Matthews Ela estava tão bonita e possivelmente foram as doses de vinho que me deram coragem de falar aquilo. Arrumei minha postura e sorrir, ela apenas revira os olhos, mas ainda fica com as bochechas coradas, e o que devo admitir me deixa com mais vontade de perturbá-la, nunca imaginei que eu fosse capaz de falar com ela assim, mas a idade ao menos me serviu para ter coragem.— Venha! — Falei dando a mão para ajudá-la a levantar. — Acho que nunca alimentei patos. — Ela fala abrindo um sorriso tímido e envergonhado, Vanessa possivelmente nunca alimentou qualquer coisa além dela mesma. — Não é tão difícil, vamos logo já já começa o crepúsculo. — Tudo bem, mas promete que não será constrangedor lá fora?— Vanessa constrangida algo que eu achei que morreria sem ver. — Ela revira os olhos. — Não os conheço e com toda a certeza estou fora da minha zona de conforto, por sorte aprendi o português, mas não sei ao certo se eles me entendem. — De fato Vanessa tem o sotaque bem presente,
VanessaA forma como Matthews me olha às vezes me deixa sem graça, como se ele realmente me enxergasse, e não só a beleza que os demais viam, ele realmente me enxerga como eu sou, fiz o que ele pediu e alimentei os patos nada prazeroso, não faz sentido algum fazer isso se tem pessoas que são pagas para fazê-lo. — Você não vem?— Perguntei, só estava fazendo isso por ele, ao menos ele tinha que participar. — Claro, estou indo. — Ele falou pegando a ração na mão e vindo em minha direção. — Eu passo horas aqui. — Matthews se tornou um velho chato. — Aqui me traz paz, consegue sentir?— Paz?— Eu sinto paz comprando bolsas e sapatos e não alimentando patos. — Claro, eu também sinto uma paz. — Acha que se adaptaria a essa vida? — Não, por Deus essa vida não é para mim, mas preciso agradá-lo. — Acho algo difícil de se imaginar, mas tudo é questão de adaptação. — Ponto para ela, não seria tão fácil. — Sempre pensei em você como uma patricinha mimada. — Sorrir, com toda a certeza
MatthewsVanessa tá sendo gentil, o que a possibilidade de uma anulação não faz? Mas se ela quiser entrar no jogo não serei eu a impedi-la. Preciso mantê-la por perto ao menos até eu decidir o que farei sobre esse casamento, anular o casamento não seria possível, mas posso ao menos levar a justiça e me negar a cumprir o acordo até que o juiz tome uma decisão, e com bons advogados, posso prolongar isso para o resto da vida. — Pensa em ter filhos, Vanessa? — Talvez seus filhos pudessem ver a cor do meu dinheiro. — Na verdade não, pretendo ser a CEO da empresa, não terei tempo para crianças.— Ela fala sem sequer pensar na possibilidade. — Se tiver 50% da empresa a decisão ainda não será sua. — Falei deixando ela pensar sobre o assunto. — A decisão só seria minha se eu tivesse os 100% da empresa, além de ter que convencer os investidores que eu sou a melhor opção.— Com 100% a possibilidade é maior, porque eles sabem que não terá uma briga de interesse, a empresa se torna estável. —
VanessaQuando ele me segurou na escada senti meu coração acelerar, além do medo da possível queda conseguir sentir seu corpo musculoso sobre o meu, estávamos tão perto. — Sempre está segura perto de mim, Amore-mio. — Ele enfim fala em italiano, de forma carinhosa, me fazendo sentir uma certa ternura. — Não me chame assim! — Eu o repreendi, iremos nos separar em breve e aquela química entre nós não deveríamos estar acontecendo. — Tudo bem. — Ele fala se afastando, e minha vontade era é de retornar aos seus braços, mas não me humilharia pedindo. — Mas não me respondeu, porque tanta pressa para se livrar de mim Vanessa? Nós temos três meses para o fim do contrato. — Só não temos o porque adiantar o inevitável. — Falei dando de ombros, o divórcio é a única certeza que tenho, não posso passar o resto da vida casada com um homem que mora em outro país. Ele continuou andando em direção ao quarto, apenas o seguiu em silêncio, ignorando o que eu tinha sentido alguns segundos antes
