Novembro chegou.As coisas entre eles ainda estavam muito frias. A distância que Calioppe havia colocado entre ela e o marido era algo que o brasileiro não suportava mais, não depois de conhecer os sentimentos que nutria em seu coração pela jovem esposa. Aquele coração que ele um dia acreditou não seria capaz de bater tão forte, muito menos de uma mulher.No entanto, ele decidiu ser paciente até que os pesquisadores lhe contassem o que ele precisava desesperadamente saber, mas agora já havia passado um mês e ele estava se sentindo completamente frustrado.Uma tarde, depois de terminar o dia de trabalho, Piero; um dos pesquisadores finalmente entrou em contato.A decepção e a raiva não demoraram a chegar.—Como é possível que ainda não tenham conseguido alguma coisa? —ele perguntou, apertando o telefone com toda força. Os nós dos dedos ficaram brancos.O homem do outro lado da linha suspirou.—É difícil quando a gente não sabe exatamente o que procura, se você nos deu alguma pista, sei
O hálito quente do outro acariciou suas bochechas. Eles se olharam profundamente nos olhos por um minuto inteiro.— Fale comigo — foi ele quem finalmente ousou quebrar o silêncio —… por favor.Ele deslizou as mãos pelos braços dela; causando espasmos fracos ao longo do caminho, eentrelaçado mãos nas dela.Calioppe ainda parecia chocado com aquela situação, assustado. Ele engoliu em seco.“É, meu Deus, Nicholas... é tão difícil para mim, não quero que nada aconteça com eles.” Ela olhou para baixo, ameaçada pelas lágrimas ardentes."É por isso que você tem que me contar tudo", ele disse com firmeza. Ela suspirou. Calioppe, não posso agir de acordo se não sei quem estou enfrentando."Para um monstro", ele murmurou fracamente.“Eu sei, eu sei muito bem, só um ser tão deplorável pode ameaçar assim”, adivinhou. Mas vamos detê-la.Seus olhos azuis procuraram os dela em uma tentativa desesperada de salvação.- Como?— Escute… — ele acariciou os dedos. Ela aceitou o toque gentil: contratei uma
— Sua confiança — ele disse — Ela tem alguma coisa a ver com isso? Depois do que você me contou... não acho que você desperdiçou como o Thiago me fez acreditar.Ela negou.- Está em seu poder.Nicholas Dos Santos cerrou os punhos. Naquele momento, se tivesse oportunidade, ele se sentiria capaz de derrubar aquela mulher miserável com as próprias mãos.—Mas… Como, Caliope? Não entendo! Uma transferência é prova suficiente para mostrar ao Thiago quem é o monstro de mulher que ele tem por esposa!Calioppe enterrou o rosto nas mãos, tão pequenas quanto quebradas, e depois ergueu os olhos. Seus olhos ainda estavam tão turvos quanto no início.—Ela já estava grávida e ameaçou machucar o próprio filho, meu sobrinho. Ao primogênito do meu irmão! — soluçou — Não satisfeito com isso, naquele dia ele me ligou, me fez entender que havia machucado uma pessoa que amo muito, agora ela está no hospital lutando pela vida. Ele não se importa em machucar as pessoas ao meu redor só para me ver sofrer!Sem
Calioppe terminou de contar tudo ao marido no caminho para a casa grande; Ele não queria mais carregar aquele peso insuportável nos ombros.Nicholas, é claro, ainda sentia raiva. O que aquela infeliz mulher fez não tinha nome. O pior é que durante todo esse tempo ele julgou sua esposa inocente por causa de terceiros.Seria difícil para ele perdoar-se por um erro tão terrível.No escritório, após ter contactado o investigador responsável e lhe ter contado os factos sem omitir quaisquer detalhes, Piero disse-lhe que o manteria informado e que agora saberiam onde e como iniciar as buscas.Por outro lado, ele conversou com Lisandro. Não havia como Tiara saber sobre a noite que passaram no hotel, exceto eles próprios. O capataz pareceu consternado, quase impressionado.— Nick, você não acredita que eu...?O brasileiro balançou a cabeça. Claro que ele não desconfiava dele. Ele o conhecia há anos e sabia que ele seria incapaz de ser desleal com ele, assim como todas aquelas pessoas que traba
