Em menos de um segundo a mão de Silvio já havia agarrado a gola da camisa de Murilo e o jogado brutalmente no chão. A dor intensa fez com que ele tossisse instintivamente, mas antes que pudesse levantar a cabeça para implorar, foi atingido repetidamente na cabeça pelo celular de Silvio. Os fragmentos da tela se estilhaçaram, quase tornando irreconhecível o rosto de Murilo.- Como você ousa? - Silvio falou completamente enlouquecido. - Como você ousa tocar nela?- Eu não fiz isso! - Murilo gritou. - Sr. Silvio, eu não fiz, a mulher com quem mexi estava no metrô... – Ele tinha entendido errado. Repentinamente ele entendeu que Silvio não se referia a Aurora, mas sim a Lívia, a mulher com quem ele havia cruzado no metrô. A mulher que o fez parar na prisão. Ao pensar nisso, seu corpo tremia ainda mais. Ele balbuciou, querendo explicar algo, mas sua mente estava em branco. Tudo o que ele sabia era que havia mexido com a mulher errada...Sob o pôr do sol, Silvio continuou a espancar Murilo in
Lívia também ouviu as palavras de Murilo. Nesse momento, ela estava tão tensa que seu rosto empalideceu rapidamente, suas mãos apertadas com tanta força como se furá-las fosse suficiente aliviar sua ansiedade. Ela não queria que Silvio soubesse de toda a história. O bebê em seu ventre era seu último refúgio. Ela nunca imaginou que as palavras que disse para salvar sua própria vida se tornariam o salva-vidas de Murilo. Ela tentou falar, várias vezes, mas parecia ter perdido a voz, seus pés, estavam tão pesados, como se estivessem preenchidos com chumbo, ela não conseguia se mover um único passo. Afina, temia que, após o divórcio, a família Duarte interviesse e tomasse seu filho.Enzo, observando toda a situação de cabeça baixa, entendeu, imediatamente, porque Lívia o havia chamado para conversar a sós na loja de chá com leite. Ela estava grávida do filho de Silvio, mas ele queria se divorciar dela. Um lampejo de compaixão cruzou os olhos de Enzo, e ele estava prestes a falar para alivia
O que ela sentia era um formigamento que percorria todo o seu corpo; até o couro cabeludo. Ela se lembrava de um pesadelo que teve uma vez, em que Silvio ameaçava a vida do filho que carregava em seu ventre, mas logo havia acordado pensando que isso seria impossível. No entanto, agora, tudo era possível Ele havia aniquilado a própria possibilidade de uma gravidez. Qual era a diferença disso para o pesadelo que ela teve? Em que ele queria se desfazer do bebê em seu ventre? Ambos representavam a ausência de amor e compaixão!Mesmo agora, que Silvio estava disposto a machucar Murilo, Lívia sabia que nada disso tinha a ver com ela. Talvez a chegada oportuna de Silvio devesse mesmo ser creditada à presença de Aurora. Suas pernas estavam tão diferentes do que o de costume, tão fracas que mal sustentavam seu corpo. Seu cérebro parecia ter desligado, ela se sentia completamente entorpecida. Se apoiando contra uma coluna, ela deslizou lentamente até o chão.- Lívia. - Enzo, notando seu olhar di
Silvio sabia perfeitamente que Lívia tinha sofrido um duro golpe hoje, tanto físico quanto emocional, mas ainda assim revelou a cruel verdade sobre a criança, quebrando com suas próprias mãos a ilusão de três anos de esforço conjunto para ter um filho. Ele sempre soube que nunca teria um filho com Lívia. Ele apenas não queria mais enganá-la, sem imaginar o quão devastador isso seria para ela.Ao ver Enzo carregando Lívia, Carlos correu para verificar o estado dela e exclamou surpreso:- Está sangrando?- Não, esse sangue é das mãos de Silvio. - Enzo interrompeu antes que Silvio pudesse falar. - Lívia não está sangrando.Mas era óbvio que o sangue vinha da perna dela. - Enzo? - Carlos não expôs a verdade, apenas lançou um olhar para Enzo. Ambos faziam parte do mesmo círculo social e já se conheciam, mas devido ao fato de Silvio e Enzo nunca se darem bem, eles não tinham muito contato. Mas, recentemente, houveram rumores de que Enzo iria trabalhar no hospital, então Carlos começou a pre
