- Absurdo! - Silvio teve um momento de desorientação e rapidamente apagou o cigarro, mostrando um sinal de nervosismo tão sutil que nem ele mesmo notou. - Você não entende o que a Lívia significa para mim?- Eu entendo, ela é sua esposa. - Aurora respondeu, olhando para a ponta dos seus sapatos. - Afinal, vocês passaram três anos juntos. - Três anos, mais de mil dias e noites, um passado no qual ela nunca esteve presente, mas Lívia sim. - Não pense demais. - Silvio a abraçou. - O que sinto por Lívia é apenas culpa. Você, mais do que ninguém, deveria saber que ela sofreu muito por minha causa.- Sim, eu sei. - Aurora se aconchegou em seus braços, trocando o sorriso triunfante em seu rosto por uma expressão de angústia e choro. - Eu sei que minha irmã não teve uma vida fácil, e sei que ela é minha substituta. Também entendo que o Presidente Duarte gosta de mim. Não tenho muito o que temer. Mas quando você levou minha irmã ao hospital hoje e me empurrou para o chão, eu me senti deixada d
- Presidente Duarte, isto é... - Aurora estava deslumbrada com a cena diante de seus olhos.- Escolha o que quiser. - Silvio a empurrou levemente para frente. - Se preferir, pode até colocar no seu celular como um enfeite.Aurora não conseguia acreditar naquela cena. “Como ele pode falar de algo tão valioso como se fosse um simples adesivo vendido na rua?”. Até então, ela não compreendia totalmente o nível de riqueza da família Duarte, que permitia a Lívia, uma caipira, gastar um bilhão como se fosse nada. Mas agora, ela finalmente entendeu. Nos três anos que passou fora do país, o Grupo Duarte realmente alcançou outro patamar. Ser a Sra. Duarte era muito mais vantajoso do que ela um dia imaginou.- Agradeço sua gentileza. - Aurora, reprimindo a excitação que sentia, não percebeu a distância que havia se formado entre ela e Silvio. - Mas é caro demais, não posso aceitar. - Ela desviou o olhar das deslumbrantes joias. - Presidente Duarte, você sabe que não estou com você pelo seu dinhe
- Você puxou a mim no temperamento, é inteligente e sabe o que é solução definitiva. Mas infelizmente, a culpa é minha! Eu não fui corajosa o suficiente nos velhos tempos! Caso contrário, Lívia teria morrido quando tinha apenas três anos, em vez de simplesmente ser abandonada por João! - Os olhos de Isadora brilhavam maliciosamente, indicando que Aurora deveria prestar atenção. - Tive uma ideia, uma maneira não apenas de matar Lívia, mas também de afastar qualquer suspeita de nós...- Mãe! Diga logo! Qual é o plano? - Aurora imediatamente se animou....Na frente do hospital.Silvio já fumava há um bom tempo no térreo. Somente quando já passava das oito da noite, e ele tinha certeza de que não cheirava mais a cigarro, ele entrou no quarto de Lívia.- Como ela está? - Silvio perguntou a Carlos, parado na entrada.- Ela teve um susto, e os ferimentos são mais externos. É melhor ela descansar nos próximos dias para se recuperar. - Carlos olhou para o mar de rosas que quase o submergia. -
- Desde o momento em que você trocou a Flores Encantadas por outra floricultura, passei a não gostar. - Lívia o encarou, palavra por palavra. - Mas quando você apareceu aqui com essas rosas, meu desgosto ultrapassou a simples antipatia. Eu detesto rosas! Detesto o significado por trás delas, que simbolizam a devoção a uma única pessoa por toda a vida! – “E detesto ainda mais o Silvio que as trouxe!” - Então, depois de acalmar Aurora, você finalmente se lembrou de mim e correu para o hospital para colocar um ponto final perfeito neste horrível dia? - indagou ela.Silvio entendeu o que ela quis dizer.- Lívia, eu não quis dizer isso. Sobre o bebê, eu realmente sinto muito, deveria ter te contado mais cedo. – Ele respondeu com suavidade.- Chega! - Lívia cerrava os dentes, olhando-o ferozmente. - Silvio! Cale a boca! - Ela não queria ouvir falar do bebê novamente! Nem queria se lembrar dos momentos em que, perante a insistência da sua avó, defendeu Silvio! Como ele a via quando ela rezava
