— Kika, não fale besteira — Calioppe disse com um sorriso triste para aquela garota que conquistou seu coração desde o primeiro dia.— Não, senhor, estou falando sério, se você sair da fazenda eu irei com você.—Mas você mora aqui a vida toda e, além disso, não tenho para onde ir, você só passaria por dificuldades ao meu lado.— Bom, mais uma razão, senhor, não vou deixá-lo sozinho, você é muito bom e... eu te amo muito.Novas lágrimas inundaram os olhos de Calioppe.— Ah, Kika, eu também te amo muito — ele acariciou a bochecha dela —. Você realmente quer ir comigo?- Muito sério, senhor! - exclamou ele, agora feliz - Você me diz quando e eu arrumo minhas coisas, não são muitas, então vai ser bem rápido!"Venha aqui", disse ele, sorrindo, e abraçou-a.Terminaram de empacotar tudo, pelo menos o mais importante, e já iam sair quando de repente, ao abrirem a porta, avistaram dois trabalhadores da fazenda vigiando o quarto.Calioppe e Francisca entreolharam-se, tentando passar por eles. E
Doeu a Calioppe se afastar do homem por quem ela inevitavelmente se apaixonou sem antecipar isso nos últimos meses.Uma lágrima silenciosa rolou por sua bochecha.Com ele ela conheceu a dedicação absoluta, o frio na barriga toda vez que o via e seu pulso disparava por causa de seus beijos e carícias. Deus, com ele, deixou-se levar de forma irrepetível. Tinha sido sua esposa. Sua. De corpo e alma, e como resultado... ela carregou o filho deles no ventre. Mas também, graças a ele, ele sabia o que era um coração partido, um coração partido e a mais feroz traição... rejeição.— Senhor... Você está bem? —Kika perguntou a ele depois de longos minutos caminhando. Ela conhecia muito bem aquelas terras, então sabia o caminho mais curto até a beira da fazenda."Sim, sinto muito, não preste atenção em mim", ele murmurou, enxugando o rosto com as costas do rosto. Ele olhou ao redor. Havia pouca luz e a chuva havia diminuído bastante, caíam apenas pequenas gotas — Estamos quase fora da fazenda, ce
Ele estava furioso, não, era como se o diabo estivesse levando ele.Como é que ninguém lá sabia de nada? Eles simplesmente escaparam assim? Como era possível que ninguém os tivesse notado saindo?Droga!María, Sara, Lisandro e a dupla de trabalhadores encarregados de guardar a porta de Calioppe ficaram na frente dele após sua ordem.Nicholas olhou para cada um deles com os olhos semicerrados. Seu peito subindo e descendo. Dentes cerrados e bochechas trêmulas.— Quero uma explicação, porra — ele falou devagar —… e eu quero agora.Maria soluçou silenciosamente. Ela estava preocupada com a afilhada e, claro, com aquela jovem grávida.Sara brincava com os dedos, trêmula, inquieta.Paulo e Ernesto olhavam para o chão; chateado e envergonhado. Eles não entendiam como algo assim poderia ter acontecido.De sua parte, Lysander parecia inalterado. Dos Santos já havia enfrentado a fúria muitas vezes, embora nunca o tivesse visto naquele estado que, longe de ser raiva, refletisse o medo de ter pe
Sem perceber, ele adormeceu naquele quarto que ainda guardava seu cheiro.—Francisca entrou em contato com você? —perguntou a María quando ela entrou na cozinha.A mulher balançou a cabeça, desanimada, enquanto cortava alguns tomates para o café da manhã.O brasileiro tomou um gole e cerrou os punhos. Suas entranhas doíam... doía profundamente.Os próximos dias não foram diferentes, a mesma resposta às suas perguntas e o mesmo inferno furioso.Salió de allí, despavorido, no atendió al llamado de un peón y saltó sobre el lomo de su caballo para cabalgar el ejemplar con esa destreza que lo caracterizaba, y con la esperanza de que la adrenalina menguara todo el desprecio que sentía por sí mismo en esse momento.Ele não entendeu.Quando ele voltou, o mesmo trabalhador de há pouco o interceptou na entrada- Padrão…!- Oque Quer? - ela perguntou amargamente, sem olhar para ele.—Não é nada importante, mas imaginei que você quisesse saber. Acontece que... o coelho da Sra. Calioppe não está c