MatthewsEu queria levá-la para cama e torná-la minha de uma vez por todas, mas quando percebi que ela queria tanto quanto eu, me orgulho me tomou e a promessa feita há veio em meus lábios. — Prometo que não irei tocá-la ao menos que me peça. — Percebo o choque em seu olhar o reconhecimento das palavras ditas há muito tempo. — Me peça Vanessa, me peça para tomá-la para mim, aqui nessa cama. Falei voltando com meus lábios para seu pescoço, o desejo por ela é quase doloroso, sempre a quis por anos sonhei em como seria tocá-la, ela negou com a cabeça. — Tem certeza? — Seus peitos estavam inchados e eu não precisava colocar a mão lá para saber que estava molhada. — Seria tão divertido, mas só podemos seguir esse caminho até a cama se me pedir. — Te pedir?! — Ela fala ofendida, tão acostumada com os idiotas aos seus pés, claro que para ela aquilo era uma ofensa . — Acha que mesmo que irei te pedir? — Temos um acordo selado há anos atrás. — Falei a puxando novamente para mim
VanessaUma proposta vantajosa, mas a que custo? Matthews quer um acordo de três meses, um acordo para tentar reatar esse casamento que já começou fracassado, três meses para consertar o que em nove anos não foi possível. Porém, três meses não é nada se comparamos que terei a empresa para mim, serei dona e poderei despedir todos aqueles que tentaram me boicotar durantes esses anos, não precisarem prestar conta ao Belmontes, terei tudo que eu sempre quis e ele apenas me pede três meses, apenas três meses e estarei livre para sempre de Matthews e de sua família. Peguei meu celular, precisava falar aquilo para minha mãe, lembrei que não troquei o chip e nem lembrei de pegar a senha do Wi-fi. E eu não sairia agora à procura de Matthews, o melhor é esperar até amanhã, o sono já está me vencendo, olhei ao redor o quarto de Matthews é impecável. Me deitei na cama e a lembrança de suas palavras.“Seria tão divertido, mas só podemos seguir esse caminho até a cama se me pedir.”É um idiota m
Matthews Quando dona Suzane bateu em minha porta eu soube que algo havia acontecido, Vanessa fugiu ou algo do tipo, e eu sei que é dona Suzane que bate na porta, porque ninguém mais teria essa ousadia.— O que houve? — Falei abrindo a porta. — Sua esposa foi furtada, suas roupas e malas não estavam no carro, ela disse está bem, mas sei que está chorosa, pode ir até lá e a calma-la?— Claro, mas sabe como foi isso? — Perguntei enquanto saia para ir ao meu quarto. — Não entrei muito no assunto, mas alguém lhe ofereceu ajuda e ela aceitou. — Revirei os olhos como pode ser tão inocente. — Obrigada por avisar, irei ver como ela está. — Falei e já estava seguindo o meu caminho quando Suzane me chamou.— Matthews, tem certeza que assinar o divórcio e deixar a pobre garota ir não é o melhor?— Ela fala apreensiva. — Fez o que eu pedir? — Ela me olha com seus olhos de julgamento. — Não vejo onde quer chegar, se quer conquistá-la deve seguir por outra abordagem. — Suzane acredita que
Vanessa Acordei com um barulho horrível de um galo cacarejando, ainda era noite. Eu não suportarei isso por muito tempo, e logo uma sinfonia de animais começou por todas as partes, coloquei o travesseiro sobre minha cabeça, mas não havia possibilidade de pegar no sono. Me odiei por ter aceitado ficar, poderia estar bem instalada em alguma pousada e acordar com o canto dos pássaros. Mas ao invés disso ouço relincho, galos, patos fazendo barulhos sobre água e pessoas assobiando com uma alegria de viver irritante pelo horário. Me encorajei a sair da cama e olhar pela janela, o sol se ponhe devagarinho e com preguiça como deve ser a esse horário, o cheiro de café invade meu nariz, algo gostoso e começo a me acalmar, meu estômago ronca quando o cheiro de algo que ainda não consigo identificar invade o quarto, seja lá quem cozinhe nessa casa, devo admitir que tem o dom. Não desceria as escadas e iria me enfiar na cozinha, minha educação não me permitira, mas a vontade de corre pelos cor