- Desde o momento em que você trocou a Flores Encantadas por outra floricultura, passei a não gostar. - Lívia o encarou, palavra por palavra. - Mas quando você apareceu aqui com essas rosas, meu desgosto ultrapassou a simples antipatia. Eu detesto rosas! Detesto o significado por trás delas, que simbolizam a devoção a uma única pessoa por toda a vida! – “E detesto ainda mais o Silvio que as trouxe!” - Então, depois de acalmar Aurora, você finalmente se lembrou de mim e correu para o hospital para colocar um ponto final perfeito neste horrível dia? - indagou ela.Silvio entendeu o que ela quis dizer.- Lívia, eu não quis dizer isso. Sobre o bebê, eu realmente sinto muito, deveria ter te contado mais cedo. – Ele respondeu com suavidade.- Chega! - Lívia cerrava os dentes, olhando-o ferozmente. - Silvio! Cale a boca! - Ela não queria ouvir falar do bebê novamente! Nem queria se lembrar dos momentos em que, perante a insistência da sua avó, defendeu Silvio! Como ele a via quando ela rezava
- Lívia, acusações precisam de provas. - Silvio ainda mantinha um tom puramente profissional.- Não estou disposta a fornecer provas, de qualquer forma, você pode encontrar se realmente quiser. – Ela respondeu.- Lívia...-Silvio tentou continuar, mas foi impedido.- Já está tarde, Sr. Silvio. Melhor ir fazer companhia a Aurora antes que ela ligue à sua procura novamente. "E você? Você precisa de companhia?" – Silvio pensou, mas ele não tinha o direito de fazer tal pergunta. Se ele o fizesse, o humor de Lívia provavelmente seria pior do que agora. Sentia uma angústia indescritível no coração, como se o espaço para respirar estivesse obstruído, e ansiava por sair e tomar um ar. - Então descanse bem, Murilo não vai mais te incomodar.- Espere! - Lívia subitamente se levantou, atirando nele o remédio para ferimentos externos que Carlos havia dado a ela. Seus olhos varreram casualmente as mãos dele. - Obrigada por ter resolvido o grande problema que era Murilo. Não quero estar em débito co
- Você encontrou com a Aurora hoje? - Silvio perguntou franzindo as sobrancelhas.Lívia estava extremamente desapontada.- Mesmo que você saiba que eu não tinha intenção de prejudicá-la há uma semana, ainda teme que eu seja uma ameaça potencial para ela. - Lívia puxou o cobertor sobre a cabeça. - Estou realmente cansada, você pode ir embora.Silvio não fez mais perguntas.- Não estou com medo de você fazer algo a ela. - Parecia que a gravata estava apertada demais, ele a puxou impacientemente. - Deixa pra lá. - Não havia como conversar com ela. Os passos do homem foram se afastando.Lívia abriu lentamente os olhos e viu o quarto agora vazio. Uma ponta de desapontamento transpareceu em seus olhos. Desde o seu acidente, Silvio nunca perguntou se ela estava com dor, se tinha comido, muito menos mostrou qualquer intenção de ficar com ela. Os dias comuns de antes agora pareciam luxos inalcançáveis. Mas o caminho à frente ainda precisava ser trilhado. Segurando o nó na garganta, Lívia ligou
- Você é muito gentil. - Com uma ponta de alegria no coração, Helena sabia que Lívia tinha mudado muito durante esses três anos e sabia que o presente que ela daria em sua festa de aniversário certamente seria mais valioso que os brincos pequenos que ela lhe deu da última vez....Ao sair do quarto do hospital, Silvio se dirigiu para a casa da família Lopes. Haviam coisas que ele queria discutir pessoalmente com Aurora.Trinta minutos depois que ele se retirou do hospital, finalmente chegou a casa da família Lopes....- Presidente Duarte, o que você quer dizer com "não permitir que eu veja minha irmã"? Minha irmã realmente não me faria mal, o que está acontecendo? - Aurora olhou para ele, incrédula.- Melhor prevenir do que remediar. - respondeu Silvio, de forma sucinta, mas ambígua. - Não quero que o que aconteceu hoje se repita. - Ele sentia que tinha falhado com Lívia quanto ao assunto do filho, mas quando ouviu Murilo falar daquela forma na fábrica, ele reagiu quase que instintiva