O rosto de Silvio permanecia inexpressivo enquanto ele resgatava Murilo da água pela última vez. Contudo, como ainda não se sentia realizado, ele ainda ordenou a seus capangas:- Já escureceu. Corte o braço direito dele. Considerem isso um presente para os mosquitos irritantes daqui.Instantaneamente, Murilo entrou em pânico, ele não conseguia nem implorar por piedade, apenas soltava berros desesperados.- Silvio! Como você ousa? Sou descendente da família Monteiro! Se você me machucar, estará se colocando contra a família Monteiro! Meus avós não vão te perdoar! – Murilo gritada.- Preciso que me perdoem? - Silvio riu friamente. - Desta vez, só estou pegando o seu braço direito, considere isso como um ato de clemência para com toda a sua família. – Para Silvio um inimigo a mais e um a menos, não faria a menor diferença. O seu ódio era tanto que seu rosto parecia se misturar com a escuridão, suas feições estavam esquisitamente esculpidas naquele breu, quase diabolicamente sedutoras. - S
- Absurdo! - Silvio teve um momento de desorientação e rapidamente apagou o cigarro, mostrando um sinal de nervosismo tão sutil que nem ele mesmo notou. - Você não entende o que a Lívia significa para mim?- Eu entendo, ela é sua esposa. - Aurora respondeu, olhando para a ponta dos seus sapatos. - Afinal, vocês passaram três anos juntos. - Três anos, mais de mil dias e noites, um passado no qual ela nunca esteve presente, mas Lívia sim. - Não pense demais. - Silvio a abraçou. - O que sinto por Lívia é apenas culpa. Você, mais do que ninguém, deveria saber que ela sofreu muito por minha causa.- Sim, eu sei. - Aurora se aconchegou em seus braços, trocando o sorriso triunfante em seu rosto por uma expressão de angústia e choro. - Eu sei que minha irmã não teve uma vida fácil, e sei que ela é minha substituta. Também entendo que o Presidente Duarte gosta de mim. Não tenho muito o que temer. Mas quando você levou minha irmã ao hospital hoje e me empurrou para o chão, eu me senti deixada d
- Presidente Duarte, isto é... - Aurora estava deslumbrada com a cena diante de seus olhos.- Escolha o que quiser. - Silvio a empurrou levemente para frente. - Se preferir, pode até colocar no seu celular como um enfeite.Aurora não conseguia acreditar naquela cena. “Como ele pode falar de algo tão valioso como se fosse um simples adesivo vendido na rua?”. Até então, ela não compreendia totalmente o nível de riqueza da família Duarte, que permitia a Lívia, uma caipira, gastar um bilhão como se fosse nada. Mas agora, ela finalmente entendeu. Nos três anos que passou fora do país, o Grupo Duarte realmente alcançou outro patamar. Ser a Sra. Duarte era muito mais vantajoso do que ela um dia imaginou.- Agradeço sua gentileza. - Aurora, reprimindo a excitação que sentia, não percebeu a distância que havia se formado entre ela e Silvio. - Mas é caro demais, não posso aceitar. - Ela desviou o olhar das deslumbrantes joias. - Presidente Duarte, você sabe que não estou com você pelo seu dinhe
- Você puxou a mim no temperamento, é inteligente e sabe o que é solução definitiva. Mas infelizmente, a culpa é minha! Eu não fui corajosa o suficiente nos velhos tempos! Caso contrário, Lívia teria morrido quando tinha apenas três anos, em vez de simplesmente ser abandonada por João! - Os olhos de Isadora brilhavam maliciosamente, indicando que Aurora deveria prestar atenção. - Tive uma ideia, uma maneira não apenas de matar Lívia, mas também de afastar qualquer suspeita de nós...- Mãe! Diga logo! Qual é o plano? - Aurora imediatamente se animou....Na frente do hospital.Silvio já fumava há um bom tempo no térreo. Somente quando já passava das oito da noite, e ele tinha certeza de que não cheirava mais a cigarro, ele entrou no quarto de Lívia.- Como ela está? - Silvio perguntou a Carlos, parado na entrada.- Ela teve um susto, e os ferimentos são mais externos. É melhor ela descansar nos próximos dias para se recuperar. - Carlos olhou para o mar de rosas que quase o submergia. -