Matthews
Como ela é capaz disso? Depois de tanto tempo eu ainda me sinto o patinho feio, o garoto magricelo sem jeito, enquanto ela é o lindo cisne, “longe demais para você Matthews”, eu me sinto perdido enquanto todos nos encaram, obviamente absorvidos pela curiosidade, por mais que ame essa família, nunca quis revelar meu passado, quando se é um Belmonte as coisas se complicam, o dinheiro se torna assunto. O medo de descobrir o que aqueles que amo podem mudar quando souberem que o herdeiro Belmonte está sobre o seu teto sempre me consumiu, mesmo eu sabendo que os Oliveiras não são esse tipo de gente, mas uma coisa eu aprendi há muito tempo, as pessoas mudam quando o dinheiro entra ou sai.
— Me perdoe, mas disse ser esposa de Matthews? — Leila perguntou de maneira despretensiosa, mas seu olhar seguiu dos pés a cabeça de Vanessa, ela é boa demais em intimidar ao mesmo tempo que é gentil. Uma arte que vejo Suzane fazer com facilidade.
— Sim, isso mesmo. — Vanessa fala, com as bochechas coradas, fazendo meu coração acelerar.. — Me perdoem por me apresentar assim….
— Não precisa se preocupar. — Leila fala e me encarando, ela iria escavar até ver os ossos. — Porque largou esse espetáculo de mulher e se meteu nesse fim do mundo Matthews?
— Eu….
Eu senti meu coração acelerar, nunca achei que encontraria Vanessa novamente, eu evitei isso ao máximo.
— Ela conseguiu calar a boca dele, já te amamos Vanessa. — Marcos fala, ele sempre é tão exibido.
— Não seja mal Marcos, acho que a Vanessa? — Suzane interrompe Marcos, a única pessoa no mudo a qual ele respeita
— Sim, Vanessa. — Ela seu nome, suas bochechas ainda coradas
— Deve ter feito uma longa viagem para encontrar Matthews, acho que devemos levá-la para um dos quartos de hóspedes, o que acha? Pode tomar um banho e depois Matthews e você podem conversar em paz, não se preocupe mandarei meus filhos para a casa deles. — Suzane é um anjo, esses abutres nem parecem ser filhos dela.
— Eu não arredo o pé daqui até Vanessa contar todos os podres que esse patife esconde. — Marcos fala novamente em um tom de gozação, eu posso soca-lo? Suzane ficará horrorizada, mas me perdoará, ela entende que seu filho merece um soco ou dois às vezes.
— Eu e Vanessa conversamos a sós em meu quarto, e aí de quem colocar o ouvido da porta para ouvir. — Eu precisava resolver isso somente com ela, sem meus odiosos espectadores. — Pode me acompanhar Vanessa?
— Sim, é o melhor. — Suzane fala de maneira gentil. — Por acaso trouxe malas, gostaria que as leve para o quarto para poder se trocar?
Suzane queria que Vanessa se sentisse bem em sua casa, uma qualidade que me fez ficar e ficar até eles me darem um quarto.
— Não pretendo demorar muito tempo. — Vanessa segura a bolsa, onde posso apostar que tem uma cópia do divórcio.
— Mesmo assim, o melhor é tomar um banho e comer alguma coisa. — Suzane nunca deixaria alguém ir embora de sua casa de barriga vazia, Vanessa parece estranhar essa hospitalidade, em nosso mundo isso não acontece. — O almoço já está ficando pronto, pedirei que leve ao quarto de Matthews, já você Matthews o melhor é ir comigo até o escritório, Liz levará Vanessa até seu quarto.
— Claro Suzane. — Imagino que Vanessa esteja de fato cansada, e com toda certeza deve está maluca para tirar a lama de seus pés?
— Liz! — Suzane fala, e me sinto aliviado apesar de Liz ser um tagarela, ela ao menos sabe respeitar o espaço alheio, algo que nenhum filho de Suzane é capaz.
— Claro madrinha, venha comigo Vanessa, estará mais segura comigo, pode confiar. — E a verdade é que não tão segura, mas dos males o menos pior. — Fique com seu pai.
Ela fala para Marquinho, Suzane já ia a caminho do escritório e eu fui junto, ela me pediria que explicasse, porém, não quero falar sobre isso, e por mais que eu tenha criado um respeito e um carinho por ela, há coisas sobre meu passado que prefiro que fique oculto dessa família.
Ela se sentou na cadeira do escritório, e sorriu.
— E sempre te faço a mesma pergunta por anos. — Ela revira os olhos. — Nunca achei que a resposta fosse tão entediante.
— Não fugi de Vanessa, nem tenho envolvimento com a máfia italiana, a Suzane já te disse que devia parar de fantasia sobre minha vida, deve escrever um livro.
— Bobagem, eu lá tenho idade para virar escritora, agora me diga uma coisa, por acaso ama? — E eu poderia apostar toda a minha fortuna que Suzane já tinha a resposta.
