Silvio sabia perfeitamente que Lívia tinha sofrido um duro golpe hoje, tanto físico quanto emocional, mas ainda assim revelou a cruel verdade sobre a criança, quebrando com suas próprias mãos a ilusão de três anos de esforço conjunto para ter um filho. Ele sempre soube que nunca teria um filho com Lívia. Ele apenas não queria mais enganá-la, sem imaginar o quão devastador isso seria para ela.Ao ver Enzo carregando Lívia, Carlos correu para verificar o estado dela e exclamou surpreso:- Está sangrando?- Não, esse sangue é das mãos de Silvio. - Enzo interrompeu antes que Silvio pudesse falar. - Lívia não está sangrando.Mas era óbvio que o sangue vinha da perna dela. - Enzo? - Carlos não expôs a verdade, apenas lançou um olhar para Enzo. Ambos faziam parte do mesmo círculo social e já se conheciam, mas devido ao fato de Silvio e Enzo nunca se darem bem, eles não tinham muito contato. Mas, recentemente, houveram rumores de que Enzo iria trabalhar no hospital, então Carlos começou a pre
O rosto de Silvio permanecia inexpressivo enquanto ele resgatava Murilo da água pela última vez. Contudo, como ainda não se sentia realizado, ele ainda ordenou a seus capangas:- Já escureceu. Corte o braço direito dele. Considerem isso um presente para os mosquitos irritantes daqui.Instantaneamente, Murilo entrou em pânico, ele não conseguia nem implorar por piedade, apenas soltava berros desesperados.- Silvio! Como você ousa? Sou descendente da família Monteiro! Se você me machucar, estará se colocando contra a família Monteiro! Meus avós não vão te perdoar! – Murilo gritada.- Preciso que me perdoem? - Silvio riu friamente. - Desta vez, só estou pegando o seu braço direito, considere isso como um ato de clemência para com toda a sua família. – Para Silvio um inimigo a mais e um a menos, não faria a menor diferença. O seu ódio era tanto que seu rosto parecia se misturar com a escuridão, suas feições estavam esquisitamente esculpidas naquele breu, quase diabolicamente sedutoras. - S
- Absurdo! - Silvio teve um momento de desorientação e rapidamente apagou o cigarro, mostrando um sinal de nervosismo tão sutil que nem ele mesmo notou. - Você não entende o que a Lívia significa para mim?- Eu entendo, ela é sua esposa. - Aurora respondeu, olhando para a ponta dos seus sapatos. - Afinal, vocês passaram três anos juntos. - Três anos, mais de mil dias e noites, um passado no qual ela nunca esteve presente, mas Lívia sim. - Não pense demais. - Silvio a abraçou. - O que sinto por Lívia é apenas culpa. Você, mais do que ninguém, deveria saber que ela sofreu muito por minha causa.- Sim, eu sei. - Aurora se aconchegou em seus braços, trocando o sorriso triunfante em seu rosto por uma expressão de angústia e choro. - Eu sei que minha irmã não teve uma vida fácil, e sei que ela é minha substituta. Também entendo que o Presidente Duarte gosta de mim. Não tenho muito o que temer. Mas quando você levou minha irmã ao hospital hoje e me empurrou para o chão, eu me senti deixada d
- Presidente Duarte, isto é... - Aurora estava deslumbrada com a cena diante de seus olhos.- Escolha o que quiser. - Silvio a empurrou levemente para frente. - Se preferir, pode até colocar no seu celular como um enfeite.Aurora não conseguia acreditar naquela cena. “Como ele pode falar de algo tão valioso como se fosse um simples adesivo vendido na rua?”. Até então, ela não compreendia totalmente o nível de riqueza da família Duarte, que permitia a Lívia, uma caipira, gastar um bilhão como se fosse nada. Mas agora, ela finalmente entendeu. Nos três anos que passou fora do país, o Grupo Duarte realmente alcançou outro patamar. Ser a Sra. Duarte era muito mais vantajoso do que ela um dia imaginou.- Agradeço sua gentileza. - Aurora, reprimindo a excitação que sentia, não percebeu a distância que havia se formado entre ela e Silvio. - Mas é caro demais, não posso aceitar. - Ela desviou o olhar das deslumbrantes joias. - Presidente Duarte, você sabe que não estou com você pelo seu dinhe