No pensamento de Silvio, se criava uma nova trama, ele gostava de Aurora, sempre gostou dela, mas por que, toda vez que se encontravam, não havia uma sensação de prazer? Até sentia o corpo todo ficar rígido? E quando interagia com Lívia, sentia uma imensa satisfação. Silvio estava com a testa franzida, sentindo uma confusão imensa em seu coração, mas dessa vez ele não empurrou Aurora. Ao contrário, puxou-a para perto e beijou suavemente sua testa.- Boa noite, bons sonhos para você. - À luz do luar, ele parecia espetacularmente atraente.Aurora queria devolver um beijo feroz, deixando sua marca nele de forma arrebatadora. Mas ela sabia que não era o momento, afinal, como Isadora sempre havia dito, os homens desejam mais aquilo que não podem ter.- Você pode ir primeiro, vou esperar você sair para voltar ao meu quarto. – Ela disse timidamente. Só quando Silvio entrou no carro foi que sua figura começou a desaparecer. No entanto, Silvio não continuou a dirigir, mas instruiu Pedro a para
- Sou completamente leal a você, não tenho a menor intenção de sair do mercado de trabalho tão jovem. Fique tranquilo! - Pedro se assustou tanto com a pergunta que quase fez uma reverência a Silvio dentro do carro.- Não foi isso que eu perguntei! - Os olhos de Silvio faiscaram.- Então você quer saber como é gostar de uma mulher? - Surpreso e confuso, Pedro não acreditava que estava sozinho naquela situação.- É óbvio! – Silvio respondeu demonstrando a pitada de constrangimento que cruzava seu rosto. - Amar alguém não é como você se sente em relação à Srta. Aurora? - Pedro engoliu a saliva surpreso. Ele já havia se perguntado se Silvio gostava de Lívia. Mas após observar todos os eventos que aconteceram, Pedro tinha certeza de que a pessoa de quem Silvio gostava era Aurora e na sua percepção, não haveria qualquer outra pessoa no pensamento de Silvio. - E quanto a Lívia? – Silvio perguntou novamente.- Em relação à sua esposa... Pedro pensou por um momento e contra-atacou. - Você se
- Claro. - Pedro acenou com a cabeça. - A senhora realmente tem sentimentos por você, há estrelas em seus olhos quando ela olha para você. Um olhar que demonstra que ainda há sentimentos lá, mas por conta do divórcio... - Havia um pingo de remorso em Pedro ao dizer essas coisas, mas mesmo assim continuou. - Além disso, após o incidente com Murilo, observei cuidadosamente. A senhora e Enzo podem ser apenas amigos.- Não, nem amigos eles são. - Silvio disse, inexplicavelmente satisfeito. - Quando fui ao hospital e Lívia não me viu, ela pensou que eu fosse Enzo e disse que transferiria o dinheiro da comida imediatamente. Quanto pode valer a comida que ela gosta de comer? Se fossem amigos, seriam tão específicos na divisão de custos? Lívia come todos os dias na família Duarte, por que ela não divide o custo da comida com eles? Isso prova que Enzo é um estranho.- Você tem razão. - Pedro acenou novamente, concordando que Silvio tinha uma análise mais detalhada e estava totalmente de acordo
- Mesmo que você não diga nada, eu vou! - Ana estava incomodada por não ter acompanhado Lívia até a Quinta das Flores. - Dessa vez, não vou me separar de você nem por um minuto!- Sua presença já me tranquiliza. - Lívia a olhou com um sorriso, os olhos mais ternos do que nunca.- Notei que você mudou um pouco. - Ana observou de forma gentil, como quem estivesse oferecendo algum tipo de ajuda.- Mudei em quê? - Lívia perguntou surpresa.- É como... - Ana pensa um pouco. Dos seus olhos refletiam a preocupação de Lívia - Não consigo explicar bem, mas parece que você tem algo de materno agora. Talvez seja porque sei que você está grávida.Essas palavras deixaram Lívia nervosa, a ponto de ouvir a alteração em seu batimento cardíaco.- Não pode ser. – Lívia olhava com seriedade para Ana. - Você já sabe o que o Silvio pensa. Eu não posso correr riscos. - "Se ele descobrir a existência do bebê e decidir não participar de sua vida, seria o menor dos problemas. Mas e se ele me forçar a abortar?