Thiago Da Silva sentiu que não poderia estar dentro da própria pele. A culpa o corroeu e a dor e a angústia invadiram seu sistema até que ele ficou sem fôlego.Ele afrouxou o nó da gravata e olhou o relógio em seu pulso.Uma hora se passou desde que sua irmã foi internada e ninguém lhe deu uma maldita resposta.—Que diabos está acontecendo para ninguém sair para me informar sobre o estado de saúde da minha irmã? — ele não falava com ninguém, energicamente, andando de um lado para o outro e captando vários olhares curiosos.Nesse momento, o som de passos tímidos e um aroma particular de flores frescas chegaram até ele. Ele inclinou a cabeça. Era Alexia."Eu... eu trouxe café", ela disse a ele, com uma voz doce que conseguiu perturbá-lo.Isso nunca tinha acontecido com ele.Não dessa maneira.Além disso, foi a primeira vez que ele a ouviu falar ou pelo menos olhou para ele.Ele não gostou do que aquele gesto insignificante fez com ele. Ele não gostou nada disso."Eu não pedi nada", ele
Mais tarde, quando já estava escurecendo, permitiram o acesso de visitantes. Alexia ficou animada. Ele queria estar lá para ajudar sua cunhada. Seu irmão iria querer que fosse assim. Ele já tinha visto o sobrinho através do vidro do berçário algumas horas atrás.Ele era um bebê lindo; e embora fosse muito pequeno, nunca deixava de surpreendê-la com sua aparência forte e saudável.Ela entrou na sala, devagar, timidamente e sem fazer barulho.- Posso passar? - ele perguntou baixinho.Caliope olhou para cima. Seus olhos brilharam. Finalmente um rosto familiar. Ela esteve cercada por enfermeiras a tarde toda."Sim, por favor", ele respondeu com um pequeno sorriso. Eu ainda estava dolorido da cabeça aos pés.Alexia sentou-se numa cadeira ao lado da cama.- Como se sente? - te pergunto. Foi muito fácil conversar com ela e, ao contrário dos demais, ela se sentiu em paz, calma, familiar."Tudo bem, um pouco dolorido, mas tudo bem", ela disse lentamente. Meu amor... Você sabe como ele é? As en
Assim que amanheceu, Thiago foi tomar banho e vestir algo mais apropriado. Depois voltou ao hospital para se despedir da irmã, pois não se veriam até que a escuridão e o perigo da noite impedissem a continuação da busca.Ao entrar na sala, ele esbarrou em algo, ou melhor, em alguém. Era Alexia. Ele agarrou os braços dela com firmeza para que ela caísse e a perfurou com o olhar, cerrando os dentes. “Por que ele teve que ficar no caminho dela?” Ele pensou com aborrecimento.Ela piscou, vermelha até os poros."Sinto muito", ele sussurrou, sentindo como o calor do contato daquele homem chegou até o último canto de sua pele, fazendo-o tremer fracamente."Ele tinha acabado de tomar banho", ela deduziu timidamente, absorta nos olhos dele. Cheirava a loção. De repente, ele se sentiu muito desconfortável e mudou.Thiago tomou um gole, soltando-a, surpreso.“Olha da próxima vez,” ele falou calmamente e se afastou para ver sua irmã, que já estava sorrindo.Alexia saiu com as bochechas coradas. "
Thiago Da Silva abriu caminho entre os socorristas e trabalhadores que foram de importante apoio nessa busca. Seu coração batia a toda velocidade e sua respiração estava muito difícil."Afaste-se, afaste-se", ordenou ele, nervoso, empurrando os corpos, pisando com aquelas botas de campo.Ele parou ao pé de uma cabana. Vários rostos o observando. O principal, encarregado de orientar os socorristas, o recebeu."Vá em frente, é por aqui", ele indicou, dando um passo para o lado.Assim que ele entrou naquele lugar, todo o seu corpo tremeu."Nick..." ele conseguiu dizer, surpreso.Seu amigo estava sentado na beira de uma cama, sem camisa, com um curativo feito à mão no peito e nas costas e o mesmo na cabeça, além de vários hematomas que pareciam já ter desaparecido bastante.Nicolau dos Santos tinha acordado há horas, desnorteado, sem saber onde estava, mas muito consciente do lugar para onde queria regressar: para casa.Tentou sentar-se ao ver aquele rosto familiar, deixando para trás a c