— Eu já fui apaixonado por ela, essas paixãozinha de adolescência.
— Essas são as piores. — Ela sorriu. — Não se preocupe, temos um acordo, cuida dos meus meninos e eu não exigirei nada de ti.
— Devia me pagar por fora, seus filhos me dão muito trabalho. — Falei rindo e ela revirou os olhos.— Um dia me contará a sua história?
— E te tirar a diversão sobre eu ser um Dom muito poderoso. — Quando ela veio me dizer que achava que eu pertencia à máfia italiana eu ri até minha barriga doer. — Mas logo não será segredo, imagino que Liz já tirou essa informação de Vanessa, eu sou o herdeiro dos Belmontes.
Suzane pareceu pensar por uma eternidade, e imagino que fazendo as ligações do meu nome com as diversas marcas que minha família tem.
— Belmontes, não são os donos….. — Ai meu Deus!
— Sim, eu sei. — Eu ri com os olhos arregalados dela, mas ela puxou o ar e voltou para sua postura impecável.
— Não te farei mais perguntas, mas não posso dizer que meus filhos não farão. — Ela sorriu.
— Com toda a certeza farão. — Ela deu de ombros.
— Pedirei que te deem privacidade e que se comportem enquanto Vanessa está aqui.
— A senhora é um anjo. — Ela sorri e revira os olhos.
VanessaNão demorou nem cinco minutos e alguém bateu na porta, quando abri apenas minha mala estava ali, seja lá quem a deixou queria ir depressa, coloquei a mala para dentro do quarto. O lugar é limpo e claro, não havia nada que dissesse que Matthews vivia aqui, a única coisa fora do lugar era alguns papéis em sua escrivania, me senti tentada em ir até lá e ler suas correspondências, para mim Matthews é um grande mistério, desde que se foi naquela noite, não voltou a me procurar, seus pais não mencionaram seu nome, não sei direito que desculpa ele deu a eles. Decidir ir tomar um banho, a lama já estava seca e começava cair pelo chão, não me dei conta mais provavelmente sujei onde pisei. O banho foi rápido, o medo de Matthews entrar a qualquer momento me deixou desconfortável, mas Liz prometeu que me daria quarenta minutos e ela não parece ser do tipo que quebra promessas. Coloquei uma roupa mais confortável, um vestido longo e florido que não me deixaria mal vestida,mas ainda falt
Matthews Quando saí do escritório estavam todos à minha espera, e pelo olhar deles o meu sobrenome já havia entrado na roda, o pai de Marcos sempre estava alheio a tudo, mas agora me encarava, eles queriam saber uma história a qual eu não estou afim de contar. “ Matthews Belmonte, único herdeiro da família Belmont sumiu logo após seu casamento com Vanessa Casteli, família e amigos não falam sobre o assunto, sua então esposa Vanessa Belmont diz que ela irá assumir o lugar do marido, porém nem mesmo ela nos diz o que aconteceu”. Marcos lê em voz alta algum artigo em seu celular e então ele mostra uma foto minha ainda muito novo, a foto do dia do meu casamento. Puxei o ar e eu poderia soca-lo, mas não era hora para isso. — Vocês não se metam nisso. — Falei indo em direção à cozinha. — Claro vossa majestade. — Marcos fala, mas indo atrás de mim. — Não passou por sua cabeça em nenhum momento me dizer que é é bilionário? — Marcos, quando nos conhecemos, eu pedi sem perguntas, e
VanessaEle me encarou e eu fiquei ali, sem saber ao certo para onde ir, então puxei o ar, eu não iria me estressar com ele, fui até a minha mala e comecei a aguardar as coisas. Sinto quando a mão dele para a minha, o calor da sua mão me faz estremecer, olho para ele, estava uma distância pequena de mim, meu coração acelera e sei que estou corando, feito uma colegial. — Já tarde, fique essa noite, irei dormir em outro quarto. — Ele fala de maneira calma, ainda o sol se mostrava, mas logo a noite cairia. — Não preciso de seus favores. — Falei afastando a mão dele, mas ele se manteve no mesmo lugar. — Vanessa! — A forma como meu nome saiu de seus lábios, me fez desarmar. — Não tá tão tarde, acabamos de almoçar, não corro perigo algum voltando agora. — Ele dá de ombros. — Fique, acho que posso mudar de ideia ou não, mas só saberá se ficar, e aqui é o melhor lugar do mundo. — Ele sorriu. — Realmente gosta desse lugar? — Matthews já conheceu o mundo é difícil de acreditar que
