Camila Strondda Não sei o que pensar de tudo isto! Preciso me lembrar que estou aqui, porque fui sequestrada, e não por vontade própria. Não conheço ninguém de verdade, além da minha mãezinha, que sofro por não poder vê-la. Pelo visto me enganei muito com o Augusto, e se for verdade que ele bateu na minha gêmea, então eu nunca o conheci, e me enganou direitinho por dois anos. O meu pai, nem posso considerar, ainda não o conheço, e de longe não me pareceu uma boa pessoa. O Dom é uma incógnita, onde nunca sei o que esperar dele, e as vezes tenho medo, e nas outras, me sinto protegida, eu não o entendo. A minha vida está uma bagunça, e não consigo consertar, pelo menos agora me sinto melhor, e não tenho mais aquela vontade de morrer. Só de saber que tem a possibilidade da minha mãe vir para a Itália, eu já fico aliviada, por saber que estarei perto dela, mas daí me vem o medo: será que ela vai ficar bem, aqui? Vão gostar? O Dom vai cumprir com as suas promessas? Qu
Camila Strondda Fui até o seu carro, tomando cuidado com o vestido, e ele assim, como o Augusto, também abriu a porta. Posso dizer que estou animada, pois até agora só fiquei presa aqui, e gostaria mesmo de dar uma clareada na cabeça! Eu nem conheço nada da Itália, o pouco que eu vi, mal observei direito, pois foi no dia da fuga, e do meu retorno para essa casa, que foi bem estranho, e sombrio para mim. Dom Pablo estava no volante, e eu do seu lado no banco do passageiro, e agora ele está colocando uma música, pois, o clima está bem pesado, e um silêncio enorme, tomou conta do carro. Olhando pela janela, observei lugares bonitos, e o vento um pouquinho gelado, talvez eu fique com frio mais tarde! Não era tão perto, e o som da melodia italiana, reconfortou um pouco! Ele estacionou o veículo preto, parecia ser uma Lamborghini, muito bonito, e confortável! Desceu e abriu a porta para mim, estendendo a mão para que eu a segurasse para descer, e eu a segurei. Senti
Dom Pablo Strondda Ainda bem que a Camila aceitou vir comigo nesse jantar! Eu odeio essas folgadas interesseiras que ficam se jogando para cima de mim, e as vezes fujo, as vezes pego em algum canto, só para me deixarem em paz! Nem bem sentei, e a Miriam já veio se oferecendo, e nem se importou com a presença da Camila na mesa. Hoje as nossas conversas estão melhores, e ainda não brigamos, então está tudo bem! Mas depois que ela foi no banheiro, e eu voltei da conversa com um dos meus sócios, a Miriam, a Rosy, e a Fany, me cercaram em trio, para me cantar... — Dom... tem certeza que vai nos recusar hoje? Estamos em três? — Rosy Falou, maliciosa. — Eu estou casado, dispenso! E, a minha esposa está a minha espera! — Falei, mas a Fany, me cortou. — Eu duvido que estejam juntos, pelo visto, é tudo aparência, ela tem cara de que nem te quer! — Falou, e eu respirei fundo para não apertar o pescoço dela. — Eu vou fingir que não ouvi, e vou voltar para a minha cadeira! N
Camila Strondda Terminei o beijo com um selinho, e fiquei um pouco sem graça, mas animada, que fiz as assanhadas se afastarem, e vi que pelo menos, tinha dado certo, embora eu adorei esse beijo. Foi um jantar tranquilo, e harmonioso, ele parecia querer cuidar de mim, e acabei gostando dessa sensação. Ao ir para o carro, e descer eu vi claramente a sua preocupação em me proteger da chuva, mas ele tem que entender que não vou derreter, então está tudo bem! Me chamou para ir ao quarto, e fomos correndo, estávamos bem molhados da chuva, e ao chegar no quarto, ele começou a tirar a roupa, e eu arregalei os olhos, já tremendo de frio. — Dom, Pablo! Eu vou em outro quarto, para tomar um banho, daí você fica aqui! — Falei e me virei para sair, mas ele me segurou. — Ei! Pode entrar na banheira junto, eu prometo me comportar! — Ele falou, segurando no meu pulso. — E pare de me chamar de Dom! Meu nome é Pablo! O olhei estranhando essas conversas, e comecei a negar. — Não