A sala ficou cheia de silêncio completo e absoluto por um longo momento. E seis segundos foram o que Nicholas Dos Santos levou para reagir ao entorpecimento.— Paulo, Ernesto, devolvam os espelhos para o porão. “Os demais voltam aos seus afazeres”, ordenou, passando pela esposa, sabendo que ela o seguiria até o escritório."Nicholas", sussurrou a jovem inocente depois de fechar a porta com um gesto trêmulo, "...O que está acontecendo?"Ele estava de costas para ela.—Por que você ordenou que os espelhos fossem removidos? - Ele questionou com os punhos cerrados.Ela franziu a testa, perplexa.- Eu não sabia que isso não poderia ser feito, pensei...- Agora você sabe.De repente ela percebeu que o marido estava agarrado às bordas da mesa como se toda a sua vida dependesse de uma simples ação como essa.— Sim, sinto muito, mas... ainda não entendi. O que há de errado com espelhos? —ela se aproximou dele com passos tímidos."Eu não gosto deles em casa", ele rosnou.—Mas deve haver um moti
Eles se entreolharam.O brasileiro cerrou os dentes."Eu perguntei o que você está fazendo aqui", ele repetiu.Lisandro deu um passo à frente.- Sinto muito, chefe, é só isso..."Eu perguntei a ele", interveio Calioppe, ainda perplexo.Nicholas deixou a lenha de lado e aproximou-se da jovem esposa."Você não deveria estar aqui", ele disse calmamente.Ela olhou para ele, incrédula."E eu entendo perfeitamente o porquê", ela murmurou, inevitavelmente com ciúmes, observando aquela linda mulher de olhos verdes por cima do ombro do marido. Ela havia escondido metade do corpo atrás da porta de uma pequena casa de madeira.Nick suspirou e fechou os olhos por um segundo.- Não é o que você pensa.- Então o que é? — ele queria saber e evitar cometer erros.Ele olhou para ela suavemente, abriu a boca e fechou-a novamente, como se algo o impedisse de falar.“O melhor seria você voltar”, disse ele, depois olhou para Lisandro. Você sabe perfeitamente que não gosto que ninguém se aproxime.O homem
Quando Nicholas saiu do banheiro, uma hora depois, ela não estava mais no quarto. Uma parte dele sentiu alívio; Ele não estava pronto para falar, não naquele momento, não quando seus demônios mais pessoais ameaçavam despertar.Até a cozinha. Aí Francisca contou-lhe que a viu sair para a colheita há algum tempo, então ele acenou com a cabeça e dedicou parte do dia às suas coisas.Foi até o frigorífico, resolveu alguma questão importante referente ao pedido que sairia naquela mesma semana e então, no final da tarde, resolveu dar um passeio a cavalo pelas plantações de café.Lá ele a viu. Encheu uma nova cesta."Eu não sabia que você viria hoje", disse ele ao se aproximar.Caliope se encolheu. Eu não esperava que ele estivesse lá. Ele olhou para cima por um segundo e depois voltou ao assunto.— Lisandro me contou que teve muito trabalho essa semana."Isso mesmo, mas eu já lhe disse que você não precisa continuar fazendo isso", ele a lembrou. No início fui duro com você ao puni-la assim,
Ele olhou para a varinha por segundos eternos. Seu peito subia e descia.— Senhor, Caliope. Está tudo bem aí? —Francisca perguntou preocupada, depois de um longo momento na porta do banheiro.Caliope sentou-se; Ele se agachou para processar a informação. Ela abriu a porta e Kika olhou para ela com expectativa.– Bem, senhor? O que saiu?"Po...positivo", ela conseguiu dizer, ainda surpresa.A garota abriu os olhos, ela não pôde deixar de sorrir.—Você está esperando o filho do patrão! - disse ele, com alegria.Ela piscou, sem saber como sentir, e intuitivamente colocou as mãos naquela área onde um novo ser estava crescendo. Ele olhou para cima. Seus olhos ficaram turvos com lágrimas. Uma pequena risada emergiu de sua garganta.“Estou grávida”, disse ela para si mesma, sem poder acreditar.—Sim, senhor, você está grávido! Ele vai ter o novo chefe da fazenda! - comentou ela, feliz, orgulhosa. Foi uma boa notícia. A chegada dos bebês sempre foi.Calioppe riu novamente, enxugando algumas l