Matthews Ela estava tão bonita e possivelmente foram as doses de vinho que me deram coragem de falar aquilo. Arrumei minha postura e sorrir, ela apenas revira os olhos, mas ainda fica com as bochechas coradas, e o que devo admitir me deixa com mais vontade de perturbá-la, nunca imaginei que eu fosse capaz de falar com ela assim, mas a idade ao menos me serviu para ter coragem.— Venha! — Falei dando a mão para ajudá-la a levantar. — Acho que nunca alimentei patos. — Ela fala abrindo um sorriso tímido e envergonhado, Vanessa possivelmente nunca alimentou qualquer coisa além dela mesma. — Não é tão difícil, vamos logo já já começa o crepúsculo. — Tudo bem, mas promete que não será constrangedor lá fora?— Vanessa constrangida algo que eu achei que morreria sem ver. — Ela revira os olhos. — Não os conheço e com toda a certeza estou fora da minha zona de conforto, por sorte aprendi o português, mas não sei ao certo se eles me entendem. — De fato Vanessa tem o sotaque bem presente,
VanessaA forma como Matthews me olha às vezes me deixa sem graça, como se ele realmente me enxergasse, e não só a beleza que os demais viam, ele realmente me enxerga como eu sou, fiz o que ele pediu e alimentei os patos nada prazeroso, não faz sentido algum fazer isso se tem pessoas que são pagas para fazê-lo. — Você não vem?— Perguntei, só estava fazendo isso por ele, ao menos ele tinha que participar. — Claro, estou indo. — Ele falou pegando a ração na mão e vindo em minha direção. — Eu passo horas aqui. — Matthews se tornou um velho chato. — Aqui me traz paz, consegue sentir?— Paz?— Eu sinto paz comprando bolsas e sapatos e não alimentando patos. — Claro, eu também sinto uma paz. — Acha que se adaptaria a essa vida? — Não, por Deus essa vida não é para mim, mas preciso agradá-lo. — Acho algo difícil de se imaginar, mas tudo é questão de adaptação. — Ponto para ela, não seria tão fácil. — Sempre pensei em você como uma patricinha mimada. — Sorrir, com toda a certeza
MatthewsVanessa tá sendo gentil, o que a possibilidade de uma anulação não faz? Mas se ela quiser entrar no jogo não serei eu a impedi-la. Preciso mantê-la por perto ao menos até eu decidir o que farei sobre esse casamento, anular o casamento não seria possível, mas posso ao menos levar a justiça e me negar a cumprir o acordo até que o juiz tome uma decisão, e com bons advogados, posso prolongar isso para o resto da vida. — Pensa em ter filhos, Vanessa? — Talvez seus filhos pudessem ver a cor do meu dinheiro. — Na verdade não, pretendo ser a CEO da empresa, não terei tempo para crianças.— Ela fala sem sequer pensar na possibilidade. — Se tiver 50% da empresa a decisão ainda não será sua. — Falei deixando ela pensar sobre o assunto. — A decisão só seria minha se eu tivesse os 100% da empresa, além de ter que convencer os investidores que eu sou a melhor opção.— Com 100% a possibilidade é maior, porque eles sabem que não terá uma briga de interesse, a empresa se torna estável. —
VanessaQuando ele me segurou na escada senti meu coração acelerar, além do medo da possível queda conseguir sentir seu corpo musculoso sobre o meu, estávamos tão perto. — Sempre está segura perto de mim, Amore-mio. — Ele enfim fala em italiano, de forma carinhosa, me fazendo sentir uma certa ternura. — Não me chame assim! — Eu o repreendi, iremos nos separar em breve e aquela química entre nós não deveríamos estar acontecendo. — Tudo bem. — Ele fala se afastando, e minha vontade era é de retornar aos seus braços, mas não me humilharia pedindo. — Mas não me respondeu, porque tanta pressa para se livrar de mim Vanessa? Nós temos três meses para o fim do contrato. — Só não temos o porque adiantar o inevitável. — Falei dando de ombros, o divórcio é a única certeza que tenho, não posso passar o resto da vida casada com um homem que mora em outro país. Ele continuou andando em direção ao quarto, apenas o seguiu em silêncio, ignorando o que eu tinha sentido alguns segundos antes
MatthewsEu queria levá-la para cama e torná-la minha de uma vez por todas, mas quando percebi que ela queria tanto quanto eu, me orgulho me tomou e a promessa feita há veio em meus lábios. — Prometo que não irei tocá-la ao menos que me peça. — Percebo o choque em seu olhar o reconhecimento das palavras ditas há muito tempo. — Me peça Vanessa, me peça para tomá-la para mim, aqui nessa cama. Falei voltando com meus lábios para seu pescoço, o desejo por ela é quase doloroso, sempre a quis por anos sonhei em como seria tocá-la, ela negou com a cabeça. — Tem certeza? — Seus peitos estavam inchados e eu não precisava colocar a mão lá para saber que estava molhada. — Seria tão divertido, mas só podemos seguir esse caminho até a cama se me pedir. — Te pedir?! — Ela fala ofendida, tão acostumada com os idiotas aos seus pés, claro que para ela aquilo era uma ofensa . — Acha que mesmo que irei te pedir? — Temos um acordo selado há anos atrás. — Falei a puxando novamente para mim