- Lívia, acusações precisam de provas. - Silvio ainda mantinha um tom puramente profissional.- Não estou disposta a fornecer provas, de qualquer forma, você pode encontrar se realmente quiser. – Ela respondeu.- Lívia...-Silvio tentou continuar, mas foi impedido.- Já está tarde, Sr. Silvio. Melhor ir fazer companhia a Aurora antes que ela ligue à sua procura novamente. "E você? Você precisa de companhia?" – Silvio pensou, mas ele não tinha o direito de fazer tal pergunta. Se ele o fizesse, o humor de Lívia provavelmente seria pior do que agora. Sentia uma angústia indescritível no coração, como se o espaço para respirar estivesse obstruído, e ansiava por sair e tomar um ar. - Então descanse bem, Murilo não vai mais te incomodar.- Espere! - Lívia subitamente se levantou, atirando nele o remédio para ferimentos externos que Carlos havia dado a ela. Seus olhos varreram casualmente as mãos dele. - Obrigada por ter resolvido o grande problema que era Murilo. Não quero estar em débito co
- Você encontrou com a Aurora hoje? - Silvio perguntou franzindo as sobrancelhas.Lívia estava extremamente desapontada.- Mesmo que você saiba que eu não tinha intenção de prejudicá-la há uma semana, ainda teme que eu seja uma ameaça potencial para ela. - Lívia puxou o cobertor sobre a cabeça. - Estou realmente cansada, você pode ir embora.Silvio não fez mais perguntas.- Não estou com medo de você fazer algo a ela. - Parecia que a gravata estava apertada demais, ele a puxou impacientemente. - Deixa pra lá. - Não havia como conversar com ela. Os passos do homem foram se afastando.Lívia abriu lentamente os olhos e viu o quarto agora vazio. Uma ponta de desapontamento transpareceu em seus olhos. Desde o seu acidente, Silvio nunca perguntou se ela estava com dor, se tinha comido, muito menos mostrou qualquer intenção de ficar com ela. Os dias comuns de antes agora pareciam luxos inalcançáveis. Mas o caminho à frente ainda precisava ser trilhado. Segurando o nó na garganta, Lívia ligou
- Você é muito gentil. - Com uma ponta de alegria no coração, Helena sabia que Lívia tinha mudado muito durante esses três anos e sabia que o presente que ela daria em sua festa de aniversário certamente seria mais valioso que os brincos pequenos que ela lhe deu da última vez....Ao sair do quarto do hospital, Silvio se dirigiu para a casa da família Lopes. Haviam coisas que ele queria discutir pessoalmente com Aurora.Trinta minutos depois que ele se retirou do hospital, finalmente chegou a casa da família Lopes....- Presidente Duarte, o que você quer dizer com "não permitir que eu veja minha irmã"? Minha irmã realmente não me faria mal, o que está acontecendo? - Aurora olhou para ele, incrédula.- Melhor prevenir do que remediar. - respondeu Silvio, de forma sucinta, mas ambígua. - Não quero que o que aconteceu hoje se repita. - Ele sentia que tinha falhado com Lívia quanto ao assunto do filho, mas quando ouviu Murilo falar daquela forma na fábrica, ele reagiu quase que instintiva
No pensamento de Silvio, se criava uma nova trama, ele gostava de Aurora, sempre gostou dela, mas por que, toda vez que se encontravam, não havia uma sensação de prazer? Até sentia o corpo todo ficar rígido? E quando interagia com Lívia, sentia uma imensa satisfação. Silvio estava com a testa franzida, sentindo uma confusão imensa em seu coração, mas dessa vez ele não empurrou Aurora. Ao contrário, puxou-a para perto e beijou suavemente sua testa.- Boa noite, bons sonhos para você. - À luz do luar, ele parecia espetacularmente atraente.Aurora queria devolver um beijo feroz, deixando sua marca nele de forma arrebatadora. Mas ela sabia que não era o momento, afinal, como Isadora sempre havia dito, os homens desejam mais aquilo que não podem ter.- Você pode ir primeiro, vou esperar você sair para voltar ao meu quarto. – Ela disse timidamente. Só quando Silvio entrou no carro foi que sua figura começou a desaparecer. No entanto, Silvio não continuou a dirigir, mas instruiu Pedro a para