Ainda no quarto, examinando Raquel, estava Leonardo, ele, apesar de não gostar dela, não deixaria de atendê-la, ainda mais em um momento tão delicado a qual ela supostamente estava passando.— Raquel, você tomou seus remédios hoje? — ela respirou fundo, em seguida respondeu, mas com uma mentira.— não...eu não quero depender desses remédios.— eu entendo Raquel, mas precisa toma-los, até esteja totalmente bem. — ela apenas assentiu com a cabeça.— onde está Lorenzo?— vou chama-lo. — disse Leonardo, que logo saiu do quarto, encontrando com Mia e Lorenzo no corredor. — ela quer falar com você.— tudo bem, vou lá falar com ela. — Lorenzo depositou um beijo na testa de Mia e se dirigiu ao quarto de Raquel, deixando Mia na companhia de Leonardo.— como ela está? — parece melhor, mais calma. — Mia soltou um longo suspiro, então escorou na parede e franziu a testa. — está tudo bem?— sim, foi só uma sensação ruim...um enjoo.— melhor você deitar, Raquel te deu um belo susto. — disse
Era madrugada, Mia seguia dormindo, mas acordou ao sentir o vento gelado que entrava pela janela, ela deslizou a mão pela cama, buscando Lorenzo, mas se deu conta de que ele não estava a seu lado, ela suspirou, então a porta se abriu e ele passou pela mesma.— meu anjo, ainda acordada. — ele questionou.— estava dormindo, acordei com o vento frio vindo da janela. — disse ela, Lorenzo rapidamente se direcionou a ela e a fechou. — que horas são?— quase quatro da manhã.— onde estava até agora?— estava com Raquel.— no quarto dela? — Mia questionou um tanto desconfiada.— sim, ela ainda estava muito abalada.— imagino, vou voltar a dormir. — disse ela um tanto sentida, ele estava para Raquel, mas para ela que havia passado mal, não estava, nem mesmo sabia o que havia acontecido.— tudo bem meu amor, também vou dormir, estou exausto. Pela manhã, Mia acordou e sentiu a presença de Lorenzo a seu lado, ele seguia dormindo, ainda sentida com a situação, ela levantou-se silen
Andrea seguiu pelo corredor, logo chegou a escada e desceu a mesma, encontrando Lorenzo ali, ele de imediato foi até sua mãe e perguntou.— posso ir falar com ela agora? — Andrea balançou a cabeça em negação, estava decepcionada com Lorenzo.— não, ela não quer falar com você agora.— como não...eu vou lá falar com ela, não posso deixar as coisas assim. — Lorenzo deu uns passos em direção a escada, mas Andrea o segurou pelo braço.— não vai, ela já disse que não quer falar com você agora, e você não vai, não me desobedeça.— mãe...por que ela não quer falar comigo? — ele questionou um tanto sentido.— Lorenzo, você a magoou, a assustou, ela está com medo que você se irrite e se exalte de novo, sem falar que ela está mais sensível, está com cólicas fortes desde ontem a noite.— mãe, eu devia estar cuidando dela...— devia, desde ontem! espera as coisas se acalmarem filho, depois vocês conversam e tudo vai ficar bem, eu sei que vai por que vocês se amam. — ele um tanto entristecido, ape
Naquela noite, Mia chorou com saudades de seu amado e com medo de perdê-lo, a cólica novamente se fez presente, assim como o enjoo, Andrea já começava a ficar preocupada, em momentos pensava que era estresse, afinal, Mia era muito sensível, em outros, que estava doente.— bonequinha, se acalme. — Andrea pediu enquanto enxugava as lágrimas que escorriam pelo rosto de Mia, ela parecia cansada, realmente estava e em meio às lágrimas, acabou adormecendo. Na manhã do dia seguinte, Mia acordou, sua cabeça doía, seu corpo estava cansado, ela suspirou, então sentiu o cheiro de Andrea pelo quarto, então lembrou-se que havia dormido ali, sentia-se confortável perto dela, era como uma mãe para ela, ainda sim, não lhe agradava nada estar longe de Lorenzo, depois dos dias cheio de amor que haviam vivido.— bom dia bonequinha, como se sente?— bom dia, me sinto melhor. — ela soltou um longo suspiro e baixou a cabeça. — vou tentar conversar mais uma vez com ele.— você tem toda razão em
