cada uma daquelas cicatrizes. Mas não foram só seus dados que passearam ali, seus lábios também, ele beijou cada uma delas, e de repente não estávamos mais ardendo em tesão... tudo mudou! O rosto do príncipe suavizou,
Meridian Water As sombras se alongavam pelo bosque, enquanto eu caminhava em silêncio. Havíamos sido convocados com urgência por conta de um ataque muito próximo ao palácio. Desde a nossa última noite, eu e o príncipe estávamos mais próximos e ele parecia muito diferente do que era. No castelo era fechado e sério, diplomático, e eu já havia notado que na presença do seu pai se tornava sombrio, tenso... Mas quando estávamos a sós, tudo mudava, beijos furtivos, caricias, sexo, e tudo mudava, seu rosto relaxa e sua postura também. Mas uma onda de ataques se instaurou muito pior do que antes, nos levando a estar sempre em missão, sempre limpando a sujeira que era deixada no caminho, e buscando maneiras de adiantar o ataque da alcateia para que não perdêssemos tanto. O príncipe estava ao meu lado, mas algo estava diferente naquela noite, meus sentidos estavam captando um cheiro familiar que me confundia. Era um odor terroso, de floresta e vento noturno. “Você sentiu isso?” Perguntei,