— Calioppe… ¡¿Calioppe?!Quando o brasileiro soube que a ligação havia sido desligada, seu pulso disparou e ele olhou para María com os olhos arregalados.- Padrão…- Onde está? - ele exigiu saber.A pobre mulher piscou.- Não sei, chefe.- Como você não sabe? Todo esse tempo você esteve em comunicação e não me contou? O que há de errado com todos nesta casa?— Não é assim chefe, sabe, minha afilhada me ligou, ela me disse que estava bem, que tinha ido com a dona Calioppe, mas...- Mas que?"Bem, ele me disse que não voltaria e também não me disse onde eles estavam", respondeu ele em voz baixa.Nicholas Dos Santos fechou os olhos, procurando acalmar-se. Ele olhou para o aparelho e ligou de volta para o último número.Ele esperou vários toques.Ninguém respondeu.Ele insistiu, inquieto, diversas vezes.Nada.- Droga! —ele rosnou antes de sair de lá.Ele foi para seu escritório. Eu precisava descobrir de quem era o número, ou pelo menos para onde era chamado.Ele examinou a lista telefô
“Por favor, envie-me uma cópia quando você assinar nosso divórcio.”Essas palavras frias repetiam-se continuamente em sua cabeça durante seu retorno à fazenda.Ela tinha sido muito direta e completamente precisa.Eu queria o divórcio.“Chefe...” María o chamou, assim que ele entrou pela porta da casa grande, com aquele documento bem embalado."Agora não, Maria", ele rosnou entre dentes sem olhar para ela.Trancou-se no escritório, jogou a pasta sobre a mesa e ficou olhando para ela por longos minutos, como se quisesse que ela desaparecesse, como se quisesse, de uma forma ou de outra, que aquela decisão não passasse de um pesadelo.Mas não foi, pelo contrário, foi o seu castigo.Se ele assinasse aquele papel, tudo estaria acabado. Droga, se eu assinasse aquele papel, sabia que a perderia.Ele balançou sua cabeça; Completamente frustrado. Não, ele recusou.Eu tive que falar com ela novamente. Certamente, se ele implorasse um pouco mais, ela recuaria. Ela estava disposta a fazer qualquer
Dias depois, os dois assinaram aquele documento que os separava para sempre.Nicholas sentiu que nem mesmo o sol poderia aquecê-lo. Ele não sorriu, não falou, mal comeu e todos já começavam a olhar para ele com pena. Trabalhou até ficar exausto, até não ter forças e o sono o dominar, mal tocou na cama.Foi o melhor... o melhor não pensar.Ele se lembra de ter insistido todos os dias antes de assinar, implorando, pedindo do fundo do coração que por favor considerasse isso, que lhe permitisse reparar os danos causados. Ela, pelo contrário, estava mais do que determinada a dar esse passo.Seus dias haviam se tornado escuros, cinzentos, e ele se sentia muito sozinho naquela casa enorme. María preocupada porque ela não estava comendo e Lisandro era quem praticamente mostrava a cara para os fornecedores, porque ele só passava o tempo na colheita com os trabalhadores fazendo o trabalho duro para não ter que pensar, ele também ficou com seu cavalo por horas e horas.Às noites ele voltava em co
Seu coração começou a bater muito rápido, batendo tão forte que ele podia ouvir as batidas atrás das orelhas.Ela colocou uma das mãos na parte inferior da barriga e a outra na boca para conter aquele suspiro doloroso."Eu quero... eu quero ir com ele", ela sussurrou, não, ela implorou à ruiva que imediatamente assentiu e envolveu sua cintura em um ato de proteção.— Claro que sim, querido — ela respondeu, olhou para o marido, ele imediatamente assentiu e ordenou ao capataz que preparasse o helicóptero para decolar.Durante a viagem, lágrimas continuaram a cair de seus olhos.Francisca olhou para ela com pena. Naquele último mês ele a viu sofrer muito e piorou depois do divórcio do chefe. Seu bebê lhe deu forças, mas ela sabia que seu coração sentia falta dele. Ela não gostava de vê-la assim, ela a amava muito, ela sabia que ela era boa e não merecia passar por tudo aquilo... não depois do que Sara lhe contou naquela ligação.- Senhor? — ele sussurrou, tirando-a de suas reflexões. Cal