Lorenzo caminhou o mais rápido que pôde pelos corredores daquele hospital, precisava vê-la o mais rápido possível, ela por sua vez, deitada na cama, pensativa enquanto acariciava sua barriga, ainda assimilando aquela notícia, já havia decidido, que assim que Lorenzo aparecesse em sua frente contaria de tudo que tinha acontecido, não podia mais ocultar, Raquel havia atentado contra sua vida e contra o filho deles. A porta do quarto se abriu, Mia sentiu a presença e o cheiro dele, então suspirou aliviada.— meu anjo, Leonardo me contou o que houve, como você está?— com dores.— aquela escada é perigosa, não devia descê-la sozinha, você é...— cega...— o que houve, você tropeçou, escorregou?— não, Lorenzo...alguém me empurrou. — ela disse um tanto temerosa com a reação dele, temia que ele não acreditasse.— Mia...aquela escada é alta, para quem pode ver já é perigoso, imagina pra você que...— que sou cega. — disse ela mais uma vez, já estava lhe irritando que Lorenzo não estivesse
Após se acalmar um pouco, Mia deu início ao relato, desde o primeiro acontecido, até ali, explicou com riqueza de detalhes como sempre sentia a presença e o cheiro de Raquel, quando coisas ruins lhe aconteciam, Leonardo escutou com atenção e fazia todo sentido, mas ficou chocado, estavam convivendo com uma louca assassina.— eu tentei contar a Lorenzo, disse a ele que alguém havia me empurrado da escada, mas ele não acreditou, disse que era impossível e que todos daquela casa eram de confiança, se tivesse chegado a dizer que tinha sido ela, teria saído mais uma vez como errada, Leo, não posso ficar aqui, não posso voltar para aquela casa, ela vai tentar me matar de novo e quando souber que estou...que estou grávida.— não se preocupe Mia, vou te ajudar, mas você não pode sair daqui, principalmente por conta do bebê, ele está sob risco por conta da queda, mas vou me encarregar de que ela não consiga chegar até você, ok.— Leo, naquela casa serei um alvo fácil e Lorenzo...ele nã
Mia estava no quarto, não no mesmo, após conversar com a segurança e a direção do hospital, Leonardo conseguiu que a colocassem em um quarto com câmeras, era um meio de protegê-la, mas que não teria tanto efeito para a fúria implacável de Raquel. Mia sentou-se na cama e acariciou seu ventre, estava mais tranquila ainda que não estivesse tudo resolvido, só de saber que tinha o apoio de Leonardo, seu coração estava mais calmo. Com um pouco de dificuldade, Mia foi até o banheiro, estava sem medicamento naquele instante, o que facilitou um pouco, ao entrar no banheiro, Mia sentou-se no vaso e fez xixi, ela sentiu um pouco de cólica, mas nada exagerado então ao terminar, saiu do banheiro, o destino era sua cama, mas antes mesmo de chegar nela, sentiu aquela tenebrosa presença.— o que faz aqui? — Mia questionou de forma firme.— então consegue mesmo saber quem está perto de você sem enxergar.— sim, e sei que é você, desde os escorpiões, também sei que foi você que me trancou no ban
Ao sair daquela sala, ainda assimilando tudo que havia visto e escutado, Lorenzo começou a pensar, seu lado mafioso enfim havia despertado, então ele retirou o celular de seu bolso e ligou para um dos seguranças da casa e contou do ocorrido, em seguida deu ordens para que se Raquel aparecesse ali, a amarrassem no quarto dela, com isso, todos ficaram de prontidão, com celular ainda em suas mãos, ele ligo para Renato Mirabella, que logo atendeu, um tanto surpreso com a ligação, afinal haviam se visto a poucos dias e Lorenzo não costumava ligá-lo sem necessidade.— Lorenzo, meu amigo, o que manda?— Renato, você ainda tem aquela criação de porcos em sua fazenda? — Renato riu, já sabia bem o que seu amigo queria, afinal, fazia isso, jogava os corpos das pessoas que assassinava para o porcos, não restava nem mesmo os ossos, com isso, não deixando evidências.— sim, e como estava fora do país a uns meses, eles devem estar famintos, fique a vontade para alimentá-los.— eles iram provar