Camila Strondda Hoje fazem vinte dias que eu e o Pablo, não brigamos, ou nos matamos! Estamos nos entendendo, e isso é bom, de certa forma! Até fui em uma de suas boates esses dias, mas foi bem rápido, pois ele disse que aquele não seria lugar para mim. É tudo bem bonito, mas só tem mulher com poucas roupas, e pensando um pouquinho é difícil saber se ele realmente está sem ficar com nenhuma delas, como falou que faria. Eu sei que não firmamos nenhum acordo, mas isso era muito estranho para mim, e consegui ir adiando a cada dia, inventava uma desculpa, e outra, e os dias foram passando desta forma. Sinto muita falta da minha mãe, e as vezes é difícil de controlar, e algumas lágrimas teimosas insistem em aparecer. Eu nunca sei o que acontece direito durante as noites, pois sempre amanhece, e eu estou enfiada lá, e ao sair de fino, acordo o Pablo, e fico sem graça. Avisto ao longe na entrada da casa, o carro dele chegando, e fico animada, pois combinamos de sair juntos, e
Camila Strondda Já fazem horas que eu estou andando de um lado para outro, a espera de alguma notícia! A mínima possível, mas ainda não soube nada a respeito do Pablo. Me sinto angustiada, e parece que o meu coração deu um nó. Os funcionários todos tensos, e alguns vinham de cinco em cinco minutos atrás de mim, para saber sobre algo a respeito do Dom. Até que enfim, recebi a visita do médico que veio tirando as luvas. — Como ele está, doutor? Me diga que ficou bem! — Falei apressada. — Calma, senhora Strondda! O Dom Pablo é um homem muito forte, e o seu corpo já está acostumado com esses tipos de ataques. Embora não receba tiros com frequência, ele se recupera rápido! — Falou o médico. — Tá, mais explica isso direito! Ele está bem? Quantos tiros levou? Já está acordado? — Fui fazendo um monte de perguntas, uma atrás da outra, penso até que deixei o homem confuso. A nossa volta notei que os funcionários todos estavam por perto, tentando ouvir alguma parte da con
Pablo Strondda O dia estava ficando perfeito, eu e ela juntos, na vinícola da família, que me fez se sentir tão bem! Ela tem jeito de menina ainda, é isso me cativa, me faz ficar preso em seu sorriso, no seu olhar... A cada dia estamos mais próximos, e para mim isso é muito estranho, não consigo entender, que existe esse tipo de relacionamento, onde o Dom tem uma esposa, e ela tem medo dele, ou receio, mas agora está se tornando a namorada... uma situação um tanto complicada. Mas não posso dizer que não gosto! A presença dela me faz bem, e a cada dia estou conhecendo um pouquinho dela, e entendo o seu lado. No começo eu até queria mesmo tomá-la como esposa de uma vez, estava com raiva da família dela, e pensei que fossem todos da mesma laia. Mas, ainda bem que ouvi os conselhos da minha mãe, que me fez ver que nem tudo precisa ser como o Dom deseja. Flash back onn... Ligação para o celular da minha mãe... — Oi, filho! Que saudade! — Oi, mãe! Também estou com
Dom Pablo Strondda — Venha! Vou te ajudar a se vestir! — Falou estendendo a toalha na minha frente, e virando o rosto para o lado, com a intenção de não me ver, e achei graça com isso, e sorri de canto. Eu não entendo a ingenuidade dela, é claro que uma hora ou outra vai me ver pelado, e eu não ligo, até prefiro! Mas, insiste em se esconder, e não olhar, como que ela vai me ajudar a colocar a cueca, isso eu quero ver! Me escondi na toalha, e ela me ajudou a me aproximar do closet, e abriu as portas, procurando uma roupa. — Precisa de algo leve, vai ficar em casa, mesmo! — Falou. — Eu preciso de ajuda para trocar esse curativo! — Falei, e fiz careta, para ela se preocupar comigo. Colocou a roupa no criado, e veio até a mim. — Senta aqui na cama, vou trocar, ainda tem as coisas aqui nesta gaveta! — Falou, e foi pegar. Ela trocou o curativo, e fazia umas caretas engraçadas, acho que pensa que tenho muita dor, mas na verdade, já estou acostu