- Você puxou a mim no temperamento, é inteligente e sabe o que é solução definitiva. Mas infelizmente, a culpa é minha! Eu não fui corajosa o suficiente nos velhos tempos! Caso contrário, Lívia teria morrido quando tinha apenas três anos, em vez de simplesmente ser abandonada por João! - Os olhos de Isadora brilhavam maliciosamente, indicando que Aurora deveria prestar atenção. - Tive uma ideia, uma maneira não apenas de matar Lívia, mas também de afastar qualquer suspeita de nós...- Mãe! Diga logo! Qual é o plano? - Aurora imediatamente se animou....Na frente do hospital.Silvio já fumava há um bom tempo no térreo. Somente quando já passava das oito da noite, e ele tinha certeza de que não cheirava mais a cigarro, ele entrou no quarto de Lívia.- Como ela está? - Silvio perguntou a Carlos, parado na entrada.- Ela teve um susto, e os ferimentos são mais externos. É melhor ela descansar nos próximos dias para se recuperar. - Carlos olhou para o mar de rosas que quase o submergia. -
- Desde o momento em que você trocou a Flores Encantadas por outra floricultura, passei a não gostar. - Lívia o encarou, palavra por palavra. - Mas quando você apareceu aqui com essas rosas, meu desgosto ultrapassou a simples antipatia. Eu detesto rosas! Detesto o significado por trás delas, que simbolizam a devoção a uma única pessoa por toda a vida! – “E detesto ainda mais o Silvio que as trouxe!” - Então, depois de acalmar Aurora, você finalmente se lembrou de mim e correu para o hospital para colocar um ponto final perfeito neste horrível dia? - indagou ela.Silvio entendeu o que ela quis dizer.- Lívia, eu não quis dizer isso. Sobre o bebê, eu realmente sinto muito, deveria ter te contado mais cedo. – Ele respondeu com suavidade.- Chega! - Lívia cerrava os dentes, olhando-o ferozmente. - Silvio! Cale a boca! - Ela não queria ouvir falar do bebê novamente! Nem queria se lembrar dos momentos em que, perante a insistência da sua avó, defendeu Silvio! Como ele a via quando ela rezava
- Lívia, acusações precisam de provas. - Silvio ainda mantinha um tom puramente profissional.- Não estou disposta a fornecer provas, de qualquer forma, você pode encontrar se realmente quiser. – Ela respondeu.- Lívia...-Silvio tentou continuar, mas foi impedido.- Já está tarde, Sr. Silvio. Melhor ir fazer companhia a Aurora antes que ela ligue à sua procura novamente. "E você? Você precisa de companhia?" – Silvio pensou, mas ele não tinha o direito de fazer tal pergunta. Se ele o fizesse, o humor de Lívia provavelmente seria pior do que agora. Sentia uma angústia indescritível no coração, como se o espaço para respirar estivesse obstruído, e ansiava por sair e tomar um ar. - Então descanse bem, Murilo não vai mais te incomodar.- Espere! - Lívia subitamente se levantou, atirando nele o remédio para ferimentos externos que Carlos havia dado a ela. Seus olhos varreram casualmente as mãos dele. - Obrigada por ter resolvido o grande problema que era Murilo. Não quero estar em débito co
- Você encontrou com a Aurora hoje? - Silvio perguntou franzindo as sobrancelhas.Lívia estava extremamente desapontada.- Mesmo que você saiba que eu não tinha intenção de prejudicá-la há uma semana, ainda teme que eu seja uma ameaça potencial para ela. - Lívia puxou o cobertor sobre a cabeça. - Estou realmente cansada, você pode ir embora.Silvio não fez mais perguntas.- Não estou com medo de você fazer algo a ela. - Parecia que a gravata estava apertada demais, ele a puxou impacientemente. - Deixa pra lá. - Não havia como conversar com ela. Os passos do homem foram se afastando.Lívia abriu lentamente os olhos e viu o quarto agora vazio. Uma ponta de desapontamento transpareceu em seus olhos. Desde o seu acidente, Silvio nunca perguntou se ela estava com dor, se tinha comido, muito menos mostrou qualquer intenção de ficar com ela. Os dias comuns de antes agora pareciam luxos inalcançáveis. Mas o caminho à frente ainda precisava ser trilhado. Segurando o nó na garganta, Lívia ligou