Era madrugada Moret dirigia em direção ao hospital, Lorenzo estava no banco do carona, em total silêncio, apenas contando os segundos para chegar e saber noticias de sua amada. Chegando lá, ele se aproximou de sua mãe, e logo buscou alento nos braços dela.— mãe...como ela está?— ela está no UTI...— e o bebê, nosso filho? — ele questionou com lágrimas nos olhos.— conseguiram conter o sangramento, ainda sim, está em risco. — disse Leonardo, então Lorenzo foi até ele.— ela e nosso bebê vão ficar bem?— ainda é cedo para dizer...desculpe ter dito aquelas coisas, eu estava muito alterado.— você tem toda razão, não disse nada além da verdade. — disse Lorenzo, então baixou a cabeça.— e Raquel?— virou ração de porco. — Leonardo apenas balançou a cabeça, não tinha pena alguma, Raquel havia buscado aquele destino.— Como esta? — Moret questionou sentando ao lado de Andrea, ela virou o rosto para ele, então disse.— preciso estar bem para quando minha bonequinha acordar
Aquele dia passou lentamente, eles seguiam no hospital, aguardando por notícias de Mia e vibrando com cada relato de melhoras sobre o quadro dela. Era manhã, Lorenzo andava de um lado para o outro, estava nervoso e ao mesmo tempo alegre, Mia estava sendo transferida para um quarto, onde poderiam vê-la e ela poderia ter um acompanhante Lara lhe ajudar com o que fosse preciso.— ela acabou de ser transferida para o quarto, podem entrar para vê-la, um de cada vez, ela está no quarto vinte e sete. — disse a enfermeira, Lorenzo juntou-se a Leonardo e sua mãe, então ela disse.— vá querido, você está muito preocupado e como marido deve ser o primeiro. — disse Andrea, Lorenzo sorriu e deu uns passos em direção ao corredor, mas parou e voltou com um semblante triste. — meu filho, o que houve? — Andrea questionou.— eu não posso mãe, eu prometi cuidar dela e a deixei passar por coisas horríveis, até nosso bebê foi colocado em risco, não tenho coragem de olhar pra ela. — disse ele, seus olhos c
Era noite, Leonardo já havia entrado para ficar um pouco com Mia, após uma longa conversa com ele e com sua mãe, Lorenzo decidiu entrar para vê-la, então quando Leonardo saiu, ele foi. Lorenzo caminhou pelo enorme corredor, buscando as palavras pra conversar com ela, para lhe pedir perdão. Quando abriu a porta do quarto, o cheiro dele invadiu os pulmões dela, o que a fez suspirar.— Lorenzo...— ela disse sem muito ânimo, ele já não gostava que ela o chamasse por seu nome, para ela, era Lo, meu amor e todas as outras palavras carinhosas que ela quisesse usar.— meu anjo. — ele se aproximou dela, então lhe segurou a mão ficando em silêncio por uns minutos e a primeira palavra que saiu dos lábios dela foi. — perdão. — Mia nada disse, mas lágrimas escorreram por seu rosto, lhe doía que estavam tão felizes antes e naquele instante ela nem mesmo se sentia bem no mesmo ambiente com ele, apesar de amá-lo, o que era estranho, era uma mistura de sentimentos, de duvidas. — eu fui um babaca
Os dias foram se passando, Mia melhorando gradativamente, Lorenzo a visitava todos os dias por algumas horas, ela sempre lhe parecia distante e preocupada, por vezes ele questionou sobre o que estava lhe afligindo, mas ela não tinha coragem de lhe contar, mas o que lhe causava medo era, o fato de que em breve teria de voltar para casa, mas ela já não se sentia segura ou protegida lá e só de pensar, sua mente parecia que ia explodir e seu coração sair do peito.— bonequinha, o que você tem? Desde que o médico veio aqui e lhe disse que em breve teria alta, que está inquieta, parece assustada. — Andrea disse, então Mia decidiu se abrir.— não quero voltar para aquela casa. — ela disse com lágrimas nos olhos, apesar de ter um grande carinho por aquele lugar onde por primeira vez havia sentido o carinho e o amor, também tinha receio e desconfiança.— mas querida, o que está havendo, por acaso não ama mais Lorenzo? — Andrea questionou um tanto preocupada, sabia que seu filho ficaria muito