-Nick? — Alexia engasgou, estreitando os olhos, depois gritou —: Nick!Quando ouviu o boato, não conseguiu acreditar, mas era verdade.Seu irmão estava lá. Deus, seu irmão voltou para casa, para sua família... para ela.Ele desceu as escadas e correu com todas as forças.Nick olhou por cima do ombro da esposa. Eles estavam se abraçando há muito tempo e não parecia ser o suficiente.—Alexia? - ele murmurou, espantado.Calioppe afastou-se para lhes proporcionar aquele momento merecido e observou a cunhada ajoelhar-se para ficar à altura do irmão e abraçá-lo nos braços como uma criança, e embora fosse quase mais nova que ele cinco anos, naquele momento o coração dela só queria protegê-lo.O gesto foi desesperador, quase rude, mas não importava para nenhum dos dois, nem tanto quanto o fato de se reencontrarem depois de tanto tempo.“Deus, você está aqui, você está aqui”, soluçou a garota, transbordando de gratidão e felicidade.Nick afastou-se alguns centímetros para admirá-la e enxugar s
Enquanto Calioppe continuava preocupado com Nick, um médico chegou. Thiago havia combinado sua transferência com uma ligação em questão de minutos.Eles o examinaram imediatamente. Uma de suas feridas havia aberto; fazendo-o perder sangue e, da mesma forma, conhecimento.O brasileiro acordou na hora, quando o homem sugeriu transferi-lo para um hospital para ser tratado como deveria, mas, imediatamente e com esforço, ele se opôs. Ninguém o tiraria de lá, porque ele não queria saber de hospitais ou qualquer coisa que tivesse a ver com ficar longe da esposa e do filho. Eram o único remédio dele, foi o que ele havia decidido, então o Thiago teve que combinar com o médico para que mandassem tudo o que ele precisava e o tratassem lá até ele se recuperar.Naquela noite ele se divertiu bastante, sob os cuidados da mulher que amava, não precisava de mais nada. Calioppe permaneceu ao seu lado, zelando por sua recuperação. A enfermeira levou o pequeno Rodri algumas vezes para amamentá-lo e depoi
Um mês depois…Calioppe abriu os olhos depois de ter dormido tranquilamente a noite toda e, como seu homem estava totalmente recuperado, cuidou do pequeno Rodri para que pudesse descansar.Ela merecia depois de ter cuidado de ambos no último mês.Ele se espreguiçou lentamente, sorrindo, e suspirou sabendo o quão feliz estava.Vários rumores vindos de fora chamaram sua atenção enquanto ele colocava os pés para fora da cama. Ele olhou pela janela com olhos sonolentos.“O que estava acontecendo lá fora?” Ele se perguntou ao ver todos andando de um lado para outro com pressa.Só então, houve uma batida na porta.- Passar.- Bom Dia senhor! “Que bom que ela está acordada, é um pouco tarde”, Kika cumprimentou com um enorme sorriso enquanto colocava a cabeça para fora, certificando-se de que estava vestida.Caliope franziu a testa.- Atrasado para quê?- Para o casamento dele! - exclamou a menina, feliz, abrindo a porta para duas jovens entrarem.Calioppe estava mais confusa do que antes, ma
—Como você pode estar fazendo isso comigo? Você realmente acha que nossos pais concordariam? — Calliope perguntou ao irmão mais velho. Meu coração estava partido - Que pai me jogaria nos braços de qualquer homem? Que mãe consentiria com isso?!- Apenas isso,Caliope! Não vou mais tolerar esse tipo de comportamento infantil uma hora antes do seu casamento! — exclamou Thiago Da Silva para a irmã de 23 anos, que o via como se ele fosse seu pior inimigo — Essa é uma decisão irrefutável, então vá lá e case com seu noivo!—Thiago, por favor, você não pode fazer isso comigo! - ela soluçou, desconsolada.—Você teria pensado isso antes de fazer toda essa bagunça na sua vida!- Eu não fiz nada!—Encontraram você com entorpecentes em seus pertences e você tem um mandado de prisão que tive que resolver para que você não fosse preso! — ele gritou — Isso significa alguma coisa para você?!Era impossível fazê-lo ver a razão, especialmente porque ela não tinha como se defender... não quando a mulher q