Lorenzo estava deitado na cama, Mia em seus braços, ele a acalentava e acarinhava, aos poucos ela começou a se acalmar, e pensando direito, lembrou-se de ter sentido o cheiro de Raquel, momentos antes de ficar trancada, mas ela optou por não dizer nada, pois em sua mente, poderia não ser nada.— Está mais calma? — ele questionou.— um pouco, vim te procurar, como não encontrei, fui para o banho.— desculpe por não estar aqui, não consegui dormir a noite, ficar sem você é horrível, então levantei bem cedo.— tudo bem.— depois vou verificar o que houve com a porta. — ela apenas assentiu com a cabeça. — a pouco recebi um convite para uma festa, daqui a três dias, você vai comigo, não é?— quer que eu vá?— claro, você é minha esposa, mas se não quiser ir, fico aqui, como você. — Mia sorriu e suspirou, depois de horas e horas distantes dele, era bom sentir novamente todo aquele empenho e apoio.— sim, te acompanho, como senti falta dos seus braços nesses dias. — ela declarou.— eu
Lorenzo saiu pela casa em busca de sua mãe, a encontrou na cozinha, com Lolo no colo, a bichinho ainda estava meio apático, mas estava bem, para a alegria de todos naquela casa.— mãe.— oi querido, e Mia? — Andrea questionou.— no quarto, ela acabou dormindo, como está o Lolo?— está melhorando, a pouco Leonardo aplicou a medicação dele.— entendi.— querido, o que está acontecendo? você e Leonardo sempre tiveram picuinhas bobas, mas nunca chegaram a levantar a voz um para o outro.— ele anda se metendo demais em coisas que não foi chamado.— tipo o que? Salvando Mia de levar picadas de escorpiões? A salvando de ficar trancada no banheiro? Por que até aí, não vi nada de errado, Lorenzo, esse seu ciúme não está normal.— se a senhora tivesse visto ele abraçado a ela...— no caso, ela abraçada a ele, Mia estava desesperada Lorenzo, só queria alento.— ela estava de toalha mãe...— Claro, ela deveria ter ido se vestir primeiro para depois se desesperar? — disse ela, Lorenzo sabia
Lorenzo chegou em casa ao fim da tarde, tudo que queria naquele momento era encontrar sua amada, e enche-la de amor, como costumava fazer, só não fazia ideia de que isso não iria acontecer, afinal, seria mais uma vez envolto em uma teia de mentiras. Lorenzo caminhou até a porta de entrada, ao passar pela mesma, avistou Raquel sentada no sofá, em seu rosto vermelho, uma mistura de medo e desgosto, que logo foi notado por ele, obviamente, tudo mentira.— Raquel, está tudo bem? — ele questionou.— Lorenzo, eu decidi que é melhor que eu vá embora. — disse ela fingindo choro.— por que? achei que estava bem aqui.— por que não me disse que sua esposa não gosta de mim? Eu jamais quis causar problemas entre vocês. — disse ela, já deixando rolar por seu rosto, suas lagrimas venenosas.— do que está falando? Mia disse algo?— mais cedo encontrei o Leonardo saindo do quarto de vocês...— Leonardo estava no nosso quarto, com a Mia?— sim, preguntei como ela estava, então Leonardo me d
Aqueles dois dias foram estranhos, Mia se manteve distante de Lorenzo, tinha medo de se aproximar, medo de mais discursões, mas sentia saudade dele, o amava com loucura e estava sendo doloroso, para ele também estava, por vezes ele a procurou, mas ela estava irredutível, se mantendo distante psicologicamente. Raquel por sua vez, andava bem contente, sem suas crises de ansiedades fingidas, sem plano perversos, pensava que aquilo havia sido suficiente para acabar com o amor dos dois. no quarto de Andrea, na janela, Mia apreciava a brisa que vinha do jardim, tinha vontade de ir até lá, sentir a liberdade que sentia antes, mas tinha medo e sabia que aquela sensação de liberdade havia sido destruída, e estava vivendo confinada naquele quarto.— Mia...— disse Lorenzo do outro lado da porta, ela suspirou, então disse.— o que quer?— posso entrar?— entre... — Lorenzo entrou, então a viu ali, com sue semblante tão distante.—— meu anjo, podemos conversar?— sobre?— sobre nós dois.—